Ensaios de Espelho
Recolha de 30 anos de dispersos sobre literatura e guerra, ensaios biográficos, crítica literária e cinematográfica.
| Editora | Edições Sem Nome |
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| Editora | Edições Sem Nome |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rui de Azevedo Teixeira |
Rui de Azevedo Teixeira nasceu em Argivai, Póvoa de Varzim. Combateu em Angola. Doutorou-se em Literatura Portuguesa e agregou, por unanimidade, em Estudos Portugueses – Literatura. Ensinou em universidades europeias e africanas. Organizou os congressos internacionais sobre a Guerra Colonial (Instituto de Defesa Nacional, 2000) e a Guerra do Ultramar (Fórum Cultural do Seixal, 2001)
LIVROS PUBLICADOS:
A Guerra Colonial e o Romance Português: Agonia e Catarse (Tese de Doutoramento, 1998)
O Leitor Hedonista: Sobre o Romance Português Contemporâneo e Outros Textos (2003)
O Fim do Império e a Novelística Feminina (2004)
Uma Proposta de Cânone (Aula das provas públicas de agregação, 2005)
A Guerra de Angola: 1961-1974 (2010)
Homem de Guerra e Boémio: Jaime Neves por Rui de Azevedo Teixeira (2012)
Ensaios de Espelho (2020)
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A Guerra de Angola 1961-1974Em suma: no plano meramente militar com a (quase) amputação do corpo guerrilheiro do MPLA e com os outros movimentos de joelhos , nada podia impedir que a mais aportuguesada das colónias continentais africanas fosse o último vértice do grande triângulo luso-tropicalista: Lisboa-Rio-Luanda, triângulo que faria do Atlântico Sul um lago lusófono de domínio branco. A concretização dessa utopia triangular era defendida por muitos [ ].Mais de três décadas depois da guerra de Angola, se não existe o triângulo luso-tropicalista, existe com certeza, e cada vez mais, uma lusofonia atlântica. O Atlântico Sul é um lago lusófono, não de domínio branco exclusivo, mas também negro e mestiço, ou seja, uma malha civilizacional morena, tendo por suporte a língua portuguesa, cobre o Sul do Atlântico. -
Jaime Neves por Rui Azevedo Teixeira - Homem de guerra e boémioNo dia 13 de julho de 1995, é concedido pelo Presidente da República Mário Alberto Nobre Lopes Soares ao coronel de infantaria comando Jaime Alberto Gonçalves das Neves a mais alta condecoração portuguesa. É a imensa notícia que o Tigre esperava há muito. Há muito já que tinha direito à distinção suprema. Desde esse dia, Jaime Neves é membro oficial da aristocracia da coragem portuguesa. Como pouquíssimos outros, entre eles Alpoím Calvão, Abreu Cardoso ou Lobato Faria, pode ostentar o grau de Grande-Oficial com palma da Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito, cujo texto legislativo fundador é de Almeida Garrett. Para a máxima distinção oficial da Nação, as razões apontadas no texto de Soares, através de cinco considerandos, são: a "brilhante e valorosa carreira militar" durante a qual "prestou altos serviços às Forças Armadas e à Pátria, marcados pelo heroísmo, abnegação, altruísmo e notável espírito de decisão"; a ação na Guerra de África, onde "no comando de tropas em campanha revelou invulgares qualidades de chefia, espírito de missão, coragem e sangue frio em ações de alto risco debaixo de fogo"; a atuação em Portugal onde "teve uma participação decisiva nas acções militares que conduziram à restauração da democracia em Portugal e à sua intransigente defesa, nomeadamente pela sua atuação em 16 de março de 1974, em 25 de abril de 1974, e em 25 de novembro de 1975"; e ainda devido às "qualidades de carácter, generosidade e frontalidade que são timbre da sua personalidade e o prestígio nacional que goza, quer entre os seus camaradas de armas, quer na sociedade civil". E porque a Torre e Espada é o corolário maior de outras importantes distinções oficiais, Jaime Alberto Gonçalves das Neves recebe-a também devido às "elevadas condecorações e significativos louvores" que foi colecionando ao longo da vida de profissional das armas... -
O Longo Braço do PassadoO acaso não existe.A vida não passa de uma infinita rede de causas e consequências.Entre a violentíssima Angola pós-colonial, onde Paulo de Trava Lobo ensina Teoria da Literatura, e a pacata Alemanha, onde, no maior sossego, faz o doutoramento sobre Camões; entre o decadente Grande Hotel da Huíla, acossado pelo «regresso vingativo da natureza», e o «luxo puro e duro, sem misericórdia» do Ritz de Paris; entre a Bulgária do cigano Todor Jivkov, os EUA, a Lisboa universitária e literata e o centro de Bissau, onde «os olhos vermelhos dos abutres», num telhado, escrutinam a vizinhança, O Longo Braço do Passado revela um pesado rosário de causas e consequências. A causa primeira é uma chantagem do Mal Vermelho a Diana Sotirova, que viverá um amor impossível por Paulo, cuja relação com Iza é inexpugnável; a primeira consequência, «um crime justo». Paulo organiza o crime, apoiado por Kama, o seu Mano Preto, a quem ajudara num caso em que «até o perdão seria pecado». -
O Imenso, Sereno e Doce RioCirce, Ulisses, Penélope?!A paixão entre a militante do PCP e o «fascista» comando começou pela voz, «capaz de derreter os ossos a um homem», e pelo masculino «melhor cheiro do mundo». Ana de Jesus Roriz e Paulo de Trava Lobo, entre terramotos de cama, conversavam sobre o meio literário e discutiam o país e a política. Às coçadas histórias comunistas de Ana, Paulo contrapunha a «transcendência vazia» do comunismo ou o «Ketman estético». As ásperas discussões – «penedo mental», «assassino de guerrilheiros» – acabavam, contudo, macias sobre os lençóis. Na verdade, ambos sentiam no outro o fascínio pelo melhor inimigo, pelo dono do «defeito perfeito». Entre os Jardins do Éden e o Inferno, aos solavancos, viviam un amour vache por Lisboa, Alentejo e Linha.Mas havia Iza, a mulher de Paulo, o amor que o fazia transbordar de ternura. E, como sempre com o antigo comando, a violência. Em Moçambique, no Rio, no Porto…
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Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Ética no Mundo RealPeter Singer é frequentemente descrito como o filósofo mais influente do mundo. É também um dos mais controversos. Neste livro de ensaios breves, Singer aplica as suas controversas formas de pensar a questões como as alterações climáticas, a pobreza extrema, os animais, o aborto, a eutanásia, a seleção genética humana, o doping no desporto, a venda de rins, a ética da arte de elevado preço e formas de aumentar a felicidade. Provocantes e originais, estes ensaios irão desafiar — e possivelmente mudar — as suas crenças sobre uma variedade de questões éticas do mundo real. -
Inteligência ArtificialEste ensaio descreve, de forma acessível, o que é a inteligência artificial e a sua relação com a inteligência humana, assim como possíveis aplicações e implicações societais e económicas. Inclui uma perspectiva histórica e uma análise da situação actual da tecnologia. Reflecte sobre as possíveis consequências do desenvolvimento da inteligência artificial e convida-nos a projectarmos a nossa inteligência no futuro. -
Vertigem - A Tentação da IdentidadeVertigem, o terror das alturas, que na verdade é o medo de ceder à tentação de se deixar cair. Antes de Freud, as chamadas «ciências da alma», incluindo a emergente psiquiatria, reservavam às tonturas um lugar de destaque no quadro das patologias mentais, considerando-as o elemento desestabilizador e intoxicante — simultaneamente repulsivo e atraente — sem o qual a própria consciência não era concebível. Na filosofia, se para Montaigne e Pascal a vertigem podia parecer ainda um distúrbio da razão causado pela imaginação, mais tarde o pensamento deixa de a assimilar como uma instabilidade imaginativa ocasional a ser superada, para a reconhecer como parte do seu próprio processo: a identidade manifesta-se insegura, cinética, opaca, vertiginosa, precisamente. Andrea Cavalletti aproxima as suas análises teóricas da representação cinematográfica da queda no vazio de um famoso filme de Hitchcock, «Vertigo». A combinação genial, nunca antes tentada, de dolly e zoom, para criar o efeito de queda, descreve o movimento duplo de «empurrar e reter», que é a condição habitual do sujeito e da intersubjectividade. Para me encontrar, devo olhar para mim do fundo do abismo, com os olhos dos outros.Tradução de Miguel Serras Pereira -
Guardas de Passagem de NívelEste livro é um retrato de uma profissão em vias de extinção - a de guarda de passagem de nível. Fala sobre mulheres que trabalham à beira da via férrea, por vezes em sítios remotos e inóspitos, e que têm por missão assegurar que os comboios passem em segurança pelos atravessamentos rodoviários. O autor faz também uma incursão na vida dos ferroviários e num caminho-de-ferro que está a desaparecer: o cantonamento telefónico, as linhas onde a modernização ainda não chegou, ou que estarão um dia para fechar, e onde a segurança da circulação depende essencialmente de meios humanos. -
Portugal e o Comércio InternacionalO comércio internacional tem sofrido importantes transformações nas últimas décadas e é algo de omnipresente no mundo atual, afetando de forma direta e indireta os países e os indivíduos, quer enquanto consumidores, quer enquanto trabalhadores. Portugal tem testemunhado estas transformações e o bom desempenho das suas exportações é hoje essencial para um crescimento económico equilibrado. Neste contexto, é importante promover a compreensão dos fundamentos, vantagens e desafios do comércio internacional. Esse é o propósito deste livro. -
As Pescas em PortugalO debate sobre as pescas está viciado por mitos e meias-verdades sobre o condicionamento da Comunidade Europeia, a época áurea do Estado Novo ou o peso que perdeu na economia e na demografia. Com contributos de pescadores, armadores, cientistas e decisores políticos, esta é uma história das pescas portuguesas e um retrato do actual estado do sector, num ensaio que lança as bases para um debate urgente e sério sobre as pescas em Portugal. -
Textos sem Açaime - Crítica do Falso Mundo Liberal Progressista e WokeA visão manicomial do presente baseada na economia como pilar fundamental da sociedade e nos simulacros do progressismo (…) transformou a já degradante sociedade consumista e do espectáculo do homem atomizado numa sociedade do controlo, da vigilância e do pensamento único. Voltamos, passadas décadas sobre o terror dos fenómenos totalitários modernos, a assistir a perseguições, a uma cultura do cancelamento, com pensamentos e opiniões proibidas, julgamentos do passado com as lentes do presente, mortos desenterrados e julgados com o viés activista, assassinatos de carácter, culto da delação, proibição do uso de determinadas palavras, alteração dos significados dos conceitos, controlo total da linguagem e dos comportamentos.