Novos Poemas - (1907-1908)
Traduzidos e prefaciados por Maria Teresa Dias Furtado, estes Novos Poemas (1907-1908) são uma obra de maturidade. Aqui, a linguagem eclipsa qualquer tipo de subjetividade e dirige-se ao mundo concreto das coisas, privilegiando a arte: composições sobre esculturas, monumentos, onde se incluem os famosos poemas «A Pantera», ou «Torso Arcaico de Apolo».
Profundamente influenciado por Rodin e Cézanne, Rilke abre-nos as portas a um mundo transfigurado pela sua poesia.
| Editora | Assírio & Alvim |
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| Editora | Assírio & Alvim |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Rainer Maria Rilke |
Poeta, dramaturgo prosador e tradutor, nascido em Praga (na altura integrada no Império Austro-Húngaro) a 4.12.1875 e falecido no Sanatório de Valmont na Suiça, a 29.12.1926, é um poeta de língua alemã de projecção universal. Conheceu as figuras mais marcantes da sua época, da Literatura à Música, da Pintura ao Ballet, da Filosofia ao Teatro, da Escultura à Arquitectura. Fez inúmeras viagens na Europa e fora dela, integrando na sua poesia o que via. O seu estilo vai evoluindo para um modo cada vezmais objectivo do dizer poético. Rilke foi o último Poeta a viver como tal, sendo amiúde convidado para permanência em vários castelos que pertenciam aos aristocratas que mais o apreciavam e ao mesmo tempo eram seus mecenas. Mas Rilke sabia conviver e ser próximo desses seus mais fervorosos admiradores, confiava na sua generosidade e compreensão da sua Obra. Mas também era admirado por pessoas mais novas que, no entusiasmo de leitura dos seus poemas, os copiavam e divulgavam nos seus círculos.
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Histórias do Bom Deus e Outros ContosCompilada em 1900, quando Rilke tinha vinte e quatro anos, a sucessão de contos que compõe as Histórias do Bom Deus terá sido inspirada pela viagem que levara o autor até à Rússia no ano anterior. A vastidão da paisagem russa e a profunda espiritualidade que encontrou nas pessoas simples com quem se cruzou terão levado o poeta a refletir sobre a forma como Deus se dá a conhecer, descobrindo-O em tudo o que nos rodeia. Este é um conjunto de contos, parábolas e fábulas que quis que fosse particularmente destinado a falar às crianças sobre o divino, sobre o amor e a devoção, e que veio a revelar-se um dos seus mais importantes trabalhos em prosa. Neste volume reunimos mais três obras suas, Dois Contos de Praga (1899), Ewald Tragy (escrito entre 1898 e 1899, mas não publicado em vida) e Os Últimos (1901), que comprovam que Rainer Maria Rilke foi não só um dos maiores poetas de língua alemã do século xx, mas também um exímio contador de histórias. -
Cartas a Um Jovem PoetaCartas a Um Jovem Poeta (1929), agora em edição bilingue posfaciada por José Miranda Justo, reúne dez epístolas publicadas postumamente e enviadas ao longo de cinco anos por Rainer Maria Rilke a Franz Xaver Kappus, jovem militar que procurava dar os primeiros passos na poesia. Neste compêndio vital sobre o ofício do poeta, a intensidade lírica e a tocante humildade das suas linhas fundem-se sublimemente com as reflexões em torno da criação poética, dando corpo a uma conduta de vida, norteada pelo rigor e pela integridade. Cartas a Um Jovem Poeta perdurarão como uma meditação sobre a posição do poeta no mundo moderno e como uma lição de independência sem concessões, num mundo em que o homem cada vez mais se anula na multidão. -
O Livro das Imagens"O Livro das Imagens é uma obra que Rilke escreveu na juventude, atravessada pela escrita de algumas das suas criações mais importantes ( ) é uma compilação das diferentes fases criativas do poeta, dando-lhe um carácter híbrido e algo desconcertante. (...) Trata-se de uma obra composta por quase todo o tipo de poemas escritos por Rilke e nele estão já presentes muitos dos seus temas de culto: a natureza, a noite, a religiosidade, a solidão, a morte, a angústia, o amor. Sendo uma obra de juventude, O Livro das Imagens inclui alguns dos seus poemas mais conhecidos e mais amados, invariavelmente incluídos nas antologias, como Intróito, Outono, Oração e Anoitecer e traz em si a marca de muito do que viria a ser a criação da maturidade do poeta." MARIA JOÃO COSTA PEREIRA -
Os Sonetos a Orfeu«Em boa verdade, o que temos em Rilke corresponde fundamentalmente a uma compreensão de que na arte moderna o essencial não tem a ver com a produção de objectos estéticos enquanto objectos ou com a produção de imagens capazes de se bastar a si mesmas ou capazes de esboçar um mundo alternativo (que seria sempre da mesma espécie), mas sim com a constituição de mecanismos de transformação, de imparáveis máquinas de conversão do conhecido em desconhecido, do humano e humanizado em inumano, em animal ou em vegetal, da incerteza (humana) em certeza biológica, em certeza animal, isto é, numa certeza anterior a todas as questões relativas ao justificado e injustificado, ao adequado e ao inadequado, ao acertado e ao errado.» Do Posfácio -
Elegias de Duíno«Como Hofmannsthal, Rilke é um produto da cultura do Império Austríaco, e um dos grandes poetas da língua alemã. Mas, muito mais do que ele, veio a ser um dos mais influentes poetas europeus do século, e alvo de um culto internacional que ainda hoje dura. Nasceu em Praga, capital da Boémia, um dos reinos que compunham o estado dos Habsburgos, em 1875. Fez estudos médios em dois sucessivos colégios militares (experiência que marcou a sua sensibilidade para o resto da vida), e frequentou depois as universidades de Praga, Munique e Berlim. Viajou na Itália, e, em 1899-1900, acompanhando Lou-Andreas Salomé (a amiga de Nietzsche e de Mahler), fez duas viagens à Rússia. Desenhava-se o que seria o seu estilo de vida: viagens, protecção mecenática (ou outra) de patronos (ou damas) e admiradores principescos, uma peregrinação por castelos e palácios do Ancien Régime, intercaladas por períodos de dificuldades, por parte de um homem que escolhera deliberadamente a profissão de vate aristocrático e de correspondente de almas eleitas ( ) Esse período [de relativa esterilidade, 1908-11] foi interrompido bruscamente, na atmosfera propícia do castelo de Duíno, no Adriático, cerca de Trieste, que lhe fora emprestado, para as suas vigílias de génio, pela sua amiga e admiradora, a princesa de Thurn e Taxis (de Novembro de 1911 a Maio de 1912), quando ouviu como que uma voz que lhe ditava o começo da Primeira Elegia (Janeiro de 1912). As Elegias de Duíno, dez longos poemas largamente conhecidos e traduzidos em várias línguas e em português também, só foram completadas em 1922, dez anos mais tarde, noutro castelo menos luxuoso - Muzot, na Suíça -, que veio a ser oferecido a Rilke. ( ) Em 1919, estabeleceu-se na Suíça, onde, sem regressar à Áustria ou à Alemanha, e com visitas a Paris e a Veneza, ficou até morrer de leucemia em fins de 1926.» Jorge de Sena Rilke deixou uma vasta obra poética, desde o Livro das Imagens (1902) e o Livro das Horas (1905) até às Elegias de Duíno e Os Sonetos a Orfeu (1923). Nas suas narrativas em prosa destaca-se As Anotações de Malte Laurids Brigge (1910). -
Elegias de Duíno e Os Sonetos a Orfeu«Excelente formulação para designar aquilo que também entendo dever/poder ser a tradução do poema: uma orquestração de soluções próprias e uma rede funcional de traições, para que o resultado seja, como se costuma dizer e como convém nestes casos, um poema em português. Vasco Graça Moura consegue-o como talvez ninguém o conseguiria hoje em Portugal. Um conjunto notável que veste estes dois ciclos [tardios] de Rilke como uma segunda pele.» Do texto de abertura de João Barrento -
Viagem Singular a WorpswedeRainer Maria Rilke em Março de 1901 chega à colónia artística de Worpswede para aí permanecer até Agosto de 1902. Marcado pelas fortes impressões da natureza no Norte da Alemanha e pelas duas viagens à Rússia (1899 e 1900) na companhia de Lou Andreas-Salomé, teve ocasião de visitar Tolstoi na sua propriedade de Jasnaja Poljana e de apreciar a região do Pântano do Diabo. Worpswede era uma pequena localidade que a partir de 1889 ganhara um rosto artístico, com a fixação de um grupo de pintores desencantados com a estreiteza das academias. A viagem pela estranheza desta planície pantanosa dos pintores, leva-o à tomada de consciência da natureza incognoscível das coisas, da pintura, da paisagem e da poesia. Através de um triplo olhar - como nos descreve no prefácio João Barrento - analítico em relação às obras dos pintores do momento e do lugar, histórico revisitando a pintura paisagística do passado e etnográfico como a paisagem transparece nas vidas e nos lugares daqueles que a habitam, incitando a visitar o mundo oculto da natureza. É uma Viagem Singular a Worpswede. -
Cartas a um Jovem PoetaAs cartas a um jovem poeta não é uma obra escrita e estruturada pelo seu autor com vista à edição em livro. São uma colectânea de peças irregularmente intervaladas no tempo (seis ao longo de 1903, três em 1904 e uma em 1908), organizada por Franz Xaver Kappus muito depois de as ter recebido. Tradução, prefácio e notas de Vasco Graça Moura Ilustrado com alguns retratos de Rilke -
Cartas a Um Jovem PoetaAtraídos pela sua poesia, era frequente alguns jovens escreverem a Rilke, falando-lhe dos seus problemas e aspirações. De 1903 a 1908 Rilke enviou um notável conjunto de cartas a um jovem candidato a poeta. Revelando-lhe a sua relação com a vida e a dificuldade que um espírito sensível tem em sobreviver num mundo duro e implacável. -
Das RosasPoemas sobre o esplendor das rosa. Edição bilingue
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira