O Lugar dos Ricos e dos Pobres no Cinema e na Arquitectura em Portugal
Desde sempre no cinema, como no mundo - nos quartos, nas casas e nas cidades -, os ricos e os pobres tiveram os seus lugares, mais ou menos nítidos: da fábrica de onde saem os operários dos irmãos Lumiére a Xanadu de Citizen Kane, dos "lugares de miséria atrás de magníficos edifícios" dos olvidados de Buñuel à Paris dos seus burgueses discretamente encantadores, da vila dos pescadores de La Terra Trema às villas das condessas, reis e príncipes de Visconti, dos albergues dos pobres de Preston Sturges aos hoteis de luxo de Lubitsch, dos borgate dos sub-proletários de Pasolini aos subúrbios das famílias remediadas de Ozu, das ruas da vergonha de Mizoguchi aos becos e ruelas do Anjo Azul, da casa da mãe siciliana de Huillet e Straub à Versalhes do Rei Sol de Rosselini, das roulottes dos lusty men de Nicholas Ray à Fat City de John Huston, do quarto alugado da rapariga da mala de Zurlini ao palácio dos seus amantes, os lugares dos criados e dos senhores de Jean Renoir, todos os lugares de Chaplin...
Qual tem sido, em Portugal, o lugar dos ricos e dos pobres no Cinema? Qual vai sendo o lugar dos ricos e dos pobres na Arquitectura? Como é que o Cinema pensa e olha essa Arquitectura? Pode a Arquitectura pensar e construir-se também a partir desse Cinema? Foram estas questões que levaram à realização de um ciclo de doze filmes promovido pelo Núcleo de Cinema da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa com a coordenação de José Neves.
À sua projecção, que aconteceu durante seis meses na Cinemateca Portuguesa, entre Outubro de 2007 e Março de 2008, seguiu-se uma conversa, na maior parte dos casos entre o realizador do filme e um arquitecto convidado. Os 12 fascículos desta colecção transcrevem essas conversas. Em Maio de 2014 será publicado o livro O Lugar dos Ricos e dos Pobres no Cinema e na Arquitectura em Portugal, que reúne os 12 fascículos sob forma impressa em formato livro.
| Editora | Dafne Editora |
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| Editora | Dafne Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Neves |
José Neves, 1932, natural de Barão de São João, concelho de Lagos. Como funcionário público viveu os reveses de não apoiar o regime da ditadura salazarista e exilou-se em Londres a partir de 1965, regressando a Portugal aquando da Revolução dos Militares de Abril de 1974. Aderiu à Acção Socialista Portuguesa (ASP) em 1970, e participou no Congresso clandestino da ASP na Alemanha, em 1973, no qual se fundou o Partido Socialista (PS). Foi eleito membro da Comissão Nacional do Partido Socialista e exerceu vários cargos de acentuado cunho político como funcionário do PS. No Grupo Parlamentar da Assembleia da República executou funções como técnico de apoio parlamentar, aposentando-se como secretário do Presidente da Assembleia da República, Almeida Santos. Em Junho de 2010 recebeu a Medalha de Mérito Municipal, na categoria de Medalha de Solidariedade do Município de Cascais. É cofundador do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
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Comunismo e Nacionalismo em PortugalUma obra que já se tornou uma referência da historiografia portuguesa contemporânea. A história da oposição entre o Partido Comunista Português e o Estado Novo uma análise incontornável da contradição entre dois tipos de nacionalismo. -
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Popular Architecture in the Communities of the Alentejo“This is a most impressive dissertation on a subject of enormous importance for future developments in architecture and ways of living, especially at this time of recession and of a new and increasing concern with the environment and sustainability, problems of global warming and of reliance on fossil fuels, destruction of natural biodiversity, corals, rainforests, and a range of species. In such a context, this dissertation makes a remarkable contribution to the task of recreating a better way of life and of building. José Baganha has create, l what must be one of the most complete records of regional architecture and urban planning, methods of construction, use of local materials, relation of vernacular buildings to landscape and to ways of life and work. Among the numerous superb illustrations are sketches and photographs, plans and sections, by the author, ranging from distant views of towns such as Monsaraz and Mértola to decorative details like the sgraffito ornament at Évora. His beautiful photograph of the Praça do Giraldo at Évora with its low arcade and great fountain shows more than any words what we need to preserve and recreate. Considering in his dissertation the damage done to these towns and villages from the 1960s, José Baganha modestly expresses the 'hope that it can be an operating manual for all those intending to intervene in the villages, towns, and cities of the Alentejo. In fact, with his numerous wise recommendations ranging from planning and building to the importance of kitchen gardens and orchards, his dissertation will be a source of inspiration far beyond this region of Portugal. DAVID WATKIN Ph.D, Litt.D, Hon. FRIBA, FSAEmeritus Professor of the History of Architecture -
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A Monumentalidade Crítica de Álvaro SizaEste livro, publicado pela editora Circo de Ideias, com edição de Paulo Tormenta Pinto e Ana Tostões elege o tema da “monumentalidade” na obra de Álvaro Siza como base de um discurso crítico sobre a arquitectura e o papel dos arquictetos em relação à cidade contemporânea. O Pavilhão de Portugal, projectado para a Expo'98, é o ponto de partida desta pesquisa, apresentando-se na sua singularidade como momento central de um processo de renovação urbana, com repercussões na consciência política do final do século XX. Em Portugal, os ecos dessa política prolongaram-se após a exposição de Lisboa, consolidando uma ideia urbanística que vinha sendo teorizada desde o final da década de 1980. A leitura dos territórios num tempo longo e a imersão na cultura arquitectónica são pressupostos invariáveis na abordagem de Siza e alicerces discursivos sobre a “monumentalidade”.