Crítica Crónica
Crítica Crónica reúne os textos que António Carlos Cortez escreveu no jornal Público desde 2011, abrangendo quase uma década de intervenção em nome da cultura e de uma educação ilustrada. Crónicas que nascem da crónica inclinação para pensar, criticar, partilhar inquietações. Neste livro a crónica é exame, análise, ponderação.
Textos sobre o ensino do português, sobre a alienação que o digital promove, mas também textos sobre a escrita como coisa viva, gesto que procura pensar a polis. A Crítica Crónica marca a entrada do autor na difícil arte de fazer a crónica dos dias em tempo adverso à crítica como fazer de um pensamento.
| Editora | Guerra & Paz |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Guerra & Paz |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | António Carlos Cortez |
António Carlos Cortez nasceu em Lisboa, em 1976.
Poeta, ensaísta e crítico literário, é professor de Português e de Literatura Portuguesa e investigador do CEHUM (Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho).
Publicou o seu primeiro livro de poesia em 1999. Recebeu em 2011, com Depois de Dezembro (Licorne), o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores para melhor livro de poesia publicado em Portugal em 2010. Na sua obra destacam-se os seguintes livros: O Nome Negro (2013), Animais Feridos (2016), a antologia A Dor Concreta (2016) – vencedora do Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da Associação Portuguesa de Escritores em 2018 –, e Jaguar (2019) – galardoado em 2020 com o Prémio Literário Ruy Belo e o Prémio de Poesia António Gedeão/FENPROF.
É ainda autor de livros de ensaio e de crítica literária.
Tem obras publicadas no México e no Brasil e está incluído em várias antologias de poesia em Portugal e no estrangeiro.
-
Animais FeridosDepois de O Nome Negro (2013), António Carlos Cortez publica Animais Feridos , conjunto de setenta poemas sobre este «tempo tétrico», como se lê num dos seus textos. Animais feridos como a epígrafe de Mário Quintana afirma: «Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa / condição de poema //Triste. / Solitário. / Único. / Ferido de mortal beleza.» Livro onde, em três andamentos, o leitor acompanha o olhar de um sujeito que vê no napalm a «energia deste tempo» e pressente Lisboa e o mundo próximos de um apocalipse, Animais Feridos é ainda a inquirição da palavra de poesia e as suas possibilidades de sentido em espaços (o corpo, a casa, a cidade) onde a ameaça da morte e do desencontro são a única certeza. Daí as três secções, três modos de declinar a época que nos é dada viver. António Carlos Cortez concebe o poema como exercício extremado de subtis jogos sonoros, unindo tom coloquial à frase labiríntica, sugerindo quanto para si a poesia é um modo de observação felina e a escrita um estilete com que se perfura, de forma precisa, o corpo dos animais feridos: os poemas, a memória, a carne viva do tempo, nós. -
JaguarJaguar é o novo livro de António Carlos Cortez constituído por 48 poemas em prosa.O jaguar é o animal que interpreta a História e confronta Humatan, o inventor da gramática. O fim da linguagem, a música de Philip Glass, a poesia de Jim Morrison, e o sangue de Ian Curtis e de Zodiac. A guerra, teatro do mundo, o Vietname, David Bowie, Curtis LeMay, Jaguar é também uma homenagem à literatura, a Fiama e às visões de Rimbaud. O cristal e a chama da poesia, eis o que António Carlos Cortez procura edificar com este novo livro. -
Voltar a Ler: alguma crítica reunida (sobre poesia, educação e outros ensaios)Porque a literatura é um compósito complexo de signos que nega a ditadura do banal em que estamos imersos e, na sua expressão máxima, a poesia, se insurge contra as palavras gastas dum quotidiano asfixiante, eis porque ela é incompreendida, ou rechaçada para territórios periféricos ao debate político. Agitar as águas do real, essa é a suprema função da arte. Como a História comprova, a arte semeia a dúvida necessária em torno de novos absolutos, é ela o espinho que se crava fundo na certeza dos moralistas. É a dúvida e o princípio do incerto que mobiliza também este voltar a ler, pois foi sempre no gesto da releitura que se perceberam melhor certas ideias e caíram por terra certos preconceitos. Voltar a ler é abertura, compreensão, partilha.Num livro sobre poesia portuguesa moderna e contemporânea, sobre ensaístas portugueses e temas relativos à educação e à cultura, António Carlos Cortez dirige-se a professores e pais, quer convocar alunos e investigadores, todos quantos não querem e não cedem aos tempos dos burrocratas. Um livro para voltar a ler. -
O Nome NegroProfessor de Literatura Portuguesa e de Português no Colégio Moderno, em Lisboa. Poeta, crítico de poesia e ensaísta. «Em António Carlos Cortez a poesia é sempre em tom maior [...]. Diria que entre a nova poesia portuguesa só Daniel Faria triunfou neste modo de expressão. [...] Em todos os sonetos Cortez se apresenta denso e enigmático, apostado menos no quotidiano do que na transfiguração verbal, essa que tantos tentam e na qual quase todos fracassam.» Pedro Mexia, in Diário de Notícias, 4/6/2004 -
A Dor Concreta« Todo o labor de Cortez vai no sentido de nos mostrar que o poema acontece na linguagem. A poesia é o lugar onde a linguagem se sonha, ganha consciência de si, definindo, em acto, o território, sempre inacabado, sempre incompleto, da subjectividade. António Carlos Cortez faz da linguagem uma arte da memória» - Luís Quintais, Posfácio. -
Corvos, Cobras, ChacaisProvavelmente não voltaremos a falar. É outro tempo, hoje. Se falarmos de novo, seja em silêncio ou atirando a boca a lâminas ou escarpas, de que nos valerá? Não temos os mesmos signos.A Editora Gato Bravo e o poeta António Carlos Cortez apresentam o livro Corvos Cobras Chacais, sequência alargada de poemas em prosa e capítulo participante da antologia "A Dor Concreta" (ed. Tinta da China).Figura ilustre da poesia portuguesa contemporânea, Cortez desdobra-se em três vozes, com visões do mundo conflituosas, que tornam a obra um importante marco do tom elevado e ao mesmo tempo realista que distingue o autor, como aponta o poeta Pedro Mexia. São três personagens que se desafiam e complementam, tendo como pano de fundo um texto que explora a estrutura de fingimento do poeta, mas que escorre pelas fendas do concreto. -
Animais FeridosDepois de O Nome Negro (2013), Antonio Carlos Cortez publica Animais Feridos, conjunto de setenta poemas sobre este , como se le num dos seus textos. Animais feridos como a epigrafe de Mario Quintana afirma: Livro onde, em tres andamentos, o leitor acompanha o olhar de um sujeito que ve no napalm a e pressente Lisboa e o mundo proximos de um apocalipse, Animais Feridos e ainda a inquiric?o da palavra de poesia e as suas possibilidades de sentido em espacos (o corpo, a casa, a cidade) onde a ameaca da morte e do desencontro s?o a unica certeza. Dai as tres secc?es, tres modos de declinar a epoca que nos e dada viver. Antonio Carlos Cortez concebe o poema como exercicio extremado de subtis jogos sonoros, unindo tom coloquial a frase labirintica, sugerindo quanto para si a poesia e um modo de observac?o felina e a escrita um estilete com que se perfura, de forma precisa, o corpo dos animais feridos: os poemas, a memoria, a carne viva do tempo, nos.Ver por dentro: -
Poética Com DicçãoO escritor e crítico de poesia António Carlos Cortez fez o livro "Poética com dicção", em celebração ao encontro, que está a se estreitar nos últimos anos, entre a poesia portuguesa e a brasileira.“Há (como direi?) uma leveza e uma ironia intrínsecas ao português do Brasil que a tradição lusíada não tem. Uma doçura e simultaneamente uma certa dicção arrastada, mais lenta, que permite o sublinhar de determinados jogos sintáticos, de determinados saltos de sentido. Isso tempera a poesia brasileira de uma musicalidade e surpresa que, mesmo quando mais literal, renova o idioma de Camões. Quando lemos em voz alta um poema de Drummond, ou de Simone Brantes, quando paramos numa imagem de Sérgio Nazar ou num encavalgamento de Alexandra Maia ou no estilo diarístico de Ana Cristina Cesar, quando lemos Chico Buarque ou penetramos no mundo poético de Eucanaã Ferraz ou Antonio Cicero, qualquer coisa brilha nessa poesia que é escrita «naquela língua» de que nos fala uma antologia sobre a qual também escrevi.""Lisboa, fevereiro de 2020 - Poética com dicção – 16 poetas brasileiros para ler hoje é um encontro sublime entre Portugal e Brasil, regido pelo poeta, crítico literário, professor e ensaísta português António Carlos Cortez, já anteriormente publicado pela Jaguatirica no Brasil, com a antologia O Tempo Exacto e o livro de poesia Corvos, Cobras, Chacais, semifinalista do Prêmio Oceanos.Neste livro de ensaios, Cortez se debruça, tal maestro, sobre uma sinfonia de autores brasileiros contemporâneos e sua dicção poética açucarada, que faz questão de mencionar como específica quando comparada à lusitana.Esta é uma obra de ensaios e recensões feitos com sabedoria e delicadeza, mas é também um mergulho privilegiado em um universo poético que é olhado e sentido com afeto – um poeta português que elogia poetas brasileiros e sobre eles revela um conhecimento invejável, uma admiração sincera e um intercâmbio que enriquece os dois lados do Atlântico e da Língua Portuguesa.Alexandra Maia, Ana Cristina Cesar, Antonio Cicero, Carlos Drummond de Andrade, Carlos Nejar, Chico Buarque, Eucanaã Ferraz, José Paulo Paes, Lêdo Ivo, Luís Maffei, Manoel de Barros, Paulo Henriques Britto, Renato Russo, Sérgio Nazar David, Simone Brantes e Vinicius de Moraes são os dezesseis nomes escolhidos que servem de roteiro para este livro com as brilhantes imposturas de António Carlos Cortez, além da parte especialmente reservada à obra de Clarice Lispector. -
DiamantePaul Verlaine referiu-se um dia à prosa diamantina de Rimbaud, sublinhando a dimensão pura, misteriosa e arquitectural dos poemas de Jean-Arthur. Os 64 poemas de Diamante, um livro com três secções, dialogam com essa tradição do cristal da poesia moderna. Dos sonetos iniciais, de frase labiríntica, aos poemas em prosa, flashes da recordação, e que se vão multiplicando, até ao poema que fecha este livro, ""Vários fins"", António Carlos Cortez reafirma a sua noção da poesia - exercício tensional sobre as imagens da linguagem. Livro onde comparecem várias vozes, Diamante é ambíguo, ou melhor, anfíbio: mergulhamos na memória de outros textos (Gastão Cruz, Philippe Jacouttet, Ruy Belo, Alfonso Costafreda, Ida Vitale, Eduardo Guerra Carneiro, Edouard Glissant, José Paulo Paes), nas músicas que dão a atmosfera exacta para estes poemas se lerem em voz alta (Fleetwood Mac, Depeche Mode, Nick Cave, Rádio Macau, Roxy Music, José Mário Branco), buscando unir o cristal com essa ""chama altíssima"" duma palavra construída, meditada. Poesia também sobre lugares perigosos e fascinantes de um outro tempo, Diamante procura eternizar corpos, verões antigos, cidades, a própria escrita. ""A poesia é o eco do vivido"", escreve o autor de Jaguar. -
Um Dia Lusíada«Um livro era escrito, UM DIA LUSÍADA escrito como quem reinicia a vida e vê, do mais alto cume da Europa, os versos virem, ondas antiquíssimas, vocálica expressão já em desuso [...] e algo mais se passa que ninguém vê, era um dia lusíada como qualquer outro e esse dia era hoje, o dia em que me despeço, em que enlouqueço com a memória de Elias Moura [...] eu olhando agora o livro.»
-
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Ética no Mundo RealPeter Singer é frequentemente descrito como o filósofo mais influente do mundo. É também um dos mais controversos. Neste livro de ensaios breves, Singer aplica as suas controversas formas de pensar a questões como as alterações climáticas, a pobreza extrema, os animais, o aborto, a eutanásia, a seleção genética humana, o doping no desporto, a venda de rins, a ética da arte de elevado preço e formas de aumentar a felicidade. Provocantes e originais, estes ensaios irão desafiar — e possivelmente mudar — as suas crenças sobre uma variedade de questões éticas do mundo real. -
Inteligência ArtificialEste ensaio descreve, de forma acessível, o que é a inteligência artificial e a sua relação com a inteligência humana, assim como possíveis aplicações e implicações societais e económicas. Inclui uma perspectiva histórica e uma análise da situação actual da tecnologia. Reflecte sobre as possíveis consequências do desenvolvimento da inteligência artificial e convida-nos a projectarmos a nossa inteligência no futuro. -
Vertigem - A Tentação da IdentidadeVertigem, o terror das alturas, que na verdade é o medo de ceder à tentação de se deixar cair. Antes de Freud, as chamadas «ciências da alma», incluindo a emergente psiquiatria, reservavam às tonturas um lugar de destaque no quadro das patologias mentais, considerando-as o elemento desestabilizador e intoxicante — simultaneamente repulsivo e atraente — sem o qual a própria consciência não era concebível. Na filosofia, se para Montaigne e Pascal a vertigem podia parecer ainda um distúrbio da razão causado pela imaginação, mais tarde o pensamento deixa de a assimilar como uma instabilidade imaginativa ocasional a ser superada, para a reconhecer como parte do seu próprio processo: a identidade manifesta-se insegura, cinética, opaca, vertiginosa, precisamente. Andrea Cavalletti aproxima as suas análises teóricas da representação cinematográfica da queda no vazio de um famoso filme de Hitchcock, «Vertigo». A combinação genial, nunca antes tentada, de dolly e zoom, para criar o efeito de queda, descreve o movimento duplo de «empurrar e reter», que é a condição habitual do sujeito e da intersubjectividade. Para me encontrar, devo olhar para mim do fundo do abismo, com os olhos dos outros.Tradução de Miguel Serras Pereira -
Guardas de Passagem de NívelEste livro é um retrato de uma profissão em vias de extinção - a de guarda de passagem de nível. Fala sobre mulheres que trabalham à beira da via férrea, por vezes em sítios remotos e inóspitos, e que têm por missão assegurar que os comboios passem em segurança pelos atravessamentos rodoviários. O autor faz também uma incursão na vida dos ferroviários e num caminho-de-ferro que está a desaparecer: o cantonamento telefónico, as linhas onde a modernização ainda não chegou, ou que estarão um dia para fechar, e onde a segurança da circulação depende essencialmente de meios humanos. -
Portugal e o Comércio InternacionalO comércio internacional tem sofrido importantes transformações nas últimas décadas e é algo de omnipresente no mundo atual, afetando de forma direta e indireta os países e os indivíduos, quer enquanto consumidores, quer enquanto trabalhadores. Portugal tem testemunhado estas transformações e o bom desempenho das suas exportações é hoje essencial para um crescimento económico equilibrado. Neste contexto, é importante promover a compreensão dos fundamentos, vantagens e desafios do comércio internacional. Esse é o propósito deste livro. -
As Pescas em PortugalO debate sobre as pescas está viciado por mitos e meias-verdades sobre o condicionamento da Comunidade Europeia, a época áurea do Estado Novo ou o peso que perdeu na economia e na demografia. Com contributos de pescadores, armadores, cientistas e decisores políticos, esta é uma história das pescas portuguesas e um retrato do actual estado do sector, num ensaio que lança as bases para um debate urgente e sério sobre as pescas em Portugal. -
Textos sem Açaime - Crítica do Falso Mundo Liberal Progressista e WokeA visão manicomial do presente baseada na economia como pilar fundamental da sociedade e nos simulacros do progressismo (…) transformou a já degradante sociedade consumista e do espectáculo do homem atomizado numa sociedade do controlo, da vigilância e do pensamento único. Voltamos, passadas décadas sobre o terror dos fenómenos totalitários modernos, a assistir a perseguições, a uma cultura do cancelamento, com pensamentos e opiniões proibidas, julgamentos do passado com as lentes do presente, mortos desenterrados e julgados com o viés activista, assassinatos de carácter, culto da delação, proibição do uso de determinadas palavras, alteração dos significados dos conceitos, controlo total da linguagem e dos comportamentos.