O Pão e a Culpa
Esta publicação é muito mais do que um catálogo, embora desempenhando também essa função. Os trabalhos reproduzidos foram expostos na Cooperativa Árvore entre setembro e outubro de 2023.
Tudo gira à volta do desenho: há desenhos de grande escala (na ordem dos 150x120 cm) e desenhos de circunstância, em pequena escala: em cadernos, em toalhas de restaurante, noutros suportes pouco usuais.
Os textos de Mário Bismarck (que foi curador da exposição), de Nuno Higino e de José Emídio ajudam a refletir sobre o desenho e a sua função no concerto das artes.
Alberto Péssimo é um desenhador de excelência e neste livro/catálogo se pode apreciar a sua arte de desenhar.
| Editora | Letras & Coisas |
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| Editora | Letras & Coisas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Alberto Péssimo |
Alberto Péssimo [pseudónimo de Carlos Dias] nasceu na Ilha de Moçambique em 1953, em 1953, e aí viveu os primeiros oito anos de vida, os suficientes para alimentar memórias para o resto da vida.Quando pisou o chão da Benfeita, perto de Arganil, depressa se afeiçoou ao seu novo mundo. Aí fez a escola primária, transitando depois para Coimbra onde continuou estudos. Mais tarde, frequentou a Escola de Belas Artes do Porto, cidade que nunca mais abandonou.Fez a formação académica em pintura na E.S.B.A.P. Expõe regularmente, individual ecolectivamente desde 1977. Orientou diversos cursos de Teatro de bonecos e construção demáscaras na Cooperativa Fio de Ariana no Porto. Trabalhou como cenógrafo na RTP.Responsável pela cenografia e bonecos em programas infantis como “A Árvore dosPatafúrdios” e “Os Amigos de Gaspar”. Colaborou nos Cursos Livres de Pintura daCooperativa Árvore. Foi professor de Educação Visual no Colégio dos Órfãos, Porto. É um dos grandes pintores da sua geração.Carlos da Capela, com que assina os seus textos, de fino recorte aquiliniano, e AlbertoPéssimo, o grande pintor da sua geração (e não só), vão nascendo em cada nova obra. Os três (Carlos Dias, Carlos da Capela e Alberto Péssimo) acomodam-se o melhor que podem nas frágeis habitações da vida.
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Péssimo - Ossos do OfícioPouco tempo antes da sua morte, José Rodrigues disse que Alberto Péssimo era o melhor pintor da sua geração. Embora tenha passado alguns anos sem expor, reaparece agora com 3 exposições simultâneas e de temáticas muito diversas. Há um catálogo único que reproduz na íntegra os trabalhos expostos. A ideia é criar um movimento que leve os visitantes aos 3 lugares diferentes, mas geograficamente próximos.Os textos que acompanham o catálogo são de Arnaldo de Pinho (para a exposição 'Sonhar a Bíblia'); Saguenail e Regina Guimarães (para a exposição 'Fogo no paiol'); de Nuno Higino (para a exposição 'Lavoura').Este livro é mais que um catálogo. É um documento sobre o estado actual dos trabalhos de Alberto Péssimo: diversos, de uma criatividade pouco habitual no nosso panorama da pintura, geniais. Alberto Péssimo regressou às exposições e isso é um acontecimento que deve ser celebrado. -
Mestre Alípio, O Tesourinhas - Teatro de bonecosEste é um livro extraordinário. Trata-se duma peça de teatro divertida e muito bem escrita por Carlos da Capela (na verdade, Alberto Péssimo, que também ilustra o texto). O livro é um fac-simile que reproduz a composição de texto e ilustração tal como o concebeu o autor.Alberto Péssimo é um pintor cujo reconhecimento começa a destacá-lo como um dos maiores da sua geração. E se a sua pintura é de primeira água, a sua escrita (sob o nome Carlos da Capela) não lhe fica atrás no aprumo e na ironia. Pela barbearia de Mestre Alípio, vão passando as figuras da terra, com suas opiniões e intrigas. Até o Diabo se costuma sentar na sua cadeira. E vejam lá que, às vezes, o Tesourinhas tem de o expulsar com modos rudes... Mas, o cume dramático é atingido quando chega a notícia do desaparecimento da coroa do rei Pancrácio I. Tesourinhas é incumbido de ir Reino além inspecionar todas as cabeças para encontrar a coroa roubada. Mas, da sua demanda, nada resulta. O povo insulta o Mestre Alípio, mas ele mesmo acabará por deslindar o mistério... Mas isso não pode ser aqui contado. É preciso ler o livro, coisa que, aliás, será um grande prazer.
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Arte, Religião e Imagens em Évora no tempo do Arcebispo D. Teodósio de Bragança, 1578-1601D. Teotónio de Bragança (1530-1602), Arcebispo de Évora entre 1578 e 1602, foi um grande mecenas das artes sob signo do Concílio de Trento. Fundou o Mosteiro de Scala Coeli da Cartuxa, custeou obras relevantes na Sé e em muitas paroquiais da Arquidiocese, e fez encomendas em Lisboa, Madrid, Roma e Florença para enriquecer esses espaços. Desenvolveu um novo tipo de arquitectura, ser- vindo-se de artistas de formação romana como Nicolau de Frias e Pero Vaz Pereira. Seguiu com inovação um modelo «reformado» de igrejas-auditório de novo tipo com decoração integral de interiores, espécie de ars senza tempo pensada para o caso alentejano, onde pintura a fresco, stucco, azulejo, talha, imaginária, esgrafito e outras artes se irmanam. Seguiu as orientações tridentinas de revitalização das sacrae imagines e enriqueceu-as com novos temas iconográficos. Recuperou lugares de culto matricial paleo-cristão como atestado de antiguidade legitimadora, seguindo os princípios de ‘restauro storico’ de Cesare Baronio; velhos cultos emergem então, caso de São Manços, São Jordão, São Brissos, Santa Comba, São Torpes e outros alegadamente eborenses. A arte que nasce em Évora no fim do século XVI, sob signo da Contra-Maniera, atinge assim um brilho que rivaliza com os anos do reinado de D. João III e do humanista André de Resende. O livro reflecte sobre o sentido profundo da sociedade de Évora do final de Quinhentos, nas suas misérias e grandezas. -
Cartoons - 1969-1992O REGRESSO DOS ICÓNICOS CARTOONS DE JOÃO ABEL MANTA Ao fim de 48 anos, esta é a primeira reedição do álbum Cartoons 1969‑1975, publicado em Dezembro de 1975, o que significa que levou quase tanto tempo a que estes desenhos regressassem ao convívio dos leitores portugueses como o que durou o regime derrubado pela Revolução de Abril de 1974.Mantém‑se a fidelidade do original aos cartoons, desenhos mais ou menos humorísticos de carácter essencialmente político, com possíveis derivações socioculturais, feitos para a imprensa generalista. Mas a nova edição, com alguns ajustes, acrescenta «todos os desenhos relevantes posteriores a essa data e todos os que, por razões que se desconhece (mas sobre as quais se poderá especular), foram omitidos dessa primeira edição», como explica o organizador, Pedro Piedade Marques, além de um aparato de notas explicativas e contextualizadoras. -
Constelações - Ensaios sobre Cultura e Técnica na ContemporaneidadeUm livro deve tudo aos que ajudaram a arrancá-lo ao grande exterior, seja ele o nada ou o real. Agora que o devolvo aos meandros de onde proveio, escavados por todos sobre a superfície da Terra, talvez mais um sulco, ou alguma água desviada, quero agradecer àqueles que me ajudaram a fazer este retraçamento do caminho feito nestes anos de crise, pouco propícios para a escrita. […] Dá-me alegria o número daqueles a que precisei de agradecer. Se morremos sozinhos, mesmo que sejam sempre os outros que morrem — é esse o epitáfio escolhido por Duchamp —, só vivemos bem em companhia. Estes ensaios foram escritos sob a imagem da constelação. Controlada pelo conceito, com as novas máquinas como a da fotografia, a imagem libertou-se, separou-se dos objectos que a aprisionavam, eles próprios prisioneiros da lógica da rendibilidade. Uma nova plasticidade é produzida pelas imagens, que na sua leveza e movimento arrastam, com leveza e sem violência, o real. O pensamento do século XX propôs uma outra configuração do pensar pela imagem, desenvolvendo métodos como os de mosaico, de caleidoscópio, de paradigma, de mapa, de atlas, de arquivo, de arquipélago, e até de floresta ou de montanha, como nos ensinou Aldo Leopoldo. Esta nova semântica da imagem, depois de milénios de destituição pelo platonismo, significa estar à escuta da máxima de Giordano Bruno de que «pensar é especular com imagens». Em suma, a constelação em acto neste livro é magnetizada por uma certa ideia da técnica enquanto acontecimento decisivo, e cada ensaio aqui reunido corresponde a uma refracção dessa ideia num problema por ela suscitado, passando pela arte, o corpo, a fotografia e a técnica propriamente dita. Tem como único objectivo que um certo pensar se materialize, que este livro o transporte consigo e, seguindo o seu curso, encontre os seus próximos ou não. [José Bragança de Miranda] -
Esgotar a Dança - A Perfomance e a Política do MovimentoDezassete anos após sua publicação original em inglês, e após sua tradução em treze línguas, fica assim finalmente disponível aos leitores portugueses um livro fundamental para os estudos da dança e seminal no campo de uma teoria política do movimento.Nas palavras introdutórias à edição portuguesa, André Lepecki diz-nos: «espero que leitores desta edição portuguesa de Exhausting Dance possam encontrar neste livro não apenas retratos de algumas performances e obras coreográficas que, na sua singularidade afirmativa, complicaram (e ainda complicam, nas suas diferentes sobrevidas) certas noções pré-estabelecidas, certos mandamentos estéticos, do que a dança deve ser, do que a dança deve parecer, de como bailarines se devem mover e de como o movimento se deve manifestar quando apresentado no contexto do regime da 'arte' — mas espero que encontrem também, e ao mesmo tempo, um impulso crítico-teórico, ou seja, político, que, aliado que está às obras que compõem este livro, contribua para o pensar e o fazer da dança e da performance em Portugal hoje.» -
Siza DesignUma extensa e pormenorizada abordagem à obra de design do arquiteto Álvaro Siza Vieira, desde as peças de mobiliário, de cerâmica, de tapeçaria ou de ourivesaria, até às luminárias, ferragens e acessórios para equipamentos, apresentando para cada uma das cerca de 150 peças selecionadas uma detalhada ficha técnica com identificação, descrição, materiais, empresa distribuidora e fotografias, e integrando ainda um conjunto de esquissos originais nunca publicados e uma entrevista exclusiva ao arquiteto.CoediçãoArteBooks DesignCoordenação Científica + EntrevistaJosé Manuel PedreirinhoDesign GráficoJoão Machado, Marta Machado -
A Vida das Formas - Seguido de Elogio da MãoEste continua a ser o livro mais acessível e divulgado de Focillon. Nele o autor expõe em pormenor o seu método e a sua doutrina. Ao definir o carácter essencial da obra de arte como uma forma, Focillon procura sobretudo explicitar o carácter original e independente da representação artística recusando a interferência de condições exteriores ao acto criativo. Afastando-se simultaneamente do determinismo sociológico, do historicismo e da iconologia, procura demonstrar que a arte constitui um mundo coerente, estável e activo, animado por um movimento interno próprio, no fundo do qual a história política ou social apenas serve de quadro de referência. Para Focillon a arte é sempre o ponto de partida ou o ponto de chegada de experiências estéticas ligadas entre si, formando uma espécie de genealogias formais complexas que ele designa por metamorfoses. São estas metamorfoses que dão à obra de arte o seu carácter único e a fazem participar da evolução universal das formas.

