Portugal Tolerante
Uma reunião de textos que pretende ser uma amostra do que fomos e do que somos. São laivos dessa cultura de respeito, que nos está no sangue, herança dos avós cristãos, árabes e judeus, da mistura. O Portugal de hoje, vencidos os extremismos de séculos passados, não será muito diferente do Gharb al-Andalus de ontem. Mas há um caminho a percorrer na Europa e no mundo, para a tolerância e para o respeito, que se espera possamos inspirar. Este é um desafio de todos nós.
No século XXI, século do movimento dos Povos, a tolerância impõe que assumamos que as migrações e o fenómeno migratório devem influenciar as políticas públicas no sentido da solidificação de verdadeiras políticas de integração, assentes em princípios e valores humanitários. O fenómeno migratório deve ser entendido como uma oportunidade e não como um problema, nas sociedades contemporâneas.
| Editora | Sinais de Fogo |
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| Editora | Sinais de Fogo |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | José Eduardo Franco, Paulo Mendes Pinto |
Especialista em História das Religiões, trabalha sobretudo sobre Mitologia Antiga e Estudos Judaicos. Dirige a área de Ciência das Religiões na Universidade Lusófona desde 2006 (onde dirigiu o Mestrado, 2007-2011, e a Licenciatura em Ciência das Religiões, 2007-2017).
Civicamente, o seu trabalho desenvolve-se ainda no campo do diálogo entre e com as religiões, nas identidades religiosas contemporâneas e no desenvolvimento de uma cultura isenta e de respeito pelas religiões, com especial enfoque para o trabalho com o ambiente escolar (dirige o projeto REC-XXI - Religiões, Educação e Cidadania).
Foi Embaixador do Parlamento Mundial das Religiões (2015-18) e fundador da European Academy for Religions (2017).
É assessor da administração da Un. Lusófona e Diretor-Geral do Secretariado Executivo do Conselho Superior Académico do «Ensino Lusófona».
(Ribeira Grande, Machico, Madeira, 17 de Fevereiro de 1969) é um historiador, poeta, ensaísta e jornalista português.
Tem vindo a desenvolver um vasto trabalho como autor, coordenador e co-coordenador de vários projectos de investigação nos domínios das Ciências Sociais e Humanas.
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O Esplendor da AusteridadeAs ordens religiosas e o seu valioso património constituem uma dimensão importante da paisagem cultural e simbólica do nosso país. A importância e impacto modelador da «omnipresença» do pessoal monástico no tecido social da nossa história multissecular estão bem ilustrados tanto na monumentalidade do património edificado que tem resistido à erosão do tempo e da acção do homem político nos seus antagonismos e cumplicidades com esta herança, como na paisagem literária e cultural. O curso da História de Portugal ficou marcado pela presença constante das ordens religiosas militares, contemplativas, canonicais e mendicantes e pelo papel determinante que representaram na fundação do Reino e na expansão portuguesa, terrestre e marítima. Podemos afirmar que houve, desde os primórdios do projecto político da construção do Reino chamado de Portugal, um casamento ou contrato de cooperação íntima entre ordens religiosas e o ideário de edificação de um país com uma língua e uma identidade cultural próprias. Desligar as ordens religiosas deste processo é perder uma parte relevante da nossa história. O Esplendor da Austeridade é o ponto de síntese, altamente ilustrado e destinado ao grande público, do trabalho que tem vindo a ser realizado, de há dez anos a esta parte, por uma equipa de investigadores da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A sua investigação visa o conhecimento mais global e aprofundado da história da experiência monástica cristã materializada em instituições pluriformes que se metamorfosearam em diferentes expressões e contextos ao longo da história portuguesa. -
Dicionário dos Antis: a cultura portuguesa em negativo - Vols. 1 e 2«Apresentamos ao leitor uma obra inesperada, sem dúvida inusitada, mas que não deixa, por isso, de ser fascinante. Propomos um olhar diferente, um olhar sobre o avesso da cultura portuguesa, em articulação com os dinamismos construtivos e disruptivos das suas congéneres internacionais.»Da IntroduçãoEditado em dois volumes numerados e rubricados, o Dicionário dos Antis é uma obra ilustrada que procura precisamente sistematizar todas as correntes e discursos centrados numa perceção negativa do «outro» na história de Portugal, desde o século XII até à atualidade.Com direção de José Eduardo Franco, esta obra única é o resultado de um projeto científico que permite responder a uma carência da historiografia portuguesa e europeia. -
OLÍMPICO - Os jogos num percurso de valores e de significadosSe há horizonte desportivo em que devemos equacionar o próprio sentido da palavra «desporto», ele é o dos Jogos Olímpicos. Marcados no nosso imaginário, tal como a ideia de Democracia grega, os jogos são mais que uma competição: são a glorificação de um grupo de ideais que se materializam numa forma especial de competir e de respeitar o adversário. Quando falamos de toda a intensidade e de toda a emoção que os Jogos Olímpicos geram, falamos especialmente de uma dimensão de heroicidade que é, em tudo, Ética. Não se consubstancia apenas nos resultados, mas na forma de os obter, na beleza do esforço e na igualdade dos que competem em iguais condições. Neste ideário, o Plano Nacional para a Ética no Desporto não poderia deixar de marcar este acontecimento que, a uma escala global, nos remete e nos faz recordar a essência das pequenas práticas e dos pequenos gestos: o Respeito pelo outro. -
Dicionário Histórico das Ordens - Institutos Religiosos e outras Formas de Vida Consagrada Católica em PortugalMais do que um dicionário comum, estamos diante de uma verdadeira enciclopédia desenvolvida em que se condensa o conhecimento sistematizado sobre a extraordinária multiplicidade de instituições de vida consagrada integradas ao longo dos séculos na Igreja Católica. Esta obra de grande fôlego mostra, de forma rigorosa e profusamente ilustrada, o quanto tantos monges e monjas, frades e freiras tiveram e continuam a ter presença e influência significativas em Portugal. As Ordens, as Congregações, os Institutos Seculares e as Novas Comunidades de Vida Consagrada, ramos que brotam do tronco multimilenar do monaquismo cristão, têm revelado, ao longo da nossa história, um dinamismo empreendedor no plano da Missionação, da Arte, do Património, da Cultura, da Ciência e da Espiritualidade. As marcas qualificadas do empreendedorismo das ordens, realizado com o patrocínio do poder político e económico, são mais notáveis no plano do património monumental traduzido nas imensas edificações de igrejas, mosteiros e conventos, muito visíveis em todo o território português. Estas constituem, de facto, uma das partes mais importantes da herança monumental do nosso país. Na época contemporânea, marcada por relações de conflito entre ordens, congregações e Estado, esta obra mostra que estas instituições, muitas vezes perseguidas e expulsas, tiveram uma capacidade extraordinária de resistência, renovação, regresso e renascimento em Portugal. Hoje, a sua acção continua a ser de grande dimensão e valia, não só na Igreja, mas também ao serviço da sociedade portuguesa. Encontramos estes homens e mulheres, marcados pelo seu estilo de vida consagrado, ao serviço da Educação, da Assistência Social, da Saúde e da Evangelização. É a história fascinante dessas instituições e dos seus protagonistas que aqui nos é dada a conhecer. Ligando passado e presente, este dicionário enciclopédico oferece um instrumento de conhecimento global sobre a grande diversidade e deriva histórica de instituições que revelaram extrema capacidade de metamorfose para efeitos de adaptação aos desafios de cada tempo. -
Arquivo Secreto do Vaticano - Expansão Portuguesa - Documentação (3 Volumes)O Arquivo Secreto do Vaticano, que vulgarmente se considera um dos mais reservados do mundo, é, sem dúvida, um desses templos míticos da sabedoria, com o qual talvez apenas a biblioteca de Alexandria, a maior da Antiguidade, possa rivalizar. Na realidade, aquela que era, afinal, a biblioteca privada do Papa, tem acumulado, ao longo dos séculos, informação única, inédita e preciosa acerca dos dois mil anos de história da Igreja no seu intercâmbio com o mundo dos Homens. Com esta obra em três Tomos pretende-se desvendar uma parcela desse imenso arquivo, revelando documentação desconhecida e referente ao período da Expansão Portuguesa até ao século XX. Preparada por uma vasta equipa de investigadores que durante cerca de década e meia analisou o fundo da Nunciatura de Lisboa patente no Arquivo Secreto do Vaticano, esta obra monumental assume-se como um instrumento de pesquisa essencial para o conhecimento da história, da política, da religião e da sociedade no quadro das relações de Portugal com as vastas regiões do seu Império Ultramarino. Tomo I - Costa ocidental de África e ilhas atlânticas Tomo II - Oriente Tomo III - Brasil -
Uma Comunidade de Cristãos«A paróquia é a comunidade dos discípulos de Cristo. Ela é chamada a ser o que, noutro contexto, eram as primitivas comunidades cristãs dos tempos apostólicos, como as de Jerusalém, Éfeso ou Antioquia. Aqui se situam o sentido e o motivo mais profundos desta reflexão. No tempo da nova evangelização, a paróquia não perdeu a sua missão indeclinável; mas, para a cumprir, é necessário que a sua natureza comunitária ilumine todos os outros aspetos e realidades.» (O Autor, no «Prefácio») -
A Europa ao Espelho de Portugal - Ideia(s) de Europa na Cultura Portuguesa«É nossa condição irrenunciável sermos europeus, pois a Europa é a nossa matriz geográfica e cultural. Neste globo, que ajudámos a encurtar, a geografia sempre foi condicionante da cultura. A Europa é, para nós, um facto. Mas a Europa, para além de facto, por vezes mais próximo e outras mais distante, sempre foi um mito.O historiador José Eduardo Franco, especialista dos mitos na cultura portuguesa, analisa neste livro, que percorre toda a história de Portugal, os mitos que fomos construindo a respeito do continente que integramos. Numa época em que a Europa - e nós nela e com ela - se encontra em profunda crise, recomendo vivamente esta reflexão de José Eduardo Franco, que nos permite assentar no passado as nossas reflexões sobre o futuro. O futuro é obviamente uma incógnita. Apesar de o Padre António Vieira ter escrito a História do Futuro, a Segunda Lei da Termodinâmica impõe a diferença entre passado e futuro, impedindo que exista ou venha algum dia a existir uma história do futuro. Mas haverá com toda a certeza futuro e não há futuro sem história. O conhecimento e a compreensão da história ajudam-nos a construir o futuro.»Do Prefácio de Carlos Fiolhais -
Religare - Religiões e Tradições Espirituais do Mundo«Religare: Religiões e Tradições Espirituais do Mundo», trata-se de uma obra inovadora que reúne um vasto grupo de investigadores, fundamentalmente de Ciência das Religiões, da Universidade Lusófona, liderados pelo Professor Paulo Mendes Pinto. O livro apresenta, de forma rigorosa e isenta, as principais e grandes tradições religiosas e espirituais do mundo. O livro editado pela Fundação ADFP, tem prefácio de Jaime Ramos e integra a sua missão de contribuir para um espírito de paz, tolerância e respeito do outro, para prevenir o sofrimento. «O conhecimento da história das culturas espirituais e religiosas evita o medo do outro. O receio que a nossa verdade possa não ser a Verdade, mais justifica a preocupação pelos valores que os diferentes defendem e promovem.» - Jaime Ramos (do Prefácio). «Numa sociedade de medo e onde o terrorismo tomou conta de muitos dos nossos receios, este percurso de conhecimento sobre "religiões" também é o mote para nos inquietar e nos levar, nos obrigar, a uma posição mais ativa pela Paz e pelo Diálogo.» - Paulo Mendes Pinto (d 'O Templo Ecuménico Universalista e o Observatório das Religiões). -
Madeira Global - Grande Dicionário Enciclopédico da Madeira (vol. 2)O século XXI será cada vez mais o século do conhecimento, tido como meta e prioridade em ordem ao progresso dos povos. O conhecimento é o novo nome do desenvolvimento. Os países e as regiões distinguir-se-ão, acima de tudo, pela cultura e pela ciência, como capitais decisivos para gerar inovação, novas fontes de riqueza e saídas alternativas em ordem à sobrevivência da humanidade para além das fronteiras, agora estreitas, do nosso planeta Terra. Não podemos descurar que aquele período da nossa história, em que Portugal se salientou no palco das nações do mundo pelas viagens de descoberta dos caminhos marítimos, teve na base a acumulação, a gestão inteligente e a aplicação adequada de um conhecimento científico e técnico. Este capital de saber permitiu ao nosso país criar a primeira rede de influência global no dealbar da Época Moderna e tornar-se, ao lado de Espanha, o pioneiro, ou seja, o pai da globalização em que hoje vivemos plenamente.
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As Lições dos MestresO encontro pessoal entre mestre e discípulo é o tema de George Steiner neste livro absolutamente fascinante, uma sólida reflexão sobre a interacção infinitamente complexa e subtil de poder, confiança e paixão que marca as formas mais profundas de pedagogia. Baseado em conferências que o autor proferiu na Universidade de Harvard, As Lições dos Mestres evoca um grande número de figuras exemplares, nomeadamente, Sócrates e Platão, Jesus e os seus discípulos, Virgílio e Dante, Heloísa e Abelardo, Tycho Brahe e Johann Kepler, o Baal Shem Tov, sábios confucionistas e budistas, Edmund Husserl e Martin Heidegger, Nadia Boulanger e Knute Rockne. Escrito com erudição e paixão, o presente livro é em si mesmo uma lição magistral sobre a elevada vocação e os sérios riscos que o verdadeiro professor e o verdadeiro aluno assumem e partilham. -
Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXIO que são, afinal, a esquerda e a direita políticas? Trata-se de conceitos estanques, flutuantes, ou relativos? Quando foi que começámos a usar estes termos para designar enquadramentos políticos? Esquerda e Direita: guia histórico para o século XXI é um ensaio historiográfico, político e filosófico no qual Rui Tavares responde a estas questões e explica por que razão a terminologia «esquerda / direita» não só continua a ser relevante, como poderá fazer hoje mais sentido do que nunca. -
Novo Iluminismo RadicalNovo Iluminismo Radical propõe um olhar crítico e uma atitude combativa face à credulidade do nosso tempo. Perante os discursos catastrofistas e solucionistas que dominam as narrativas e uniformizam as linguagens, Marina Garcés interpela-nos: «E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação?» Ao defender a capacidade de nos auto‑educarmos, relança a confiança na natureza humana para afirmar a sua liberdade e construir, em conjunto, um mundo mais habitável e mais justo. Uma aposta crítica na emancipação, que precisa de ser novamente explorada. -
Um Dedo Borrado de Tinta - Histórias de Quem Não Pôde Aprender a LerCasteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever. É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras. Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer. -
O PríncipeUm tratado clássico sobre a política ou a arte de bem governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua atualidade, podendo facilmente transpor-se para os dias de hoje. Inspirado na figura de César Bórgia e na admiração desmedida que manifestava por ele, Maquiavel faz uma abordagem racional para aconselhar os aspirantes a líderes, desenvolvendo argumentos lógicos e alternativas para uma série de potenciais problemas, a forma de lidar com os domínios adquiridos e o tratamento a dar aos povos conquistados, de modo consolidar o poder. Obra de referência e de um pragmatismo radical e implacável. -
Obras Completas de Maria Judite de Carvalho - vol. I - Tanta Gente, Mariana - As Palavras PoupadasA presente coleção reúne a obra completa de Maria Judite de Carvalho, considerada uma das escritoras mais marcantes da literatura portuguesa do século XX. Herdeira do existencialismo e do nouveau roman, a sua voz é intemporal, tratando com mestria e um sentido de humor único temas fundamentais, como a solidão da vida na cidade e a angústia e o desespero espelhados no seu quotidiano anónimo.Observadora exímia, as suas personagens convivem com o ritmo fervilhante de uma vida avassalada por multidões, permanecendo reclusas em si mesmas, separadas por um monólogo da alma infinito.Este primeiro volume inclui as duas primeiras coletâneas de contos de Maria Judite de Carvalho: Tanta Gente, Mariana (1959) e As Palavras Poupadas (1961), Prémio Camilo Castelo Branco. Tanta Gente, Mariana «E a esperança a subsistir apesar de tudo, a gritar-me que não é possível. Talvez ele se tenha enganado, quem sabe? Todos erram, mesmo os professores de Faculdade de Medicina. Que ideia, como havia ela de se enganar se os números ali estavam, bem nítidos, nas análises. E no laboratório? Não era o primeiro caso? Lembro-me de em tempos ter lido num jornal? Qual troca! Tudo está certo, o que o médico disse e aquilo que está escrito.» As Palavras Poupadas (Prémio Camilo Castelo Branco) «- Vá descendo a avenida - limita-se a dizer. - Se pudesse descer sempre - ou subir - sem se deter, seguir adiante sem olhar para os lados, sem lados para olhar. Sem nada ao fim do caminho a não ser o próprio fim do caminho. Mas não. Em dado momento, dentro de cinco, de dez minutos, quando muito, terá de se materializar de novo, de abrir a boca, de dizer «vou descer aqui» ou «pare no fim desta rua» ou «dê a volta ao largo». Não poderá deixar de o fazer. Mas por enquanto vai simplesmente a descer a avenida e pode por isso fechar os olhos. É um doce momento de repouso.» Por «As Palavras Poupadas» vai passando, devagar, o quotidiano anónimo de uma cidade, Lisboa, e dos que nela vivem. type="application/pdf" width="600" height="500"> -
Problemas de GéneroVinte e sete anos após a sua publicação original, Gender Trouble está finalmente disponível em Portugal. Trata-se de um dos textos mais importantes da teoria feminista, dos estudos de género e da teoria queer. Ao definir o conceito de género como performatividade – isto é, como algo que se constrói e que é, em última análise uma performance – Problemas de Género repensou conceitos do feminismo e lançou os alicerces para a teoria queer, revolucionando a linguagem dos activismos. -
Memorial do Convento«Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.»(Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998)