Poesia Completa
Finalmente, a poesia de Roberto Bolaño.
Um mundo de riso, alegria, sofrimento, música, recordação, vingança – e puro génio.
Apesar de ser autor de algumas das mais marcantes obras de ficção do nosso tempo, como Os Detetives Selvagens ou o monumental 2666, Roberto Bolaño cultivava a poesia como uma forma de arte superior: «A poesia é mais corajosa do que ninguém.» A sua obra confirma o dom de Bolaño para associar registos completamente diferentes, reunindo poemas escritos em prosa, histórias em verso e outros fragmentos que dificilmente podem ser catalogados num ou noutro campo. Para Bolaño, poesia e prosa não são duas, mas muitas coisas sempre em movimento, alterando a sua identidade e a forma como a literatura ilumina a nossa vida – e explica parte da sua própria biografia. Aliás, muitos dos seus poemas são profundamente autobiográficos e – como a generalidade da sua ficção – estão cheios de poetas e artistas famintos, errantes, em cenas de pugilato, loucos por sexo, magoados, egocêntricos, mergulhados na noite, à beira da penúria, literatos corruptos ou canções que nunca foram escritas. É um mundo interminável, belo e terrível.
| Editora | Quetzal |
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| Editora | Quetzal |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Roberto Bolaño |
Roberto Bolaño nasceu em 1953, em Santiago do Chile, filho de pai camionista e de mãe professora. A sua infância foi vivida em várias cidades chilenas (Valparaíso, Quilpué, Viña del Mar ou Cauquenes) e a passagem pela escola atormentada pela dislexia. Aos quinze anos a família mudou-se para a Cidade do México. Durante a adolescência leu vorazmente, escreveu poesia - e abandonou os estudos para regressar ao Chile poucos dias antes do golpe que depôs Salvador Allende. Ligado a um grupo trotsquista, foi preso pelos militares e libertado algum tempo depois. De volta ao México, fundou com amigos o Infrarrealismo, um movimento literário punk-surrealista, que consistia na «provocação e no apelo às armas» contra o establishment das letras latino-americanas e suas figuras de proa, de Octavio Paz a García Márquez. Nos anos setenta, Bolaño vagabundeou pela Europa - lavou pratos em restaurantes, trabalhou nas vindimas ou como guarda-nocturno de parques de campismo -, após o que se instalou em Espanha, na Costa Brava, com a mulher e os dois filhos. Aí, dedicou os últimos dez anos da sua vida à escrita. Fê-lo febrilmente, com urgência, até à morte (em Barcelona, em Julho de 2003), aos cinquenta anos.
A sua herança literária é de uma grandeza ímpar, sendo considerado o mais importante escritor latino-americano da sua geração - e da actualidade. Entre outros prémios, como o Rómulo Gallegos ou o Herralde, Roberto Bolaño já não pôde receber o prestigiado National Book Critics Circle Award, o da Fundación Lara, o Salambó, o Ciudad de Barcelona, o Santiago de Chile ou o Altazor, atribuídos a 2666, unanimemente considerado o maior fenómeno literário da última década.
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AmuletA tour de force, Amulet is a highly charged first-person, semi-hallucinatory novel that embodies in one woman's voice the melancholy and violent recent history of Latin America. Amulet is a monologue, like Bolano's acclaimed debut in English, By Night in Chile. The speaker is Auxilio Lacouture, a Uruguayan woman who moved to Mexico in the 1960s, becoming the "Mother of Mexican Poetry," hanging out with the young poets in the cafés and bars of the University. She's tall, thin, and blonde, and her favorite young poet in the 1970s is none other than Arturo Belano (Bolano's fictional stand-in throughout his books).As well as her young poets, Auxilio recalls three remarkable women: the melancholic young philosopher Elena, the exiled Catalan painter Remedios Varo, and Lilian Serpas, a poet who once slept with Che Guevara. And in the course of her imaginary visit to the house of Remedios Varo, Auxilio sees an uncanny landscape, a kind of chasm. This chasm reappears in a vision at the end of the book: an army of children is marching toward it, singing as they go. The children are the idealistic young Latin Americans who came to maturity in the ´70s, and the last words of the novel are: "And that song is our amulet." -
The Skating Rink'Gripping, easy to read, sometimes funny and extraordinarily romantic ...High praise' Independent on Sunday When Nuria Marti, the beautiful Spanish figure skater, is suddenly dropped from the Olympic team, a besotted admirer builds a secret ice rink for her in the ruins of an old mansion on the outskirts of their seaside town. What he doesn't tell her is that he paid for it using embezzled public funds. Such deceit is not without repercussions, and the skating rink soon becomes a crime scene ...Rife with political corruption, sex, jealousy and frustrated passion, The Skating Rink - narrated in turn by a corrupt and pompous civil servant, a beleaguered romantic poet, and a duplicitous local entrepreneur - is a darkly atmospheric tale of murder and its motives. 'This magnificent murder mystery ...is wrought with voices of great urgency and yet penned with a delectable lightness of touch' List 'Elegant, elusive and amusing, this novel is more than capable of standing alongside the rest of Bolano's work' Daily Telegraph. -
2666O que liga os quatro germanistas europeus (unidos pela paixão física e pela paixão intelectual pela obra de Benno vo Archimboldi) ao repórter afro-americano Oscar Fate, que viaja até ao México para fazer a cobertura de um combate de boxe? O que liga este último a Amalfitano, um professor de filosofia, melancólico e meio-louco, que se instala com a filha, Rosa, na cidade fronteiriça de Santa Teresa? O que liga o forasteiro chileno à série de homicídios de contornos macabros que vitimam centenas de mulheres no deserto de Sonora? E o que liga Benno von Archimboldi, o secreto e misterioso escritor alemão do pós guerra, a essas mulheres barbaramente violadas e assassinadas? 2666. Para se ler sem rede - como num sonho em que percorremos o caminho que nos poderá levar a todos os sítios possíveis. -
O Terceiro ReichUdo Berger, que sempre quis ser um grande escritor, mas que tem de se conformar em ser o campeão de "jogos & estratégia de guerra em Stuttgart", decide ir ao Hotel del Mar, na Costa Brava catalã, com a sua nova namorada, Ingeborg (nome de uma das personagens de 2666). O objectivo é treinar-se para participar num novo jogo de estratégia, justamente Terceiro Reich, e preparar-se para ganhar um torneio internacional. Eles compartilham as suas férias com um outro casal alemão, Charlie e Hanna, até que o primeiro destes desaparece misteriosamente depois de se cruzar com dois sinistros personagens que também levantam suspeitas junto das autoridades locais: «O Lobo» e «O Cordeiro». Entretanto, Udo Berger é perseguido por um detective estranho e sombrio e, atormentado por essa perseguição sem sentido, acaba por entrar em delírio com a "paisagem surreal da Costa Brava". Tudo isto acontece quando entra num jogo de vida ou morte com um personagem enigmático e de rosto desfigurado, El Quemado. Uma autêntica sinfonia de literatura, política, divertimento surreal, absurdo. Gozo puro. -
A Literatura Nazi nas AméricasA Literatura Nazi nas Américas é uma enciclopédia ficcional composta de pequenas biografias de autores pan-americanos imaginários. Estes nazis literários ?fascistas, fanáticos e reaccionários ?são retratados numa galeria de medíocres alienados, snobes, oportunistas, narcisistas e criminosos.Numa entrevista, Roberto Bolaño referiu-se aos seus autores nazis na América como uma metáfora do mundo das letras, às vezes heróico, outras desprezível.E, na verdade, ainda que inventados, estes escritores são personagens de histórias, essas sim reais, de grandes nomes da literatura das américas. -
Os Dissabores do Verdadeiro Policia«Os Dissabores do Verdadeiro Polícia é um projecto que teve início em finais dos anos oitenta e que se prolongou até à morte do escritor. Numa carta de 1995, comenta: Há anos que trabalho num romance que se intitula Os Dissabores do Verdadeiro Polícia e que é O MEU ROMANCE. O protagonista é um viúvo, cinquenta anos, professor universitário, filha de dezassete, que vai viver para Santa Teresa, cidade próxima da fronteira com os EUA. Oitocentas mil páginas, um enredo demencial (...).» «Se no romance moderno se quebrou a barreira entre ficção e realidade, entre invenção e ensaio, a contribuição de Bolaño vai por outro caminho (...) para nos aproximar de uma escrita visionária, onírica, delirante, fragmentada e poder-se-á até dizer que provisória. (...) O que importa é a participação activa do leitor, simultânea ao acto da escrita. Bolaño deixou isto bem claro a propósito do título: O polícia é o leitor, que procura em vão ordenar este romance endemoninhado. E no próprio corpo do livro insiste-se nesta concepção de um romance como uma vida.» -
A Pista de GeloTudo se passa durante um mês de verão numa praia do Mediterrâneo. Há uma mansão arruinada, uma bonita patinadora em decadência, e a paixão de um autarca de província. É há um crime, nas diferentes versões de três narradores que se vão completando e corrigindo. Remo Móran, Gaspar Heredia e Enric Rosquelles estão ligados a esse acontecimento central e, sem o saberem, podiam tê-lo impedido.«A Pista de Gelo» - que se constrói sobre as linhas características do projeto narrativo de Roberto Bolaño - é um espaço de reflexão sobre a corruptibilidade dos políticos, sobre a ação perturbadora do amor nas pessoas, sobre o desenraizamento, a amizade e a dissolução dos sonhos. E mostra-nos, sobretudo, que nada é o que aparenta ser, nada é bem o que nos contam; e que mesmo na ausência de sentido, a vida prossegue. -
Estrela DistanteO narrador viu pela primeira vez aquele homem, em 1971, ou 1972, quando Allende era ainda presidente do Chile. Então, fazia-se chamar Ruiz-Tagle e deslizava com a distância e a cautela de um gato pelos ateliers literários da Universidade de Concepción. Escrevia poemas também distantes e cautelosos, seduzia as mulheres, despertava nos homens uma indefinível desconfiança. Voltou a vê-lo depois do Golpe, época em que até os poetas jovens de dezoito anos, como eles se viram de repente mergulhados numa repentina e sangrenta maturidade. Mas nessa ocasião, o narrador - que conta a história desde o limite entre o fascínio e a necessidade de saber, ou de fazer saber - , ainda ignorava que aquele aviador, Wieder, militar de carreira que escrevia com fumo versículos da Bíblia com um avião da Segunda Guerra Mundial, e Ruiz-Tagle, o péssimo aprendiz de poeta, eram uma e a mesma pessoa. Versículos que os prisioneiros nos estádios liam, e que já não leriam as irmãs Garmendia, duas das poetas que tinha seduzido e feito desaparecer.E assim, num percurso pelas muitas bifurcações dos caminhos da história, das mitologias e das literaturas da nossa época, é-nos contada a fábula nada exemplar de um impostor (mas não somos todos impostores nalgum momento das nossas vidas?), de um homem de muitos nomes, sem outra moral a não ser a estética (mas não é esta a aspiração de qualquer artista?), dandy do horror, assassino e fotógrafo do medo, artista bárbaro que levava as suas criações até às ultimas e letais consequências.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira

