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Os Desertores

Augusto Abelaira


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Sinopse

«Os Desertores» é a segunda obra de Augusto Abelaira, publicada em 1960, dois anos depois de «A Cidade das Flores». Apesar de menos bem recebido pela crítica, o aproveitamento das potencialidades da técnica novelística é aqui ampliado. Por um lado, uma narração maioritariamente feita na terceira pessoa, e muito assente no diálogo, é reforçada pela inclusão de indicações cénicas - como se de uma peça de teatro se tratasse - que ajudam à visualização das cenas descritas e permitem a explicitação das emoções das personagens. Por outro, o foco narrativo desloca-se entre as várias personagens através de dois mecanismos técnicos: o discurso indireto livre, que revela o seu íntimo, passando do interior de uma ao de outra por vezes sem qualquer interrupção; e a interferência de vozes de fundo nos diálogos das personagens principais.
Mais do que uma descrição racional das ações e das personagens, o que Abelaira busca é mostrar o mundo como é sentido por uma classe jovem, lisboeta e burguesa que perdeu a esperança trazida pelo pós-guerra. É uma classe que deserta da intervenção pública e justifica a sua inação com a de todos os outros, mas nunca deixa de procurar realizar o desejo de pleno e de futuro, próprio da juventude. Como referiu Óscar Lopes, o que Abelaira faz «de melhor [...] foi sempre representar, uma vez e outra vez, o momento em que fomos jovens e namorados». O desejo de juventude, evidenciado pela atração de Berenice por César, ou de cortar as amarras do passado e de renascer para uma vida nova, como Ramiro tenta em Itália, mostram-se em tensão com a vida em Lisboa, condicionada pelo imobilismo, pela família e pela censura.

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Autor

Augusto Abelaira

Augusto Abelaira (1926-2003) foi um escritor, professor e jornalista português- Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Lisboa, foi diretor de programas da RTP e presidente da Associação Portuguesa de Escritores. Foi diretor das revistas Seara Nova e Vida Mundial. Autor situado numa segunda geração neorrealista, incutiu ao romance de intenção social uma dimensão de autocrítica geracional, complexificando os processos de representação da realidade.


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