O Último Salazarista: a outra face de Américo Thomaz
Américo Thomaz, o último Presidente da República do Estado Novo, é frequentemente recordado como uma figura patética: o caricato «corta-fitas» do regime fundado por Salazar com o apoio dos militares que cometia gafes e falava com exasperante lentidão. Bastará, porém, acompanhar a biografia que lhe traça Orlando Raimundo para perceber que essa é uma perspectiva manifestamente redutora e que o seu papel como facilitador das manobras da ditadura ao longo de quase quarenta anos de vida política teve consequências bastante mais nefastas do que as anedotas que sobre ele se contam fariam adivinhar. Entre muitos episódios em que participou e que condicionaram a história portuguesa do século xx, a sua intervenção foi determinante quando traiu o general Botelho Moniz, fazendo abortar o golpe que iria derrubar Salazar, e no momento em que obrigou Marcello Caetano a assumir o compromisso solene de não abrir mão das Colónias. Como nos diz o autor do presente volume, «na procissão dos devotos do salazarismo [Thomaz] esteve sempre na linha da frente, a segurar o andor».
Deste modo, justifica-se amplamente dar a conhecer essa outra face de Américo Thomaz e revelar dados menos conhecidos deste Presidente da República que- pasme-se- era um adepto da monarquia. Até para evitar que a tragédia possa dar lugar à farsa.
| Editora | Dom Quixote |
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| Categorias | |
| Editora | Dom Quixote |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Orlando Raimundo |
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O ProcessoEste livro reconstitui a par e passo o processo kafkiano montado pelo advogado Oliveira Domingos, com o objetivo de acabar de vez com um jornal. Um ensaio a não perder, que relata outros casos de manipulação e sensacionalismo ocorridos no passado recente. Um livro para quem se interessa por decisões judiciais que põem em causa a liberdade e a democracia; um caso que inclui invasão policial da redação de um jornal, limitações à liberdade de imprensa e uma indemnização de 27 milhões de euros. -
EbookA Última Dama do Estado Novo e Outras Histórias do MarcelismoUma forma de compreender melhor o marcelismo e o papel que desempenhou no imaginário português. Todos conhecemos Marcello Caetano, o delfim e sucessor de Salazar que marcou os últimos anos do Estado Novo. Mas, se foi possível acompanhar a vida pública deste Presidente do Conselho durante o período mais negro da Guerra Colonial, a sua vida privada permaneceu um mistério, ao ponto de a maioria dos portugueses só ter ouvido falar da sua mulher, Teresa de Barros, no dia do anúncio oficial da sua morte. Orlando Raimundo ? o jornalista que descobriu nos Arquivos de Salazar um documento de grande interesse, de início atribuído a Franco Nogueira (mas que veio a saber-se ser de André Gonçalves Pereira), propondo abdicar das colónias menos importantes para resistir em Angola e Moçambique ? vem, neste seu ensaio biográfico, penetrar nos bastidores da história de Marcello Caetano para nos revelar as suas origens modestas, a ajuda dos amigos na sua formação, o núcleo de pressão que o levou ao poder, o drama vivido com a doença da mulher, a forma como a filha, Ana Maria Caetano, foi condenada a assumir o papel de primeira-dama ? desistindo de um casamento com um advogado de grande prestígio ? e, por fim, as determinações frias e racionais sobre a questão colonial que acabaram por levar à queda do regime em 1974 e ao seu exílio no Brasil.Publicado originalmente em 2000, A Última Dama do Estado Novo e Outras Histórias do Marcelismo foi amplamente revisto e aumentado, trazendo agora a público novas e surpreendentes revelações.Orlando Raimundo, licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais, é escritor, jornalista e investigador independente. Estudou jornalismo em Paris e Tóquio, pós-graduou-se no ISCTE e foi assessor editorial do Instituto Politécnico de Lisboa. Enquanto profissional da Comunicação Social, ajudou a lançar o primeiro jornal da Guiné-Bissau livre e independente e a fundar o Cenjor, foi redactor de O Século, Diário Popular e Expresso, tendo integrado o quadro redactorial deste semanário durante quase vinte anos, e escreveu mais de uma dezena de livros, entre os quais A Linguagem dos Jornalistas e A Entrevista no Jornalismo Contemporâneo. A Última Dama do Estado Novo e Outras Histórias do Marcelismo é considerado uma obra de referência sobre os anos finais da ditadura.Ver por dentro: -
EbookO Último Salazarista ? A outra face de Américo ThomazAmérico Thomaz, o último Presidente da República do Estado Novo, é frequentemente recordado como uma figura patética: o caricato corta- -fitas do regime fundado por Salazar com o apoio dos militares que cometia gafes e falava com exasperante lentidão. Bastará, porém, acompanhar a biografia que lhe traça Orlando Raimundo para perceber que essa é uma perspectiva manifestamente redutora e que o seu papel como facilitador das manobras da ditadura ao longo de quase quarenta anos de vida política teve consequências bastante mais nefastas do que as anedotas que sobre ele se contam fariam adivinhar. Entre muitos episódios em que participou e que condicionaram a história portuguesa do século xx, a sua intervenção foi determinante quando traiu o general Botelho Moniz, fazendo abortar o golpe que iria derrubar Salazar, e no momento em que obrigou Marcello Caetano a assumir o compromisso solene de não abrir mão das Colónias. Como nos diz o autor do presente volume, «na procissão dos devotos do salazarismo [Thomaz] esteve sempre na linha da frente, a segurar o andor». Deste modo, justifica-se amplamente dar a conhecer essa outra face de Américo Thomaz e revelar dados menos conhecidos deste Presidente da República que - pasme-se - era um adepto da monarquia. Até para evitar que a tragédia possa dar lugar à farsa. -
A Ultima Dama do Estado NovoTodos conhecemos Marcello Caetano, o delfim e sucessor de Salazar que marcou os últimos anos do Estado Novo. Mas, se foi possível acompanhar a vida pública deste Presidente do Conselho durante o período mais negro da Guerra Colonial, a sua vida privada permaneceu um mistério, ao ponto de a maioria dos portugueses só ter ouvido falar da sua mulher, Teresa de Barros, no dia do anúncio oficial da sua morte. Orlando Raimundo - o jornalista que descobriu nos Arquivos de Salazar um documento de grande interesse, de início atribuído a Franco Nogueira (mas que veio a saber-se ser de André Gonçalves Pereira), propondo abdicar das colónias menos importantes para resistir em Angola e Moçambique - vem, neste seu ensaio biográfico, penetrar nos bastidores da história de Marcello Caetano para nos revelar as suas origens modestas, a ajuda dos amigos na sua formação, o núcleo de pressão que o levou ao poder, o drama vivido com a doença da mulher, a forma como a filha, Ana Maria Caetano, foi condenada a assumir o papel de primeira-dama - desistindo de um casamento com um advogado de grande prestígio - e, por fim, as determinações frias e racionais sobre a questão colonial que acabaram por levar à queda do regime em 1974 e ao seu exílio no Brasil. Publicado originalmente em 2000, A Última Dama do Estado Novo e Outras Histórias do Marcelismo foi amplamente revisto e aumentado, trazendo agora a público novas e surpreendentes revelações.
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NovidadeO Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
NovidadeA DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
NovidadeEmílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
NovidadeOriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
NovidadeSavimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
NovidadeNa Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
NovidadeNa Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.