Os gangs e a violência juvenil urbana são temas normalmente associados às grandes cidades, sobretudo às do continente americano. Este livro aborda o tema num contexto geográfico e socioeconómico menos frequente, o de duas pequenas capitais da África Ocidental (Bissau e Praia), e procura responder a três perguntas centrais: O que leva os jovens a organizarem-se em gangs ou outros grupos violentos? O que leva os jovens a não se envolverem nesses mesmos grupos quando todas as condições parecem criadas para tal? E, porque é que a capital de um país-modelo parece sobrepor-se, em matéria de violência juvenil, à capital de um país politicamente instável? Este livro propõe algumas respostas a estas questões, partindo de uma análise centrada nas trajectórias de reprodução da violência em várias escalas (da local à global), e inverte as narrativas tradicionais da segurança em que os jovens entram invariavelmente como um fator de risco, como ameaças à ordem e como perpetradores de violência.
Investigadora do ces, membro do Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz e do Observatório sobre Género e Violência Armada.
Desde outubro de 2007, é doutoranda no Programa Pós-colonialismos e Cidadania Global. Tem o grau de Mestre em Estudos Africanos pelo Instituto Superior do Trabalho e da Empresa (iscte) e é licenciada em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Sílvia Roque
Investigadora do ces, membro do Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz e do Observatório sobre Género e Violência Armada. Desde outubro de 2006, é doutoranda no Programa sobre Política Internacional e Resolução de Conflitos na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Relações Internacionais (2002). Realizou ainda Mestrado em Estudos Africanos no iscte.
José Manuel Pureza
Professor Associado com Agregação na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde cocoordena o Programa de Doutoramento em Política Internacional e Resolução de Conflitos. Investigador do ces, onde cocoordena o Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz.
Sabemos que as guerras implicam reconfigurações importantes nas sociedades e que os períodos imediatos de pós-guerra são simultaneamente períodos de incertezas e de esperança. No entanto, sabemos pouco sobre os diversos percursos da violência no quotidiano das sociedades pós-guerra, no longo-prazo. Este estudo procura compreender, para além das transformações ocorridas, a complexidade das relações, continuidades e mimetismos entre lógicas e períodos de guerra e de paz em dois países: El Salvador e Guiné-Bissau. A partir das experiências e percepções de jovens não privilegiados, em sociedade periféricas e em contextos urbanos marcados por adversidades constantes, questiona-se a utilidade e pertinência dos enquadramentos de reflexão e de intervenção internacional baseados na identificação entre pós-guerra, pós-crise e pós-violências e na reprodução de políticas de reconstrução estandardizadas, centradas no Estado e na superação rápida de crises circunscritas.
O Portugal do próximo futuro será evidentemente um país mais pobre, resultado da redução salarial generalizada, da brutal penalização das reformas e da perda de salário indireto traduzida no esfacelamento prático das políticas de universalidade de serviços públicos essenciais como a educação, a saúde ou a segurança social. Não se trata de uma consequência entre outras e muito menos de uma espécie de efeito colateral não desejado do programa de ajustamento. Não, o empobrecimento e a penalização do trabalho foi – e é – o núcleo essencial do programa da crise-como-política concretizado em Portugal. Para a crise-como-política não há linhas vermelhas. A luta por essas linhas inultrapassáveis, sempre mais avançadas, em vista da transformação profunda dos mecanismos que as tornam necessárias, está no coração da identidade histórica da esquerda. Diante da pujança inédita da crise-como-política, ela é mais importante hoje que nunca. É dessa luta que dá conta este livro. E é nela que toma partido.
Sabemos que as guerras implicam reconfigurações importantes nas sociedades e que os períodos imediatos de pós-guerra são simultaneamente períodos de incertezas e de esperança. No entanto, sabemos pouco sobre os diversos percursos da violência no quotidiano das sociedades pós-guerra, no longo-prazo. Este estudo procura compreender, para além das transformações ocorridas, a complexidade das relações, continuidades e mimetismos entre lógicas e períodos de guerra e de paz em dois países: El Salvador e Guiné-Bissau. A partir das experiências e percepções de jovens não privilegiados, em sociedade periféricas e em contextos urbanos marcados por adversidades constantes, questiona-se a utilidade e pertinência dos enquadramentos de reflexão e de intervenção internacional baseados na identificação entre pós-guerra, pós-crise e pós-violências e na reprodução de políticas de reconstrução estandardizadas, centradas no Estado e na superação rápida de crises circunscritas.
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O encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham.