Jorge Barradas: No Jardim da Europa
A monografia de referência sobre um dos modernistas mais fascinantes do século xx português
Jorge Barradas (Lisboa, 1894‑1971) foi um dos artistas mais preeminentes da geração que deu a arte moderna a Portugal. Revelado nas exposições do grupo dos Humoristas, em 1912 e 1913, Barradas foi depois um dos responsáveis pela revolução gráfica que atravessou a imprensa ilustrada dos anos 20. O constante desejo de reinvenção e o pragmatismo profissional levaram‑no pelos territórios da caricatura e da ilustração, da publicidade e da pintura, consolidando‑se por fim numa actividade de ceramista imensamente bem‑sucedida, culminando uma longa e produtiva carreira de seis décadas.
Há muitos anos que se sentia a falta de uma investigação aprofundada sobre este importante legado artístico e de uma monografia de referência sobre Jorge Barradas. Através de capítulos curtos, mas interligados narrativamente, Carlos Silveira conduz o leitor pela vida e a obra multifacetada de um dos modernistas mais fascinantes do século xx português.
Livro feito a partir da exposição homónima do Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Eric Carle (Siracusa, Nova Iorque, 1929): Autor de mais de 70 livros, Eric Carle começou a ilustrar em 1967, depois de trabalhar numa agência publicitária. Estudou na prestigiada escola de arte Akademie der Bildenden Künste, na Alemanha, país onde residiu na sua infância. Regressou aos EUA em 1952, onde trabalhou como designer gráfico no «The New York Times». Ao primeiro livro de sua completa autoria «1,2,3, to the Zoo» (1968), seguiu-se o famoso «The Very Hungry Caterpillar». Foi galardoado com os prémios da Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha, da Associação de Livreiros Infantis e da Associação Americana de Bibliotecas. Eric Carle afirmou: «Creio que a passagem de casa para a escola é o segundo maior trauma da infância; o primeiro, certamente, é nascer. Em ambos os casos trocamos um ambiente caloroso e protetor por outro desconhecido. Acredito que as crianças são criativas por natureza e capazes de aprender. Nos meus livros tento minimizar esse temor, substituí-lo por uma mensagem positiva. Quero mostrar-lhes que aprender é realmente fascinante e divertido.»
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A Lagartinha Muito ComilonaÀ luz da Lua, um pequenino ovo descansava numa folha. Num domingo de manhã o sol quente chegou e PLOC!..., de dentro do ovo saiu uma lagartinha magra e esfomeada. A edição desta obra em português representa um marco no panorama editorial, uma vez que apresenta aos mais novos um dos clássicos contemporâneos, com o design inovador e as brilhantes ilustrações que têm o cunho inconfundível de Eric Carle. -
AmigosPlano Nacional de Leitura Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com a Educação para a Cidadania na Educação Pré-Escolar, 1º e 2º anos de escolaridade. Era uma vez dois amigos que andavam sempre juntos. Juntos brincavam e corriam e dançavam e contavam segredos um ao outro. Mas um dia o rapaz ficou sozinho. A sua amiga partira "Amigos" é a história de uma grande amizade entre um rapaz e uma rapariga que partilham jogos e confidências até ao dia em que a distância os separa. Eric Carle evoca aqui, neste que é o seu mais recente álbum, as recordações da sua infância em Nova Iorque, a sua cidade natal, que deixou aos 6 anos, quando os seus pais decidiram regressar à Alemanha, de onde eram originários. A partir desta referência vital, o autor propõe aos leitores uma viagem através de diversos cenários da natureza, que refletem a expressão artística das emoções. A ausência representa-se assim com metáforas visuais que transmitem frio e perigo, solidão e escuridão, dificuldades que há que ultrapassar com esforço, imprevistos e incertezas...Trata-se de uma obra em que Eric Carle plasma, uma vez mais, o seu estilo inconfundível, caracterizado pelo uso de técnicas como a colagem, onde utiliza o seu próprio papel pintado à mão, criando uma paleta de tonalidades e texturas únicas e originais. -
Da Cabeça Até Aos PésSou um pinguime viro a minha cabeça.E tu, consegues fazer assim?Eu, sim.Os animais mexem os seus corpos de formas muito diferentes – tal como os humanos. Podemos observar os gorilas, os camelos e outros animais a bater no peito, a dobrar os joelhos, a arquear as costas e até a curvar o pescoço... Porém, o mais divertido é se o leitor responder ao desafio deste livro, juntando-se e imitando o pinguim, a girafa o búfalo e outros mais. Da cabeça até à ponta dos pés, irá certamente retorcer-se, balançar-se e rir à gargalhada, à medida que os for tentando acompanhar! -
A Aranha Muito OcupadaUma aranha começa a tecer sua teia. Ao longo do processo, alguns animais da quinta aparecem, tentando captar a sua atenção, mas ela está tão concentrada no seu trabalho que os ignora. Finalmente, quando termina e adormece, é possível não só apreciar a sua obra de arte, como também utilidade da mesma. -
10 Patinhos de BorrachaEric Carle transformou em livro um curioso acontecimento que ocorreu em 1992, quando um barco, carregado com milhares de bonecos de borracha, caiu ao mar durante uma tempestade, perdendo a sua carga. Houve bonecos que apareceram nas costas do Alasca, outros que cruzaram o estreito de Bering, passaram os icebergues e chegaram até às costas do norte da Grécia… E parece que ainda continuam a viajar por outras latitudes, numa deriva de que os oceanógrafos se serviram para progredir no estudo das correntes.Desde a fábrica até ao camião que os leva ao porto, o autor deixa que o pequeno leitor persiga alguns destes bonecos e faz do seu posterior naufrágio um divertido pretexto para criar uma história em que participam vários animais marinhos e em que joga com os números, as cores, o tempo, o espaço e a distância. -
A Lagartinha Muito Comilona - O meu livro pop-upEsta edição pop-up de “A lagartinha muito comilona” celebra o 50.º aniversário de publicação deste grande clássico contemporâneo para crianças do mundialmente célebre autor e ilustrador Eric Carle.As imagens da lagartinha, que, no final, se transforma numa leve e colorida borboleta, ganham agora vida a cada página, através de esculturas tridimensionais em papel e elementos móveis. Este formato pop-up estimula ludicamente a apreensão de informação, torna a leitura ainda mais prazerosa, ao mesmo tempo que facilita a aprendizagem. Datada de 1969, esta obra mantém ainda toda a sua frescura e atualidade, sendo uma das histórias mais emblemáticas de Eric Carle. Traduzida em mais de 65 línguas e vendida a mais de 46 milhões de pessoas por todo o mundo, a sua edição em português, em 2007, pela Kalandraka representou um marco no panorama editorial nacional. -
A Joaninha ResmungonaEra de noite e os pirilampos dançavam à volta da Lua. Às cinco da manhã em ponto nasceu o Sol. Uma simpática joaninha chegou a voar pela esquerda. Viu uma folha cheia de pulgões e pensou comê-los ao pequeno-almoço. Nisso andava, quando chegou uma joaninha resmungona pela direita. -
Sonho de NeveNuma pequena quinta vivia um agricultor.Ele tinha tão poucos animais que até os conseguia contar pelos dedos de uma mão.Então, o agricultor chamou aos seus animais Um, Dois, Três, Quatro e Cinco.Atrás do celeiro havia uma pequena árvore.O agricultor chamou-lhe Árvore...Sonho de neve é uma história invernosa e natalícia que se destaca logo à partida pela própria edição do livro: a capa acetinada contrasta com a rugosidade dos fragmentos têxteis nela colados, a imitar flocos de neve; entre as páginas do miolo vão-se também intercalando folhas de acetato, adornadas com manchas de cor branca, e que se sobrepõem às ilustrações, qual mantos de neve, cobrindo não só o agricultor, o protagonista da história, como também os seus animais domésticos. De salientar ainda é a intensidade das próprias ilustrações, bem ao estilo de Eric Carle: collages em papel pintado, texturas e vistoso colorido. No final, o livro incorpora um mecanismo que faz soar uma melodia, quando o leitor é convidado a tocar-lhe. -
O Senhor Cavalo-MarinhoO Sr. e a Sra. Cavalo-Marinho nadavam calmamente nomar, quando a Sra. Cavalo-Marinho começou a torcersee a rebolar-se de um lado para o outro.– Chegou a altura de pôr os ovos – disse ela.– Posso ajudar-te? – perguntou o Sr. Cavalo-Marinho.– Oh, sim. Obrigada! – disse a Sra. Cavalo-Marinho.Então ela pôs os ovos numa bolsa que havia na barrigado Sr. Cavalo-Marinho…Na maior parte das famílias de peixes, depois de a mãe pôr os ovos e deo pai os fertelizar, ninguém fica de guarda aos ovos. Mas há excepções,como o cavalo-marinho, o peixe-espinho, a tilápia, o kurtus gulliveri, opeixe-cachimbo, o peixe-gato e outros quantos. Nesses casos, não só umdos progenitores fica a tomar conta dos ovos, com grande esmero, como– surpresa das surpresas – esse progenitor é o pai. Por estranho quepareça, isto é mesmo verdade: acontecem de facto coisas maravilhosasno fundo do mar. E esta é a história desta obra, através do ponto de vistae do percurso do Sr. Cavalo-Marinho.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
Design e Risco de MudançaDesign e Risco de Mudança lança-nos interrogações múltiplas que se prendem, desde logo, com o próprio título: qual o risco a que se refere Victor Margolin? O Design, enquanto disciplina charneira entre um número crescente de áreas do saber, pode assumir-se como polo agregador e diversificador, acrescendo e aprofundando as redes de comunicação, gerando sinapses de qualidade. Estas dependem das interrogações e das escolhas que o Design opera. Assim, deveremos interrogar-nos sobre quem faz as escolhas e com que pressupostos são feitas, já que cada caminho é consonante com uma visão do mundo que, segundo a especificidade de cada designer, se manifesta na sua vida e se espelha no trabalho.CoediçãoVerso da HistóriaCoordenação EditorialRosa Alice BrancoPrefácioEduardo Corte-Real -
Laocoonte - Ou Sobre as Fronteiras da Pintura e PoesiaLaocoonte ou sobre as Fronteiras da Pintura e Poesia (1766), obra fundadora da estética moderna, moldou desde a sua publicação debates em torno da crítica e da teoria da percepção, influenciando áreas como a teoria da literatura e a história de arte. Estudo sobre o famoso grupo escultórico, provavelmente do século II a.C. - que retrata o suplício do sacerdote troiano e dos seus filhos, episódio narrado por Vergílio na Eneida -, Laocoonte foi um dos primeiros ensaios a abordar a natureza da poesia, como arte do tempo, e da pintura, como arte do espaço, traçando os seus limites, diferenças e domínios específicos, ao mesmo tempo que operou uma verdadeira libertação do ut pictura poesis horaciano.Laocoonte, numa prosa eloquente e de finíssima ironia, continua a suscitar vivas reflexões sobre o sentido da experiência artística.


