Monólogo para uma Janela no Escuro - Poema Dramático
Haverá muitas maneiras de olhar este novo livro de Luísa Freire: se «monólogo» é a palavra que a autora escolhe para o título, talvez «poema dramático», o subtítulo, seja a informação mais significativa aqui. Podemos pensar desde logo em Fausto, de Goethe, um dos maiores poemas dramáticos de sempre, mas aqui a estória é outra - e no feminino. Esta é a história de Penélope consigo mesma, na sua própria odisseia da espera, mas se aquilo que ela conta é do domínio da imaginação criativa, essa história paralela do que poderia ter sido, escrita que está em verso, confere à protagonista uma dimensão humanizadora. Em suma, ao tentar perceber interiormente esta personagem incontornável da literatura mundial, Luísa Freire põe-nos, a nós leitores, também diante de «uma janela no escuro», numa fábula poética que é metáfora para o decurso do tempo humano no mundo.
| Editora | Companhia das Ilhas |
|---|---|
| Coleção | azulcobalto |
| Categorias | |
| Editora | Companhia das Ilhas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Luísa Freire |
Castelo Branco, 1933.
Completou a licenciatura em Filologia Germânica em 1958, em Coimbra; mestrado em Literaturas Comparadas em 1994, na F.C.S.H. da Universidade Nova de Lisboa.
Foi professora do Ensino Secundário em Elvas e em Lisboa; orientadora dos Estágios Pedagógicos na Escola Superior de Educação de Portalegre e trabalhou no Ministério da Educação (D.R.E.L.). Aposentada em 1995, foi a partir daí membro do Instituto de Estudos sobre o Modernismo da F.C.S.H. da Universidade Nova de Lisboa e, nessa qualidade, dedicou–se à investigação da obra pessoana, sobretudo no campo da sua poesia inglesa, que publicou e traduziu.
É autora de poesia, de ensaio e de tradução. Tem artigos e poemas editados em antologias, revistas e jornais.
obras publicadas
¶poesia
Da Raiz à Fronde, 1979 (esgotado)
Na Pausa da Espera, 1980 (esgotado)
Estar, 1981 (esgotado)
Amor e Sempre, 1981 (esgotado)
Verde-Nunca, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1985 (esgotado)
Imagens Acidentais, Lisboa, Assírio & Alvim, 2003 (esgotado)
Ciclo da Cal, Porto, Campo das Letras, 2003 (esgotado)
O Tempo de Perfil (1980 – 2005), Lisboa, Assírio & Alvim, 2009
Imagens / Uma Antologia de Inéditos de Luísa Freire (Selecção e Prefácio de Ricardo Marques), Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2022.
Caderno A4 (ficção poética), Lisboa, Edições Sem Nome, 2022.
Monólogo para uma Janela no Escuro, Poema Dramático, Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2024.
Folhas Breves, Haikus, Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2024.
no prelo
O Rio que Corre na Mão (2011-2017), Porto, Assírio & Alvim.
Atrave+M306ssar o Frio (2019-2023), Porto, Assírio & Alvim.
¶ ensaio
O Feitiço da Quadra, Lisboa, Vega, 1999 (esgotado)
Pedro Tamen: A Tenção em Tensão, Lisboa, Livros Horizonte, 1999.
Fernando Pessoa – Entre Vozes, Entre Línguas, Lisboa, Assírio
& Alvim, 2004. (Prémio Máxima de Literatura 2005 / Prémio Ensaio)
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Imagens - Selecção e Prefácio de Ricardo Marques«(…) Direi agora em conclusão: os livros de Luísa foram-se acumulando e coube-me a mim a grata tarefa de os seleccionar. O privilégio desta minha tarefa derivou então neste livro, que não será somente um florilégio, as melhores flores, mas uma perspectiva pessoal sobre aquilo que ainda ninguém leu. Da sua obra inédita, composta de 26 livros autónomos e de mais de 1000 poemas, ficou de fora o primeiro, Caderno A4, que se compõe de um todo dramático a que, a meu ver, não se podem suprimir partes. Dez anos de inéditos depois, a poesia de Luísa Freire pode agora ecoar em silêncio, som inaudível em que não se sintonizam estes tempos, mas onde qualquer um se pode ler a si: «Chamo-te no silêncio, minha voz habitual./ Quem me ouvirá por ti?», um espelho modificado — que espelho não modifica o espelhado? — das célebres elegias de Rilke, escritas há cem anos.»Ricardo Marques -
Folhas Breves - HaikusChegando aos 90 anos, e de forma a celebrá-los, Luísa Freire oferece-nos estes 90 novos haikus. Sendo os primeiros que escreveu em muitos anos, não deixam de reflectir a sua poética da contenção e da concisão, e essa é também a razão pela qual é uma das poucas poetas que em Portugal se dedicou à escrita desta composição oriental. O que lemos então nestes poemas atestam as suas próprias leituras e a sua experiência de vida, tornando-se assim num guia imprescindível para o tempo presente – e para qualquer tempo.Ricardo Marques
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
O Quarto VazioNovo livro de poemas de Juan Vicente Piqueras. Tradução de Manuel Alberto Valente. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua.