Metamorfoses
As Metamorfoses são uma das obras-primas da Antiguidade Clássica. E, ao longo dos séculos, poucos textos exerceram tão singular fascínio e tanta influência, sobretudo nos campos da literatura e das artes plásticas, desde o Renascimento até aos nossos dias. Com a sua mestria de 'contador de histórias' e 'pintor de cenários', Ovídio legou-nos episódios e figuras imortais, depois recriados vezes sem conta. Faetonte, Midas (o do toque de ouro e das orelhas de burro), a tecedeira Aracne, Dafne, Polifemo e Galateia, Narciso, Filomela, Actéon, Dédalo e Ícaro, Orfeu e Eurídice, Pigmalião, entre tantos outros, passaram a pertencer à galeria das personagens eternas da Cultura Ocidental.
| Editora | Cotovia |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Cotovia |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ovídio |
Públio Ovídio Nasão nasceu em Sulmo, a atual Sulmona, a 20 de março de 43 a.C. Cedo entrou nos meios literários de Roma e se tornou próximo dos melhores poetas de então. Assim teve início o seu percurso pela poesia amorosa e erótica, que o levaria, sucessivamente, a compor as Heróides, a Arte de amar, os Remédios contra o amor, os Tratamentos para a beleza da mulher. Em meio de tão grande sucesso e quando nada o fazia prever, atingiu-o um duro golpe da fortuna, súbito e inesperado: Augusto, em 8 a. C., expulsou-o de Roma e condenou-o ao exílio, em Tomos, nos confins do Império, no atual território da Roménia. E, já em Tomos, foi compondo cartas que tinham por destinatários a esposa, os amigos, a família que em Roma ficara. Organizou-as em duas coletâneas: os Tristes, primeiro, ou, talvez, numa tradução mais fiel, Cantos de tristeza, e, mais tarde, as Cartas do Ponto. Em uma e outra abundam poemas de queixume, de tristeza, um canto doentio e monótono, de quem sente fugir-lhe a inspiração para tudo o mais que não seja a celebração da sua própria dor. A qualidade estética desses poemas tem dividido os estudiosos; seja como for, porém, a verdade é que, com essas coletâneas, Ovídio inaugurou uma nova modalidade de poesia, a que poderíamos, sem exagero, chamar "poética do exílio".
-
Poemas do DesterroPúblio Ovídio Nasão, o autor de A Arte de Amar, das Metamorfoses, dos Fastos, das Heróides e algumas outras obras menos conhecidas e que Dante, na sua galeria de poetas, coloca logo depois de Homero e Horácio, nasceu em Sulmona, na região dos Abruzzos, a 20 de março do ano 43 a.C. faleceu em Tomos (a actual Constança, na Roménia) no ano 17 d.C. no termo de uma viagem tormentosa, por mar e por terra, a Tomos, precisamente, chegava Ovídio no ano 8 d.C., deportado por ordem do imperador Augusto, desconhecendo-se, até hoje, os verdadeiros motivos que estiveram na origem de tal decisão. Camões, no início da sua III Elegia, fala do sulmonense Ovídio desterrado / na aspereza do Ponto, e dele, ou antes, do seu doloroso desterro, falam também longamente os poemas compostos desde a sua saída de Roma, durante a viagem e no decurso da sua permanência em Tomos, logo enviados para a capital do império, onde foram recebidos com natural expectativa, dada a posição social e a situação de banido do seu autor. São os poemas reunidos sob os títulos de Tristia (Tristes) e Epistulae ex Ponto (Cartas do Ponto ou, simplesmente, Pônticas), obras que, embora escritas, ambas, em dístico elegíaco, recebem títulos diferentes pelo facto de, na segunda, os poemas terem um destinatário expresso, o que não sucede na primeira. Os poemas selecionados para este livro Poemas do Desterro pertencem a estas duas obras. -
Arte de AmarPoeta de verso fácil, Ovídio é um símbolo da sociedade mundana e frívola de Roma. A Arte de amarparte de um pressuposto e de uma convicção: o amor obedece a uma técnica; e essa técnica, como todas, pode ser ensinada. A poesia didáctica, que outros haviam cultivado, com objectivos morais, literários, ou, mesmo, para ensinar os trabalhos o campo, adoptou-a ele, com um fim específico: ensinar homens e mulheres a seduzir e a fazer perdurar o amor. O ideal de beleza, masculina ou feminina, os mecanismos de sedução, os melhores métodos de obtenção do prazer e, mesmo, a arte da traição e do engano, eis alguns dos temas que preenchem este manual do amor, com mais de vinte e um séculos. -
AmoresCom os Amores, Ovídio inaugura a sua carreira de poeta do amor, que lhe granjeou fama e sucesso nos salões mundanos de Roma. Um título plural, porque em muitas leituras se desdobram estes poemas que celebram as relações entre sexos: quando os sentimentos parecem vir ao de cima e a espontaneidade é rainha, o erotismo é feito, ora de pura sensualidade, ora de contemplação e respeito, filhos do impulso e de emoções súbitas, ante o deslumbramento da beleza, é a fulguração dos sentidos, próxima do irracional. Mas há, também, um outro caminho, não menos insistente: uma densa rede de fingimentos, de traições, de ciladas, uma espécie de encruzilhadas sem fim, onde homem e mulher se divertem nas teias da sedução e do engano mútuos, onde homem e mulher se detêm a aprender e delinear ludicamente tácticas de perversão. -
MetamorfosesDepois do sucesso que granjeou na sociedade romana com Arte de Amar e Amores, volumes publicados pelos Livros Cotovia, Ovídio (século I a.C. - I d.C.) lançou-se na escrita de uma das obras mais singulares da literatura de sempre, Metamorfoses. Poucos textos da Antiguidade Clássica exerceram influência tão profícua na história da cultura ocidental, em particular nas artes plásticas, música e literatura. Ovídio conta histórias de transfiguração, de 'metamorfose' de deuses e de homens, em fontes, árvores, rios, pedras, animais num universo abertamente ficcional. (Con)fundindo deliberadamente ficção e realidade, Ovídio leva o leitor a perder-se neste mundo imaginário, e mascara de verosimilhança as suas histórias, que se vão sucedendo de forma contínua, sem quaisquer comentários moralistas ou reflexões teóricas sobre o sentido das 'metamorfoses'. Narciso, Eco, Aracne, Midas, Ariadne, Orfeu e Eurídice, Pigmalião, Píramo e Tisbe, Dédalo e Ícaro… Nos versos de Metamorfoses construiu-se um dos mais deslumbrantes universos ficcionais da cultura ocidental. Pela primeira vez, em versão integral em português, as Metamorfoses foram traduzidas por Paulo Farmhouse Alberto, respeitando fielmente o fluir natural do texto original, e incluem notas, glossário e mapas, para que o leitor desfrute ao máximo da obra de Ovídio. -
Remédios Contra o AmorEm Remédios Contra o Amor , Ovídio, que antes ensinou a descobrir os prazeres do amor e a explorar os seus segredos, apresenta agora uma série de preceitos destinados a fazer face às dores e vicissitudes dos males de amor.A presente edição dos Livros Cotovia é uma tradução do latim de Carlos Ascenso André. -
HeróidesUm poeta de amor. Homem. Dezoito personagens lendárias. Mulheres. E mais dezoito, igualmente mitos. Homens. Cartas. Todos estes elementos se cruzam aqui, neste estranho livro. O poeta é Ovídio, o poeta de amor de Roma. Do amor físico, do amor-prazer, que outro não concebe ele. As mulheres são a voz que fala nestas cartas de amor, que são também cantos de ausência e separação, ciúme e traição, queixume e apelo, lamento e indignação. Os homens são o outro lado do correio epistolar. Escritas na primeira fase da vida de Ovídio e contemporâneas da demais poesia de amor ovidiana - Amores , Arte de Amar e Remédios Contra o Amor - as Heróides talvez sejam a primeira colectânea poética assumidamente de autoria masculina e de voz feminina na história da literatura ocidental. E isso é bem ao arrepio da hierarquia social do seu tempo, se tempo tiveram, e do tempo do poeta que assim as faz reviver. A presente edição dos Livros Cotovia é uma tradução do latim de Carlos Ascenso André. -
A Arte de AmarO amor das letras fê-lo abandonar a carreira administrativa, em que se iniciara, e em breve se tornou o poeta favorito da sociedade mundana do tempo. Grande lírico do amor escreveu neste primeiro período «Os Amores», em que canta a sua paixão por Corina, e A Arte de Amar que apresentamos neste volume. O amadurecimento da idade levou-o a abandonar os temas amorosos para se dedicar a obras de maior fôlego. Escreveu então As Metamorfoses, em que recolhe todas as lendas da mitologia greco-latina. e Os Factos, comentário poético das cerimónias do calendário romano. O imperador Augusto desterrou-o para Tomi por motivos poucos esclarecidos e foi ali que veio a morrer exilado., depois de ter cantado em Os Tristes as agruras do desterro. Como figura literária, Ovídio é, com Horácio e Virgílio, um dos maiores nomes do florescimento literário de Roma no século de Augusto. As suas obras situam-se e com todo o mérito, entre os clássicos da literatura latina. A Arte de Amar é certamente o seu livro mais conhecido aquele que fez de Ovídio um poema lido não apenas pelos estudiosos da literatura clássica mas também pelo leitor comum. Poema didáctico, sublinhado com um certo tom de ironia tem como tema o amor - o amor ligeiro, intranscendente, o amor sem paixão e sem inquietações profundas. A graça poética do estilo dá a esta obra um equilíbrio de forma e fundo que, para além do tema, justifica bem o interesse com que tem sido lido através dos tempos. -
Arte de AmarUma cuidada e rigorosa edição bilingue do grande clássico latino sobre a arte de amar, com tradução de Carlos Ascenso André.Ovídio (Publius Ovidius Naso) nasceu em Sulmona, na região italiana de Abruzzo, em 43 a.C., e morreu em 17 ou 18 d.C. em Tomos, atual Constança (Roménia), então colónia grega, um enclave entre o Danúbio e o Mar Negro. A sua obra é, ao lado da de Virgílio e de Horácio, de quem foi contemporâneo, um dos pilares fundadores da tradição poética ocidental. De entre os seus livros distinguem-se este Arte de Amar (Ars Amatoria), bem como Remédios contra o Amor (Remedia Amoris), Poemas de Tristeza (Tristia), Metamorfoses (Metamorphoses), ou o atualíssimo Heroides (Epistulæ Heroidum), uma série de cartas escritas por heroínas da tradição grega e romana aos seus amantes. O lirismo de Ovídio é ora confessional e melancólico, ora jocoso e pleno de erotismo, ora marcado pela tristeza e pelo exílio.Arte de Amar é um conjunto de poemas (três livros, no total) sobre como seduzir e manter a amada ou como conquistar e atrair os homens, tratando também do amor extraconjugal, da beleza, da dominação e da liberdade, do prazer e do pudor, da lascívia e da obscenidade do amor. No entanto, apesar da sua popularidade, da sua originalidade e da importância de que se reveste para a história da cultura e dos costumes – e de ser um texto de leitura obrigatória nos Estudos Clássicos –, até agora não existia uma edição bilingue que nos oferecesse uma tradução rigorosa, acompanhada do texto original.
-
Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira