O Longo Braço do Passado
O acaso não existe.
A vida não passa de uma infinita rede de causas e consequências.
Entre a violentíssima Angola pós-colonial, onde Paulo de Trava Lobo ensina Teoria da Literatura, e a pacata Alemanha, onde, no maior sossego, faz o doutoramento sobre Camões; entre o decadente Grande Hotel da Huíla, acossado pelo «regresso vingativo da natureza», e o «luxo puro e duro, sem misericórdia» do Ritz de Paris; entre a Bulgária do cigano Todor Jivkov, os EUA, a Lisboa universitária e literata e o centro de Bissau, onde «os olhos vermelhos dos abutres», num telhado, escrutinam a vizinhança, O Longo Braço do Passado revela um pesado rosário de causas e consequências.
A causa primeira é uma chantagem do Mal Vermelho a Diana Sotirova, que viverá um amor impossível por Paulo, cuja relação com Iza é inexpugnável; a primeira consequência, «um crime justo». Paulo organiza o crime, apoiado por Kama, o seu Mano Preto, a quem ajudara num caso em que «até o perdão seria pecado».
| Editora | Guerra & Paz |
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| Editora | Guerra & Paz |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rui de Azevedo Teixeira |
Rui de Azevedo Teixeira nasceu em Argivai, Póvoa de Varzim. Combateu em Angola. Doutorou-se em Literatura Portuguesa e agregou, por unanimidade, em Estudos Portugueses – Literatura. Ensinou em universidades europeias e africanas. Organizou os congressos internacionais sobre a Guerra Colonial (Instituto de Defesa Nacional, 2000) e a Guerra do Ultramar (Fórum Cultural do Seixal, 2001)
LIVROS PUBLICADOS:
A Guerra Colonial e o Romance Português: Agonia e Catarse (Tese de Doutoramento, 1998)
O Leitor Hedonista: Sobre o Romance Português Contemporâneo e Outros Textos (2003)
O Fim do Império e a Novelística Feminina (2004)
Uma Proposta de Cânone (Aula das provas públicas de agregação, 2005)
A Guerra de Angola: 1961-1974 (2010)
Homem de Guerra e Boémio: Jaime Neves por Rui de Azevedo Teixeira (2012)
Ensaios de Espelho (2020)
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A Guerra de Angola 1961-1974Em suma: no plano meramente militar com a (quase) amputação do corpo guerrilheiro do MPLA e com os outros movimentos de joelhos , nada podia impedir que a mais aportuguesada das colónias continentais africanas fosse o último vértice do grande triângulo luso-tropicalista: Lisboa-Rio-Luanda, triângulo que faria do Atlântico Sul um lago lusófono de domínio branco. A concretização dessa utopia triangular era defendida por muitos [ ].Mais de três décadas depois da guerra de Angola, se não existe o triângulo luso-tropicalista, existe com certeza, e cada vez mais, uma lusofonia atlântica. O Atlântico Sul é um lago lusófono, não de domínio branco exclusivo, mas também negro e mestiço, ou seja, uma malha civilizacional morena, tendo por suporte a língua portuguesa, cobre o Sul do Atlântico. -
Ensaios de EspelhoRecolha de 30 anos de dispersos sobre literatura e guerra, ensaios biográficos, crítica literária e cinematográfica. -
Jaime Neves por Rui Azevedo Teixeira - Homem de guerra e boémioNo dia 13 de julho de 1995, é concedido pelo Presidente da República Mário Alberto Nobre Lopes Soares ao coronel de infantaria comando Jaime Alberto Gonçalves das Neves a mais alta condecoração portuguesa. É a imensa notícia que o Tigre esperava há muito. Há muito já que tinha direito à distinção suprema. Desde esse dia, Jaime Neves é membro oficial da aristocracia da coragem portuguesa. Como pouquíssimos outros, entre eles Alpoím Calvão, Abreu Cardoso ou Lobato Faria, pode ostentar o grau de Grande-Oficial com palma da Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito, cujo texto legislativo fundador é de Almeida Garrett. Para a máxima distinção oficial da Nação, as razões apontadas no texto de Soares, através de cinco considerandos, são: a "brilhante e valorosa carreira militar" durante a qual "prestou altos serviços às Forças Armadas e à Pátria, marcados pelo heroísmo, abnegação, altruísmo e notável espírito de decisão"; a ação na Guerra de África, onde "no comando de tropas em campanha revelou invulgares qualidades de chefia, espírito de missão, coragem e sangue frio em ações de alto risco debaixo de fogo"; a atuação em Portugal onde "teve uma participação decisiva nas acções militares que conduziram à restauração da democracia em Portugal e à sua intransigente defesa, nomeadamente pela sua atuação em 16 de março de 1974, em 25 de abril de 1974, e em 25 de novembro de 1975"; e ainda devido às "qualidades de carácter, generosidade e frontalidade que são timbre da sua personalidade e o prestígio nacional que goza, quer entre os seus camaradas de armas, quer na sociedade civil". E porque a Torre e Espada é o corolário maior de outras importantes distinções oficiais, Jaime Alberto Gonçalves das Neves recebe-a também devido às "elevadas condecorações e significativos louvores" que foi colecionando ao longo da vida de profissional das armas... -
O Imenso, Sereno e Doce RioCirce, Ulisses, Penélope?!A paixão entre a militante do PCP e o «fascista» comando começou pela voz, «capaz de derreter os ossos a um homem», e pelo masculino «melhor cheiro do mundo». Ana de Jesus Roriz e Paulo de Trava Lobo, entre terramotos de cama, conversavam sobre o meio literário e discutiam o país e a política. Às coçadas histórias comunistas de Ana, Paulo contrapunha a «transcendência vazia» do comunismo ou o «Ketman estético». As ásperas discussões – «penedo mental», «assassino de guerrilheiros» – acabavam, contudo, macias sobre os lençóis. Na verdade, ambos sentiam no outro o fascínio pelo melhor inimigo, pelo dono do «defeito perfeito». Entre os Jardins do Éden e o Inferno, aos solavancos, viviam un amour vache por Lisboa, Alentejo e Linha.Mas havia Iza, a mulher de Paulo, o amor que o fazia transbordar de ternura. E, como sempre com o antigo comando, a violência. Em Moçambique, no Rio, no Porto…
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Vemo-nos em AgostoTodos os anos, a 16 de agosto, Ana Magdalena Bach apanha o ferry que a leva até à ilha onde a mãe está enterrada, para visitar o seu túmulo. Estas viagens acabam por ser um convite irresistível para se tornar uma pessoa diferente durante uma noite por ano.Ana é casada e feliz há vinte e sete anos e não tem motivos para abandonar a vida que construiu com o marido e os dois filhos. No entanto, sozinha na ilha, Ana Magdalena Bach contempla os homens no bar do hotel, e todos os anos arranja um novo amante. Através das sensuais noites caribenhas repletas de salsa e boleros, homens sedutores e vigaristas, a cada agosto que passa Ana viaja mais longe para o interior do seu desejo e do medo escondido no seu coração.Escrito no estilo inconfundível e fascinante de García Márquez, Vemo-nos em Agosto é um hino à vida, à resistência do prazer apesar da passagem do tempo e ao desejo feminino. Um presente inesperado de um dos melhores escritores que o mundo já conheceu. A tradução é de J. Teixeira de Aguilar. -
Deus na EscuridãoEste livro explora a ideia de que amar é sempre um sentimento que se exerce na escuridão. Uma aposta sem garantia que se pode tornar absoluta. A dúvida está em saber se os irmãos podem amar como as mães que, por sua vez, amam como Deus. -
O ColecionadorNo mais recente e trepidante thriller de Daniel Silva, autor n.º 1 da lista dos mais vendidos do The New York Times, Gabriel Allon embarca na busca de um quadro roubado de Vermeer e descobre uma conspiração que poderia levar o mundo à beira do Armagedão nuclear.Na manhã seguinte à gala anual da Venice Preservation Society, Gabriel Allon, restaurador de quadros e espião lendário, entra no seu bar preferido da ilha de Murano e aí encontra o general Cesare Ferrari, comandante da Brigada de Arte, que aguarda, ansioso, a sua chegada. Os carabinieri tinham feito uma descoberta assombrosa na villa amalfitana de um magnata sul-africano morto em circunstâncias suspeitas: uma câmara acouraçada secreta que continha uma moldura e um esticador vazios cujas dimensões coincidiam com as do quadro desaparecido mais valioso do mundo. O general Ferrari pede a Gabriel para encontrar discretamente a obra-prima antes que o seu rasto se volte a perder. - Esse não é o vosso trabalho?- Encontrar quadros roubados? Teoricamente, sim. Mas o Gabriel é muito melhor a fazê-lo do que nós.O quadro em questão é O concerto de Johannes Vermeer, uma das treze obras roubadas do Museu Isabella Stewart Gardner de Boston, em 1990. Com a ajuda de uma aliada inesperada, uma bela hacker e ladra profissional dinamarquesa, Gabriel não demora a descobrir que o roubo do quadro faz parte de uma tramoia ilegal de milhares de milhões de dólares na qual está implicado um indivíduo cujo nome de código é «o colecionador», um executivo da indústria energética estreitamente vinculado às altas esferas do poder na Rússia. O quadro desaparecido é o eixo de um complô que, caso seja bem-sucedido, poderia submeter o mundo a um conflito de proporções apocalípticas. Para o desmantelar, Gabriel terá de perpetrar um golpe de extrema audácia enquanto milhões de vidas estão presas por um fio. -
O EscritórioDawn Schiff é uma mulher estranha. Pelo menos, é o que toda a gente pensa na Vixed, a empresa de suplementos nutricionais onde trabalha como contabilista. Dawn nunca diz a coisa certa. Não tem amigos. E senta-se todos os dias à secretária, para trabalhar, precisamente às 8h45 da manhã.Talvez seja por isso que, certa manhã, quando Dawn não aparece para trabalhar, a sua colega Natalie Farrell – bonita, popular e a melhor vendedora da empresa há cinco anos consecutivos – se surpreenda. E mais ainda quando o telefone de Dawn toca e alguém do outro lado da linha diz apenas «Socorro».Aquele telefonema alterou tudo… afinal, nada liga tanto duas pessoas como partilhar um segredo. E agora Natalie está irrevogavelmente ligada a Dawn e vê-se envolvida num jogo do gato e do rato. Parece que Dawn não era simplesmente uma pessoa estranha, antissocial e desajeitada, mas estava a ser perseguida por alguém próximo.À medida que o mistério se adensa, Natalie não consegue deixar de se questionar: afinal, quem é a verdadeira vítima? Mas uma coisa é clara: alguém odiava Dawn Schiff. O suficiente para a matar.«NÃO COMECE UM LIVRO DE FREIDA McFADDEN A ALTAS HORAS DA NOITE.NÃO O VAI CONSEGUIR LARGAR!» AMAZON«O ESCRITÓRIO É UM THRILLER TENSO E VICIANTE DA AUTORA MAIS ADORADA DO MOMENTO.» GOODREADS -
Os Meus Dias na Livraria MorisakiEsta é uma história em que a magia dos livros, a paixão pelas coisas simples e belas e a elegância japonesa se unem para nos tocar a alma e o coração.Estamos em Jimbocho, o bairro das livrarias de Tóquio, um paraíso para leitores. Aqui, o tempo não se mede da mesma maneira e a tranquilidade contrasta com o bulício do metro, ali ao lado, e com os desmesurados prédios modernos que traçam linhas retas no céu.Mas há quem não conheça este bairro. Takako, uma rapariga de 25 anos, com uma existência um pouco cinzenta, sabe onde fica, mas raramente vem aqui. Porém, é em Jimbocho que fica a livraria Morisaki, que está na família há três gerações: um espaço pequenino, num antigo prédio de madeira. Estamos assim apresentados ao reino de Satoru, o excêntrico tio de Takako. Satoru é o oposto de Takako, que, desde que o rapaz por quem estava apaixonada lhe disse que iria casar com outra pessoa, não sai de casa.É então que o tio lhe oferece o primeiro andar da Morisaki para morar. Takako, que lê tão pouco, vê-se de repente a viver entre periclitantes pilhas de livros, a ter de falar com clientes que lhe fazem perguntas insólitas. Entre conversas cada vez mais apaixonadas sobre literatura, um encontro num café com um rapaz tão estranho quanto tímido e inesperadas revelações sobre a história de amor de Satoru, aos poucos, Takako descobre uma forma de falar e de estar com os outros que começa nos livros para chegar ao coração. Uma forma de viver mais pura, autêntica e profundamente íntima, que deixa para trás os medos do confronto e da desilusão. -
ManiacMANIAC é uma obra de ficção baseada em factos reais que tem como protagonista John von Neumann, matemático húngaro nacionalizado norte-americano que lançou as bases da computação. Von Neumann esteve ligado ao Projeto Manhattan e foi considerado um dos investigadores mais brilhantes do século XX, capaz de antecipar muitas das perguntas fundamentais do século XXI. MANIAC pode ser lido como um relato dos mitos fundadores da tecnologia moderna, mas escrito com o ritmo de um thriller. Labatut é um escritor para quem “a literatura é um trabalho do espírito e não do cérebro”. Por isso, em MANIAC convergem a irracionalidade do misticismo e a racionalidade própria da ciência -
Uma Noite na Livraria Morisaki - Os meus Dias na Livraria Morisaki 2Sim, devemos regressar onde fomos felizes. E à livraria Morisaki, lugar de histórias únicas, voltamos com Takako, para descobrir um dos romances japoneses mais mágicos do ano.Estamos novamente em Tóquio, mais concretamente em Jimbocho, o bairro das livrarias, onde os leitores encontram o paraíso. Entre elas está a livraria Morisaki, um negócio familiar cuja especialidade é literatura japonesa contemporânea, há anos gerida por Satoru, e mais recentemente com a ajuda da mulher, Momoko. Além do casal, a sobrinha Takako é presença regular na Morisaki, e é ela quem vai tomar conta da livraria quando os tios seguem numa viagem romântica oferecida pela jovem, por ocasião do aniversário de casamento.Como já tinha acontecido, Takako instala-se no primeiro andar da livraria e mergulha, instantaneamente, naquele ambiente mágico, onde os clientes são especiais e as pilhas de livros formam uma espécie de barreira contra as coisas menos boas do mundo. Takako está entusiasmada, como há muito não se sentia, mas… porque está o tio, Satoru, a agir de forma tão estranha? E quem é aquela mulher que continua a ver, repetidamente, no café ao lado da livraria?Regressemos à livraria Morisaki, onde a beleza, a simplicidade e as surpresas estão longe, bem longe de acabar. -
Uma Brancura LuminosaUm homem conduz sem destino. Ao acaso, vira à direita e à esquerda até que chega ao final da estrada na orla da floresta e o seu carro fica atolado. Pouco depois começa a escurecer e a nevar. O homem sai do carro e, em vez de ir à procura de alguém que o ajude, aventura-se insensatamente na floresta escura, debaixo de um céu negro e sem estrelas. Perde-se, quase morre de frio e de cansaço, envolto numa impenetrável escuridão. É então que surge, de repente, uma luz.Uma Brancura Luminosa é a mais recente obra de ficção de Jon Fosse, Prémio Nobel de Literatura de 2023. Uma história breve, estranhamente sublime e bela, sobre a existência, a memória e o divino, escrita numa forma literária única capaz de assombrar e comover.Tradução do norueguês de Liliete Martins.Os elogios da crítica:«Uma introdução perfeita à obra de Jon Fosse.» The Telegraph«Inquietante e lírico, este pequeno livro é uma introdução adequadamente enigmática à obra de Fosse e um bom ponto de partida para se enfrentar os seus romances mais vastos e experimentais.» Financial Times - Livro do Ano 2023«Uma Brancura Luminosa é, muito simplesmente, grande literatura.» Dagbladet