Henrique O Infante
Menção honrosa atribuída pela Comissão Executiva do Prémio A. de Almeida Fernandes em 2010
Poucas figuras históricas marcaram tão profundamente a existência de Portugal na sua configuração e na sua relação com o mundo e de forma tão radical e transformadora como o infante D. Henrique. Um retrato completo deste homem egocêntrico, implacável, obstinado, com muitas falhas e facetas imperscrutáveis no seu carácter, mas que foi também um visionário do seu tempo. Despojado do mito, D. Henrique não é apenas o Navegador, mas é antes um príncipe preocupado com o seu senhorio e com a sua influência política; um cortesão que sabia influenciar e enlear as demais figuras da corte, através de uma simpatia que o colocou sempre acima das divergências que dividiam os membros da família real; um guerreiro que desejava ardentemente participar na guerra santa; que se cobriu de glória em Ceuta mas que enfrentou o desastre em Tânger.
| Editora | Esfera dos Livros |
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| Editora | Esfera dos Livros |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | João Paulo Oliveira e Costa |
João Paulo Oliveira e Costa nasceu em Lisboa a 1 de abril de 1962. É professor catedrático de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa desde 2009. É diretor do Centro de História d'Aquém e d'Além-Mar (CHAM) e tem uma vasta obra historiográfica em que se destacam as obras O Japão e o Cristianismo no Século XVI. Ensaios de História Luso-Nipónica (1999), Henrique, o Infante (2009), Mare Nostrum - Em Busca de Honra e Riqueza (2013) e História da Expansão e do Império Português (coordenador e coautor, 2014). Foi presidente da Associação de Amizade Portugal-Japão (2000-2005), tendo sido recentemente condecorado pelo Imperador do Japão com a Ordem do Sol Nascente.
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Anais de História de Além-Mar, n.º XVII, 2016Neste número da revista Anais de História de Além-Mar, apresentamos um dossier sobre religião e alteridade no mundo ibérico que foi dirigido por Bruno Feitler, Hugo Ribeiro da Silva e Jaime Teixeira Gouveia. (…) Ao longo de doze textos percorremos todo o mundo ultramarino, desde o extremo oriente asiático até à floresta africana, ou desde vale do rio da Prata até ao tecto do mundo, abordamos diferentes cronologias desde o século XVI ao XVIII, e temas diversificados, desde a arquitectura às práticas de quotidiano ou desde os intercâmbios culturais às sombras da Inquisição. Em todos revisitamos essa linha ténue que é a fronteira, seja qual for a sua manifestação, possibilitando-nos novas percepções deste processo complexo que foi a propagação do Cristianismo pelo mundo na época moderna. (Da nota de abertura) -
Anais de História de Além-Mar, n.º XVIII, 2017«Neste volume dos Anais de História de Além-Mar (…) os estudos publicados variam amplamente tanto nos seus focos geográficos como nos limites cronológicos. Ainda assim, o leitor encontrará facilmente uma linha que une os artigos em torno do conceito de identidade, visto em formas diferenciadas, desde o relacionamento de uma cultura com o seu envolvimento ambiental até às resistências aos proselitismos religiosos, passando pela formação de comunidades coloniais ou pela memória de comunidades desestruturadas.»Da nota de abertura -
Henrique, O InfantePoucas figuras históricas marcaram tão profundamente a existência de Portugal na sua configuração e na sua relação com o mundo e de forma tão radical e transformadora como o infante D. Henrique. Um retrato completo deste homem egocêntrico, implacável, obstinado, com muitas falhas e facetas imperscrutáveis no seu carácter, mas que foi também um visionário do seu tempo. Despojado do mito, D. Henrique não é apenas o Navegador, mas é antes um príncipe preocupado com o seu senhorio e com a sua influência política; um cortesão que sabia influenciar e enlear as demais figuras da corte, através de uma simpatia que o colocou sempre acima das divergências que dividiam os membros da família real; um guerreiro que desejava ardentemente participar na guerra santa; que se cobriu de glória em Ceuta mas que enfrentou o desastre em Tânger. -
Construtores do ImpérioO Império Português foi construído por todo o Reino: reis, nobres, membros do clero e do povo, pelos que partiam e pelos que ficavam. Um esforço conjunto que permitiu a Portugal mostrar novos Mundos ao Mundo. Mas quem foram as figuras que encabeçaram esta construção? Algumas são mais conhecidas, como o Infante D. Henrique, Afonso de Albuquerque ou D. João de Castro, mas outras ficaram na sombra, apesar do seu trabalho e esforço para consolidar o poder de Portugal. Construtores do Império apresenta-nos 12 biografias de personalidades que se revelaram essenciais para a construção do Império Português: D. Fernando, o Infante Santo, pelo seu cativeiro e consequente morte, foi o garante da conservação de Ceuta, peça imprescindível para o poder português no Norte de África. D. Beatriz, a única mulher retratada nesta obra, foi responsável pelo crescimento económico da Madeira, pela reorganização do povoamento dos Açores e pelo desenvolvimento de Cabo Verde. Jos Dutra, capitão do donatário dos Açores, representa este grupo e a sua importância na consolidação do Império. Bartolomeu Dias, um dos heróis dos Descobrimentos, simboliza os navegadores que desbravaram o oceano ao longo do século XV. Pedro e Jorge Reinel fazem parte da primeira geração de cartógrafos portugueses, o seu talento e conhecimento permitiram visualizar os novos territórios conquistados. Duarte Coelho começou a sua carreira na Ásia, tendo acabado como colonizador do Brasil, um reflexo do deslizar do centro de interesses do Império Português do Oriente para o Atlântico Sul. Estas são apenas algumas das figuras que os historiadores João Paulo Oliveira e Costa e Vítor Luís Gaspar Rodrigues nos apresentam nesta obra que realça a dimensão da ação individual na História. Oriundas de meios sociais diferentes e tendo desempenhado funções variadas, todas contribuíram para que a autoridade da Coroa de Portugal e a influência das suas gentes se espalhasse pelo mundo, desde o Brasil até ao Japão. -
O Império dos PardaisUm romance histórico que tem como pano de fundo a afirmação do Império Português, o império dos pardais, durante o reinado de D. Manuel I e se centra em torno de cinco personagens principais que se movem dentro da lógica do mundo da espionagem. A personagem central é uma espia excepcional que pensa abandonar uma vida dedicada à violência e à satisfação de instintos primários, em que fora forçada a entrar, para recuperar uma vida social normal ao lado de um artista talentoso, apaixonado e ingénuo. A sua luta interior (contra hábitos sedimentados por quinze anos de isolamento, de rancor, de secretismo e de memórias perturbadoras) e o seu esforço para se libertar dos seus antigos mandantes percorrem toda a narrativa. A vida desta mulher cruza-se com a de dois supostos responsáveis pelos serviços secretos de D. Manuel I e amigos pessoais do rei. Ao acompanhar os encontros e desencontros, o leitor vive as cores, os aromas e os quotidianos de um tempo extraordinário em várias cidades e portos por onde vão passando e vivendo as personagens deste romance, que homenageia um povo e um rei. -
O Fio do Tempo4 de Outubro de 1500. Um homem contempla Lisboa à janela dos seus aposentos, no paço da Alcáçova. Tem 101 anos, e é o último conquistador de Ceuta vivo. Enquanto aguarda a inevitável visita da morte, D. Álvaro de Ataíde recorda a sua vida aventurosa: servidor da Casa de Viseu, conquistou Ceuta, lutou na Guerra dos Cem Anos, foi campeão de justas e torneios, sofreu em Tânger, ajudou a criar as caravelas, visitou a Guiné, ganhou fama na Borgonha, esteve em Alfarrobeira, na tomada de Arzila e na batalha de Toro. Conselheiro de reis e de duques, assistiu às lutas políticas e às tragédias do século XV português; viu a sua Casa ascender com D. Henrique e D. Fernando, cair em desgraça com D. Diogo, para finalmente subir ao trono com D. Manuel. Assistiu ao novo rumo que o destino de Portugal tomava, mudanças que o seu escravo, um guinéu que se entregava à prática da feitiçaria, acreditava terem acontecido graças à maldição que lançara sobre el-rei de Portugal. -
O Cavaleiro de OlivençaNo último título da trilogia dedicada por João Paulo Oliveira e Costa aos «amigos do rei», a figura central é Joana, a Louca. Filha dos Reis Católicos, mãe do poderoso Carlos V, irmã das duas primeiras mulheres de D. Manuel I, Joana ficou para a história como a possessiva mulher de Filipe, o Belo. Acusada de excessos por alguns, foi afastada do poder e enclausurada em Tordesilhas. Mas quem mais teria Joana amado? Voltou a rainha a apaixonar-se depois da morte de Filipe? Teve no seu íntimo outros amigos? Sobre estas interrogações se constrói uma fabulosa história de amor que tem por cenário a Europa trepidante do século XVI. -
Mare Nostrum«Mare Nostrum ilustra o modo como a Coroa portuguesa e a nobreza que a servia se empenharam na construção do império ultramarino. O país buscava o seu lugar no mundo, e encontrou-o ao desafiar o mar; os monarcas e vários sectores da nobreza do reino envolveram-se nessa aventura, buscando honra e proveito. Foi com esse propósito que enfrentaram o mar oceano, terras estranhas e gentes desconhecidas; cada um cumpriu o seu percurso, mais ou menos feliz, mas todos contribuíram para a construção do império. Neste conjunto de estudos biográficos de monarcas [D. Afonso V, D. João II, D. Manuel I e D. João III] e de fidalgos e navegadores [como Simão de Andrade, Leonel Coutinho, D. Duarte de Meneses, D. Henrique de Meneses ou Vasco Fernandes Coutinho] fascinou-me particularmente o modo como podemos ver a articulação entre a manifestação das vontades individuais e as dinâmicas sociais que as influenciavam. Como não é o Destino que move a História, mas a vontade dos homens, estes casos individuais são verdadeiras lições sobre a construção da História ao longo do Tempo.» Da Introdução -
O Samurai NegroCom O Samurai Negro, o autor dá início a uma trilogia de romances históricos com o mesmo nome que terá Xogum e Chamas de Nagasáqui como volumes seguintes. Esta é a história de Carlos, um príncipe do Congo, de Pedro, um luso-brasileiro, e de Ana, uma japonesa. Os dois amigos encontram no Japão do século XVI uma civilização diferente, literalmente às avessas, mas que os atrai, especialmente por causa de Ana. Por Nagasáqui correm negócios de todo o mundo, e os jesuítas espalham a religião cristã, sob o olhar apreensivo de Roma, que envia Giuseppe, para decidir o destino do cristianismo no Japão. Piratas cruéis, mercadores gananciosos, mulheres enigmáticas, samurais disciplinados, missionários e espiões, grandes generais e poderosos senhores feudais cruzam-se com crentes de todas as religiões. Vivem-se paixões intensas, ambições e ciúmes, e desejos de vingança numa história que pressente o novo mundo global, que neste caso liga Roma, Lisboa, Pernambuco, o Congo, Goa e Cochim, o Sul da China e todo o Japão. -
Xogum - O Senhor do JapãoEntre 1590 e 1600 completou-se a unificação do Império Nipónico. Ieyasu, o jogador, vai dominando o Japão tal como se ganha um jogo de go. Nesta década em que a guerra baixou de tom e em que tudo estava em aberto, o Cristianismo continuava a propagar-se pelo Japão apesar da rivalidade entre portugueses e castelhanos. Pedro e Ana predominam em Nagasáqui; os seus filhos crescem e começam a ganhar o mundo, tal como os filhos de Flávia, a bela romana. O irmão, Giuseppe, prossegue seus negócios com o auxílio de Manuol, o mirandês da ilha de Moçambique, enquanto Carlos, o samurai negro, e Ana continuam a lutar contra a paixão que sentem desde que se conheceram e quando ela afinal escolheu Pedro. Catarina, por sua vez, não esqueceu Pedro, nem Flávia e Giovanna esqueceram Roberto.Missionários, generais e navegadores, alcaides e pastores, bandidos e soldados, mais esbirros da Inquisição e mártires japoneses, ou mercadores de Macau e vendedores de relíquias cruzam-se a cada passo com os protagonistas que deambulam pelo mundo, do Japão a Jerusalém e a Roma, ou dos Açores à Índia e à China. E em Miranda do Douro um bispo torna-se santo, as bruxas bailam ao vento e há um mistério por resolver.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?