Obras Escolhidas de Jürgen Habermas Vol. I - Fundamentação Linguística da Sociologia
Prémio de Tradução Científica e Técnica União Latina/FCT
O primeiro volume das obras escolhidas de Habermas, A Fundamentação Linguística da Sociologia, reúne textos sobre filosofia e ciências sociais, todos eles posteriores à linguistic turn do autor. É esta característica que os unifica e, simultaneamente, justifica a ausência de textos anteriores, marcados pela abordagem marxista, enquanto variante da filosofia da consciência e do paradigma mentalista (sob a forma de macro-sujeito). A linguagem como medium constitui a possibilidade de destranscendentalizar as condições de possibilidade da experiência e, por isso, de esclarecer o que é a sociedade sem incorrer nas aporias das teorias tradicionais. Nesse sentido, as Christian Gauss Lectures (Universidade de Princeton, 1971) são uma primeira reformulação das ideias de Habermas e um ponto de charneira na produção do autor, não por acaso por ele escolhidas para abrir esta edição.
| Editora | Edições 70 |
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| Coleção | Obras Escolhidas de Jürgen Habermas |
| Categorias | |
| Editora | Edições 70 |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jürgen Habermas |
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Pensamento Pós-MetafísicoTradução de: Lumir Nahodil Jurgen Habermas é um dos autores alemães mais conhecidos e mais produtivos no âmbito da Filosofia e das Ciências Sociais. Para além de uma carreira académica brilhante cultivou desde muito cedo as virtudes da civilidade através de intervenções públicas em que procurava aliar a análise de conteúdos filosóficos com a reflexão crítica sobre a praxis política. [ ] No conjunto de ensaios reunidos neste volume, Habermas pretende apresentar-se como um defensor claro do pluralismo e da diferença apesar do papel nuclear que o consenso desempenha na sua construção teórica. Mantém, no entanto, a pretensão de conseguir reabilitar a procura tradicional da unidade da razão no quadro da sua pragmática formal. Apesar do tom polémico de alguns deles, o leitor encontrará neste volume matéria abundante para um diálogo fecundo com Habermas em torno de questões fulcrais. António Manuel MartinsPREFÁCIO O presente volume contém ensaios filosóficos escritos nos últimos dois anos, alinhados por ordem cronológica. No entanto, mesmo nesta sequência fortuita, não deixa de transparecer a sua concatenação objectiva. Os primeiros três artigos reagem às recentes tentativas de um regresso a formas metafísicas. Defendem um conceito céptico, mas não derrotista, de razão. Os ensaios que se debruçam sobre a viragem pragmática na análise linguística seguem por outros caminhos. Desenvolvem o conceito de razão comunicativa no contexto das teorias contemporâneas do significado e da acção; tal resultou em algumas sobreposições que acabei por não eliminar, apesar das redundâncias. O mesmo tema é abordado pelo sétimo artigo, mas de um ponto de vista mais distanciado, nomeadamente debatendo-se com as variantes contextualistas de uma crítica da razão que hoje predomina. Nos últimos dois artigos, dois fios desta trama argumentacional são retomados e levados por diante: por um lado, trata-se do problema da inefabilidade do individual; por outro, da questão de saber porque os textos filosóficos, não obstante o seu carácter essencialmente retórico, não surgem como literatura. Frankfurt, Fevereiro de 1988.ÍNDICE Nota de Apresentação PrefácioI. Retorno à metafísica? 1. O horizonte da Modernidade desloca-se 2. A metafísica após Kant 3. Temas do pensamento pós-metafísicoII. A viragem pragmática 4. Acções, actos de fala, interacções mediadas pela linguagem e mundo da vida 5. Para a crítica da teoria do significado 6. Anotações sobre John Searle: Meaning, Communication and RepresentationIII. Entre a metafísica e a crítica da razão 7. A unidade da razão na pluralidade das suas vozes 8. Individuação pela socialização. Sobre a teoria da subjectividade de George Herbert Mead 9. Filosofia e Ciência como literatura?Anexo 10. Retorno à metafísica? - Uma recensão global -
O Futuro da Natureza Humana - A Caminho de uma Eugenia Liberal?O livro de Habermas é um excelente contributo para a discussão gerada pelas possibilidades de selecção e modificação genéticas. (...) Possa esta obra contribuir para o debate necessário em tempo de decisões. A sua oportunidade vai muito para lá da conjuntura legislativa. No fundo, a tentativa de Habermas de sublinhar a autonomia filial contra a instrumentalização "parental" pode expressar-se com a profundidade do olhar do poeta. Na verdade, Khalil Gibran disse-o notavelmente em O Profeta: "Os Vossos filhos não são vossos filhos./ (...) Apesar de estarem convosco, não vos pertencem/ (...) Podeis esforçar-vos por ser como eles: mas não tenteis fazê-los como vós. Porque a vida não vai para trás, nem se detém com o ontem". João Carlos Loureiro I. O que significa moralização da natureza humana? II. Dignidade humana versus dignidade da vida humana. III. A inscrição da moral na ética da espécie IV. O natural e o artificial V. Interdição de instrumentalização, natalidade e poder de ser eu próprio VI. Limites morais da energia VII. Precursores de uma auto-instrumentalização da espécie? -
Técnica e Ciência Como «Ideologia»Jürgen Habermas discute a tese de Herbert Marcuse sobre a instrumentalização da técnica. Ao mesmo tempo, aponta já para futuros desenvolvimentos no seu pensamento, sobretudo em torno do agir comunicativo. -
Obras Escolhidas de Jürgen Habermas Vol. II - Teoria da Racionalidade e Teoria da LinguagemPrémio de Tradução Científica e Técnica União Latina/FCT Neste volume, unificado pelo fio condutor das teorias da racionalidade e da linguagem, Habermas recupera alguns dos seus textos sobre hermenêutica, filosofia da linguagem, racionalidade e comunicação e teoria do significado. Tendo por base, entre outras, «as questões da teoria da racionalidade e da linguística [...] no contexto da teoria da sociedade; e a procura de uma saída à crítica da razão de Horkheimer e Adorno, que se tornara aporética», Habermas responde a estes desafios conceptuais «com uma "viragem linguística" da teoria critica que concilia pontos de vista da teoria da racionalidade e da linguística numa concepção do entendimento dotada de conteúdo normativo. As fontes de inspiração foram, em aspectos metodológicos, a abordagem da teoria da competência de Noam Chomsky, sob aspectos linguísticos, a teoria dos actos de fala de John Searle e, em aspectos da teoria da racionalidade, a disputa em torno do conceito de correspondência da verdade que na época irradiava de Oxford. «O contexto sociológico de génese explica a abordagem pragmática; neste plano, o enfoque desloca-se para o "entendimento" como mecanismo de coordenação da acção». -
Um Ensaio sobre a Constituição da EuropaÀ luz da atual crise do Euro e da reação hesitante dos políticos, o fracasso do projeto europeu parece uma possibilidade. Hoje, todos falam do erro de construção de uma união monetária à qual faltam as necessárias competências políticas de controlo. Neste ensaio, Jürgen Habermas defende a Europa a partir desse ceticismo crescente. Apresenta como alternativa a transnacionalização da democracia, colocando o processo de unificação dentro de um novo contexto civilizacional e de uma nova codificação do poder estatal. -
Obras Escolhidas de Jürgen Habermas Vol. III - Ética do Discurso«Os primeiros cinco textos desenvolvem e defendem uma teoria discursiva da moral que separa questões de justiça de questões do projecto de vida pessoal. Esta centra-se na explicação das pretensões de validade morais de recorte preciso. Por isso, o nome da ética discursiva que se tornou corriqueiro não é inteiramente correcto. A segunda parte do presente volume contém textos que extravasam a área da teoria da moral neste sentido mais estrito. Comparam o uso moral com o uso ético e pragmático da razão prática, tratam a questão epistemológica da diferenciação entre a verdade de enunciados e a validade deóntica de normas e, por fim, alargam a panorâmica a toda a paisagem discursiva da moral, do direito e da política.» Introdução -
Obras Escolhidas de Jürgen Habermas Vol. IV - Teoria PolíticaA génese deste volume sobre teoria política surgiu em 1986, com as Tanner Lectures, e este trabalho foi levado a cabo pelo autor em cooperação com um grupo de trabalho interdisciplinar sobre a teoria do direito.Por isso, com excepção do primeiro texto, todos os contributos para este volume foram escritos depois da finalização de Faktizität und Geltung [Facticidade e Validade].Os textos 1 a 8 circunscrevem-se às relações entre a democracia, o Estado de direito e a cultura política no âmbito do Estado-Nação, enquanto os três últimos tratam os desafios com que o Estado-Nação se defronta na constelação pós-nacional. -
Discurso Filosófico da ModernidadeTem-se escrito muito, em anos recentes, a respeito do aparente fim da «modernidade» e da exaustão de um certo número de ideias provenientes do iluminismo europeu. Habermas reconduz as críticas contemporâneas da modernidade às suas origens filosóficas, mostrando como o trabalho de diversos pensadores foi em certa medida uma resposta às ideias de razão e de auto-compreensão reflexiva.
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A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.

