Muito Barulho por Nada
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | William Shakespeare |
William Shakespeare, dramaturgo, poeta e ator inglês, nasceu, crê-se, a 23 de Abril de 1564 em Stratford-upon-Avon, numa família de comerciantes bem-sucedidos. Apesar de poucos registos terem chegado até nós sobre esta época, terão constado da sua educação a aprendizagem do Latim e a leitura extensiva dos autores clássicos. Aos 18 anos, casou com Anne Hathaway, com quem teve três filhos: Susanna e os gémeos Hamnet e Judith.
Em 1594, junta-se à companhia de teatro The Lord Chamberlain’s Men, mais tarde renomeada como The King’s Men, em Londres, com que trabalharia até ao fim da sua carreira. Entre 1585 e 1613, a produção dramática de Shakespeare é inigualável: Ricardo III e Henrique IV são as suas primeiras produções teatrais, seguidas de Tito Andrónico, Comédia de enganos e Dois senhores de Verona. Mais tarde, seguir-se-ão Sonho de uma noite de verão, O mercador de Veneza, Como quiserem, Muito barulho por nada. Com Romeu e Julieta e Júlio César, Shakespeare abre o caminho para a escrita daquelas que viriam a ser as suas obras-primas, maioritariamente escritas nos primeiros anos do século XVII: Hamlet, Otelo, O rei Lear, MacBeth, António e Cleópatra, Corialano. No final da sua carreira, conclui Cimbelino, O conto de inverno e A Tempestade.
Apesar de a maioria das suas peças ter sido publicada com considerável êxito enquanto viveu, só mais tarde se compreendeu a verdadeira dimensão do seu génio e o caráter inovador do seu trabalho. A extensão da sua influência ultrapassa as fronteiras do tempo, do espaço e da língua inglesa, verificando-se em escritores de todo o mundo, do século XVII aos dias de hoje, além de romper com os próprios limites linguísticos, sendo observável em manifestações artísticas de todo o tipo, como na música, na pintura e na sétima arte, bem como nas fundações da psicanálise, pela mão de Sigmund Freud.
Considerado um dos poetas mais importantes da língua inglesa e um dos dramaturgos mais influentes de sempre, o legado do «bardo de Avon», que se estende por 39 peças de teatro (comédias e tragédias) 154 sonetos e 3 poemas épicos, desperta, até hoje, a admiração e o entusiasmo de quem estuda e interpreta a sua obra.
Daniel Jonas nasceu no Porto em 1973. Publicou vários livros de poemas, entre os quais Sonótono (Prémio PEN 2007), Nó (Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes 2014) e, mais recentemente, Oblívio, (Prémio dst e Prémio António Gedeão de 2018). O conjunto da sua obra foi galardoado com o Prémio David Mourão-Ferreira/Cátedra Aldo Moro da Universidade de Bari e foi um dos sete poetas europeus nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade atribuído pela cidade de Gdánsk, pelo seu livro Passageiro Frequente. O seu último livro é Cães de Chuva (Assírio & Alvim, 2021).
Traduziu vários autores, entre os quais Chaucer, Milton, Pirandello, Huysmans e Wordsworth. Colabora regularmente com teatro e leciona nos ensinos básico e universitário.
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Teatro CompletoO Teatro Completo de William Shakespeare reúne 38 peças traduzidas por Barbara Heliodora, uma das maiores especialistas brasileiras, e está distribuído em três volumes:Volume 1 - Tragédias e comédias sombriasVolume 2 - Comédias e RomancesVolume 3 - Tragédias históricasA obra de William Shakespeare é um espelho, um palco que nos ilumina. As suas peças são uma profunda e fascinante meditação sobre a sociedade e a vulnerabilidade do ser humano. -
Hamlet« No Hamlet (e a tradução de Sophia torna-o transparente), a progressão da peça segue o processo de amadurecimento do pensamento de uma personagem que à partida é um jovem, um jovem príncipe. As suas descobertas são ainda pueris. Acaba quando percebe o que é o tempo e a morte e a responsabilidade individual, sempre perturbado com a confusão dessa respon-sabilidade com qualquer coisa que se lhe opõe: o poder. Aí a sua reflexão torna-o adulto, torna-o exemplar, torna-o simbólico.» -
SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO-VEO fascínio que "Sonho de Uma Noite de Verão" exerce sobre leitores e espectadores provém, em grande parte, do ambiente feérico e onírico em que decorrem as cenas dos diferentes mundos da peça. Há, ao longo de toda a acção, uma cúmplice interferência do mundo sobrenatural no mundo dos mortais, uma contaminação da realidade pelo maravilhoso, que subverte os valores da ordem e do poder e favorece o amor. O "Sonho de Uma Noite de Verão" tem muito de conto de fadas, o que é o bastante para cativar todos os públicos. Mas, para além desse encanto envolvente, e até, em verdade, servindo-se desse meio como só ele o sabe fazer, Shakespeare consegue passar a sua mensagem de questionação das aparências, ao mesmo tempo que põe em equação os mundos da realidade e do sonho e joga com os conceitos de poder, de estatuto social e de amor, para, por meio da força das próprias palavras, patentear os desacertos do comportamento humano e pôr em causa a escala de valores convencionais. -
Júlio CésarJúlio César quer o poder numa Cidade que sabe estar minada pela podridão, pela intriga, pela alienação. A Tragédia de Júlio César, título com que a peça nos aparece na sua primeira edição, é a tragédia de quem assume o poder sabendo que não pode ser justo quem governa um mundo injusto, e assim se condena à morte. Por ambição, como dizem os honestos? Não importa. Quem quiser reinar num mundo injusto terá de ser tirano. E por ser tirano será abatido. E sendo abatido dará lugar a nova tirania, mais injusta do que a sua, numa Cidade que o terá abatido menos para se purificar que para esconjurar uma culpa que é incapaz de reconhecer. Mais do que a tragédia de um homem ou a tragédia do poder, A Tragédia de Júlio César é a tragédia da própria Cidade, da própria vida política de todos os seus cidadãos. Júlio César é a tragédia de Roma. E Roma é a Cidade, é a vida em comum dos homens. -
O Rei LearTrata-se da tradução de Álvaro Cunhal da obra de William Shakespeare, agora publicada numa nova edição que inclui gravuras de Álvaro Cunhal da época em que fez esse trabalho, enquanto se encontrava preso nos anos 1950. -
A Tragédia de Otelo, o Mouro de Veneza«Seguimos essencialmente as edições de The Arden Shakespeare e Riverside Shakespeare, as quais, como atrás se disse, seguem, por seu turno, a edição do Fólio, mas recuperando passagens da edição in-quarto. ( )» «Foi essa a versão adoptada pelas edições Arden e Riverside e foi a que seguimos no texto publicado. Refira-se, a terminar esta parte, que se procurou reduzir as notas ao mínimo absolutamente indispensável. Cremos que a tradução está suficientemente próxima do original para dispensar mais explicações.» «Otelo é uma tragédia, mas insere na tragédia elementos da comédia. Há quem assinale as semelhanças de certas personagens com caracteres da Commedia dellArte italiana, e não há dúvida de que a primeira cena do primeiro acto faz lembrar as facécias de Arlequim (Iago) e do Enamorado (Rodrigo) perante Pantaleão (Bragâncio), fatalmente cómico ao aparecer na sua varanda em camisa de noite.» «Shakespeare é como um golpe de judo na tradição e isso reflecte-se em tudo o que toca. Por exemplo, nas palavras.» «Por isso mesmo, por esta peça ser uma peça de enganos, por o seu enredo, a sua história, se construir contra as aparências e talvez contra o público, embora sempre o seduzindo, é que Iago ocupa o maior espaço em cena. É sim um demónio, mas não o demónio medieval. O vício que representa não é o vício da teologia, mas o vício renascentista, e ele próprio explica os seus motivos com base na dialéctica senhor/lacaio, num mundo em que a antiga graduação se perdera e em que só conta o interesse individual de cada qual e os seus jogos de influências. Até é um demónio simpático, é o público que assiste à peça e que, não podendo ocupar o trono de Inglaterra, é tentado a contentar-se com pequenas manobras para subir a algum trono mais à mão, mais caseiro.» «Otelo é porém a continuação da história de Romeu e Julieta depois do casamento e o que se vê não é bonito: o desejo de posse e o demónio do ciúme. O amante colabora inconscientemente com as forças que trabalham para tornar impossível o seu amor: por amor humilha, agride e destrói a coisa amada. Mais um exemplo da riqueza com que Shakespeare trata o seu material.» -
Hamlet«Ser ou não ser. As palavras iniciais do mais célebre solilóquio de Hamlet são certamente as mais conhecidas de toda a obra de Shakespeare e mesmo de toda a literatura inglesa, porventura até as palavras mais citadas da literatura universal. Pelo modo como equacionam em termos absolutos o mais fundamental sentido da existência, podem ser aplicadas às mais diversas situações imagináveis, trate-se de pessoas ou de coisas, de caracteres ou de atributos, de estados de espírito ou de opções de vida.»Da Introdução -
Bem Está o que Bem Acaba«O que Shakespeare foi capaz de fazer melhor do que ninguém foi levar-nos a reflectir através dos comportamentos das personagens que adoptou e da forma como aproveitou histórias conhecidas sobre a vida, o homem (com as suas virtudes e os seus defeitos), a natureza, a religião, etc., através da utilização de uma linguagem inovadora e incomparavelmente vigorosa, criativa e poética.» -
O Mercador de VenezaEnvolto em polémicas, pelo modo como Shakespeare apresenta o mercador judeu Shylock, é uma das principais obras do autor, inserida no Projecto Shakespare de edição da sua dramaturgia completa. -
HamletAntónio Feijó é um profundo conhecedor da Obra de Shakespeare e a sua tradução de Hamlet uma obra de referência.
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Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
O PríncipeUm tratado clássico sobre a política ou a arte de bem governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua atualidade, podendo facilmente transpor-se para os dias de hoje. Inspirado na figura de César Bórgia e na admiração desmedida que manifestava por ele, Maquiavel faz uma abordagem racional para aconselhar os aspirantes a líderes, desenvolvendo argumentos lógicos e alternativas para uma série de potenciais problemas, a forma de lidar com os domínios adquiridos e o tratamento a dar aos povos conquistados, de modo consolidar o poder. Obra de referência e de um pragmatismo radical e implacável. -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
Os CavaleirosOs Cavaleiros foram apresentados nas Leneias de 424 por um Aristófanes ainda jovem. A peça foi aceite com entusiasmo e galardoada com o primeiro lugar. A comédia surgiu no prolongamento de uma divergência entre o autor e o político mais popular da época, Cléon, em quem Aristófanes encarna o símbolo da classe indesejável dos demagogos. Denunciar a corrupção que se instaurou na política ateniense, os seus segredos e o seu êxito, eis o que preocupava, acima de tudo, o autor. Discursos, mentiras, falsas promessas, corrupção e condenáveis ambições são apenas algumas das 'virtudes' denunciadas, numa peça vibrante de ritmo que cativou o público ateniense da época e que cativa o público do nosso tempo, talvez porque afinal não tenha havido grandes mudanças na vida da sociedade humana. -
Atriz e Ator Artistas - Vol. I - Representação e Consciência da ExpressãoNas origens do Teatro está a capacidade de inventar personagens materiais e imateriais, de arquitetar narrativas que lancem às personagens o desafio de se confrontarem com situações e dificuldades que terão de ultrapassar. As religiões roubaram ao Teatro as personagens imateriais. Reforçaram os arquétipos em que tinham de se basear para conseguirem inventariar normas de conduta partilháveis que apaziguassem as ansiedades das pessoas perante o mundo desconhecido e o medo da morte.O Teatro ficou com as personagens materiais, representantes não dos deuses na terra, mas de seres humanos pulsionais, contraditórios, vulneráveis, que, apesar de perdidos nos seus percursos existenciais, procuram dar sentido às suas escolhas.Aos artesãos pensadores do Teatro cabe o desígnio de ir compreendendo a sua função ao longo dos tempos, inventando as ferramentas, esclarecendo as noções que permitam executar a especificidade da sua Arte. Não se podem demitir da responsabilidade de serem capazes de transmitir as ideias, as experiências adquiridas, às gerações vindouras, dando continuidade à ancestralidade de uma profissão que perdura. -
Memorial do Convento«Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.»(Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998) -
As Mulheres que Celebram as TesmofóriasEsta comédia foi apresentada por Aristófanes em 411 a. C., no festival das Grandes Dionísias, em Atenas. É, antes de mais, de Eurípides e da sua tragédia que se trata em As Mulheres que celebram as Tesmofórias. Aristófanes, ao construir uma comédia em tudo semelhante ao estilo de Eurípides, procura caricaturá-lo. Aristófanes dedica, pela primeira vez, toda uma peça ao tema da crítica literária. Dois aspectos sobressaem na presente caricatura: o gosto obsessivo de Eurípides pela criação de personagens femininas, e a produção de intrigas complexas, guiadas por percalços imprevisíveis da sorte. A somar-se ao tema literário, um outro se perfila como igualmente relevante, e responsável por uma diversidade de tons cómicos que poderão constituir um dos argumentos em favor do muito provável sucesso desta produção. Trata-se do confronto de sexos e da própria ambiguidade nesta matéria. -
O Teatro e o Seu Duplo«O Teatro e o Seu Duplo, publicado em 1938 e reunindo textos escritos entre 1931 e 1936, é um ataque indignado em relação ao teatro. Paisagem de combate, como a obra toda, e reafirmação, na esteira de Novalis, de que o homem existe poeticamente na terra.Uma noção angular é aí desenvolvida: a noção de atletismo afectivo.Quer dizer: a extensão da noção de atletismo físico e muscular à força e ao poder da alma. Poderá falar-se doravante de uma ginástica moral, de uma musculatura do inconsciente, repousando sobre o conhecimento das respirações e uma estrita aplicação dos princípios da acupunctura chinesa ao teatro.»Vasco Santos, Posfácio