À luz das descobertas da neurobiologia, de que foi um dos principais mentores, Henri Laborit propõe uma teoria da fuga, a partir da qual analisa aspetos fundamentais da vida em sociedade (o amor, a morte, o trabalho, etc.), insistindo na necessidade quase permanente de fugirmos da situação em que nos encontramos, quase sempre geradora de angústia, em busca de um novo estado de prazer que nos liberte das relações de força e de poder que necessariamente nos condicionam.
Henri Laborit empenha-se num trabalho extraordinário, que muito interessa a todos os homens dos nossos dias: reunir os fios aparentemente esparsos das três grandes ciências deste final do século XX - a astrofísica, a física das partículas e a biologia. Como passar do Big Bang para o desenvolvimento celular? Como se estabelece uma comunicação entre o vácuo quântico e os buracos negros? Quais as relações ente os electrões e a angústia?Na presente obra, Henri Laborit convida-nos para uma fabulosa viagem que transporta o leitor desde a criação do Universo até à reacção agressiva de um rato numa gaiola de laboratório, dos homenzinhos verdes (que não existem, diz ele) aos encantos e à beleza de um corpo humano.Desde 1950 que Laborit explora os mecanismos dos seres vivos, descobrindo novas drogas nos domínios da anestesia, cardiologia ou psiquiatria. Contudo, a sua trajectória social e científica é contemplada tanto pelo reconhecimento dos americanos como pela incompreensão dos seus compatriotas.Quanto ao grande público, apenas descobre Laborit e a sua obra graças à dezena de livros que publicou a partir de 1968 e, sobretudo, graças ao polémico filme de Alain Resnais, O Meu Tio da América.
«Revoltar-se é cavar a sua própria ruína, pois a revolta, quando se realiza em grupo, recupera de imediato uma escala hierárquica de submissão dentro do grupo, e a revolta solitária depressa leva à supressão do revoltado pela generalidade anormal que se crê detentora da normalidade. Não resta senão a fuga.»
À luz das descobertas da neurobiologia, de que foi um dos principais mentores, Henri Laborit propõe uma teoria da fuga, a partir da qual analisa aspetos fundamentais da vida em sociedade (o amor, a morte, o trabalho, etc.), insistindo na necessidade quase permanente de fugirmos da situação em que nos encontramos, quase sempre geradora de angústia, em busca de um novo estado de prazer que nos liberte das relações de força e de poder que necessariamente nos condicionam. Há quem procure refúgio no álcool, nas drogas, na psicose ou no suicídio, mas há também quem consiga escapar para mundos imaginários, como os da arte. Essa é a fuga para a frente, a fuga que Laborit aqui preconiza, aquela que abre caminho para a revolução permanente, que não aceita uma estrutura fechada ou um alvo a atingir. Um livro de uma honestidade e de um desassombro surpreendentes.
Esta obra é composta por textos que mostram o progresso das reflexões sobre a problemática da identidade da Ciência da Religião. Os ensaios garantem o acesso à sua interrelação temática e lógica subjacente, algo que não se revela pela leitura individual dos textos. Aqui serão esclarecidos e exemplificados os princípios que caracterizam a Ciência da Religião desde o início da sua institucionalização nas últimas décadas do século XIX. Além disso, será discutido em que sentido esses princípios qualificam a disciplina para sua funcionalidade extra-acadêmica. Essa atualização do livro Constituintes da Ciência da Religião (Paulinas, 2006) se entende como uma reação ao desconhecimento das especificidades da Ciência da Religião, não apenas por parte do público em geral, mas também entre estudantes e, até mesmo, docentes da área no Brasil.
«Da ideia de Jesus, anunciada no Antigo Testamento e progressivamente sustentada por imagens ao longo dos séculos de arte cristã, a Bin Laden, que declara guerra de morte ao nosso Ocidente esgotado, é o fresco épico da nossa civilização que aqui proponho. Nele encontramos: monges loucos do deserto, imperadores cristãos sanguinários, muçulmanos a construir o seu "paraíso à sombra das espadas", grandes inquisidores, bruxas montadas em vassouras, julgamentos de animais, índios de penas com Montaigne nas ruas de Bordéus, a ressurreição de Lucrécio, um padre ateu que anuncia a morte de Deus, uma revolução jacobina que mata dois reis, ditadores de esquerda e depois de direita, campos de morte castanhos e vermelhos, um artista que vende os seus excrementos, um escritor condenado à morte por ter escrito um romance, dois rapazes que evocam o islão e degolam um pároco em plena missa - sem esquecer mil outras coisas...»