
Poderá gostar
Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
- Categorias:
- Ano: 2023
- ISBN: 9789895662715
- Número de páginas: 194
- Capa: Brochada
Sinopse
O nome do livro sintetiza bem todo o seu conteúdo. Nele passo a escrito lembranças que fui buscar ao meu “Baú da Papelada”. No início são histórias da minha infância e da vida da gente pobre da Ribeira do Sado. A seguir vêm os anos da vida escolar. Terminado o meu curso de Engenharia Eletrotécnica cheguei, enfim, à cidade do Templo de Diana, onde vim trabalhar nas telecomunicações dos CTT.
***
Até ao 25 de Abril, a conselho de um velho democrata meu amigo, não me expus politicamente e, não conhecendo ninguém da oposição local, fiquei surpreendido quando, em maio de 1974, me vieram convidar para fazer parte da Comissão Administrativa (CA) da Câmara.
Ao procurar saber a razão do convite, disseram-me: “nós nunca falámos consigo, mas tínhamos a certeza que era da oposição, porque víamos que todos os dias ia comprar o jornal República, aliás, entre nós era conhecido por ‘o engenheiro que compra a República na tabacaria do Agostinho’.” Aceitei o convite e, em julho de 1974, tomei posse de vereador na CA. Continuei ligado à autarquia, como vereador da FEPU, e fiz 3 mandatos na Assembleia Municipal nas listas do PS.
***
O Eng.o Acácio Alferes partilha connosco de forma simples, quase romântica, o seu percurso de homem atento ao seu tempo, às pessoas, aos aconteci- mentos e sempre ao lado dos humildes e desprotegidos. Com “voz doce e bons modos” mesmo quando foi vítima de saneamento iníquo e estúpido (consequências de ser de esquerda). Longa marcha que o leva a Setúbal, do tempo de Rómulo de Carvalho (António Gedeão), a Évora e ao Instituto Superior Técnico. Passando pelas dificuldades dos estudantes de modestas posses, quartos baratos, restaurantes de qualidade duvidosa e dando explicações para poder estudar. Participando, naturalmente, nas lutas que surgem no rescaldo dos efeitos do decreto 40900, que queria submeter as Associações Académicas à Mocidade Portuguesa, até às greves de 1962 e em todos os movimentos dessa época contra a ditadura. Conquistada a liberdade, foi autarca, militante democrata, sempre presente no terreno, acompanhando os movimentos populares em Évora o que leva a direita revanchista a “saneálo” pondo-o na prateleira. Quadros da vida de um técnico brilhante que é acima de tudo um humanista. [MANUEL L. MALHEIROS]
Ler mais