O Outro do Meu Sangue
O tema do duplo na literatura não é novo. O que também não espanta; desde sempre houve vezes em que, olhando-nos ao espelho ou re¬ectindo-nos numa superfície espelhada, não nos reconhecemos. E logo nos questionamos enquanto pessoas. Dostoievski, Stevenson, Oscar Wilde, Pirandello, Daphne du Maurier, Moliére, entre muitos, glosaram esse, no fundo, autoquestionamento perante quem somos, quem julgamos ser ou quem poderíamos ter sido. «Comédia de Erros», de Shakespeare, explora ao limite a questão da dualidade. Um con¬ito de ordem psíquica acende o rastilho da problemática. Assim nesta história de cariz policiesco, em que um momen - to de insânia propicia uma troca de identidades. Com as óbvias consequências imprevisíveis. Um jornalista-escritor com uma vida pacata e apagada, solitário e algo desencantado com a vida, envereda por um novo mundo de aventuras ao vestir a pele de um sósia. Quase no imediato ao seu acto impensado, o protagonista-narrador vê-se envolvido numa estranha rede de adoradores do Belo, conceito estético visto e entendido numa outra perspectiva, a do grotesco, do fantástico, do horrível, de uma estética tétrica, por assim dizer. Pelo meio, descobre as vidas de Phineas T. Barnum, um empresário circense de bizarrias que fez fortuna no século XIX, e a de Joel-Peter Witkin, fotógrafo cuja obra a ninguém deixa indiferente. «O Outro do Meu Sangue» é um livro sobre o lado soturno dos seres humanos, mas também uma declarada homenagem à literatura do fantástico. Noutra perspectiva, é ainda uma re¬exão velada sobre a arte, as suas motivações e a subjectividade do seu entendimento. Por vezes, os silêncios interiores queimam mais do que os do mundo em volta.
| Editora | Editora Exclamação |
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| Editora | Editora Exclamação |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Pedro Teixeira Neves |
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Histórias Tais, Animais e Outras MaisMacaquices Macacos me mordam disse um macaco às voltas com um fato-de-macaco. O G Chorão Era uma vez um gavião que perdeu o avião. Ficou o g Que chorou até mais não. -
Como Desenhar Um Castelo PerfeitoUm castelo redondo, no qual tudo é redondo e circular, das barrigas aos pensamentos, dos jogos até às obras de arte. E um castelo quadrado, onde tudo, inversamente, é linear e… qua-dra-do! Onde, imaginem, até mesmo as pessoas que lá moram se deslocam em ângulos rectos. Mas, serão felizes os habitantes que moram nesses castelos tão peculiares? E, se não, como desenhar um castelo perfeito? -
O Rei de Roupa PoucaTremia por todos os lados e já não tinha poder algum sobre o seu povo. Quase nenhuma era também a sua roupa e daí que lhe chamassem o Rei de Roupa Pouca. Disposto a encontrar novo reino, o Rei de Roupa Pouca faz-se ao caminho, cruzando-se com estranhas personagens e figurões. A maior de todas, sem dúvida, um génio há muito adormecido que lhe sai da ponta do sapato! Um génio que, por via disso mesmo, se chama Txu Leh e que por ser génio vai oferecer ao Rei três desejos!... -
Os Trabalhos Mais Levesporquê não sei mas li que ao bispo crisóstomo chamavam «boca de ouro». -
Aqueles Que VencidosVindos na noite, de regresso a casa, criaturas do acaso na cidade já adormecida, vultos em fotografias furtivas, aqueles que passavam por perto olhavam-nos. Era impossível não os olhar, não testemunhar a cena. Eram homens e mulheres, adultos, homens e mulheres como nós, homens e mulheres simples, anónimos, enfrentando um qualquer abismo — como todos nós em certos momentos em que a vida parece guilhotinar-nos. -
O'Neillianas com a Devida Vânia - (livrómnagem)ensaiava reunir-se digamos respigar o que de si res ta va ou como é comum nos livros dizer de si a possível ‘poesia reunida’ no caso inevitavelmente dis per sa. -
José Afonso - Eu Vou Pôr Lume e Ser de VentoNo processo comemorativo do centenário da Fundação da SPA em 22 de maio de1925 serão recordados nomes e obras e a alguns deles será dado o merecido e inadiável destaque pelo papel que desempenharam na criação de cultura e arte para Portugal.Estas evocações darão, de forma justa e equilibrada, destaque à música e a outras disciplinas autorais. As duas primeiras homenagens celebram a importância cultural de dois autores essenciais na vida cultural portuguesa. Um deles é José Afonso, criador e intérprete da principal canção -senha do Movimento dos Capitães e autor de muitas outras canções que, celebrando a liberdade, a cidadania e a cultura portuguesa, se transformaram num movimento vivo e sempre revisitável da nossa criatividade. José Jorge Letria, Presidente da SPAFigura incontornável da História de Portugal (assim, já em maiúsculas e comparável a reis e rainhas), José Afonso vê aqui apresentado um esboço biográfico para quem quer saber mais sobre a sua figura. Uma obra importante para não esquecermos quem nos fez. -
Vasco Santana - Tá Bem ou Não Tá?No processo comemorativo do centenário da Fundação da SPA em 22 de maio de1925 serão recordados nomes e obras e a alguns deles será dado o merecido e inadiável destaque pelo papel que desempenharam na criação de cultura e arte para Portugal.Estas evocações darão, de forma justa e equilibrada, destaque à música e a outras disciplinas autorais. As duas primeiras homenagens celebram a importância cultural de dois autores essenciais na vida cultural portuguesa. Um deles é o actor, grande produtor de espetáculos e também tradutor Vasco Santana, figura emblemática da cinematografia portuguesa, que foi membro destacado dos corpos sociais da cooperativa.José Jorge Letria, Presidente da SPAQuem não se lembra de Vasco Santana? Mas será que o conhecemos verdadeiramente? Este esboço biográfico surge para que se perceba a sua grandeza, aproximandonos de uma personalidade enorme. -
Amália Rodrigues Não Mais uma Flor AssimNo processo comemorativo do centenário da Fundação da SPA em 22 de maio de1925 serão recordados nomes e obras e a alguns deles será dado o merecido e inadiável destaque pelo papel que desempenharam na criação de cultura e arte para Portugal.Estas evocações darão, de forma justa e equilibrada, destaque à música e a outras disciplinas autorais. As duas primeiras homenagens celebram a importância cultural de dois autores essenciais na vida cultural portuguesa. Um deles é Amália, aquela que um só nome permite identificar como figura única da música e da cultura nacionais. José Jorge Letria - Presidente da SPAAmália não precisa de apelido. Todos sabemos quem foi. Mas todos saberemos quem era? Com este esboço biográfico é possível confirmar que há sempre mais de Amália do que o que esperamos.
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».
