Memórias, Sociabilidades e Resistências - O Caso da Cooperativa de Consumo Piedense
“... Muito justamente, e com inteiro mérito, o Júri do Prémio de Investigação Cidade de Almada entendeu unanimemente distinguir um trabalho aturado de investigação que nos permite adquirir uma visão informada e rigorosa sobre a vida e o percurso de uma instituição, que constituirá sempre um dos legados mais importantes da vida de luta, trabalho e persistência de milhares de cidadãos na construção de uma vida melhor, e um concelho melhor, e de um país melhor para todos.”
Joaquim Estêvão Miguel Judas, Presidente da Câmara Municipal de Almada.
| Editora | Caleidoscópio |
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| Editora | Caleidoscópio |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Dulce Simões |
Foi produtora-realizadora na Radiotelevisão Portuguesa e autora de diversos projectos audiovisuais (1979-2003). Doutorou-se em Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2011) e tem pós-doutoramento em Estudos Artísticos (2019). É investigadora no Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança, membro da equipa do RIARM - Red(e) Ibero-Americana Resistência e(y) Memória e do GESSA - Grupo de Estudios Sociales Aplicados da Universidad de Extremadura. Participou em diversos projectos I&D multidisciplinares, nacionais e internacionais, e desenvolve investigação em movimentos sociais, usos políticos da memória e práticas da cultura. Tem artigos publicados em diversas revistas e obras colectivas, e é autora dos seguintes livros: (2017) Memórias, Sociabilidades e Resistências: O caso da Cooperativa de Consumo Piedense; (2017) Grupo Coral Os Arraianos de Ficalho. Luar da Meia-Noite, livro/CD; (2016) A Guerra de Espanha na Raia Luso-Espanhola. Resistências, Solidariedades e Usos da Memória, com edição castelhana publicada pela Diputación Provincial de Badajoz em 2013; (2011) Zip-Zip: um programa mítico, ou uma «pedrada no charco» da «primavera marcelista»?; (2007) Barrancos na Encruzilhada da Guerra Civil de Espanha. Memórias e Testemunhos, 1936, com edição castelhana publicada pela Editora Regional de Extremadura em 2008. Em 2015 recebeu o Prémio de Investigação – Humanidades, da Cidade de Almada.
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A Guerra de Espanha na Raia Luso-EspanholaA guerra civil de Espanha foi um conflito nacional à escala internacional que trespassou a fronteira portuguesa, rompendo abruptamente a vida quotidiana das populações locais. A violência e a tragédia humana vivida e testemunhada por milhares de pessoas justificam que gerações inteiras conservem a memória do acontecimento, assinalando as suas posições éticas e as suas visões do mundo. No concelho de Barrancos, na raia do Baixo Alentejo, ocorreram dois dos maiores fluxos de refugiados espanhóis para território português formados por grupos ideologicamente opostos, cujo acolhimento legitima a construção de uma memória social alicerçada na solidariedade como valor identitário da comunidade. A primeira coisa que se pode afirmar do trabalho de Dulce Simões é que tem uma leitura agradável, porque está bem construído, apresenta personagens atrativos e mantem o interesse da trama, como nas boas novelas, demonstrando que a literatura académica não está desligada da boa literatura. Alguns temas que se tratam nesta obra são apaixonantes, como a preocupação de Salazar pelo ?contágio? que podia vir de Espanha, através da fronteira política. Mas a maior virtude deste trabalho é oferecer uma nova realidade empírica sobre as resistências à dominação e as solidariedades, e como estas se entrecruzam com a soberania dos Estados, em particular com as ditaduras ibéricas dos anos de 1930, num espaço fronteiriço (entre Barrancos, Encinasola e Oliva de la Frontera) dominado por diversos fluxos durante e após a guerra civil espanhola. [Heriberto Cairo, do Prólogo] -
Práticas da Cultura na Raia do Baixo Alentejo - Utopias, Criatividade e Formas de ResistênciaEntre os méritos deste livro, destaco a centralidade das vozes e das histórias de vida dos protagonistas das práticas expressivas e rituais em estudo e de outros agentes locais que desempenharam um papel central nos processos estudados. (...) Por outro lado, a perspectiva crítica adoptada pela autora em torno do património e do processo de patrimonialização protagonizado pela UNESCO, pode ser lida como um convite para repensarmos o conceito do “património” enquanto modelo fixo a ser “preservado” assim como os usos do património no âmbito do regime neoliberal actual.[SALWA CASTELO-BRANCO]***En el estudio de la evolución histórica hasta el presente de los cantes y los bailes tal como son ejecutados por los cantadores, bailadores, grupos corales o estudiantinas — y de las instituciones que los organizan — de la zona se puede ir comprendiendo la indisoluble relación entre música y política. (...) Por tanto, la música es una herramienta para la construcción de identidades, un vehículo para la transmisión de sentido a algunas acciones que derivan su significación a través de la afirmación identitaria que aportan; están conectados a historias que ubican a las personas en el tiempo y el espacio.[HERIBERTO CAIRO CAROU]***Desde uma perspectiva histórica e etnográfica a autora analisa as transformações económicas, políticas e sociais do mundo rural e as suas repercussões nas práticas e expressões culturais da raia do Baixo Alentejo, partindo do cruzamento de fontes escritas e orais. Desde uma perspectiva crítica interroga os processos de patrimonialização e a criatividade social, a partir da análise de um conjunto de manifestações culturais que reforçam o sentido do comum e a utopia de uma sociedade mais justa.
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A Ciência dos SímbolosAs primeiras tentativas de classificação coerente, de comparação sistemática e interpretação dos símbolos remontam ao séc. XVI. Após 50 anos, a evolução das ciências humanas permitiu estudar signos, símbolos e mitos nas suas relações com os métodos e os princípios das suas diversas interpretações. O leitor não deve esperar encontrar aqui um dicionário de símbolos que o ajudará a compreender uma língua obscura a partir de uma tradução dos seus signos, antes a exposição dos princípios, métodos e estruturas da simbólica geral, ou ciência dos símbolos. Nada está mais próximo desta língua dos símbolos do que a música: se se ignora o solfejo e as regras da harmonia, da mesma forma que se recusa a aprendizagem da gramática de uma língua, o melhor dicionário do mundo não permite entender realmente, e ainda menos falar. Penetrar no mundo dos símbolos, é tentar perceber as vibrações harmónicas, «adivinhar uma música do universo». -
Tudo do AmorA procura pelo amor continua mesmo perante as maiores improbabilidades. TUDO DO AMOR, ensaio marcadamente pessoal e uma das obras mais populares de bell hooks, indaga o significado do amor na cultura ocidental, empenhando-se em desconstruir lugares-comuns e representações que mascaram relações de poder e de dominação.Contrariando o pensamento corrente, que tantas vezes julga o amor como fraqueza ou atributo do que não é racional, bell hooks defende que, mais do que um sentimento, o amor é uma acção poderosa, capaz de transformar o cinismo, o materialismo e a ganância que norteiam as sociedades contemporâneas. Tudo do Amor propõe uma outra visão do mundo sob uma nova ética amorosa, determinada a edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, honesta e comprometida com o bem-estar colectivo. -
A Natureza da CulturaNesta obra, A. L. Kroeber reúne artigos seus publicados entre 1901 e 1951. São textos de cariz teórico, em que autor desenvolve a sua própria concepção sobre o lugar e o método da antropologia cultural. -
NovidadeO SagradoDesde a sensação de terror que o sagrado inspirava aos primeiros homens até à teoria do sobrenatural ou do transcendente que atribuímos hoje a certos fenómenos misteriosos, o autor examina as diferentes formas de exprimir este sentimento através das múltiplas manifestações religiosas. -
«O Modo Português de Estar no Mundo» - O Luso-Tropicalismo e a Ideologia Colonial Portuguesa (1933-1961)Prémio de História Contemporânea da Universidade do Minho O livro fornece pistas para se compreender a persistência, mais de 20 anos após a independência das antigas colónias portuguesas, de um discurso transversal ao espectro político e ideológico nacional que acentua a imunidade dos portugueses ao racismo, a sua predisposição para o convívio com outros povos e culturas e a sua vocação ecuménica. -
Os Domínios do ParentescoOs domínios do parentesco situam-se na confluência de duas linguagens: a da etnologia, que se esforça por situar as regiões, os contornos e as fronteiras desses domínios, e a das sociedades que a etnologia observa e a que vai buscar as terminologias, as classificações e as regras. Esclarecer estas duas linguagens e relacioná-las é um dos objectivos deste livro, que se pretende uma iniciação à chamada antropologia do parentesco. Falar de parentesco é também e é já falar de outra coisa (numa e noutra linguagem); qual a natureza da relação entre o parentesco e os outros sectores de representação? Que significa a assimilação do parentesco a uma linguagem ou a sua definição como região dominante em certos tipos de sociedade? Que significam as regras de casamento? - são algumas das perguntas que esta obra tenta reformular e às quais procura por vezes responder. Uma análise do vocabulário técnico, um glossário inglês/português, uma importante documentação bibliográfica, reflexões sobre os autores, análises de textos e o balanço de uma investigação pontual: tais são os elementos de informação e de reflexão que aqui se propõem. -
Cultura e ComunicaçãoUma análise concisa das teorias estruturalistas dos fenómenos antropológicos, destinada a esclarecer os conceitos da «semiologia» com base no pressuposto de que os gestos, na comunicação não verbal, apenas adquirem significado como membros de conjuntos, à semelhança do que ocorre com os sons na linguagem falada. -
O Bode ExpiatórioEm O Bode Expiatório, René Girard, um dos críticos mais profundos e originais do nosso tempo, prossegue a sua reflexão sobre o «mecanismo sacrificial», ao qual devemos, do ponto de vista antropológico, a civilização e a religião, e, do ponto de vista histórico e psicológico, os fenómenos de violência coletiva de que o século XX foi a suprema testemunha e que mesmo hoje ameaçam a coabitação dos humanos sobre a Terra.Ao aplicar a sua abordagem a «textos persecutórios», documentos que relatam o fenómeno da violência coletiva da perspetiva do perseguidor tais como o Julgamento do Rei de Navarra, do poeta medieval Gillaume de Machaut, que culpa os judeus pela Peste Negra, Girard descobriu que estes apresentam surpreendentes semelhanças estruturais com os mitos, o que o leva a concluir que por trás de cada mito se esconde um episódio real de perseguição.A arrojada hipótese girardiana da reposição da harmonia social, interrompida por surtos de violência generalizada, através da expiação de um bode expiatório constitui uma poderosa e coerente teoria da história e da cultura.