Lisboa e a Guerra 1367-1411
Apesar de apresentar frequentes abordagens de âmbito político, económico e social, Lisboa e a Guerra (1367-1411) é, acima de tudo, um estudo de História Militar Medieval, onde se analisam as formas como a principal cidade do reino sentiu os conflitos militares que ocorreram nesse período e as respostas dadas às situações daí decorrentes. Da organização militar concelhia até às consequências da guerra, passando pelas intervenções das milícias nos confrontos bélicos e pelos cercos de 1373 e de 1384, pretende-se dar a conhecer uma faceta ainda pouco estudada da Lisboa medieval. Com este estudo, o autor recupera, aliando-as, a História Militar e a Olisipografia, áreas de investigação durante tantos anos arredadas dos horizontes dos historiadores e para cuja revitalização também se pretende contribuir.
| Editora | Livros Horizonte |
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| Coleção | Cidade de Lisboa |
| Categorias | |
| Editora | Livros Horizonte |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Miguel Gomes Martins |
Miguel Gomes Martins nasceu em Lisboa em Fevereiro de 1965. É licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é mestre e doutor em História da Idade Média pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, grau que obteve com a dissertação intitulada Para Bellum. Organização e Prática da Guerra em Portugal durante a Idade Média - 1245-1367 (Prémio Defesa Nacional ? 2009). É autor de diversos trabalhos de História Militar Medieval (entre monografias, artigos e actas de congressos), de entre os quais se destacam os livros Lisboa e a Guerra (1367-1411); A Vitória do Quarto Cavaleiro ? O Cerco de Lisboa de 1384; A Alcaidaria e os Alcaides de Lisboa (1147-1433); As Cicatrizes da Guerra no Espaço Fronteiriço Português (1250-1450), em co-autoria com João Gouveia Monteiro (Prémio Cunha Serra, da Academia Portuguesa de História ? 2011); De Ourique a Aljubarrota ? A Guerra na Idade Média; Guerreiros Medievais Portugueses-De Geraldo Sem-Pavor ao Conde de Avranches; A Arte da Guerra em Portugal - 1245 a 1367 (Prémio Augusto Botelho da Costa Veiga - 2014);Guerreiros de Pedra. Castelos, Muralhas e Guerra de Cerco em Portugal na Idade Média (Prémio Augusto Botelho da Costa Veiga, da Academia Portuguesa da História - 2016). É técnico superior do Gabinete de Estudos Olisiponenses, colaborador do Centro de Estudos da História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra e investigador integrado do Instituto de Estudos Medievais, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova, onde lecciona a cadeira opcional de História da Guerra na Idade Média.
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De Ourique A AljubarrotaA 24 de Julho de 1139, a hoste de Afonso Henriques, é interceptada pelas forças almorávidas quando cruzava o Campo de Ourique em direcção a Coimbra. No dia seguinte, sob o quente sol de Verão, os dois exércitos são dispostos em formação de batalha. A superioridade muçulmana parecia fazer adivinhar vitória certa, mas o exército cristão, comandado pelo próprio príncipe, dispunha de um importante trunfo táctico: a cavalaria pesada. Um autêntico «tanque de guerra da Idade Média». É com a Batalha de Ourique que o historiador Miguel Gomes Martins começa a traçar o retrato de 15 dos mais emblemáticos teatros de operações da História Militar Medieval portuguesa. Ao longo destas páginas, apoiados em mapas e esquemas, mas também em imagens da época, revisitamos campanhas, batalhas, cavalgadas e cercos, observamos os territórios onde se deram estes confrontos, as estratégias e dispositivos tácticos escolhidos pelos comandantes, os meios humanos e logísticos envolvidos, conhecemos os problemas com que se debatiam os exércitos, da falta de mantimentos e de água, às epidemias que matavam homens, analisamos a evolução do armamento defensivo e ofensivo ao longo de 250 anos, terminando esta viagem com a Batalha de Aljubarrota, que a 14 de Agosto de 1385 deu a vitória ao exército de D. João I, comandado pelo Condestável do reino, D. Nuno Álvares Pereira, perante a hoste franco-castelhana de D. Juan I. -
Guerreiros Medievais PortuguesesA figura de Geraldo Geraldes é quase mítica. Mais conhecido por O Sem-Pavor, lutou tanto do lado cristão, como do lado muçulmano durante a década de 1160; Gualdim Pais, cujo prestígio adquirido na Palestina o elevou a Mestre da Ordem do Templo em Portugal, sendo responsável pela edificação de uma poderosa rede de castelos crucial para a defesa das regiões a norte do rio Tejo; o Prior hospitalário Álvaro Gonçalves Pereira, presente em alguns dos mais importantes episódios militares das décadas de 1340 a 1380, desde a Batalha do Salado até às Guerras Fernandinas, passando pela Guerra Civil de 1355-1356; Nuno Álvares Pereira, um dos mais brilhantes generais da Idade Média Europeia, cujo percurso como comandante militar é longo, fulgurante e recheado de vitórias; Álvaro Vaz de Almada, o célebre conde de Avranches, figura fascinante da primeira metade do século XV e cujo trajeto o leva a combater nos mais variados teatros de operações, desde o Norte de África até às fronteiras orientais do Império, passando pelo Mediterrâneo, pelos palcos da Guerra dos Cem Anos e, claro, pelo território português, onde encontrou a morte, na Batalha de Alfarrobeira, lutando ao lado do infante D. Pedro.Estes são alguns dos 13 Guerreiros Medievais Portugueses cujo retrato é traçado pelo historiador Miguel Gomes Martins. A guerra é feita de homens. E, por isso, para melhor compreender as estratégias e táticas militares que estiveram por detrás das grandes campanhas, é fundamental conhecer os percursos dos comandantes que lideraram os exércitos, que conduziram homens para os campos de batalha e cujas decisões em momentos-chave os levaram às grandes vitórias ou às grandes derrotas. Pela sua mão revisitaremos algumas das mais emblemáticas guerras, campanhas, batalhas e cercos, entre meados do século XII e meados do século XV. Uma fascinante e original viagem à Idade Média através dos seus protagonistas. -
Guerreiros de Pedra: castelos, muralhas e guerra de cerco em Portugal na Idade MédiaPresentes de norte a sul do território português, os castelos e as cinturas de muralhas que serviram um dia para proteger vilas e cidades são, ainda hoje, testemunhos vivos de um dos períodos mais fascinantes e ricos da História de Portugal. Apesar de detentoras de uma inegável carga simbólica, nomeadamente enquanto formas de ostentação do estatuto social, da riqueza e da autoridade dos seus senhores, as fortalezas medievais foram erguidas sempre com um propósito claramente militar. Em resultado da missão que desempenhavam, eram constantemente alvo dos exércitos inimigos, pelo que um estudo a elas dedicado não pode deixar de contemplar uma análise da guerra de cerco e da sua importância nessa época. Guerreiros de Pedra é um documento fundamental sobre as fortificações medievais portuguesas, dando-nos a conhecer as suas características arquitetónicas, os personagens que promoveram a sua edificação, os homens que as comandavam e vigiavam, o modo como eram atacadas e defendidas, bem como alguns dos episódios militares e acontecimentos mais marcantes da sua história. -
1147 - A Conquista de Lisboa na Rota da Segunda Cruzada«Na manhã do dia 3 de Agosto de 1147, os combatentes cristãos estacionados em redor de Lisboa ultimavam os preparativos para o assalto à cidade. Não é difícil imaginar a azáfama nos três acampamentos, com esses homens a fazer as derradeiras verificações no armamento, a comer uma refeição que poderia ser a última, a despedir-se das companheiras, a rezar e a confessar-se, ou seja, a preparar o corpo e o espírito para o que se iria seguir.»A conquista de Lisboa aos muçulmanos, comandada por D. Afonso Henriques e coadjuvada pelos Cruzados, teve início em Julho de 1147 e terminou em Outubro do mesmo ano. Como decorreram os primeiros embates e as primeiras negociações? Como foram instalados os arraiais e progressivamente dominadas as imediações da cidade? Como foram geridos os mantimentos durante os quatro meses que durou o cerco? Que máquinas de guerra se usaram para derrubar o inimigo? E, uma vez conquistada Lisboa, que rumo tomou a Segunda Cruzada antes de terminar no falhanço de Damasco? Partindo de novas informações sobre a História Militar da Idade Média, a Lisboa muçulmana e a História da Cruzada, Miguel Gomes Martins reconstitui, de uma forma rigorosa e eloquente, este acontecimento decisivo na nossa história e na construção do país que somos hoje. Ao recorrer ao testemunho de múltiplas fontes portuguesas e estrangeiras que até hoje têm sido pouco utilizadas, apresenta uma nova perspectiva sobre este episódio algo esquecido pela historiografia das últimas décadas. -
A Arte da Guerra em PortugalO nosso objeto de estudo seria, portanto, a organização e a prática da guerra em Portugal durante o período anterior ao das Guerras Fernandinas, observadas, como havia já sido feito por João Gouveia Monteiro, numa perspetiva de história da guerra total e não apenas num plano puramente marcial, da estratégia e da tática. De facto, como sublinhava Robert L. O´Connell, num estudo sobre as raízes sociológicas dos conflitos militares, a guerra "não é simplesmente violência armada. É antes uma instituição específica, premeditada e dirigida por uma forma de estrutura de governo; ligada com questões de natureza social e não individual; envolvendo a participação (ainda que nem sempre entusiástica) dos combatentes e que pretende obter resultados duradouros e não efémeros". É esta instituição e as suas principais vertentes que procuraremos compreender melhor ao longo deste trabalho.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?