Modos de Elegia - Poetas que ficam
LIVRO DE MEMÓRIAS E ENCONTROS
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"Quanto a mim, exalto os poetas de língua portuguesa, uns que apenas li e estudei, outros com quem convivi e que visitei e, entre os de língua alemã, os que traduzi, apresentei em público e com quem travei amizade pessoal.
Entre os alemães e entre os portugueses, escolhi os autores que já se encontram «na outra dimensão», como diria Rilke. Fiquei impressionada ao saber da morte de Sarah Kirsch (1935- 2013), por uma publi-cação no Facebook, e da morte de Barbara Köhler (1959-2021), através de uma notícia de uma rádio alemã. Toda a morte é um choque e põe-nos em estado de luto, para depois recordarmos o autor e a obra com enorme agradecimento.
Usei vários registos em cada capítulo como quem percorre o fio da memória, detendo-me em cada um de maneira diferente."
Maria Teresa Dias Furtado
| Editora | Poética Edições |
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| Editora | Poética Edições |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Maria Teresa Dias Furtado |
Maria Teresa Dias Furtado é Professora Associada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Concluiu a Licenciatura em Filologia Germânica com uma tese sobre Paul Celan e doutorou-se em Literatura Alemã com uma dissertação sobre Hölderlin. Leccionou Literatura Alemã e Tradução Literária do Alemão. Tem publicado artigos da sua especialidade, bem como sobre Poesia Portuguesa Contemporânea. Deu à estampa várias traduções de algumas obras de Hölderlin e Rilke, acompanhadas de prefácios de sua autoria. Publicou em 2002 um diálogo poético com António Ramos Rosa intitulado O Alvor do Mundo, em 2007 a colectânea de poesia Livro de Ritmos, em 2012, o livro de poemas O Arco do Tempo, e em 2014, o livro de poemas ilustrado por José Assis Idades, Para uma Antropologia Poética. Ainda nesse ano publicou No Rendilhado da Espuma, Cantares Mouriscos, Os Meninos sem medo e o morcego (infantil) e Livro de Rostos (poesia). Em 2016 publicou Neste Sopro que me Tece (Poéticas da Pintura, em diálogo com a Exposiçãopoética edições|NOVIDADE“Sacrifício e Seda”, da pintora Ana Peres de Sousa); com esta última, desta vez enquanto co- -autora e ilustradora, publicou o livro para crianças Na Floresta com a Victória, em 2018, bem como Demanda do Poético no Retábulo da Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta, (poesia), com Prefácio de Vítor Serrão e Posfácio de Jorge Duarte. Em Abril de 2019 publicou pela Poética Edições Onde o Poeta mora, reeditado depois num volume conjunto sob o título Onde o Poeta mora seguido de Tradução do Silêncio, e já em 2020, também pela Poética, A arte do silêncio à luz de Daniel Faria, Paul Celan e Hölderlin e Rainer Maria Rilke, Poemas e canções.
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Onde o Poeta MoraObra de homenagem a Daniel Faria. Inclui um ensaio da própria autora sobre aquele poeta desaparecido há 20 anos.«Em Onde o Poeta Mora, Maria Teresa Dias Furtado percorre a senda dialógica para estabelecer uma conectividade estética, conceitual e afetiva com a obra de Daniel Faria, poeta que faleceu tão precocemente, mas deixou uma obra de intenso mergulho existencial e inflexão metafísica. Isso nos recorda o que nos disse Octavio Paz, que considera que "O poema é uma obra sempre inacabada, sempre disposta a ser completada e vivida por um novo leitor." Aqui a vejo, enquanto autora inserida num contexto hermenêutico, como a leitora que vive uma nova experiência nessa empreitada de codificante, num verdadeiro transe intertemporal, ao penetrar a frequência de outro poeta para revivê-lo, complementar-se e complementá-lo e buscar novos significados e simbologias para a obra que deixou.» Ronaldo Cagiano -
A Arte do Silêncio, à Luz de Daniel Faria, Paul Celan e HolderlinNeste livro há três poetas que se escutaram entre si através de outra voz, os poemas deles conviveram entre si, ouviram-se e falaram e calaram-se. Os três poetas já não estão entre nós há muitos anos (20 desde a sua passagem, Daniel Faria; 100 desde o seu nascimento, Paul Celan; 250 desde o nascimento de Hölderlin). Vivem os seus livros, o campo inovado e rasgado, as feridas abertas e nunca saradas, a paz por fim alcançada. Maria Teresa Dias Furtado"Nessa permanente ambiguidade se situa a natureza sagrada e rigorosa do silêncio, aquela que o poeta pressente na amplidão de que todas as coisas se compõem e que ele procura inquirir no exercício da sua arte. O silêncio revela-se objeto e sujeito de uma relação com a vastidão e a eternidade de algo que a linguagem, na sua ritualização poética, pretende religar à sua própria transcendência enquanto sinal específico do humano." Francisco Saraiva Fino -
A Norte do Futuro - Homenagem Poética a Paul Celan no Centenário do seu NascimentoCelan contrapõe ao seu presente uma palavra do contra, uma contra-palavra que diga na linguagem que lhe é própria a contestação ao holocausto, a saudade infinita dos que perdeu, o repúdio mais forte pelo anti-semitismo. Ao inquérito promovido por Hans Bender, “O meu poema é a minha arma”, o poeta respondeu de modo positivo, dizendo que um poema é um aperto de mãos. Assim o desejava. Maria Teresa Dias Furtado, excerto do prefácio Poetas: Alexandre Faria | Ana Luísa Amaral | Ana Peres de Sousa | António Carlos Cortez | António Carlos Santos | Carlos Frazão | Daniel Maia-Pinto Rodrigues | Daniel Silva Gonçalves | Fernando Naporano | Gastão Cruz | Graça Pires | Inês Lourenço | Isabel Mendes Ferreira | João Pedro Mésseder | João Rasteiro | Jorge C. Ferreira | Jorge Souto | José Luís Outono | José Oliveira | José Pedro Leite | Leonora Rosado | Licínia Quitério | Lídia Borges | Lília Tavares | Lisete Henriques | Luís Felício | Luís Filipe Castro Mendes | Luís Filipe Pereira | Luís Filipe Sarmento | Luís Maffei | Luís Quintais | Maria Fernandes | Maria Isabel Fidalgo | Maria João Cantinho | Maria José Quintela | Maria Quintans | Maria do Sameiro Barroso | Maria Teresa Dias Furtado | Marília Miranda Lopes | Nuno Júdice | Nuno Miguel Morais | Paulo Teixeira | Ricardo Gil Soeiro | Ricardo Marques | Ronaldo Cagiano | Rui Almeida | Rui Miguel Fragas | Rui Sobral | Ruy Ventura | Vasco Gato | Victor Oliveira Mateus | Virgínia do Carmo | W. K. -
Do Espiritual na Moderna Poesia PortuguesaA Moderna Poesia Portuguesa, representada nos poemas aqui transcritos, é de uma densidade e elevação consideráveis, de um rigor poético, de uma atenção incessante ao real, por vezes interrogando-o, como diz Ramos Rosa num dos seus livros de ensaios. É uma poesia que toca o cerne das coisas, que se constrói na liberdade e no trabalho sobre a linguagem que se torna uma nova ponte para o real. Nessa relação ou religação, sem qualquer compromisso com qualquer forma de espiritualidade – ela é “Liberdade livre” (António Ramos Rosa), surgem pontos luminosos que se acendem espontaneamente, que têm que ver com o lado espiritual do ser humano.Maria Teresa Dias Furtado -
Ofício da ÁguaEm Ofício da Água, Maria Teresa Dias Furtado prossegue a experiência de diálogo íntimo com o imaginário poético de Daniel Faria, iniciado em 2019 com a publicação de Onde o Poeta mora e Tradução do Silêncio e presentemente aprofundado através da leitura do mais recente volume inédito do poeta, Sétimo Dia (Assírio & Alvim, 2021). A fidelidade a este caminho tem vindo a concretizar-se na recriação poética de situações de comunicação em que o eu enunciativo mediatiza e difere os versos do poeta de Homens que São como Lugares Mal Situados num caleidoscópio de impressões acumuladas a cada leitura. Além das suas palavras, também a figura do poeta se observa constelada entre as múltiplas imagens que, nesse horizonte poético, lhe vêm possibilitar uma direção alternativa de existência.Francisco Saraiva Fino, do posfácio
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real.