Curso de Filosofia em Seis Horas e um Quarto
Um itinerário desmistificador, através das interpretações do homem e do mundo que estão na base do Ocidente Moderno. De Kant a Hegel, de Schopenhauer a Kierkegaard, de Sartre a Heidegger, a excêntrica lição de filosofia do maior escritor polaco do século XX. Em seis horas e um quarto, Gombrowicz reduz à sua expressão mais simples a história do pensamento, deixando o último quarto de hora para o marxismo. Um texto cheio de humor, de brilhantes intuições e de furores contra uma filosofia que, nestes tempos que vivemos, se situa longe da vida e dos problemas reais do homem. Este breve ensaio é, no fundo, uma espécie de antimanual e, ao mesmo tempo, uma declaração trágico-cómica de amor pela filosofia.
| Editora | Teodolito |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Teodolito |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Witold Gombrowicz |
Witold Gombrowicz nasceu em 1904,na Polónia. Em 1939, o estalar da Segunda Guerra Mundial surpreendeu-o durante uma viagem à Argentina e decidiu permanecer em Buenos Aires até que a guerra acabasse. De facto, viriam a passar 24 anos até que abandonasse a Argentina, em 1963, altura em que recebeu uma bolsa da Fundação Ford para viver um ano em Berlim. Após o término da bolsa, mudou-se para Vence, no Sul de França, e aí viveu até ao final da sua vida, em 1969.
Autor de cinco romances, três peças de teatro, um livro de contos e das cerca de setecentas páginas dos seus Diários, Gombrowicz é considerado uma das figuras mais proeminentes da literatura polaca.
Pornografia, o seu terceiro romance, publicado em França, em 1960, ainda durante o seu exílio na Argentina, foi considerada uma obra inaudita e depressa se tornou um clássico da literatura erótica.
-
PornografiaDe passagem pela província, dois cavalheiros de Varsóvia, um escritor e um encenador no outono da vida, dotados de fértil imaginação, convencem-se de que dois amigos de infância, Henia e Karol, com dezasseis anos de idade, tinham sido feitos um para o outro. Apesar de Henia estar noiva de um advogado e de os dois jovens não sentirem atração um pelo outro, os dois artistas não desistem de concretizar o seu desejo de ver consumada a união dos adolescentes. Assim, não pouparão perversos esforços nem olharão aos meios necessários para arquitetar um conjunto de situações que levem os jovens a praticar atos em comum e a trair o noivo de Henia. Essas maquinações são, porém, perturbadas por uma imprevista reviravolta que envolve um homicídio acidental e outro premeditado, pelo que os dois artistas, repensando as suas intenções eróticas acabam também por se envolver em atividades sigilosas e criminosas, que passam por escrever bilhetinhos secretos, vigiar um refém e planear um assassínio. À medida que vão manipulando os jovens e o amor, fazem valer o seu desejo de poder e sedução, formando «uma estranha combinação erótica, um invulgar quarteto sexual», no âmbito do qual a palavra pornografia assume um significado peculiar. -
Ivone: Princesa do BorgonhaPríncipe: (Para Ivone.) Sabeis, assim que se olha para vós, dá-nos ganas de… uma vontade de nos servirmos de vós, de vos magoar: atar-vos uma trela ao pescoço, por exemplo, ou dar-vos pontapés no traseiro, ou pôr-vos a trabalhar numa linha de montagem, picar-vos com uma agulha, ou vontade de vos imitar. Exasperais toda a gente, dais cabo dos nervos, sois uma provocação viva! Sim, há seres que parecem feitos para irritar, excitar, enlouquecer! Existem mesmo... andam aí pelo mundo e cada um de nós acaba por tropeçar no que lhe está destinado. E cá estais vós, toda sentadinha, a mão com os respetivos dedos, a perna com o respectivo pé!… Inédito! Maravilhoso! Sensacional! Como conseguis?Ivone: (Calada.)Príncipe: E como vos calais! Como vos calais tão bem!Tradução e posfácio Luísa Costa Gomes. -
Ferdydurke«Como é que é o herói Ferdydurke? Interiormente é apenas fermento, caos, imaturidade. Para se manifestar exteriormente, e sobretudo face aos outros homens, é que ele tem necessidade da forma ( ) mas esta forma limita-o, viola-o, deforma-o.» O herói é Jozio, que acaba de fazer trinta anos e é raptado pelo seu ex-professor para voltar ao liceu. Condenado a sentar-se nas carteiras de uma sala de aulas, rodeado de adolescentes e de um mestre antigo-regime, a sanidade do protagonista passa a enfrentar uma permanente ameaça, forçado pelo absurdo das circunstâncias. A sua resposta face rs pressoes deformantes da vida quotidiana, atreitas a fabricar inteligencias, doutrinas, obras-de-arte, ciencia, morais e responsabilidades de etiqueta social, é a chacota, a imaturidade, o disparate, o grotesco, a embirraçao, a inteligencia trágica de tudo pôr em causa. Ou, entao, a simples careta, máscara que se pespega para onde quer que o protagonista se vire, máscara em constante formaçao-deformaçao que desanca nos ideais, no romantismo dos ideais e no ideal do nao-romantismo, macaqueia da linguística, puxa as ceroulas r crítica e r análise, um anti-romance cheio de escárnio tenaz contra a saloiada da "nomenclatura" literária e académica e que troça das formas humanas, da maturidade dos eternos e respeitáveis valores da civilizaçao, um livro perfeito de imperfeiçoes que espatifa a postura da razao de estado da cultura. Nas palavras de outro grande escritor polaco, Bruno Schulz, "Gombrowicz mostra que quando nao somos maduros mas da ralé, escória fazendo-se r vida numa tentativa de nos expressarmos e lidamos apenas com a nossa baixeza, estamos mais perto da verdade do que quando somos nobres, sublimes, maduros e definitivos. [...] Todas as formas do homem, os seus gestos e as suas máscaras encobriram o ser humano, entranharam uma negaçao da miserável, nua e crua condiçao humana, e Gombrowicz reivindica-a, adopta-a, reclama o seu regresso de um longo exílio, a partir de uma antiquíssima diáspora. ( ) Demonologista da cultura, um obstinado cao de caça da mentira cultural Uma obra-prima do Modernismo europeu que os acasos da História deixaram na penumbra durante décadas, José Riço Direitinho in Público Ler Ferdydurke é atravessar os territórios mais grandiosos da história da literatura europeia, António Guerreiro in Expresso -
BakakaiBAKAKAI é uma colectânea de contos cuja composição abrange um razoável período da vida literária de Witold Gombrowitcz. Agrupados pela ordem cronológica invertida, os primeiros contos deste livro são os mais recentes, e o último constitui a sua primeira obra literária. Nos dez contos deste livro, encontramos o talento de Gombrowicz para despertar – normalmente a partir de um pequeno incidente ou uma pequena anomalia que surge inesperadamente no quotidiano de um personagem – a presença concreta de um mistério. Numa prosa hábil, mordaz, hilariante e impiedosa, o autor expõe a tensão (levada ao limite do suportável) dos seus assuntos de eleição: a obsessão irracional, a identidade, a forma, a máscara aristocrática, a (i)maturidade e a juventude. -
A Pornografia«A Pornografia, diz Gombrowicz, não é uma sátira mas um romance… o romance de dois homens já na decadência e de um casal de adolescentes, um romance sensualmente metafísico». Num solar polaco em plena ocupação alemã, os dois homens partilham uma mesma paixão obscura por tudo o que é imaturidade, inacabamento, juventude. E com surpreendente perversidade perversidade mental, procuram fazer desabrochar a sensualidade nascente de um belo casal de adolescentes. Impelem o rapaz e a rapariga a cometer um crime, para que este perca o seu carácter sórdido e se revista da ligeireza de um gesto gratuito. Além disso, a morte executada em comum deverá ser para os dois jovens a revelação de uma sensualidade ainda inconsciente. A Pornografia mergulha o leitor numa atmosfera de tragédia e desejo, revelando os grandes temas de Gombrowicz, escritor nascido na Polónia em 1933 e que viveu longamente na Argentina, antes de se fixar em França. -
Diário - Volume 1 - 1953-1958Buenos Aires, 1953. Witold Gombrowicz, polaco exilado cuja consagração era ainda uma miragem, escrevia as primeiras linhas - talvez das mais memoráveis em toda a literatura - deste diário inclassificável, que só a sua morte interromperia em 1969. Destinadas aos leitores polacos da revista Kultura em Paris, estas crónicas sobre uma miríade de temas, em que «cada palavra é escrita contra a corrente» e pura dinamite que rebenta com estrondo ideias feitas, converter-se-iam na magnum opus do autor. Destas páginas nada sai ileso: o efémero conforto das ideologias, a pequenez dos nacionalismos, o provincianismo literário, a arte politicamente comprometida e a humanidade em geral. Proibido pelo regime comunista na Polónia, Diário circulou clandestinamente e apenas em 1989 foi publicado sem os cortes da censura. -
Diário, Vol.2 - (1959-1969)Buenos Aires, 1953. Witold Gombrowicz, polaco exilado cuja consagração era ainda uma miragem, escrevia as primeiras linhas — talvez das mais memoráveis em toda a literatura — deste Diário inclassificável, que só a sua morte interromperia em 1969. Destinadas aos leitores polacos da revista Kultura em Paris, estas crónicas estralejantes sobre uma miríade de temas, em que «cada palavra é escrita contra a corrente» e pura dinamite que rebenta com estrondo ideias feitas, converter-se-iam na magnum opus do autor. Neste segundo e derradeiro volume do Diário, depois de vinte e quatro anos na Argentina, o autor regressa à Europa – a Berlim, a convite da Fundação Ford, aos círculos literários de Paris e a Vence, onde se fixaria definitivamente com a futura mulher, Rita. O iconoclasta e subversor inveterado converte agora o Velho Mundo no seu palco e terá de lidar com os assomos da consagração, dos prémios e das honrarias. Proibido pelo regime comunista na Polónia, Diário circulou clandestinamente e apenas em 1989 foi publicado sem os cortes da censura.
-
NovidadeA Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
NovidadeInglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
NovidadeTextos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
NovidadeCaminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.
