Política e Justiça na I República (1910-1915), Vol. I
Este estudo tem por objectivo analisar e reflectir historicamente a experiência política que se iniciou com a fundação da República, em Outubro de 1910, e se estendeu ao longo de dezasseis anos incompletos para soçobrar ingloriamente na sequência da arrancada militar conservadora do 28 de Maio de 1926.
| Editora | Letra Livre |
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| Editora | Letra Livre |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Luís Bigotte Chorão |
Luís Bigotte Chorão é jurista (advogado) e historiador. Mestre em Direito pela Universidade de Lisboa, doutorou-se em letras (História) na Universidade de Coimbra com uma tese que deu origem ao livro A Crise da República e a Ditadura Militar (Sextante, 2010). É autor, entre outros estudos, de O Periodismo Jurídico Português do Século XIX (Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2002), de Política e Justiça na I República (Letra Livre, 2011, 2018), de Para uma História da Repressão do Anarquismo em Portugal no Século XIX (Letra Livre, 2015) e co-organizador de Península Ibérica – Nações e transnacionalidade entre dois séculos (XIX e XX) (Edições Humus, 2018). Membro do Ceis20 da Universidade de Coimbra e do Instituto Jurídico Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade de Porto, é diretor-adjunto da revista O Direito.
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Diário - 2000-2015Recordações de momentos de vida do escritor, crítico literário e ensaísta guardense, João Bigotte Chorão, que, no seguimento da sua anterior edição diarística, de novo nos vem apresentar uma vasta coleção de escritos íntimos que foi traçando de 2000 a 2015. Em pouco mais de trezentas páginas, o autor leva-nos à descoberta do seu universo cultural e a tudo aquilo que o entusiasma, comove, e até ao que muito o mortifica. Folheando, de modo aleatório, este livro deparamos com a evocação de grandes escritores com quem partilha afinidades e incorpora influências, percursos geográficos que lhe são familiares e aos quais volta amiúde «... Olho a serra ao entardecer e algum do meu tumulto interior se pacifica...» e tantas outras reflexões tecidas da primeira à última página. Escrita intimista, como o é toda a escrita diarística, João Bigotte Chorão, apresenta-nos um arquivo de memórias que por sua vontade resistem ao esquecimento.Diz-nos o autor, referindo-se à sua anterior publicação Diário Quase Completo, mas que bem ilustra a presente edição «Escrevi e publiquei o meu testemunho. Espera-o o silêncio? Não importa: vivi o meu oficio de homem, pus por escrito o que pensei e senti, em liberdade interior.» -
Política e Justiça na I República: um regime entre a legalidade e a excepção (1915-1918), Vol. IITrata-se do II volume da trilogia “Política e Justiça na I República”, importante e estimada obra do jurista e investigador Luís Bigotte Chorão, em boa hora publicada.Este interessante estudo, que compreende a experiência política iniciada com a fundação da I República e se estende até ao seu trágico fim, compreende um conjunto de III volumes, a que se irá acrescentar, ainda, “três estudos autónomos sobre a Constituição Politica de 1911, a liberdade e a e a censura e, por fim, sobre a política colonial republicana”.É obra copiosa, de subido merecimento para o estudo e história da ligação e influência entre o elemento jurídico, tomado na sua própria especificidade, e a experiência política constitucional da Primeira República; interessantíssima no opulento trabalho bibliográfico recolhido, recomeça o livro o exacto momento da eleição presidencial de Teófilo Braga (29 de Maio de 1915), ocasião que marca o momento de “consolidação” e o “regresso à normalidade constitucional” saída do movimento revolucionário de 14 de Maio [de influência dos “jovens turcos” liderados por Álvaro de Castro e Sá Cardoso, que derruba o gabinete de Pimenta de Castro e conduz à resignação do presidente Manuel de Arriaga] e termina com o movimento de 5 de Dezembro de 1917 [golpe sob orientação do chefe unionista Brito Camacho contra o ministério de Afonso Costa/Norton de Matos e que, curiosamente, surge após o regresso do ministro de Portugal em Berlin, Sidónio Pais] que constitui a Junta Revolucionária Militar, presidida por Sidónio Pais (e, entre outros elementos, Machado Santos, Feliciano da Costa Júnior), que dissolve o Congresso e destitui o presidente da República, Bernardino Machado. O novo executivo, chefiado por Sidónio Pais (de que faziam parte, Machado Santos, Moura Pinto, Santos Viegas, Aresta Branco Francisco Xavier Esteves, Tamagnini barbosa, Alfredo Mendes de Magalhães e Feliciano da Costa Júnior) é ponto essencial da afirmação do sidonismo e da conspiração monárquica, um “ajuste de contas com o Partido Democrático e com a fórmula constitucional de 1911”. -
Asilo Político em Tempos de Salazar: os casos de Humberto Delgado e Henrique GalvãoHenrique Galvão e Humberto Delgado foram figuras extremamente populares durante o Estado Novo, nos meios oposicionistas não afetos ao Partido Comunista Português. Adversários destemidos do regime salazarista, viram-se ambos obrigados a pedir asilo político em circunstâncias que merecem a recuperação da memória histórica que este livro lhes concede. Enquanto Humberto Delgado o fez a 12 de janeiro 1959, na embaixada do Brasil, em Lisboa, Henrique Galvão formulou um pedido semelhante a 17 de fevereiro do mesmo ano, na representação diplomática da Argentina. Os dois pedidos de asilo transformaram-se rapidamente em acontecimentos políticos de primeira linha, com uma projeção internacional surpreendente. Em causa estavam duas personalidades que exaltavam, por maus motivos, os meios diplomáticos e a opinião pública. Enquanto o general Humberto Delgado tinha acabado de sair de um confronto violento com o regime, o capitão Henrique Galvão arrastava-se por inúmeras prisões ao longo de sete anos. Luís Bigotte Chorão reflete, assim, sobre um tempo de alta tensão política na história do século. -
Asilo Político em Tempos de Salazar: os casos de Humberto Delgado e Henrique GalvãoHenrique Galvão e Humberto Delgado foram figuras extremamente populares durante o Estado Novo, nos meios oposicionistas não afetos ao Partido Comunista Português. Adversários destemidos do regime salazarista, viram-se ambos obrigados a pedir asilo político em circunstâncias que merecem a recuperação da memória histórica que este livro lhes concede. Enquanto Humberto Delgado o fez a 12 de janeiro 1959, na embaixada do Brasil, em Lisboa, Henrique Galvão formulou um pedido semelhante a 17 de fevereiro do mesmo ano, na representação diplomática da Argentina. Os dois pedidos de asilo transformaram-se rapidamente em acontecimentos políticos de primeira linha, com uma projeção internacional surpreendente. Em causa estavam duas personalidades que exaltavam, por maus motivos, os meios diplomáticos e a opinião pública. Enquanto o general Humberto Delgado tinha acabado de sair de um confronto violento com o regime, o capitão Henrique Galvão arrastava-se por inúmeras prisões ao longo de sete anos. Luís Bigotte Chorão reflete, assim, sobre um tempo de alta tensão política na história do século.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?