Elogio da Loucura
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Neste elogio de si mesma, a Loucura apresenta-se sob a forma de uma mulher dirigindo-se a um auditório composto por toda a Humanidade, expondo ao ridículo os vícios e as manias da sociedade do período que corresponde à transição da Idade Média para o Renascimento. Todas as baixezas são impiedosamente elencadas, para gáudio da sua mentora, a inultrapassável oradora deste discurso, a quem todos, de uma maneira ou de outra, prestam tributo e vassalagem.
Numa prosa tão rica quanto sarcástica, a Loucura celebra a juventude, o prazer e a embriaguez, ao mesmo tempo que critica as pretensões e fragilidades humanas, sobretudo as do clero.
| Editora | Edições 70 |
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| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Erasmo de Roterdão |
Desiderius Erasmus Roterodamus ou Desidério Erasmu de Roterdão (1466-1532) foi um filósofo e teólogo holandês conhecido como o «Príncipe dos Humanistas». Pouco se sabe sobre a sua vida. Terá sido filho de um padre católico e da sua provável caseira, filha de um médico. Apesar de não serem legalmente casados, terão educado Erasmo até ao seu falecimento prematuro em 1483, vítimas da peste.
Terá passado pelas mais importantes escolas monásticas do país e, numa delas, para além dos clássicos latinos teve a disciplina de grego clássico pela primeira vez ensinada em toda a Europa num nível de ensino inferior à Universidade.
Apesar de ser um devoto praticante, Erasmo cedo se insurgiu contra os extremismos da vida monástica. É ordenado sacerdote em 1492. Em Stein ter-se-á supostamente apaixonado por um colega cônego ao qual escreveu catas apaixonadas. Pouco tempo depois conseguiu o cargo de secretário de um Bispo devido ao seu superior conhecimento de latim. Seguidamente em virtude dos seus conhecimentos humanistas, recebeu uma dispensa temporária dos votos religiosos - apesar de se ter mantido padre - e, no papado de Leão X, essa dispensa foi prolongada indefinidamente pelo próprio Papa, uma circunstância deveras incomum.
Por meio dessa dispensa foi estudar na Universidade de Paris onde se cruzou com alguns dos nomes maiores do Renascimento católico.
Aceita, em 1499, o convite de um jovem e atraente Barão para visitar Inglaterra e lá trava conhecimento com os grande pensadores ingleses entre os quais Thomas More de quem se tornou grande amigo. Estuda na Universidade de Oxford onde descobre a verdadeira importância dos textos gregos e, de 1510 a 1510, lecciona e estuda na Universidade de Cambridge mas parte por motivos de saúde e para estudar as fontes gregas que lhe dariam um melhor conhecimento sobre as origens do cristianismo.
Durante essa estada teve, ainda assim tempo para visitar Itália e outros países tornando-se um dos epicentros da discussão intelectual da época.
Entre o estabelecimento de um colégio trilingue na universidade de Lovaina (grego, latim e Hebraico) e a criação de um centro de operações do humanismo católico em Basileia, Erasmo continuava o seu projecto de terminar uma bíblia mais próxima dos textos originais. E enquanto essa projecto se desenvolvia, Erasmo, como muitos dos seus colaboradores e correspondentes, iam descobrindo textos julgados perdidos que constantemente alteravam o percurso do projecto principal trazendo novas perspectivas e leituras.
A sua edição do novo testamento em grego serviu de base a Martinho Lutero com quem Erasmo viria a ter uma tremenda disputa intelectual no começo dos movimentos protestantes e reformistas.
A verdade é que uma posição de não compromisso deixou Erasmo mal-visto entre os reformistas e os tradicionalistas. Foi acusado por ambos de falta de coragem e compromisso. Com o surgir dos conflictos sociais originados pela disputa intelectual e teológica de reformistas e da Igreja de Roma muitos acabaram por dar razão à posição conciliadora de Erasmo que abominava a pena de morte para hereges e outros extremismos.
Em 1530 as vendas de livros de Erasmo quer sobre assuntos religiosos quer sobre assuntos laicos representavam cerca de 20% vendas de Livros na Europa.
Morre subitamente em 1536 quando se preparava para partir para Brabante após convite da Rainha da Holanda.
Os seus textos, traduções e edições bem como a sua extensa correspondência marcaram boa parte da discussão teológica e filosófica durante os séculos seguintes.
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A Guerra e A Queixa da PazMuito mais citado do que realmente conhecido, Erasmo associa-se hoje sobretudo ao conceito de «irenismo», ou seja, de uma forma lata, a atitude que professa o repúdio por todo tipo de beligerência e uma ilimitada confiança na eficácia do diálogo e do recurso à arbitragem para a resolução dos conflitos que opõem os homens. Em 1500, publica em Paris uma pequena selecção de oitocentos provérbios comentados, que intitula Adagiorum collectanea, obra com a qual lança as bases da imensa popularidade de que gozou durante o resto da sua vida. Esta obra irá ser, ao longo dos anos, objecto de sucessivas edições, sempre aumentadas, quer pelo número dos adágios recolhidos, quer pelos acrescentos que o autor constantemente fazia. Mais importante para nós, porém, é o facto de Erasmo ter feito de alguns dos provérbios o pretexto para escrever verdadeiros ensaios independentes sobre os temas que lhe eram mais caros. Neste caso se encontra o adágio 3001, o Dulce bellum, que é o mais estruturado e conhecido dos muitos textos que Erasmo consagrou à temática irénica. O êxito do Dulce bellum foi imediato, justificando tiragens separadas logo a partir de 1517 e traduções ainda em vida do autor. «A Queixa da Paz» é publicada pela primeira vez, em Basileia em Dezembro de 1517. Foi escrita em 1516, a pedido do grande chanceler João Le Sauvage. Faziam-se então grandes aprestos em Cambrai para uma conferência que reuniria os maiores príncipes do mundo. Como o leitor facilmente se dará conta, há muitos pontos de contacto e semelhanças de desenvolvimento entre os dois textos anti-belicistas que aqui se reúnem. -
Elogio da LoucuraO Elogio da Loucura, (em grego Morias Engomion (Μωρίας Εγκώμιον), latim Stultitiae Laus) é um ensaio escrito em 1509 por Erasmo de Roterdã e publicado em 1511. O Elogio da Loucura é considerado um dos mais influentes livros da civilização ocidental e um dos catalisadores da Reforma Protestante.O livro começa com um aspecto satírico para depois tomar um aspecto mais sombrio, em uma série de orações, já que a loucura aprecia a auto-depreciação, e passa então a uma apreciação satírica dos abusos supersticiosos da doutrina católica e das práticas corruptas da Igreja Católica Romana. O ensaio termina com um testamento claro e por vezes emocionante dos ideais cristãos. -
Diálogo Ciceroniano (Grandes Nomes do Pensamento, #19)O holandês Erasmo (1466-1536), espírito independente, liberal e cosmopolita, figura prestigiada junto das autoridades políticas, religiosas e académicas do seu tempo, foi um dos expoentes intelectuais do Renascimento. Deve-se-lhe, entre outras obras, a primeira edição crítica moderna em latim do Novo Testamento, logo retraduzida noutras línguas, e uma famosa sátira filosófica da sua época, o Elogio da loucura (1509). O presente diálogo Ciceronianus (1528), cedo influente nas controvérsias literárias, retóricas e estéticas da Europa do séc. XVI, é também satírico. Com efeito, nos escritos da época predominava, não só o latim (língua dos textos do próprio Erasmo), mas um estilo normativo mimético da prosa de Cícero, o grande escritor e filósofo romano, modelo por excelência do latim literário. Escrever bem era escrever, no estilo e até na linguagem, «puro Cícero». Erasmo, admirador mas não imitador do mestre romano, satiriza aqui essa idolatria literária, esse purismo ciceroniano que, segundo ele, fossiliza, em vez de vivificar, a língua. E contrapropõe, à imitação de um único modelo, a de vários, aquilo a que chama uma «imitação composta». -
Elogio da Loucura«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades», defendia Camões, contemporâneo de Erasmo, mas a loucura reina imutável e suprema. Daí que este encómio da Loucura a si mesma tenha sobrevivido mais de 500 anos desde a sua primeira publicação, em 1511, e seja tão atual hoje quanto no dealbar do século XVI, ainda que os seus principais apaniguados já não usem batina — embora a usem também —, mas se apresentem em público de fato e gravata, ou já nem de gravata.Neste elogio de si mesma, a Loucura apresenta-se sob a forma de uma mulher dirigindo-se a um auditório composto por toda a Humanidade, expondo ao ridículo os vícios e as manias da sociedade do período que corresponde à transição da Idade Média para o Renascimento. Nenhuma classe, nenhum uso e nenhum maneirismo são poupados à crítica viperina da Loucura. Todas as baixezas são impiedosamente elencadas, para gáudio da sua mentora, a inultrapassável oradora deste discurso, a quem todos, de uma maneira ou de outra, prestam tributo e vassalagem.Numa prosa tão rica quanto sarcástica, aqui vertida diretamente do latim (ao que tudo indica, pela primeira vez), com um irresistível travo arcaizante, por António Guimarães Pinto, a Loucura celebra a juventude, o prazer e a embriaguez, ao mesmo tempo que critica as pretensões e fragilidades humanas, sobretudo as do clero, classe a que Erasmo pertencia, antepondo essa forma baixa de demência à elevada «loucura» da simples piedade cristã. -
Elogio da LoucuraEscrito como uma «brincadeira» durante uma semana de viagem por Inglaterra na companhia de Thomas More, o livro de Erasmo tornou-se o grande sucesso do Renascimento Europeu.O texto que a «deusa» Loucura faz o seu próprio elogio, foi uma brincadeira que surpreendeu o seu Autor e os seus amigos ao tornar-se um sucesso de vendas por toda a Europa do Renascimento. A apologia da espontaneidade, da criatividade e do improviso, o líbelo contra a superstição e toda a informação não cientificamente comprovável cruzou a Europa e foi elogiado por Príncipes, Papas e pelos maiores intelectos do seu tempo e ao longo dos séculos seguintes.Anos mais tarde foi um dos textos que esteve na base da reforma protestante e mudou, também aí, a face do mundo.Nos tempos que correm, nesta era da desinformação em que tomamos supersticiosamente por verdade qualquer dado que encontramos sem o verificarmos, é fundamental ler e reler Erasmo.«Uma obra deliciosa e a mais extraordinária das sátiras renascentistas.» - Anthony Grafton«Um livro que todos deveriam ler não apenas pela sua importância histórica, mas pelas lições intemporais sobre a natureza humana.» - Margaret Atwood«Uma obra que combina humor, sabedoria e sagacidade moralde uma forma raramente equiparada na história da literatura.» - Ralph Waldo Emerson
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A Identidade da Ciência da ReligiãoEsta obra é composta por textos que mostram o progresso das reflexões sobre a problemática da identidade da Ciência da Religião. Os ensaios garantem o acesso à sua interrelação temática e lógica subjacente, algo que não se revela pela leitura individual dos textos. Aqui serão esclarecidos e exemplificados os princípios que caracterizam a Ciência da Religião desde o início da sua institucionalização nas últimas décadas do século XIX. Além disso, será discutido em que sentido esses princípios qualificam a disciplina para sua funcionalidade extra-acadêmica. Essa atualização do livro Constituintes da Ciência da Religião (Paulinas, 2006) se entende como uma reação ao desconhecimento das especificidades da Ciência da Religião, não apenas por parte do público em geral, mas também entre estudantes e, até mesmo, docentes da área no Brasil. -
Decadência: o declínio do Ocidente«Da ideia de Jesus, anunciada no Antigo Testamento e progressivamente sustentada por imagens ao longo dos séculos de arte cristã, a Bin Laden, que declara guerra de morte ao nosso Ocidente esgotado, é o fresco épico da nossa civilização que aqui proponho. Nele encontramos: monges loucos do deserto, imperadores cristãos sanguinários, muçulmanos a construir o seu "paraíso à sombra das espadas", grandes inquisidores, bruxas montadas em vassouras, julgamentos de animais, índios de penas com Montaigne nas ruas de Bordéus, a ressurreição de Lucrécio, um padre ateu que anuncia a morte de Deus, uma revolução jacobina que mata dois reis, ditadores de esquerda e depois de direita, campos de morte castanhos e vermelhos, um artista que vende os seus excrementos, um escritor condenado à morte por ter escrito um romance, dois rapazes que evocam o islão e degolam um pároco em plena missa - sem esquecer mil outras coisas...»
