Filosofia, ética e política
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«Filosofia, ética e politica versa sobre temas éticos e políticos e nele é fortemente sublinhada a dimensão antropológica e existencial destas temáticas, hoje tão importantes e tantas vezes tratadas de modo puramente abstrato, exterior ou mesmo processual. A ética desempenha um papel absolutamente central na vida e na filosofia de Paul Ricoeur, cujo tema principal é o homem concreto, frágil e simultaneamente capaz, o único ser apto para introduzir, pela sua poiesis, mudanças no mundo. Entender o homem do presente como o do passado na sua concretude é para o filósofo retroceder ao mundo vivido do agir, isto é, abordá-lo indiretamente por meio das suas ações e expressões, o que significa pensar a interação e renunciar à predominância única do cogito soberano da modernidade.»
(Excerto do prefácio à edição portuguesa de Maria Luisa Portocarrero)
| Editora | Edições 70 |
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| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Paul Ricoeur |
Paul Ricoeur (1913-2005) foi um dos maiores filósofos e pensadores franceses do pós-guerra. Deu aulas em várias universidades (Estrasburgo, Sorbonne, Nanterre, Lovaina, Chicago) e escreveu uma obra vastíssima e polifacetada, com contribuições importantes para diversas áreas, das quais se destacam a ética, a hermenêutica, a fenomenologia, a psicanálise, a história, a teoria literária, a teoria crítica, a filosofia política e os estudos bíblicos. Dele Edições 70 publicou Teoria da Interpretação, A Simbólica do Mal, Discurso da Ação, Amor e Justiça, Vivo até à Morte, A Crítica e a Convicção, Diálogo sobre a História e o Imaginário Social (com Cornelius Castoriadis) e ainda O Homem Falível.
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Teoria da Interpretação, O discurso e o excesso de significaçãoOs textos aqui publicados são uma síntese clara e profunda do projecto hermenêutico de Paul Ricoeur e das suas categorias centrais; discurso como acontecimento, noção de texto, mundo da obra, distanciação e apropriação. -
A Crítica e a ConvicçãoTrinta anos de trabalho filosófico, que Ricoeur não hesita em expor e questionar; lendo-o, ficamos a conhecê-lo e a perceber a razão de ele ser um dos maiores filósofos do nosso tempo. Aqui, Paul Ricoeur, conhecido pela sua discrição e avaro em confidências e textos autobiográficos, conta-nos o seu itinerário pessoal e intelectual. -
Amor e JustiçaA causa é geralmente entendida: é "o amor ou a justiça," mas não "o amor e a justiça." Em linguagem corrente, e até mesmo a um nível superior de reflexão, a fortiori quando os dois conceitos são apresentados como estando em conflito, não há, não pode haver, pontes entre a prática individual do amor ao próximo e a prática colectiva da justiça que estabelece a igualdade e equidade. Favoreça-se um ou outro, a ênfase incide na desproporção entre amor e justiça. Qualquer pensamento de Paul Ricoeur tende a demonstrar a proporção, as ligações, a dialéctica profunda, a tensão viva e fecunda entre amor e justiça que emerge no momento da acção, e que ambos reivindicam. Ambos estão contidos numa economia da dádiva, que excede a ética de que se pretendem as figuras e pela qual se sentem responsáveis. A lógica da superabundância está constantemente a desafiar, sem nunca se ter tornado menos necessária, uma lógica de equivalência. -
Vivo até à Morte seguido de FragmentosFoi em 1996 que Paul Ricoeur, na altura com 83 anos, se perguntou: «Que posso dizer da minha morte?» «Como fazer o luto de um querer-existir depois da morte?» Esta longa reflexão sobre o morrer, sobre o moribundo e a sua relação com a morte, e também sobre o após-vida (a ressurreição) passa por duas meditações: as de textos de dois sobreviventes dos campos de concentração (Jorge Semprún e Primo Levi) e pela confrontação com o livro de um grande exegeta como Xavier Léon-Dufour, sobre a ressurreição.A segunda parte do livro é composta por textos escritos em 2004 e 2005, que o próprio Ricoeur intitulou «fragmentos» (sobre o «tempo da obra» e o «tempo da vida», sobre o acaso de ter nascido cristão, sobre a controvérsia, sobre Derrida, sobre o Pai Nosso...). Textos curtos, escritos por vezes com mão trémula. O último, da Páscoa de 2005, foi escrito um mês antes da sua morte. -
O Discurso da AçãoO Discurso da Ação, curso lecionado por Paul Ricoeur desde 1971 e publicado em 1977 no âmbito de um seminário do CNRS (Paris), é simultaneamente uma introdução à filosofia da linguagem e da ação e uma investigação original que ajuda a compreender melhor o discurso descritivo-analítico da ação. Este curso articula análise linguística e fenomenologia, mostrando de que forma as tradições “continental” e “analítica” da filosofia podem ser integradas num projeto comum. Esta tradução portuguesa apresenta pela primeira vez uma versão do texto modificada e corrigida por Paul Ricoeur, introduzida por Gonçalo Marcelo. -
A Simbólica do Mal«No ano em que se comemoram os cem anos do nascimento do filósofo francês P. Ricoeur, falecido em 2005, publica Edições 70 a tradução portuguesa da obra A Simbólica do Mal, segundo volume de Finitude e Culpabilidade. Escrita em 1960, esta obra realiza a segunda revolução copernicana do filosofar, na exata medida em que o seu grande intuito é mostrar ao sujeito moderno que ele deixou de ser o centro de que parte a reflexão filosófica. De princípio do sentido, a consciência soberana, raiz da ciência e da plena autonomia do humano, converte-se doravante em problema a esclarecer já que a experiência da vontade má traz justamente a lume a sua opacidade e coloca ainda a pergunta sobre o significado do género humano. Será ele sapiens ou demens? Estará condenado ao trágico ou à salvação? Será dado à partida, ou surge primeiro perdido e disseminado, precisando de se apropriar?»In Prefácio -
Diálogo sobre a História e o imaginário socialNeste Diálogo sobre a História e o Imaginário Social, Paul Ricoeur e Cornelius Castoriadis, dois dos maiores filósofos da segunda metade do século XX, debatem questões relacionadas com a história, a imaginação, as instituições e a criatividade, tais como: de que forma podemos pensar a dimensão imaginária das sociedades? Como compreender o aparecimento da inovação na história e na ação humana, as revoluções e o projeto de autonomia? Tendo tido lugar em 1985, este diálogo revela duas perspetivas que convergem na valorização da capacidade transformadora da ação. O texto, prefaciado por Johann Michel, inclui um posfácio de Gonçalo Marcelo. -
O Homem FalívelOs conceitos de falta e de falibilidade sobre os quais Paul Ricoeur discorre neste ensaio são também tratados aprofundadamente no seu livro A Simbólica do Mal (Edições 70). Em O Homem Falível, o filósofo francês afasta-se da investigação antropológica inicial da sua carreira para se aproximar de uma teoria dos símbolos e, por conseguinte, da sua filosofa da linguagem e da metáfora. Sendo uma das obras mais acessíveis de Paul Ricoeur, O Homem Falível oferece ao leitor a compreensão da falibilidade e uma introdução fundamental ao método fenomenológico. -
O Justo ou a Essência da Justiça«Nestes últimos anos fui levado a pensar que o jurídico - apreendido sob os traços do judiciário, com as suas leis escritas, os seus tribunais, os seus juízes e a leitura da sentença onde o direito é pronunciado - oferecia ao filósofo uma ocasião para reflectir sobre a especificidade do direito, no seu lugar próprio, a meio caminho entre a moral e a política. Proponho-me afirmar que a guerra é o tema lancinante da filosofia política e a paz o da filosofia do direito para dar uma aparência dramática à oposição que faço aqui entre uma filosofia política, onde a questão do direito é ocultada pela obsessão da presença incoercível do mal na história, e uma filosofia em que o direito seria reconhecido na sua especificidade não violenta.»
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A Identidade da Ciência da ReligiãoEsta obra é composta por textos que mostram o progresso das reflexões sobre a problemática da identidade da Ciência da Religião. Os ensaios garantem o acesso à sua interrelação temática e lógica subjacente, algo que não se revela pela leitura individual dos textos. Aqui serão esclarecidos e exemplificados os princípios que caracterizam a Ciência da Religião desde o início da sua institucionalização nas últimas décadas do século XIX. Além disso, será discutido em que sentido esses princípios qualificam a disciplina para sua funcionalidade extra-acadêmica. Essa atualização do livro Constituintes da Ciência da Religião (Paulinas, 2006) se entende como uma reação ao desconhecimento das especificidades da Ciência da Religião, não apenas por parte do público em geral, mas também entre estudantes e, até mesmo, docentes da área no Brasil. -
Decadência: o declínio do Ocidente«Da ideia de Jesus, anunciada no Antigo Testamento e progressivamente sustentada por imagens ao longo dos séculos de arte cristã, a Bin Laden, que declara guerra de morte ao nosso Ocidente esgotado, é o fresco épico da nossa civilização que aqui proponho. Nele encontramos: monges loucos do deserto, imperadores cristãos sanguinários, muçulmanos a construir o seu "paraíso à sombra das espadas", grandes inquisidores, bruxas montadas em vassouras, julgamentos de animais, índios de penas com Montaigne nas ruas de Bordéus, a ressurreição de Lucrécio, um padre ateu que anuncia a morte de Deus, uma revolução jacobina que mata dois reis, ditadores de esquerda e depois de direita, campos de morte castanhos e vermelhos, um artista que vende os seus excrementos, um escritor condenado à morte por ter escrito um romance, dois rapazes que evocam o islão e degolam um pároco em plena missa - sem esquecer mil outras coisas...»
