Planeta Dilacerado
[...] «Esta é uma guerra de resistência que implica toda a humanidade.
Não distingue lugares. Se me deixassem escolher, escolheria proteger cada vida
antes de lançar mão de políticas abstractas para explicar
o significado do que se denomina “liberdade”.
Creio que Adorno e o poeta Cardenal estariam de acordo em que
até a vida mais insignificante deveria estar acima das prédicas vazias.» [...]
«Jidi Majia nasceu em 1961 na província chinesa de Sichuan, oriundo de uma antiga família de etnia Yi. Esta sua origem é importante porque, ao lê-lo, encontramos o eco das antigas tradições populares com as quais conviveu na sua juventude. Embora tenha prosseguido os seus estudos universitários e se tenha alimentado da poesia de outros poetas do mundo, nunca pôs de parte esse complexo mítico que formou o seu imaginário desde a infância, e é ele que constitui o que podemos designar como um fundo épico que terá um equivalente no Pablo Neruda do "Canto General". Jidi Majia vai buscar essas narrativas, que têm por base a religião antiga do seu povo, para as integrar numa mundivisão que lhe permite fazer conviver os acontecimentos do presente com um passado que, de certo modo, serve como a última referência para exorcizar o que parece ser uma punição para uma sociedade global que, em certo momento, acreditou no fim da História, como a pandemia que devastou, e devasta, o planeta.» — Nuno Júdice
| Editora | Sibila Publicações |
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| Coleção | Poesis |
| Categorias | |
| Editora | Sibila Publicações |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jidi Majia |
Jidi Majia, um dos mais representativos poetas da literatura chinesa contemporânea e pertencente à etnia Yi, tem uma carreira literária de mais de trinta e cinco anos, internacionalmente reconhecida e aclamada. Oitenta livros seus, de prosa e poesia, foram traduzidos em mais de quarenta línguas. É actualmente o vice-presidente da Associacão Chinesa de Escritores.
Entre as suas obras principais contam-se os seguintes títulos: The Song of My First Love; The Eagle’s Wing and the Sun; Words of Fire; I, the Leopard; From the Leopard to Mayakovski; 24 Sonnets Dedicated to My Mother; A Great River. Em Portugal, a obra Palavras de Fogo, com tradução de José Luís Peixoto, foi publicada em 2019 pela editora Rosa de Porcelana.
Principais distinções: 1.º Prémio da 3.ª Edicão do Festival de Nova Poesia; Prémio Literário Guo Moro; Prémio Literário de Zhuangzhong; Medalha Sholokhov para a Literatura; Prémio Literário de Rougang; Prémio Humanitário Mkhiva; Medalha de Ouro do Pen Clube da China; Medalha Europeia Homero de Poesia e Arte; Prémio de Poesia de Bucareste; Salgueiro de Prata de Carreira Literária no Festival de Poesia Xu Zhimo do King’s College, em Cambridge; Prémio Literário Janicki; Prémio Tadeusza Micińskiego; Medalha de Zygmunta Krasinskiego; Prémio Internacional de Poesia Guayaquil.
Jidi Majia lancou diversos eventos poéticos internacionais de grande prestígio, tais como o Festival Internacional de Poesia do Lago Qinghai, o Forum Internacional de Poetas de Qinghai, a Semana Internacional de Poesia de Liangshang e Qionghai e a Semana Internacional de Poesia de Chengdu.
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Palavras de FogoOs poemas que constituem o livro Palavras de Fogo, de Jidi Majia, traduzido por José Luís Peixoto, são abertamente identitários. o eu poético confunde-se com o autor sem qualquer constrangimento, são diversas as ocasiões em que se refere o próprio nome de Jidi Majia no interior de poemas. E, também dessa forma despudorada, desenvolve-se bastante o sentimento de pertença, a defesa das origens, a assunção apaixonada de uma identidade local e cultural. Esse aspeto, no âmbito da história recente e da realidade chinesa contemporânea, assume uma dimensão política muito forte, explicitada em múltiplas passagens. Ainda assim, sem contradizer estas características, é muito evidente que não estamos perante uma forma de poesia apenas local ou, se preferirmos, étnica. Jidi Majia refere-se de modo abundante e direto ao vasto mundo, com referências concretas e a defesa inabalável de uma postura humanista.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira