O Casino da Figueira. Sua evolução histórica desde o Teatro-Circo à actualidade (1884-1978)
Fundado como Teatro-Circo em 1884, e reconvertido a casino, em 1895, o Casino da Figueira da Foz completa, no actual ano de 2012, cento e vinte e oito anos. São raríssimas as casas de espectáculos, em Portugal, que tenham uma existência tão longa e são em número, ainda mais escasso, as que têm desempenhado um papel de relevo na vida económica, social e cultural das localidades onde se instalaram. Durante largas décadas, o Grande Casino Peninsular foi um dos espaços mais representativos e emblemáticos da Figueira da Foz, senão mesmo o seu símbolo distintivo como local de veraneio e estância balnear.
Desde a sua fundação, foi o epicentro de uma intensa vida social, cuja clientela, estritamente seleccionada sob o ponto de vista económico e socioprofissional, lhe conferia uma fisionomia elitista, de cunho aristocrático, que a evolução dos tempos tenderia a esbater e a democratizar.
Porém, mais do que um simples casino, ainda que privilegiado, o Peninsular assumia no imaginário de todos quantos demandavam "la mejor playa lusitana", como se podia ler em jornais espanhóis, o papel de um verdadeiro mito cultural. No final do século XIX e sobretudo no decurso da primeira metade do século XX, o banhista de bom-tom apodera-se das suas salas e salões e é neles que se reúne, conversa, ouve música, assiste a sessões cinematográficas, dança, joga e "flirta".
(...)
Neste livro traçam-se as principais linhas de força da história do "Casino da Figueira", desde a fundação do Teatro-Circo, em 1884, até aos finais da década de setenta do século XX, mais precisamente até 1978, ano que assinala a conversão da zona de jogo temporária da Figueira da Foz, em zona permanente, e abre uma nova etapa na vida do casino.
| Editora | Palimage |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Palimage |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Irene Vaquinhas |
IRENE VAQUINHAS é Doutorada em História e Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra desde 2009. É Investigadora Integrada do Centro de História da Sociedade e da Cultura e foi sua Coordenadora Científica de Novembro de 2013 a Outubro de 2020. Tem colaborado em vários projetos internacionais. É membro da Academia Portuguesa da História. Tem publicados, entre livros, capítulos de livros, artigos, prefácios, recensões e notícias, mais de 200 estudos. As suas principais áreas de investigação são a História Contemporânea de Portugal, a História Rural, a História das Formas de Sociabilidade, a História da Vida Privada, a História das Mulheres e do Género e a História dos Patrimónios Alimentares.
-
Nome de Código " 33856"O homem procurou desde sempre formas de entretenimento para os seus tempos de ócio. As lotarias, os bingos, os casinos, entre outros, continuam a atrair milhares e milhares de apostadores, sem distinção de classe social, ao ponto de constituírem, na actualidade, um verdadeiro fenómeno de massas. Todavia, apesar de os "jogos de fortuna ou azar" se terem convertido, na segunda metade do século XX, num importante fenómeno social e cultural, não têm constituído objecto de grande atenção por parte dos historiadores, salvo em casos pontuais, sendo encarados como um campo de investigação menor, sem paralelo com o incremento tomado pelo estudo de múltiplas outras formas de sociabilidade. Em Portugal, desde cedo, os "jogos de fortuna ou azar" se tornaram um dos alvos privilegiados da repressão das autoridades e dos moralistas, estando a sua generalização bem documentada para os finais do século XVIII, princípios do século XIX. Neste livro, pretendo reflectir sobre esta problemática no momento em que "o jogo estende os seus formidáveis tentáculos", "como um polvo de colossais dimensões". -
Nem Gatas Borralheiras, Nem Bonecas de Luxo"Ao dar a este livro o título de Nem gatas borralheiras, nem bonecas de luxo... As mulheres portuguesas sob o olhar da história (sécs. XIX-XX), tomei de empréstimo palavras de Virgínia de Castro e Almeida, conhecida educadora e prestigiada activista da I República, retiradas do seu livro A Mulher. Historia da mulher. - A mulher moderna. - Educação. Nesse livro, publicado em 1913, a autora pretendia chamar a atenção para as deficiências do sistema educativo português no que respeitava à instrução feminina e, ao mesmo tempo, estigmatizar a superficialidade e a frivolidade dos ensinamentos ministrados. Porém, ao inverter-lhes o sentido, colocando-o na negativa, pretendi sublinhar a importância da contextualização histórica na desconstrução de determinadas imagens que confinam a condição feminina nas acanhadas fronteiras dos discursos políticos e ideológicos. Não esteve na minha intenção contrariar o libelo acusatório da autora mas, partindo dessa imagem historicamente situada, procurei reforçar a necessidade de diálogo entre a história das mulheres e a história geral como condição sine qua non para a inteligibilidade do real. Este foi o espírito que presidiu à elaboração dos artigos que se reúnem nesta colectânea. Escritos entre o ano 2000 e a actualidade, estes procuram problematizar os fenómenos históricos sob o ponto de vista do sexo e do género e ajudar a compreender como se foi forjando a individualidade feminina." Irene Vaquinhas -
Coquettes, Doutoras e Outras - História das Mulheres em Portugal (séculos XIX e XX)Este livro colige artigos, comunicações, entradas de dicionários e alguns textos inéditos sobre a história das mulheres e do género no decurso dos séculos XIX e XX, sobretudo em Portugal. Abordam-se questões relativas ao trabalho, à beleza, às representações políticas e ideológicas, bem como sobre a evolução historiográfica sobre a matéria. Os textos foram organizados em quatro módulos, tendo em comum aproximações temáticas e de conteúdos. A ordenação obedece aos seguintes títulos: Seduções; Tecendo laços e construindo a cidadania; Mulheres ativas, trabalho e transgressões e História das mulheres e do género em Portugal: dos anos zero à atualidade.***Como se constrói a sedução feminina? O vocábulo seduzir, em termos etimológicos, significa, segundo o “Dicionário da Língua Portugueza” do Padre Rafael Bluteau, de 1789, “enganar com arte e manha”. Se avançarmos no tempo e fizermos uma breve incursão lexical por dicionários dos séculos XIX e XX, estes reiteram o mesmo sentido etimológico – enganar ardilosamente – a que associam outros sinónimos – encantar e fascinar – não contemplados na mencionada edição setecentista. De certa forma, deduz-se que o sedutor ou a sedutora carreiam a marca do ardil e da mistificação nas mais diversas formas de intervenção e de práticas discursivas em torno do corpo ou da relação amorosa, independentemente de eventuais juízos no plano moral.
-
A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?