Maus Novos Tempos - Arte, Crítica, Emergência
Maus Novos Tempos analisa a evolução da arte e da crítica na Europa Ocidental e na América do Norte ao longo dos últimos vinte e cinco anos, explorando a sua relação dinâmica com o estado geral de emergência instigado pelo neoliberalismo e pela guerra contra o terrorismo. Debruçando-se sobre a obra de artistas como Thomas Hirschhorn, Tacita Dean e Isa Genzken, bem como os escritos de pensadores como Jacques Rancière, Bruno Latour e Giorgio Agamben, Hal Foster expõe os modos como a arte previu esse mesmo estado, ora contrariando a falência do contrato social, ou apontando para a sua reparação, ora parodiando-a.
Numa oposição à alegação de que a criação artística se tornou tão heterogénea que pôs em causa a análise histórica, Foster defende a necessidade de que o crítico continue a exprimir com clareza um relato do contemporâneo em toda a sua complexidade.
«Hábil e obstinado, Foster é um dos raros teóricos da arte cuja pro sa comedida é capaz de aliciar um universo mais vasto de leitores, passando ao lado do inflacionismo filosófico que afecta boa parte da cavaqueira superior entre críticos de arte.» GUARDIAN «Maus Novos Tempos procura recuperar a ideia de vanguarda ao cabo de meio seculo de lutas intestinas, obscurecimento, rivalidade sucessivos no envolvimento com o mundo real da e falhanços suelo política.» HARPER'S
«A sua influência é considerável, prolongando-se muito para lá das fronteiras disciplinares da arte moderna e contemporânea, e aden trando na arquitectura, na literatura e na teoria crítica - tudo territórios em que Foster é uma autoridade. As suas fabulosas capacidades de análise e de explicação são, com elevada frequência, postas ao serviço da disrupção e da desestabilização, sendo a sua obra tão polarizadora quanto reveladora.» WHITE REVIEW
«Debruçando-se sobre os paradigmas recentes da arte, que vão do "abjecto" ao "pós-crítico", Foster utiliza o seu estilo despretensioso e incisivo para ajudar a localizar os falhanços da arte contemporânea na esperança de que uma arte mais singular e crítica possa ganhar a dianteira.» ARTSLANT
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The Return of the RealIn The Return of the Real Hal Foster discusses the development of art and theory since 1960, and reorders the relation between prewar and postwar avant-gardes. Opposed to the assumption that contemporary art is somehow belated, he argues that the avant-garde returns to us from the future, repositioned by innovative practice in the present. And he poses this retroactive model of art and theory against the reactionary undoing of progressive culture that is pervasive today. After the models of art-as-text in the 1970s and art-as-simulacrum in the 1980s, Foster suggests that we are now witness to a return to the real-to art and theory grounded in the materiality of actual bodies and social sites. If The Return of the Real begins with a new narrative of the historical avant-gard, it concludes with an original reading of this contemporary situation-and what it portends for future practices of art and theory, culture and politics. -
Design e Crime (e outras diatribes)Ao longo dos anos, a crítica de Hal Foster tem servido de inspiração a um pós-modernismo de resistência com teor político. Este livro põe em acentuado relevo os alvos dessa resistência. Foster defende que o design — insuflado pelas forças capitalistas no sentido de influenciar tudo, das revistas à medicina — alimenta uma sociedade de consumismo insaciável, simultaneamente limitadora e desterritorializadora, narcisista e oca. Com uma precisão polémica, os seus ensaios visam os arquitectos de renome Frank Gehry e Rem Koolhaas no âmbito da ascensão da arquitectura-espectáculo e da cidade global, escavando, na segunda metade do livro, os terrenos contestados da história da arte, do museu, da crítica de arte e do pretenso fim da arte. O resultado assinala um novo caminho possível para a arte do século XXI.
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NovidadeArte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
NovidadeEsgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

