Políticas da Língua, da Comunicação e da Cultura no Espaço Lusófono
As políticas da língua e as políticas de comunicação da ciência decidem, não apenas quem tem o poder de definir a realidade social, como de igual modo o poder de impor essa representação. A globalização da investigação em Ciências Sociais e Humanas está ligada à globalização dominante, alimentada pela indústria dos países anglo-saxónicos. Mobilidades e redes de investigação, avaliações internacionais, grandes reuniões científicas internacionais, patrocinadas por associações globalizadas tendem a enfatizar e a endossar a assimilação e a reprodução do pensamento anglo-saxónico hegemónico no campo das Ciências Sociais e Humanas, legitimando o "pensamento único", científico e epistemológico.
Em Portugal, particularmente no que se refere às Ciências da Comunicação, o Português é a língua de ciência, comum a todas as revistas. E esta política de língua é compreensível, não apenas como uma estratégia para uma mais alargada difusão da produção nacional, mas também como um modo de ultrapassar as tradicionais dificuldades de uma limitada circulação internacional dos artigos.
Ao longo das últimas décadas, as comunidades científicas das Ciências Sociais e Humanas criaram associações nacionais e lusófonas para promover a língua portuguesa como língua de conhecimento, contribuindo para a internacionalização dos seus investigadores. No entanto, embora o Português seja falado por mais de 250 milhões de pessoas - constituindo a quinta língua mais falada no mundo - os investigadores de Ciências Sociais e Humanas desconhecem, muitas vezes, a investigação que os seus pares linguísticos realizam.
| Editora | Húmus |
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| Categorias | |
| Editora | Húmus |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Isabel Macedo, Moisés de Lemos Martins |
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NovidadeO Olho de Deus no Discurso SalazaristaA ideia inicial para a tese de doutoramento ocorreu-me, com naturalidade, nos circuitos intelectuais do «catolicismo progressista», que eu frequentava desde antes do 25 de Abril, e teve o seu impulso decisivo nos anos de estudante. Foi aí que ganhei apego aos valores da liberdade, da democracia e da intervenção cívica, e que a minha identidade pessoal e intelectual ganhou forma para a vida.Alimentando inúmeras viagens do conhecimento, «O Olho de Deus no Discurso Salazarista» cruzou-se, em vinte e cinco anos, com muitos regimes do olhar. As viagens do conhecimento são, todavia, viagens que não acabam nunca. Ler ou reler, hoje, este livro sobre salazarismo, continua a ser obra de conhecimento, embora constitua já uma outra experiência. -
NovidadeCrise no Castelo da CulturaEste ensaio declina as actuais vertigens da cultura, interrogando o movimento de translação da palavra para o número, do logos para o ícone, da ideia para a emoção, do uno para o múltiplo, enfim, das estrelas para os ecrãs. Como consequência, Crise no Castelo da Cultura coloca a questão do sentido do humano e desenvolve o ponto de vista de que este movimento de translação tecnológica, tanto mobiliza os indivíduos para o mercado, como os desactiva como cidadãos. -
NovidadeA Linguagem, a Verdade e o Poder - Ensaio de Semiótica SocialO discurso constitui a razão de ser deste ensaio. É colocada a questão da sua natureza, proposicional, performativa e institucional. É interrogado o funcionamento social de alguns dos seus usos, pedagógico, científico, religioso e político. É analisado o modo como a discursividade se conjuga hoje com a racionalidade, designadamente, com a racionalidade pragmática, estética e tecnológica. A principal ideia argumentada neste livro é a de que na ordem do discurso encenamos a verdade para exercer o poder. Acontece, no entanto, que nunca agimos como queremos, mas sim como podemos, em condições concretas de espaço, tempo e interlocução. E por essa razão se coloca a questão da sede da produção do sentido. Na experiência relacional do sujeito de comunicação cumpre-se, é essa a hipótese aqui desenvolvida, o jogo dialógico do discurso do conhecimento em geral, que repete ordens, quando faz supor que apenas afirma a liberdade. -
NovidadeA Internacionalização das Comunidades Lusófonas e Ibero-Americanas de Ciências Sociais e Humanas - O Caso das Ciências da ComunicaçãoO espaço lusófono e ibero-americano remete para uma diversidade de culturas e de comunidades, que se exprimem em duas línguas, a portuguesa e a espanhola, duas línguas que, por serem de culturas, pensamento e conhecimento, concorrem para a construção deste espaço transnacional e transcontinental, contrariando a visão de um mundo monocolor, globalizado, hegemonicamente falado em inglês.As Ciências da Comunicação dos países lusófonos e ibero-americanos têm uma responsabilidade, ao mesmo tempo científica, estratégica, política e cívica, de concorrer para a construção da comunidade de investigação lusófona e ibero-americana de Ciências da Comunicação, fazendo obra de cultura, de pensamento e de conhecimento. Ao interrogarem, em português e em espanhol, os modos como nos distintos países do espaço lusófono e ibero-americano é feita a interação científica e produzido o conhecimento, as Ciências da Comunicação constroem a sua própria comunidade científica e concorrem para a afirmação internacional das Ciências Sociais e Humanas, elas que no seu todo estão convocadas a fazer comunidade e obra de conhecimento.
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NovidadeHistória dos Média na Europa«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.» -
NovidadeHistória da ArteA história da Arte é, em simultâneo, autónoma e parte integrante da História, da Cultura e da Civilização. Esta obra confirma-o e, de modo sucinto, traça um panorama da sua evolução desde a mais remota Antiguidade até os nossos dias. -
NovidadeMedia e Jornalismo em Tempos de Ditadura -Censura, Repressão e ResistênciaO livro reúne textos de 11 investigadores portugueses e espanhóis sobre a instrumentalização dos media durante o Estado Novo e o Franquismo e as formas de resistência à censura e à repressão. A obra surge na sequência do II Seminário da História da Comunicação da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, realizada, em Novembro de 2022, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso. Alguns dos textos que agora se publicam foram apresentados neste encontro científico. Segundo os coordenadores do livro, há um denominador comum a todos os textos: «a necessidade que as ditaduras têm de vedar o acesso do povo à verdade incómoda ou inconveniente. Por isso, silenciaram-se certas pessoas, assuntos e factos, enquanto se deu relevo e importância a outros». -
Novidade25 de Abril: A Transformação nos «Media»Uma obra que mantém vivo o legado de Mário Mesquita e que o autor desejava ter publicado em vida, provando que a forma como pensou e discutiu o jornalismo num momento fundador e de viragem como foi o período de 1974-1975 mantém uma admirável actualidade. «Mário Mesquita desenvolveu, de forma sistemática e coerente, actividades que visavam o bemcomum e incentivavam uma democracia aberta — na política, no jornalismo de informação, na actividade académico-universitária e na escrita — com o objectivo de realizar o seu ideal de sempre: o da Liberdade.» António Ramalho Eanes «Jornalista e académico, MárioMesquita procurava em cada trabalho o difícil equilíbrio entre o rigor da contextualização e o prazer da boa história. Isso fazia de qualquer conversa sobre o jornal uma oportunidade de reflexão profissional, tantas vezes em falta na lufa-lufa das redacções.» Diana Andringa «Com o Mário Mesquita estamosperante alguém que decidiu ser jornalista para compreender melhor o mundo, e que resolveu estudar os media para se conhecer ainda melhor a si próprio.» Jaime Gama «Recordo o Mário Mesquita como um homem de pensamento que não desprezava a acção. Inteligente e culto. Um espírito livre, um bom cidadão, um amigo confiável. Liberdade e Solidariedade foram os grandes valores da sua vida. Faz-nos falta!» Maria Antónia Palla -
NovidadeHomo Spectator: Ver, Fazer Ver«É a barbárie que ameaça um mundo sem espectador.»"Homo Spectator" reflecte sobre a construção histórica da figura do espectador, desde as cavernas paleolíticas às tecnologias digitais. Este percurso interroga as várias relações, de opressão e de liberdade, de medo e de gozo, que se estabelecem entre humanos e imagens, para ensaiar uma resposta à inquietante pergunta: como preservar a nossa liberdade crítica perante a disseminação das imagens? -
NovidadeAinda Bem Que Me PerguntaAinda Bem Que Me Pergunta, trata-se do primeiro manual de escrita jornalística, editado em Portugal, de um autor português, para o público português. Como escrever com clareza e rigor semântico? Como estruturar uma notícia, uma reportagem, uma entrevista? Como elaborar os respectivos títulos? Como evitar as «armadilhas» ortográficas e gramaticais? -
NovidadeDesinformação Online - O impacto da Propaganda ParticipativaA desinformação é hoje prevalecente no ambiente digital, onde a informação circula a alta velocidade. Servindo-se de técnicas clássicas de propaganda, a desinformação conta com a colaboração de cidadãos anónimos que partilham conteúdos online sem antes avaliarem a veracidade dessa mesma informação. O presente livro mostra como este fenómeno constitui uma ameaça à democracia e como pode ser combatido através do investimento em literacia mediática e digital. -
NovidadeTemas Arquivísticos - Entre a Tradição e a MudançaUm convite à reflexão do lugar da Arquivística hoje, contrariando as vozes que afirmam que tenha adormecido permanentemente na Modernidade, face à emergência do pensamento pós-moderno, onde a ciência da informação radica a sua identidade, sem que a pós-modernidade seja, também ela, parte da seiva que corre nas veias dos autores dos estudos arquivísticos, que, por consequência, escorre para as suas páginas. Um convite, ainda, a repensar a valorização dos estudos arquivísticos na atualidade, relegados, em muitos fora, à sua tecnicidade, considerados despidos de qualquer roupagem teórica, como se os arquivos não constituíssem, per se, um campo de estudo científico. Um campo sobre o qual se constrói conhecimento continuamente, refletido por cientistas e comunidades de prática, que, como tal, acompanha a própria evolução da ciência e o devir social.[CARLOS GUARDADO DA SILVA]