Malaca. Portugal e o Oriente: História e Memória
Palúdica e praticamente estéril, esta Veneza do Oriente era, quase obrigatoriamente (diríamos), procurada por mercadores e viajantes provenientes das mais diversas paragens do Índico-Pacífico. Em sítio abrigado das monções (no que levava vantagem a Singapura), diariamente numerosas embarcações locais (cerca de uma centena de "juncos" e meia centena de "paraus") serviam-se das marés e dos "terrenhos" (ventos que sopravam da terra) para abastecerem a cidade.
Sabendo da importância geo-económica de Malaca, em 1511 Afonso de Albuquerque, naturalmente com o consentimento do rei de Portugal, tomará a cidade. Referindo a sua importância, sobretudo económica, Fernão Lopes de Castanheda considerará o porto de Malaca como "[
] a mayor escala das mais ricas mercadorias que se então sabia no mudo", acrescentando João de Barros que embarcações das mais diversas proveniências, "todas no tempo de suas monções concorriam áquela riquíssima Malaca, como a um emporio, e feira universal do Ori¿te".
| Editora | Palimage |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Palimage |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | João Marinho dos Santos, José Manuel Azevedo e Silva |
O autor nasceu em Tibaldinho, Mangualde, em 30 de maio de 1937.
Professor da Universidade de Coimbra, desde 1983, desenvolveu a sua atividade, na docência e na investigação, no domínio da História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa e da História do Brasil. Tem 24 livros publicados e cerca de uma centena de artigos, prefácios e recensões.
É, desde 1994, investigador do Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra.
Foi galardoado com o Prémio Calouste Gulbenkian “História da Presença de Portugal no Mundo”, atribuído pela Academia Portuguesa de História, em 2 de julho de 2008.
É Professor Jubilado da FLUC – Universidade de Coimbra, desde 30 de maio de 2007. A partir de então, passou a centrar as suas investigações e publicações, no domínio da História Local e Regional.
-
Ceuta não foi Conquistada mas Começo DelaÀ medida que vamos desenhando (desde há séculos, se não milénios) o mapa-mundi da globalização, cada Povo, cada Nação também mostra interesse em ir vincando a sua carta nacional. Neste esforço de definir e reforçar cada identidade coletiva, claro está que não se esconde qualquer perigo desde que não se confunda “individualização” com “individualismo”.Ao comemorarmos uma vez mais (agora em 2015) a “Conquista de Ceuta”, nós Portugueses não pretendemos apoucar os então vencidos, já que é o “encontro” com os “outros” que nos move e distingue. Um encontro que nem mesmo a acirrada guerra religiosa e ideológica de então logrou obliterar por completo; ainda a luta armada e outras atividades geradoras de “honra”, “proveito” e “fama” tenham balanceado um Portugal independente para mais conquistas (ultramarinas), colonizações (sobretudo de espaços sem homens), descobertas (geográficas e humanas) e ensaios (modernos) de governação e administração. “Ceuta”, obviamente, não foi começo de tudo isto, mas continua a ser “registo de memória” e “dever de história”, que não apenas para os Portugueses; por tal, decidimos redigir esta coletânea de artigos. -
Costumes e Foros de Castelo BomCostumes e Foros de Castelo Bom, cujo original se reproduz nesta publicação, constituem como a própria tradução para português actual deixa facilmente perceber, um código de normas medievais para regulamentar a vida dos habitantes deste antigo concelho de Riba-Côa. Retoma, em começos do século XIII, muito do normativo dos designados Fueros Leoneses, em particular dos geograficamente mais próximos e tidos por modelares (com destaque para os de Ciudad Rodrigo, infelizmente desaparecidos), mas introduz algum cunho local entrosado com o fundo tradicional ou costumeiro. Poderá perguntar-se sobre o seu interesse nos nossos dias. Além do contributo de avivar identidades regionais e até nacionais, cremos que os políticos podiam e deviam colher nesta vetusta legislação exemplos de medidas que pudessem evitar o estertor económico e sociocultural das comunidades humanas do esquecido “Interior”. Eram escassos os recursos naturais do “alfoz”, isto é, do termo do antigo concelho de Castelo Bom? Bastará fixar o olhar hoje, porque a natureza, por ela, pouco muda, para obter resposta. E, no entanto, por entre os “barrocos” graníticos germinavam “plantas de civilização”, como os cereais, as hortaliças, a vinha ou o linho; além de vicejarem, ainda que a custo, ervagens e árvores de baga que permitiam criar cavalos (para fazer a guerra), bois (para arar as parcas terras), ovelhas, cabras e porcos (para produzirem lã, leite e carne). Enfim, os “vizinhos” da vila e os “moradores” das aldeias deste concelho leonês (depois português a partir de 1297) souberam associar às indústrias básicas da agricultura e da pecuária os proventos da guerra, das artes menores e dos serviços indispensáveis. -
Portugal Segundo a Beira Alta - Viseu e GuardaAo concebermos a estrutura e o teor deste estudo, mergulhámos na fundura dos tempos e vimos a evolução do revestimento vegetal, numa Beira Alta formada pelo Planalto Beirão, pela Beira Duriense, pela Beira Raiana e pela sub-região de Lafões. Procurámos trazer à ribalta gentes, povos e pessoas que habitaram o território beiraltino, desde o Paleolítico Superior até à atualidade. Eis a Beira Alta de antanho, no pulsar do seu quotidiano e na sua magia inconfundível!
-
A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?