Quatro Textos Excêntricos
«Daí o escândalo que porventura a leitura dos escritos que compõem este volume possa causar a quem esteja habituado ao discurso morno e complacente dos «profissionais da educação». Entre estes, não é infelizmente raro assistir-se à utilização, em seu favor, do prestígio que — apesar de todas as vicissitudes — a palavra filosofia ainda merece. Não é raro ver utilizar-se a designação de «filosofia da educação» para qualificar as suas mais ou menos explícitas lucubrações moralistas, as suas propostas de subordinação da esfera cognitiva à tarefa, triste e lamacenta, de disciplinarização das vontades. Mas a filosofia — e consequentemente também a filosofia da educação — não se confunde, nem com a doutrinação edificante, nem com o controlo sempre violento das almas e dos seus desejos.»
Do Prefácio
| Editora | Relógio d' Água |
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| Categorias | |
| Editora | Relógio d' Água |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Eric Weil, José Ortega y Gasset, Bertrand Russell, Hannah Arendt |
Hannah Arendt nasceu em Hannover em 1906. Estudou na universidade de Marburg, onde conheceu Martin Heidegger. Com a subida dos nazis ao poder, torna-se activista da causa judaica. Após a invasão alemã da França, onde vive com o marido Heinrich Blücher, é internada num campo de concentração no Sul deste país. Consegue fugir e, no caminho para o exílio nos EUA, permanece alguns meses em Lisboa como refugiada. Em Nova Iorque publicará obras como As Origens do Totalitarismo, A Condição Humana, Entre o Passado e o Futuro e Sobre a Revolução.
A par da docência exerce uma intensa actividade política, cultural e filosófica, através da qual faz chegar aos seus contemporâneos o ambiente intelectual que se vive na Europa de então. Nos seus artigos de imprensa, ensaios e conferências desperta de modo singular o grande público para o que há de mais fecundo no labor filosófico, tornando-se um dos mais prestigiados pensadores do século XX.
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A Desumanização da Arte e outros Ensaios de EstéticaTradução de Miguel Serras Pereira"A 'realidade' assedia constantemente o artista visando impedir a sua evasão. Que astúcia não supor a fuga genial! Terá de ser a de um Ulisses às avessas, que se liberta da sua Penélope quotidiana e navega, entre escolhos, rumo ao bruxedo de Circe. Quando consegue escapar por um momento à perpétua cilada, não levemos a mal ao artista um gesto de soberba, um breve gesto à maneira de São Jorge, com o dragão jugulado aos seus pés." --/-- A primeira edição do ensaio La Deshumanización del Arte foi publicada em 1925, na biblioteca da Revista de Occidente (o livro continha também o ensaio "Ideas sobre Ia novela", que viria a ser mais tarde incluído no volume Meditaciones del Quijote). Anteriormente, uma primeira metade do ensaio fora publicada nas páginas do diário El Sol, nos dias l, 16 e 23 de Janeiro, e l de Fevereiro de 1924. Nas reimpressões posteriores do livro, considerei oportuno fazer acompanhar o ensaio que lhe dáo título por uma selecção de outros ensaios e artigos do autor igualmente dedicados a questões estéticas e que reunissem a dupla condição de serem anteriores a A Desumanização da Arte e de não se encontrarem integrados noutros livros de Ortega (à excepção das Obras Completas). Assim, o leitor poderá refazer através destas páginas o itinerário das ideias estéticas do autor, nas suas manifestações precoces, e noutras que, próximas de A Desumanização da Arte, lhe servem de complemento. Nesta nova edição, inclui ainda o discurso "A verdade não é simples" recentemente publicada a título póstumo. In Nota Preliminar de Paulino GaragorriÍNDICEPRÓLOGO, de Valeriano Bozal1. A leitura de "A desumanização da arte"2. A realidade é a realidade do quadro3. Uma arte artística4. O pintor e a pinturaNOTA PRELIMINAR, de Paulino GaragorriA DESUMANIZAÇÃO DA ARTEA impopularidade da nova arteArte artísticaAlgumas gotas de fenomenologiaA desumanização da arte começaConvite a compreenderA desumanização da arte continuaO tabu e a metáforaSupra e infra-realismoA volta do avessoIconoclastiaInfluência negativa do passadoIrónico destinoA intranscendência da arteConclusãoOUTROS ENSAIOS DE ESTÉTICAMeier-GraefeUma Exposição Zuloaga?Arte deste mundo e do outroA "Gioconda"Ensaio de estética à maneira de prólogoA vontade do barroco -
Os Problemas da FilosofiaDesde a sua publicação original, em 1912, esta obra nunca deixou de ser reeditada nos países de língua inglesa, e apresenta-se agora em nova tradução portuguesa. Trata-se de uma estimulante introdução à filosofia, escrita por um dos mais influentes filósofos do século XX. De entre os problemas abordados destaca-se a refutação do cepticismo, a origem do conhecimento, a existência de universais e a justificação da indução. Contudo, esta obra não é apenas uma introdução à filosofia; é também uma apresentação e defesa de algumas das teorias que caracterizam a filosofia de Russell: a sua famosa teoria das descrições definidas, a epistemologia do contacto, a teoria descritivista dos nomes próprios, a teoria realista dos universais, das relações e das leis da lógica, e a teoria da verdade como correspondência, entre outras. -
Responsabilidade e JuízoNo cerne deste livro está uma profunda investigação ética. Nele, Arendt confronta a inadequação das noções tradicionais de verdade enquanto parâmetros para julgar as acções do homem moderno, bem como examina a nossa capacidade para distinguir o bem do mal e o certo do errado. -
A Conquista da FelicidadeTodas as pessoas que gozam de boa saúde e podem satisfazer plenamente a suas necessidades deveriam ser felizes. Contudo a felicidade é muito rara. Porquê? Bertrand Russell, que é reconhecido como um dos espíritos mais esclarecidos do nosso tempo, propõe nesta obra a solução do problema e discute a forma de cada um encontrar em si próprio o caminho da felicidade. Russel disseca as razões que levam o ser humano a sentir-se tão frustrado perante todos os demais animais. Um dos maiores motivos de nossa insatisfação, deve-se à expectativa que colocamos sobre nossas vidas, sobre as pessoas, e sobre nosso próprio desempenho. Precisamos ser capazes de abandonar pouco a pouco a idéia que fazemos de nós mesmos e do mundo, e encarar a realidade da nossa humanidade. -
A Condição Humana“A Condição Humana” é um ensaio sobre a acção do homem enquanto ser livre e plural. Hannah Arendt pega na expressão latina usada por Santo Agostinho, “vita activa”, para a decompor em três actividades: o labor, a que corresponde o “animal laborans” - o homem e as suas necessidades biológicas; o trabalho, a que corresponde o “homo faber” - que domina a natureza através do emprego da técnica e acção - a que corresponde o “homo sapiens”, o homem no exercício pleno da cidadania num espaço de pluralismo. É aqui que o homem ganha a sua liberdade, ao agir. -
Compreensão e Política e Outros Ensaios«Sempre que falo destas questões, na universidade ou fora dela, insisto sempre na forte tensão existente entre a filosofia e a política. Quer dizer, entre o homem como ser que pensa e o homem como ser que age existe uma tensão que não existe, por exemplo, na filosofia da natureza.»«Sempre que falo destas questões, na universidade ou fora dela, insisto sempre na forte tensão existente entre a filosofia e a política. Quer dizer, entre o homem como ser que pensa e o homem como ser que age existe uma tensão que não existe, por exemplo, na filosofia da natureza.» -
Entre o Passado e o FuturoEm Entre o Passado e o Futuro, Arendt descreve as crises que a sociedade moderna enfrenta como resultado da perda de significado de palavras como justiça, razão, responsabilidade, virtude, glória. Depois mostra-nos como podemos voltar a pensar a essência vital destes conceitos tradicionais e como usá-los para avaliar a nossa situação presente, estabelecendo novos padrões de referência para o futuro. -
A Promessa da PolíticaEm textos nunca antes publicados, Hannah Arendt aborda o problema da filosofia política, o problema da acção após a Revolução Francesa, e a promessa inerente à prática política. Ao analisar Karl Marx, a autora mostra como a filosofia política regressou aos seus primórdios na Antiguidade e como essa tradição negligenciou a liberdade humana. Arendt sugere uma nova forma de entender a actividade política - na qual o fenómeno totalitário nunca poderia ocorrer -, que é de grande importância no actual momento histórico.
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NovidadeA Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
NovidadeInglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
NovidadeTextos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
NovidadeCaminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.

