Chico Buarque é o livro que inaugura a série Histórias de Canções. Mas a ideia do livro, no entanto, é muito anterior à da série. O correto seria dizer, portanto, que Chico Buarque inspirou a série Histórias de Canções. Tudo começou quando Wagner Homem decidiu colocar no papel as mais saborosas histórias que colecionou ao longo de uma amizade iniciada em 1989. Ele não tinha a pretensão de fazer um songbook ou uma biografia do multiartista Chico Buarque. Wagner queria reunir num livro as histórias mais interessantes que estão por trás de algumas das maiores composições do artista. Na medida em que registava as histórias, Wagner sentia a necessidade de contextualizar cada uma delas, de mostrar em que momento da história do Brasil e da Música Popular Brasileira Chico compôs «A Banda», «Pedro Pedreiro», «Rodaviva», «Samba de Orly», «Apesar de você»... O projeto, que nasceu despretensioso, ganhou uma dimensão inimaginável. Chico Buarque é o mais importante mergulho na intimidade criativa de um dos mais amados artistas da nossa história.
O livro conta as histórias por trás das canções de Chico Buarque. Responsável pelo site do cantor e compositor, Wagner Homem se vale do vasto conhecimento da obra de Chico para destrinchar, com minúcias, episódios relacionados a mais de uma centena de canções do artista. Em cada abertura de capítulo, uma apresentação da cena sociopolítica vigente na época, com exceção dos dois últimos um deles sobre a morte de Tom Jobim, em 1994, em Nova York. O livro é riquíssimo em personagens de todos os matizes. Está ali a nata da cultura nacional, gente como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Edu Lobo, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Toquinho e Zuzu Angel. Estão também histórias deliciosas como a da parceria de Chico e Vinicius na letra de Gente humilde, música de Garoto. Enciumado com as parcerias de Chico e Tom Jobim (na época eram três), Vinicius pediu que Chico desse um jeito na letra. O amigo nada achou de errado numa letra irretocável e só acrescentou uma estrofe. Foi o suficiente para Vinicius alardear a Tom que agora também era parceirinho de Chico.Ver por dentro:
Luís Villas Boas é unanimemente considerado o «pai» do jazz em Portugal. Nascido em Lisboa, a 26 de Março de 1924, numa família com fortes tradições musicais e ligada à cultura em geral.A ele se devem a criação do programa de rádio mais influente na divulgação do jazz, Hot Club, transmitido ininterruptamente entre 1945 e 1969, a organização das primeiras jam sessions, a autoria dos primeiros artigos de imprensa informados, a fundação das primeiras instituições jazzísticas nacionais - Hot Clube de Portugal, 1948; Discostudio, 1958; Luisiana Jazz Club, 1965 -, e a produção dos primeiros grandes concertos: Sidney Bechet, 1955; Count Basie, 1956; Bill Coleman, 1959.No final dos anos de 1970 teve um papel decisivo na promoção do ensino, fundando as escolas do Hot Clube de Portugal - onde se têm formado nos últimos cerca de 50 anos as sucessivas gerações de músicos que mantêm o jazz como um género musical vivo -, e do Luisiana Na década de 1980, juntamente com Duarte Mendonça, viria a ter os seus próprios programas de jazz - Aqui Jazz (1978-1979), Jazz Magazine (1978-1979), Club de Jazz (1982-1985) e Jazz para Todos (1986).Para celebrar o 100 º aniversário do nascimento de Luís Villas Boas este livro reúne uma primeira narrativa biográfica e, através de 70 entrevistas à imprensa, rádio e televisão, dá-lhe a palavra, acompanhando a evolução do seu pensamento e acção ao longo de quase 50 anos, bem como o percurso do jazz no Portugal do século XX.
Compositor e escritor, Boucourechliev
evoca algumas das grandes etapas
da linguagem musical, mas também
esclarece o fenómeno da música,
os mecanismos íntimos da composição
e da audição.
[Olhares sobre a música em Portugal no século XIX] é um volume repleto de informação inédita e
profundamente estimulante para todos os que se dedicam aos estudos artísticos e culturais em Portugal,
cuja leitura vem demonstrar a riqueza e complexidade de uma época à qual começamos enfim a prestar
justiça. Com este livro, ficamos a dever à autora a confirmação inequívoca de que a história da música em
Portugal no século XIX merecia, de facto, ser contada. [Paulo Ferreira de Castro].