Da Raiz (transparências)
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Da Raiz (transparências)
de Conceição Oliveira, submergimos numa ideia de utopia do mundo, definida e assente numa
construção da sílaba exposta, uma espécie de frágil maravilhoso, que nas suas existentes
diferenças não deixa de lembrar de alguma forma Manoel de Barros, quando este celebra as
coisas do mundo olhadas de azul, pois escrever é carregar água na peneira. Nestes
poemas, Conceição Oliveira acompanha e escolta a evasão dos pássaros no murmúrio dos
riachos e mergulha e entranha os pés em terra fresca, alimenta (se) o seu corpo, o
físico e o da poesia, de todas as emoções e frutos, alvoroços e carpos, sílabas e verbos,
de forma transbordante e vulnerável pelo ébrio eu lírico, pois só assim a terra
dispara, rumo ao infinito, voando
! Poesia oferecida, poesia como quer o poema, pois
como diz Lorca, a poesia não quer adeptos, quer amantes e este livro em sua utopia de
mar e terra, é o cântico lírico da ave, o náufrago entoando: a minha casa é a ilha onde
aporto em tempestades, siderado (ele) e siderados (os leitores), pelo entendimento que
transcende o entendimento comum, solto pela raiz - a poesia em sua plena imanência.
João Rasteiro
João Rasteiro
| Editora | Palimage |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Palimage |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Conceição Oliveira |
Conceição Oliveira
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A Palavra de FogoÉ necessário excitar a memória pela emoção e, desta forma, alcançar o sublime na práxis da vida, uma consistente leitura do passado, poética, uma interpretação do presente, escutando uma melodia dos sentidos, e uma projecção do futuro, pautada por um discernimento ancestral e contado ao segundo.É necessário a simplicidade do todo, do conjunto, do percurso no quotidiano que não esgota. O compromisso com os passos que esbarram permanentemente com palavras, cantando memórias que fecundam a alma no ventre da vida. Pressupostos de Vida numa desconstrução evolutiva de um entendimento poético que traduz indagações incontornáveis para nos percebermos… simplesmente, experienciarmo-nos, penetrando-nos de vivências e materialidades, ambicionando a orgástica utopia de nos alcançarmos! J.M. Vieira Duque, Conservador do Museu Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso, 2022
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NovidadeAlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
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