Poesia, Um Dia (2012-2022)
«Esta antologia, com os poetas que participaram nas residências literárias da Foz do Cobrão nos últimos onze anos, é ilustrativa da entrega, da criatividade e da paixão que eles dedicaram ao Poesia, Um Dia. É uma dádiva.»
Jaime Rocha, coordenador.
POESIA, UM DIA (2012-2022):
Ana Paula Inácio - António Poppe - Carlos Alberto Machado - Catarina Barros - Hélia Correia - Catarina Nunes de Almeida - Cláudia R. Sampaio - Francisca Camelo - Henrique Manuel Bento Fialho - Inês Dias - Jaime Rocha - José Anjos - José Luís Costa - José Mário Silva - M. Parissy - Margarida Ferra - Margarida Vale de Gato - Marta Chaves - Miguel Cardoso - Miguel-Manso - Rita Taborda Duarte - Paulo Campos de Reis - Pedro Teixeira Neves - Rosalina Marshall - Rui Caeiro - Sandra Costa - Vasco Gato - Vergílio Alberto Vieira
| Editora | Companhia das Ilhas |
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| Categorias | |
| Editora | Companhia das Ilhas |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Jaime Rocha, Raul Brandão |
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HúmusPublicado pela primeira vez em 1917, Húmus, a obraprima de Raul Brandão, é um misto de diário, feito de visões e reflexões metafísicas, e de ficção simbólica, onde se alternam dois monólogos interiores em fragmentos datados ao longo de cerca de um ano o monólogo do autor/narrador, na primeira pessoa, e o de um filósofo lunático, alter ego do autor, apodado de Gabiru. Escrito num estilo poderosamente original e de uma modernidade impressionante, Húmus explora a contradição entre o mundo aparente e o autêntico, onde se descobrem monstruosidades não sonhadas. -
As Ilhas DesconhecidasEm 1924 Raul Brandão fez uma viagem aos arquipélagos dos Açores e da Madeira num grupo de intelectuais - entre eles Vitorino Nemésio - promovida pelos autonomistas. Dessa visita, das suas impressões e anotações, surgiu o livro As Ilhas Desconhecidas - Notas e Paisagens, em que não só descreve com particular fulgor a beleza natural das ilhas, como observa a condição do seu habitante. Obra fundamental na formação da imagem (interna e externa) destes territórios, As Ilhas Desconhecidas tornou-se um dos mais importantes e belos livros de viagem da literatura portuguesa. -
Os Que Vão MorrerJaime Rocha nasceu em 1949. Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa. Viveu em França nos últimos anos da ditadura. Publicou o seu primeiro livro, «Melânquico» (poesia) em 1970. Tem editadas várias obras no domínio da ficção, da poesia e do teatro. Recebeu este ano o Prémio Eixo Atlântico de Textos Dramáticos com a peça «Seis Mulheres Sob Escuta» e o prémio APE de Teatro referente a 1998, com «O Terceiro Andar».Jaime Rocha (Coord.) -
A Morte do Palhaço e o Mistério da ÁrvoreExemplo único do Existencialismo na literatura portuguesa, A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore, publicado em 1926, contém todos os elementos perturbadores que formam a estrutura genética da obra de Raul Brandão. -
El-Rei Junot - Obras Completas de Raul Brandão - Vol. VII«Não pretende Raul Brandão exaltar a ideia de Pátria, face a momentos de verdadeira crise e de humilhação nacional, mas apresentar ambientes e razões, motivos psicológicos e económicos, que arrastaram Portugal para o domínio francês e sua posterior expulsão. No entanto, não é apenas o modo de abordagem de uma época histórica que está em causa, é que, se a obra não pode ser considerada um romance (não tem intriga, não hà personagens inventadas, que protagonizem um enredo mais ou menos aliciante), também não é, de forma alguma, um ensaio histórico, pois há demasiadas intervenções subjectivas, demasiadas intromissões no psiquismo das figuras do passado, para que se possa alcançar a possível veracidade objectiva.» Do Prefácio -
Vida e Morte de Gomes Freire - Obras Completas de Raul Brandão - Vol. VIII«De 1912 a 1915, Raul Brandão sentiu uma espécie de tentação histórica, que aliás se enquadrava perfeitamente no gosto e nas tendências da época, e que deu origem a duas obras, El-Rei Junot e Vida e Morte de Gomes Freire.(...)» «Nesta obra, os subtítulos oferecem uma espécie de resumo das várias coordenadas que se inter-jogam: "Quem matou Gomes Freire Beresjord, D. Miguel Pereira Forjaz, o Principal Souza Mathilde de Faria e Mello Cartas e Documentos Inéditos"; os títulos dos capítulos dão uma ideia do tipo de sucessividade narrativa "Campanhas", "Cartas"; "Pela Liberdade"; "Vida Íntima"; "Hum principalmente..."; "Inicia-se o Processo"; "O Processo"; "Um Homem de Estado"; "O Mistério"; "Felizmente Há Luar". Como se vê, não há um fio cronológico rígido, mas uma contínua amostragem de ambientes e processos, havendo a preocupação de salientar o meio obscurantista e arbitrário, que provocou a condenação e morte do protagonista.» Do Prefácio -
Necrophilia«A poesia de Jaime Rocha não vive nem da emoção, nem da conceptualidade abstracta, muito menos de qualquer piscar de olhos a experimentalismos de linguagem. É pura construção imagética, sem truques nem metáforas, uma sequência obsessiva de imagens nuas, em carne viva, angulosas e surpreendentes, para servir um universo de grandes percepções (e não mundos minimais e subjectivos, como acontece em grande parte da poesia que hoje se lê), num registo acentuadamente descritivo no espaço (os cenários de cada acção ou a movimentação das figuras) e no tempo (o decurso do acontecer, os seus vários momentos e metamorfoses). Passando-se as coisas assim no plano da linguagem, esta poesia só podia ter um travejamento conceptual de tipo alegórico, em que o mundo se oferece ao olhar e por ele é interpretado».Jaime Rocha (Coord.) -
Preparação Para a NoiteCinquenta poemas de uma das vozes mais originais da poesia portuguesa, o escritor, poeta e dramaturgo, Jaime Rocha.Jaime Rocha (Coord.) -
HúmusHúmus, de Raul Brandão, foi um acontecimento insólito na vida literária portuguesa, como um desses rochedos que, sem razão aparente, surgem no meio de uma planície. Publicada em 1917, e refundida em posteriores edições, a obra não tem relação com a dos autores da Geração de 90 nem com as dos escritores estrangeiros seus contemporâneos, como Romain Rolland, Pirandello e Gorki. -
Memórias«Isso que aí fica não são memórias alinhadas. Não têm essa pretensão. São notas, conversas colhidas a esmo, dois traços sobre um acontecimento […] Sou um mero espectador da vida, que não tenta explicá-la. Não afirmo nem nego. Há muito que fujo de julgar os homens, e, a cada hora que passa, a vida me parece ou muito complicada e misteriosa ou muito simples e profunda.» Do Prefácio de 1918.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira