A Índia está no centro da obra referencial da cultura portuguesa, Os Lusíadas, pois não há comparação possível, naquela síntese ímpar de poema, História e conciliação da cultura nacional com a globalização, e da época com a contemporaneidade. Na Índia estreou Camões o seu auto «Filodemo». A Índia percorre a História e a Literatura, marca a mentalidade como centro de cultura «alternativa» ao espírito europeu, origem de um estilo, referência mitológica, nascente de heróis... E no entanto, o tema não é tão recorrente, no teatro português, como outras abordagens temáticas da História, da colonização e da Expansão. África, bem ou mal, surge na dramaturgia com outro fôlego, e isto, tanto na perspectiva histórica como numa mais justificável perspectiva política e esta, tanto nos autores portugueses como nos autores africanos de expressão portuguesa. Dominados e fascinados pelo esplendor de Os Lusíadas, temos, por vezes, tendência para esquecer a importância e a constância do tema da Índia no teatro português, desde logo a partir de Gil Vicente, envolvendo os clássicos e o próprio Camões-dramaturgo e percorrendo as diversas épocas e estéticas do nosso teatro, de Garrett aos românticos e desde as correntes realistas-naturalistas aos diversos modernismos, até ao teatro épico e às correntes que hoje vivemos. E, simultaneamente, olhamos para algum teatro escrito e produzido em Goa, também de tema e de cultura local.
Nasceu em Lisboa no ano de 1941. Desempenhou funções públicas e governamentais nas áreas de economia e relações internacionais, nomeadamente Subsecretário de Estado da Segurança Social e dos Negócios Estrangeiros. Foi professor na Universidade Católica Portuguesa em Lisboa, na Universidade Mackenzie de São Paulo e na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.
No plano internacional fez parte da Unidade de Negociação do GATT/OMC no Ministério das Relações Exteriores do Brasil e foi director de Relações Internacionais da Federação do Comércio do estado de São Paulo.
Foi director de Relações Internacionais da Al P (Associação Industrial Portuguesa) e dos CTT (Correios de Portugal, S.A).
Desempenhou funções na AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal).
É autor de mais de 40 obras publicadas em volume, das quais se salienta: História do Teatro Português, Garrett e os Estados Unidos da América e Estratégia Portuguesa na Conferência de Paz 1918-1919. As Actas da Delegação Portuguesa.
É membro de diversas organizações internacionais nas áreas da cultura e da economia. É Sócio Correspondente da Academia Portuguesa de História.
A qualidade e heterogeneidade da obra dramática de Henrique Lopes de Mendonça constitui modelo de renovação, no contexto, tão denso e válido da sua obra literária e dramatúrgica em si mesma, como expressão cultural e ideológica que marca em termos genéricos toda a criatividade do teatro português na transição do século. E esta apreciação envolve tanto as peças de tema histórico como as peças de expressão contemporânea, e tanto os dramas como as comédias, cobrindo de forma exemplar a transição temática, estilística e epocal do teatro como arte heterogénea, literária sem dúvida, mas sobretudo arte de espetáculo. E daí, a modernidade desta dramaturgia e a conciliação da expressão literária com a expressão cénica e espetacular, usando aqui o termo na sua total abrangência.
Duarte Ivo Cruz concilia, há mais de quarenta anos, a intervenção económica, pública e privada, com a actividade docente e de investigação histórica ligada a temas de História do teatro e de História diplomática e de relações internacionais. É autor de mais de trinta livros numa e noutra área, publicados em Portugal, no Brasil, em Espanha e Nações Unidas. Desempenhou funções governamentais e de representação de Portugal e do Brasil em numerosas entidades internacionais.
Licencido em Direito pela Universidade de Lisboa, foi professor da Universidade Católica Portuguesa, da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e da Universidade Mackezie de São Paulo.
O presente livro concilia as duas vertentes de actividade, ao proceder ao estudo das dramaturgias e da acção política de escritores portugueses, de Garrett aos nossos dias, que foram simultaneamente membros de sucessivos governos.
Publicou na INCM diversos estudos e recolhas da obra de dramaturgos portugueses e brasileiros e três volumes da colecção «O Essencial sobre», sendo o último O Tema da Índia no Teatro Português (2011).Ver por dentro: