Ensaios, Discursos e Cartas Públicas
Reunindo alguns dos mais significativos textos de não ficção publicados por William Faulkner ao longo de toda a sua carreira literária, o presente volume configura uma extraordinária porta aberta para o conhecimento deste que é um dos mais importantes nomes da literatura mundial do século XX.
Intrigantes, perspicazes e por vezes altamente controversos, estes ensaios revelam não apenas os temas que mais cativaram Faulkner, da política à literatura e ao desporto, mas também a evolução das suas opiniões sobre os acontecimentos fraturantes do seu tempo, com particular destaque para as questões raciais.
Este é um volume único, até agora inédito em Portugal, onde se inclui também o discurso proferido por ocasião da aceitação do Prémio Nobel da Literatura, com que foi distinguido em 1949.
| Editora | Livros do Brasil |
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| Editora | Livros do Brasil |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | William Faulkner |
William Faulkner nasceu a 25 de setembro de 1897 em New Albany, Mississípi.
A decadência do sul dos Estados Unidos da América, onde sempre viveu, está no centro de grande parte dos seus romances, entre os quais se destacam O Som e a Fúria (1929), Luz em Agosto (1932) e Absalão, Absalão! (1936). Distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1949, recebeu por duas vezes o prémio Pulitzer de Ficção, com A Fábula (1954) e Os Ratoneiros (1962). Autor central da literatura norte-americana e um dos maiores escritores do século XX, morreu a 6 de julho de 1962.
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SartorisSe nunca leu Faulkner, tem de começar por SARTORIS Publicado em 1929, pouco antes de O som e a fúria, o romance Sartoris é o primeiro situado no condado fictício de Yoknapatawpha, no Mississippi. Nele, William Faulkner (1897-1962), Prémio Nobel de Literatura, começa a estabelecer o estilo que marcaria todos de seus livros posteriores e pelo qual seria consagrado. O volume narra a trajectória de uma família decadente, de passado escravocrata, que vive à sombra do Coronel John Sartoris, morto na Guerra de Secessão. Tia Jenny, a irmã mais nova do coronel, verdadeira guardiã do passado e também da narrativa, é a mulher que alinhava, com sua memória reiterada e reinventada, as tragédias das gerações (passadas e futuras) dos homens da família Bayard Velho, filho do coronel, e os dois netos gémeos, também chamados John e Bayard. Tia Jenny sempre amaldiçoa a família, mas conta sua história tantas vezes a ponto de transformá-la em mito. No livro, os grandes acontecimentos nas vidas dos protagonistas solitários, problemáticos e heróicos são apenas sugeridos, e o que se descortina são suas consequências. -
O Som e a FúriaO Som e a Fúria é a tragédia da família Compson, apresentando algumas das personagens mais memoráveis da literatura: a bela e rebelde Caddy, Benjy, o filho varão, o assombrado e neurótico Quentin; Jason, o cínico brutal, e Dilsey, o criado negro. Com as suas vidas fragmentadas e atormentadas pela história e pela herança, as suas vozes e ações enredam-se para criar o que é, sem dúvida, a obra-prima de Faulkner e um dos maiores romances do século XX. William Faulkner afirmou muitas vezes que O Som e a Fúria era o romance mais próximo do seu coração porque era o que lhe tinha causado mais sofrimento e angústia a escrever. Neste magnífico romance, publicado pela primeira vez em 1929, Faulkner criou a «menina dos seus olhos», a bela e trágica Caddy Compson, cuja história nos conta através dos monólogos separados dos seus três irmãos: Benjy, o idiota; Quentin, o suicida neurótico; e o monstruoso Jason.O Som e a Fúria é o seu quarto romance e a primeira das suas obras primas indiscutíveis, aquela que, mais do que qualquer outra, confirmou Faulkner como figura central da literatura do século. -
MosquitosUma surpresa maliciosamente deliciosa, o segundo romance de Faulkner, originalmente publicado em 1927 e nunca publicado em Portugal, apresenta-nos um colorido grupo de passageiros num cruzeiro em Nova Orleães. A viagem torna-se numa verdadeira feira de vaidades, onde escritores e artistas diletantes, indivíduos insignificantes e entediantes parasitas passam o tempo a picar o próximo, sendo retratados por Faulkner tanto como mosquitos quanto como encantadores beija-flores. Uma sátira mordaz e bem-humorada sobre a condição humana que oferece um fascinante vislumbre de Faulkner enquanto jovem artista. -
Luz em AgostoLuz em Agosto é um romance sobre a perseverança do ser humano face à sua mortalidade, onde se encontram algumas das personagens mais memoráveis de William Faulkner: a cândida e intrépida Lena Grove, em busca do pai do filho que carrega no ventre; o reverendo Gail Hightower, atormentado por visões de soldados da cavalaria confederada; e Joe Natal, um vagabundo desesperado e enigmático, consumido pela sua ascendência mestiça. Joe Natal não sabe se é negro ou branco, e Faulkner faz da tragédia desta personagem uma poderosa denúncia do racismo. Ao mesmo tempo, a vida de Joe é um estudo do Eu dividido, e tornou-se um símbolo do homem do século XX. Entrelaçando com mestria as histórias destas personagens, Luz em Agosto dá vida ao Sul imaginário de Faulkner, uma das maiores invenções da literatura, em toda a sua glória e fascínio. Esta edição reproduz o texto corrigido de Luz em Agosto , conforme estabelecido em 1985 pelo especialista em Faulkner, Noel Polk, tendo como base o texto original, datilografado pelo autor. -
Palmeiras Bravas, Rio VelhoNeste romance intenso e belo, Faulkner entrelaça duas absorventes narrativas, cada uma iluminando a outra com grande subtileza. Na primeira, Palmeiras Bravas, uma mulher abandona marido e filhos para embarcar com o amante numa arrebatada fuga para o deserto da paixão ilícita, deixando para trás as responsabilidades da maternidade e de uma vida respeitável. A segunda, Rio Velho, conta-nos a história de sobrevivência de um condenado que foge da prisão e que, enfrentando a grande cheia de 1927 do rio Mississípi, arrisca a sua liberdade para resgatar uma mulher grávida prestes a dar a luz. A partir destas duas histórias – que o autor organizou em capítulos alternados –, Faulkner compõe uma sinfonia de libertação e condenação, sobrevivência e auto-sacrifício. Um romance engenhoso e inovador, com uma prosa de suster a respiração, e em que todas as páginas estão impregnadas com a presença física do Sul imaginário de Faulkner. -
A AldeiaJody Varner, filho do grande proprietário do Velho Domínio do Francês, está a cortar corda no armazém quando vê chegar um homem baixo, de chapéu de abas largas e casaco demasiado grande. «O meu nome é Snopes. Ouvi dizer que tem uma quinta para alugar. » Sobre os Snopes correm histórias de um passado sombrio, com indícios criminosos que à primeira vista os tornam vítimas fáceis em jogos de poder. Mas rapidamente a enigmática família de jornaleiros dá provas de que a sua presença naquela aldeia do sul dos Estados Unidos será tudo menos passiva. Numa sucessão de incidentes assustadores contados com humor retorcido, A Aldeia marca o arranque da trilogia construída por William Faulkner em torno da família Snopes. Um romance surpreendente e um empolgante predecessor de A Cidade, o segundo momento da saga. -
A CidadeFoi num belo dia de sol que Flem Snopes, acompanhado da mulher, do bebé e de meia dúzia de pertences, entrou na cidade de Jefferson. A ascensão astuciosa deste aldeão com fama de salteador, incendiário e ladrão de cavalos não passara despercebida aos habitantes da sede do lendário condado de Yoknapatawpha e é pois com expectativa que aguardam os seus próximos passos. Pela voz de três narradores de fiabilidade variável, A Cidade relata a história da ambição desmesurada de um homem rude e implacável, ávido de prestígio e ainda mais de dinheiro, mas também a história de amor da sua mulher, a fatal Eula Snopes, cuja beleza voluptuosa irá arrebatar toda a povoação. Segunda peça da trilogia Snopes, que se iniciara com A Aldeia e que terá o seu desfecho em A Mansão, este é um romance repleto de humor, de desejo e de uma trágica aceitação do destino, onde Faulkner deixa espelhada a sua visão sobre a ganância destruidora que se apoderara do sul dos Estados Unidos no pós-Guerra Civil. -
A MansãoDe pobre jornaleiro rural do Mississípi a presidente do banco de Jefferson residente na mansão, não restam dúvidas de que Flem Snopes foi hábil a galgar a escada social. No entanto, o conforto proporcionado pela sua nova respeitabilidade parece estar a enfraquecer-lhe os talentos demoníacos. Eis então que um outro da sua tribo, Mink, preso há trinta e oito anos, regressa, decidido a vingar-se . A Mansão completa a fabulosa trilogia de William Faulkner em torno dos Snopes, sucedendo aos volumes A Aldeia e A Cidade , e dá conta do fim desta indomável família do pós-Guerra Civil Americana que, ao longo de uma geração, ardilosamente garantiu o domínio de toda a cidade de Jefferson, sede do mítico condado de Yoknapatawpha, no Mississípi, e sobre ela tombou. Publicado em 1959, mais de trinta anos passados do início da saga, este é um livro de escrita aguçada, trespassada por um humor mordaz e por um sentido de fatalismo arrepiante. -
A FábulaUma história alegórica da Primeira Grande Guerra, passada nas trincheiras em França e que trata de um motim num regimento francês, foi originalmente considerada um afastamento vincado das obras anteriores de Faulkner. Nos últimos tempos começou a ser considerada como um dos seus principais romances e uma parte essencial da obra de Faulkner. O próprio Faulkner combateu na guerra, e as descrições que faz dela «ascendem ao magnífico», segundo o New York Times, e incluem, nas palavras de Malcolm Cowley, «algumas das cenas mais poderosas que ele alguma vez concebeu.» Este romance foi galardoado tanto com o Pulitzer Prize bem como com o National Book Award em 1955. -
A Recompensa do SoldadoPublicado em 1926, A Recompensa do Soldado é a primeira obra de Faulkner e um dos mais memoráveis romances sobre a Primeira Guerra Mundial. Relata a história de um veterano que regressa a casa ferido, seguindo a vida de três soldados e o impacto do seu regresso sobre vida das pessoas, particularmente das mulheres, que foram deixadas para trás. Encontramos aqui já a voz inconfundível de Faulkner, o seu estilo original e magistral nesta história de esperança, de humor negro, e de desespero.
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NovidadeInglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
NovidadeÉtica no Mundo RealPeter Singer é frequentemente descrito como o filósofo mais influente do mundo. É também um dos mais controversos. Neste livro de ensaios breves, Singer aplica as suas controversas formas de pensar a questões como as alterações climáticas, a pobreza extrema, os animais, o aborto, a eutanásia, a seleção genética humana, o doping no desporto, a venda de rins, a ética da arte de elevado preço e formas de aumentar a felicidade. Provocantes e originais, estes ensaios irão desafiar — e possivelmente mudar — as suas crenças sobre uma variedade de questões éticas do mundo real. -
Inteligência ArtificialEste ensaio descreve, de forma acessível, o que é a inteligência artificial e a sua relação com a inteligência humana, assim como possíveis aplicações e implicações societais e económicas. Inclui uma perspectiva histórica e uma análise da situação actual da tecnologia. Reflecte sobre as possíveis consequências do desenvolvimento da inteligência artificial e convida-nos a projectarmos a nossa inteligência no futuro. -
NovidadeVertigem - A Tentação da IdentidadeVertigem, o terror das alturas, que na verdade é o medo de ceder à tentação de se deixar cair. Antes de Freud, as chamadas «ciências da alma», incluindo a emergente psiquiatria, reservavam às tonturas um lugar de destaque no quadro das patologias mentais, considerando-as o elemento desestabilizador e intoxicante — simultaneamente repulsivo e atraente — sem o qual a própria consciência não era concebível. Na filosofia, se para Montaigne e Pascal a vertigem podia parecer ainda um distúrbio da razão causado pela imaginação, mais tarde o pensamento deixa de a assimilar como uma instabilidade imaginativa ocasional a ser superada, para a reconhecer como parte do seu próprio processo: a identidade manifesta-se insegura, cinética, opaca, vertiginosa, precisamente. Andrea Cavalletti aproxima as suas análises teóricas da representação cinematográfica da queda no vazio de um famoso filme de Hitchcock, «Vertigo». A combinação genial, nunca antes tentada, de dolly e zoom, para criar o efeito de queda, descreve o movimento duplo de «empurrar e reter», que é a condição habitual do sujeito e da intersubjectividade. Para me encontrar, devo olhar para mim do fundo do abismo, com os olhos dos outros.Tradução de Miguel Serras Pereira -
Guardas de Passagem de NívelEste livro é um retrato de uma profissão em vias de extinção - a de guarda de passagem de nível. Fala sobre mulheres que trabalham à beira da via férrea, por vezes em sítios remotos e inóspitos, e que têm por missão assegurar que os comboios passem em segurança pelos atravessamentos rodoviários. O autor faz também uma incursão na vida dos ferroviários e num caminho-de-ferro que está a desaparecer: o cantonamento telefónico, as linhas onde a modernização ainda não chegou, ou que estarão um dia para fechar, e onde a segurança da circulação depende essencialmente de meios humanos. -
Portugal e o Comércio InternacionalO comércio internacional tem sofrido importantes transformações nas últimas décadas e é algo de omnipresente no mundo atual, afetando de forma direta e indireta os países e os indivíduos, quer enquanto consumidores, quer enquanto trabalhadores. Portugal tem testemunhado estas transformações e o bom desempenho das suas exportações é hoje essencial para um crescimento económico equilibrado. Neste contexto, é importante promover a compreensão dos fundamentos, vantagens e desafios do comércio internacional. Esse é o propósito deste livro. -
As Pescas em PortugalO debate sobre as pescas está viciado por mitos e meias-verdades sobre o condicionamento da Comunidade Europeia, a época áurea do Estado Novo ou o peso que perdeu na economia e na demografia. Com contributos de pescadores, armadores, cientistas e decisores políticos, esta é uma história das pescas portuguesas e um retrato do actual estado do sector, num ensaio que lança as bases para um debate urgente e sério sobre as pescas em Portugal. -
Textos sem Açaime - Crítica do Falso Mundo Liberal Progressista e WokeA visão manicomial do presente baseada na economia como pilar fundamental da sociedade e nos simulacros do progressismo (…) transformou a já degradante sociedade consumista e do espectáculo do homem atomizado numa sociedade do controlo, da vigilância e do pensamento único. Voltamos, passadas décadas sobre o terror dos fenómenos totalitários modernos, a assistir a perseguições, a uma cultura do cancelamento, com pensamentos e opiniões proibidas, julgamentos do passado com as lentes do presente, mortos desenterrados e julgados com o viés activista, assassinatos de carácter, culto da delação, proibição do uso de determinadas palavras, alteração dos significados dos conceitos, controlo total da linguagem e dos comportamentos.