Memórias
Três volumes reunidos num só volume de Memórias para a comemoração do 150.º aniversário de Raul Brandão.
Publicadas originalmente em três volumes, as Memórias de Raul Brandão constituem um dos exemplos maiores do género na nossa literatura. Memórias pessoais, memórias do seu tempo político e cultural, memórias das pessoas com quem o autor privou ao longo de uma vida consagrada à literatura e ao conhecimento dos outros ? as recordações de Raul Brandão transportam-nos para um tempo, para uma sensibilidade e para um modo de escrita irrepetíveis: condensam um talento e um génio literário único; retratam alguns momentos de grande agitação política (as duas primeiras décadas do século XX); constituem um testemunho indispensável para se compreender não apenas a sua obra mas também o país a que ela se refere como uma obsessão.
| Editora | Quetzal |
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| Editora | Quetzal |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Raul Brandão |
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HúmusPublicado pela primeira vez em 1917, Húmus, a obraprima de Raul Brandão, é um misto de diário, feito de visões e reflexões metafísicas, e de ficção simbólica, onde se alternam dois monólogos interiores em fragmentos datados ao longo de cerca de um ano o monólogo do autor/narrador, na primeira pessoa, e o de um filósofo lunático, alter ego do autor, apodado de Gabiru. Escrito num estilo poderosamente original e de uma modernidade impressionante, Húmus explora a contradição entre o mundo aparente e o autêntico, onde se descobrem monstruosidades não sonhadas. -
As Ilhas DesconhecidasEm 1924 Raul Brandão fez uma viagem aos arquipélagos dos Açores e da Madeira num grupo de intelectuais - entre eles Vitorino Nemésio - promovida pelos autonomistas. Dessa visita, das suas impressões e anotações, surgiu o livro As Ilhas Desconhecidas - Notas e Paisagens, em que não só descreve com particular fulgor a beleza natural das ilhas, como observa a condição do seu habitante. Obra fundamental na formação da imagem (interna e externa) destes territórios, As Ilhas Desconhecidas tornou-se um dos mais importantes e belos livros de viagem da literatura portuguesa. -
A Morte do Palhaço e o Mistério da ÁrvoreExemplo único do Existencialismo na literatura portuguesa, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore, publicado em 1926, contém todos os elementos perturbadores que formam a estrutura genética da obra de Raul Brandão. -
El-Rei Junot - Obras Completas de Raul Brandão - Vol. VII«Não pretende Raul Brandão exaltar a ideia de Pátria, face a momentos de verdadeira crise e de humilhação nacional, mas apresentar ambientes e razões, motivos psicológicos e económicos, que arrastaram Portugal para o domínio francês e sua posterior expulsão. No entanto, não é apenas o modo de abordagem de uma época histórica que está em causa, é que, se a obra não pode ser considerada um romance (não tem intriga, não hà personagens inventadas, que protagonizem um enredo mais ou menos aliciante), também não é, de forma alguma, um ensaio histórico, pois há demasiadas intervenções subjectivas, demasiadas intromissões no psiquismo das figuras do passado, para que se possa alcançar a possível veracidade objectiva.» Do Prefácio -
Vida e Morte de Gomes Freire - Obras Completas de Raul Brandão - Vol. VIII«De 1912 a 1915, Raul Brandão sentiu uma espécie de tentação histórica, que aliás se enquadrava perfeitamente no gosto e nas tendências da época, e que deu origem a duas obras, El-Rei Junot e Vida e Morte de Gomes Freire.(...)» «Nesta obra, os subtítulos oferecem uma espécie de resumo das várias coordenadas que se inter-jogam: "Quem matou Gomes Freire Beresjord, D. Miguel Pereira Forjaz, o Principal Souza Mathilde de Faria e Mello Cartas e Documentos Inéditos"; os títulos dos capítulos dão uma ideia do tipo de sucessividade narrativa "Campanhas", "Cartas"; "Pela Liberdade"; "Vida Íntima"; "Hum principalmente..."; "Inicia-se o Processo"; "O Processo"; "Um Homem de Estado"; "O Mistério"; "Felizmente Há Luar". Como se vê, não há um fio cronológico rígido, mas uma contínua amostragem de ambientes e processos, havendo a preocupação de salientar o meio obscurantista e arbitrário, que provocou a condenação e morte do protagonista.» Do Prefácio -
HúmusHúmus, de Raul Brandão, foi um acontecimento insólito na vida literária portuguesa, como um desses rochedos que, sem razão aparente, surgem no meio de uma planície. Publicada em 1917, e refundida em posteriores edições, a obra não tem relação com a dos autores da Geração de 90 nem com as dos escritores estrangeiros seus contemporâneos, como Romain Rolland, Pirandello e Gorki. -
Memórias«Isso que aí fica não são memórias alinhadas. Não têm essa pretensão. São notas, conversas colhidas a esmo, dois traços sobre um acontecimento […] Sou um mero espectador da vida, que não tenta explicá-la. Não afirmo nem nego. Há muito que fujo de julgar os homens, e, a cada hora que passa, a vida me parece ou muito complicada e misteriosa ou muito simples e profunda.» Do Prefácio de 1918. -
A Morte do Palhaço e o Mistério da ÁrvorePublicado em 1926, é a reconstituição do segundo livro de Raul Brandão, publicado em 1896 sob o título de História de Um Palhaço (A Vida e o Diário de K. Maurício). Nele perpassam os temas da dor, da miséria, da loucura, do amor e da morte, temas recorrentes em toda a obra do autor Um livro fundamental para compreender toda a obra brandoniana. -
El-Rei JunotCorre o ano de 1807 e Portugal é invadido pelos exércitos francês e espanhol. À cabeça das tropas invasoras vem Junot, militar francês que sonha com a glória. A Corte portuguesa, com medo, foge para o Brasil, e o país vê-se ocupado durante quase um ano. À volta de Junot agrupa-se uma nova corte, chega-se a projectar aclamá-lo como rei. Às atrocidades dos invasores sucedem-se violações, mortes, roubos. Mas o povo revolta-se e juntamente com forças inglesas, Junot é derrotado. Esta é a história de um dos episódios mais dramáticos de Portugal, narrado por um dos seus melhores escritores. Mais do que um livro de História, mais do que romance, este é um livro único. Um clássico quase esquecido que importa recuperar. -
A Morte do PalhaçoNesta obra, Raul Brandão constrói conversas extraordinárias com e sobre o palhaço. Cada personagem do texto representa algo na sociedade, conversando entre si e com o autor e, por entre diálogos, Raul Brandão descreve três estados pelos quais o Homem pode pautar a sua existência: o primeiro, viver pelo sonho; o segundo, viver entre o sonho e a vida terrena; o terceiro, a entrega à vida terrena e mundana. A narrativa constrói-se num constante vaivém entre dor e prazer, sonho e realidade, sublime e grotesco; num constante namoro com o leitor mais sensível que sente: sente tudo, por tudo sentir.
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Novas Cartas Portuguesas«Reescrevendo, pois, as conhecidas cartas seiscentistas da freira portuguesa, Novas Cartas Portuguesas afirma-se como um libelo contra a ideologia vigente no período pré-25 de Abril (denunciando a guerra colonial, o sistema judicial, a emigração, a violência, a situação das mulheres), revestindo-se de uma invulgar originalidade e actualidade, do ponto de vista literário e social. Comprova-o o facto de poder ser hoje lido à luz das mais recentes teorias feministas (ou emergentes dos Estudos Feministas, como a teoria queer), uma vez que resiste à catalogação ao desmantelar as fronteiras entre os géneros narrativo, poético e epistolar, empurrando os limites até pontos de fusão.»Ana Luísa Amaral in «Breve Introdução» -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena?