Razões e Paixões - Uma Entrevista de Vida conduzida pelo Jornalista Humberto Simões
HS – No fundo, o que diz revela que tinha mesmo vontade de fazer uma retrospectiva da sua vida, não pode contestá-lo.
MMC – Talvez, talvez, mas com alguns cuidados, o principal é o de evitar a ilusão de, ao entrar nesse jogo retrospectivo, se cair na ilusão de pensar que, finalmente – é sempre fatal, este finalmente – se vai poder dizer “a” verdade sobre si próprio, corrigir os equívocos criados, desmentir as mentiras, etc. Não, as coisas não são assim, é de uma enorme ingenuidade pensar que, através do estratagema da autenticidade, se pode impôr, na história ou no espaço público, uma qualquer versão única do que quer que seja. Como é igualmente ingénuo pensar que é a verdade que modela e organiza o espaço intersubjectivo em que, seja a que título for, pretendemos dizer o que fizemos e o que somos. Não, tudo isso é criado, modelado, estruturado, tanto pela verdade como pela ficção. No entanto, atenção, não se trata aqui de opôr a ficção à verdade, mas de compreender a singular conexão que existe entre elas e, sobretudo – como diz Pascal Quignard no título de um belo livro – de perceber e assumir que “a vida não é uma biografia”.
| Editora | Grácio Editor |
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| Categorias | |
| Editora | Grácio Editor |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Humberto Simões, Manuel Maria Carrilho |
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De Olhos Bem Abertos"A crise corre o risco de conduzir a uma inquietante irresponsabilidade, passando-se ao lado do essen-cial, que é quer se trate do autismo financeiro ou do desastre ecológico, do impasse económico ou do susto social o realista confronto connosco próprios. É esse confronto que, em De olhos bem abertos, Manuel Maria Carrilho propõe que se faça, defendendo uma urgente mudança de perspetiva e de paradigma. A crise corre o risco de conduzir a uma inquietante irresponsabilidade, passando-se ao lado do essen-cial, que é quer se trate do autismo financeiro ou do desastre ecológico, do impasse económico ou do susto social o realista confronto connosco próprios. É esse confronto que, em De olhos bem abertos, Manuel Maria Carrilho propõe que se faça, defendendo uma urgente mudança de perspetiva e de paradigma. " -
Pensar o Que Lá VemOs tempos são de grande incerteza. Mas o pior modo de a enfrentar é como tem acontecido combinando o fatalismo dos problemas com o fanatismo das soluções. É isto que é urgente mudar. Uma reflexão que contraria a superficialidade dos «comentaristas» televisivos com um pensamento fundamentado sobre o que se está a passar em Portugal e na Europa e o que se está a preparar para o futuro de todos nós. -
E Agora? Por uma Nova RepúblicaOs problemas que antes se adivinhavam, e que infelizmente foram escamoteados, são hoje incontorná-veis. Analisando-os, Manuel Maria Carrilho avança com várias propostas, defendendo uma visão do País e do seu futuro centrada na urgente qualificação do território, das instituições e das pessoas, que lance as bases de uma Nova República. No meio de uma crise que torna a intervenção pública um imperativo de cidadania, este livro procura, num registo simultaneamente político e pedagógico, estimular um debate fundamental sobre os proble-mas do nosso tempo e do nosso País. -
Virtudes do PerspetivismoAbrindo uma via em que combina a crítica, a nuance e a ironia, Nietzsche foi expondo ao longo da sua obra o largo espectro de virtudes do perspetivismo, procurando sempre desentrincheirar os dogmatismos e apostar num experimentalismo que, mais do que convencer, prefere inspirar, alargando sempre — como se da mesma coisa se tratasse — os campos do pensável, do possível e do realizável. -
A Filosofia das CiênciasEm «A Filosofia das Ciências» Manuel Maria Carrilho traça um panorama temático e histórico da filosofia das ciências tomando como fio condutor o problema da cientificidade das teorias e dos saberes, expondo e constrastando as posições dos principais filósofos que, de Bacon a Feyerabend, mais contribuiram para a determinação do percurso, e do perfil, desta disciplina. -
Pensar o mundoPensar o mundo reúne e apresenta, em sequência cronológica, os vinte livros publicados por Manuel Maria Carrilho no decurso das últimas três décadas (1982-2012). Trata-se de uma obra marcada pela abordagem dos grandes temas e problemas da contemporaneidade, fundamental no panorama do pensamento e da cultura portuguesas. -
Pensar o que lá vem...“Somos melhores a explicar do que a compreender, valorizamos sempre de mais os estereótipos que nos rodeiam e lidamos mal com a incerteza e com o imprevisto. A filosofia levou-me sempre, contudo, a procurar perscrutar os problemas que surpreendem no mundo, a contingência que nos aguarda em cada esquina, o pathos que atravessa tudo o que, individual ou colectivamente, fazemos. Por isso é sempre com espanto que observo a negligente tranquilidade com que se fazem cenários futuros colados a experiências do passado, ignorando que é o inesperado que acaba sempre por talhar o que lá vem...” -
Virtudes do PerspetivismoAbrindo uma via em que combina a crítica, a nuance e a ironia, Nietzsche foi expondo ao longo da sua obra o largo espectro de virtudes do perspetivismo, procurando sempre desentrincheirar os dogmatismos e apostar num experimentalismo que, mais do que convencer, prefere inspirar, alargando sempre — como se da mesma coisa se tratasse — os campos do pensável, do possível e do realizável. -
Sem retorno• Pensar a pandemia• O impossível regresso à normalidade• A China de quarentena?• Viver com o vírus ou erradicá-lo?• A economia: ciclos e impasses• A complexidade e os seus imperativos• A vida, um novo ídolo?• A pandemização da cultura• Miragens do ilimitado• Os limiares da irreversibilidade• Uma civilização viral• Mundo finito, expectativas infinitas• Viver em democracia – ou “em pandemia”?• Explicar sem compreenderEntrevista -
A Democracia no Seu Momento ApocalípticoCrise da democracia ou, antes, crise da sociedade? Fala-se da democracia como se tivéssemos chegado ao fim da História, quando sabemos bem que não há regimes políticos eternos. A democracia nasceu ao cabo de imensas e variadas vicissitudes. E, ao fim de outras tantas, é quase certo que, de alguma forma, desaparecerá.Substituída quando, por quê, como? Ninguém sabe, o que é natural. Mas também quase ninguém parece interessar-se por sabê-lo, o que cria grande perplexidade e desorientação, dada a variedade de consequências possíveis de uma tal situação.Crise da democracia ou, antes, crise da sociedade? Ou, mais exatamente ainda, crise do paradigma do ilimitado, que produz uma opacidade e uma invisibilidade inéditas sobre o nosso mundo, agora “apanhado” pelo retorno do recalcado de uma realidade, a guerra, que se sonhava para sempre banida?Índice:A DEMOCRACIA, A GUERRA E O ILIMITADO O império do infotretenimento A Europa, refém do pacifismo Que Europa-potência?Uma espiral fatal Um extremismo de centro?Europeísmo: o ópio do povoA DEMOCRACIA NA SUA ESPIRAL DE IMPOTÊNCIA Uma crise diferente Interdependência e fragilidade O endividualismo O paradigma do ilimitado Poder e impotência Democracia e (des)confiançaA DEMOCRACIA E O ESPECTRO DO SEU APOCALIPSE Debates sem fim Mutantes O homo digitalis A erosão ideológica Excepções...A era das geringonças
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Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Ética no Mundo RealPeter Singer é frequentemente descrito como o filósofo mais influente do mundo. É também um dos mais controversos. Neste livro de ensaios breves, Singer aplica as suas controversas formas de pensar a questões como as alterações climáticas, a pobreza extrema, os animais, o aborto, a eutanásia, a seleção genética humana, o doping no desporto, a venda de rins, a ética da arte de elevado preço e formas de aumentar a felicidade. Provocantes e originais, estes ensaios irão desafiar — e possivelmente mudar — as suas crenças sobre uma variedade de questões éticas do mundo real. -
Inteligência ArtificialEste ensaio descreve, de forma acessível, o que é a inteligência artificial e a sua relação com a inteligência humana, assim como possíveis aplicações e implicações societais e económicas. Inclui uma perspectiva histórica e uma análise da situação actual da tecnologia. Reflecte sobre as possíveis consequências do desenvolvimento da inteligência artificial e convida-nos a projectarmos a nossa inteligência no futuro. -
Vertigem - A Tentação da IdentidadeVertigem, o terror das alturas, que na verdade é o medo de ceder à tentação de se deixar cair. Antes de Freud, as chamadas «ciências da alma», incluindo a emergente psiquiatria, reservavam às tonturas um lugar de destaque no quadro das patologias mentais, considerando-as o elemento desestabilizador e intoxicante — simultaneamente repulsivo e atraente — sem o qual a própria consciência não era concebível. Na filosofia, se para Montaigne e Pascal a vertigem podia parecer ainda um distúrbio da razão causado pela imaginação, mais tarde o pensamento deixa de a assimilar como uma instabilidade imaginativa ocasional a ser superada, para a reconhecer como parte do seu próprio processo: a identidade manifesta-se insegura, cinética, opaca, vertiginosa, precisamente. Andrea Cavalletti aproxima as suas análises teóricas da representação cinematográfica da queda no vazio de um famoso filme de Hitchcock, «Vertigo». A combinação genial, nunca antes tentada, de dolly e zoom, para criar o efeito de queda, descreve o movimento duplo de «empurrar e reter», que é a condição habitual do sujeito e da intersubjectividade. Para me encontrar, devo olhar para mim do fundo do abismo, com os olhos dos outros.Tradução de Miguel Serras Pereira -
Guardas de Passagem de NívelEste livro é um retrato de uma profissão em vias de extinção - a de guarda de passagem de nível. Fala sobre mulheres que trabalham à beira da via férrea, por vezes em sítios remotos e inóspitos, e que têm por missão assegurar que os comboios passem em segurança pelos atravessamentos rodoviários. O autor faz também uma incursão na vida dos ferroviários e num caminho-de-ferro que está a desaparecer: o cantonamento telefónico, as linhas onde a modernização ainda não chegou, ou que estarão um dia para fechar, e onde a segurança da circulação depende essencialmente de meios humanos. -
Portugal e o Comércio InternacionalO comércio internacional tem sofrido importantes transformações nas últimas décadas e é algo de omnipresente no mundo atual, afetando de forma direta e indireta os países e os indivíduos, quer enquanto consumidores, quer enquanto trabalhadores. Portugal tem testemunhado estas transformações e o bom desempenho das suas exportações é hoje essencial para um crescimento económico equilibrado. Neste contexto, é importante promover a compreensão dos fundamentos, vantagens e desafios do comércio internacional. Esse é o propósito deste livro. -
As Pescas em PortugalO debate sobre as pescas está viciado por mitos e meias-verdades sobre o condicionamento da Comunidade Europeia, a época áurea do Estado Novo ou o peso que perdeu na economia e na demografia. Com contributos de pescadores, armadores, cientistas e decisores políticos, esta é uma história das pescas portuguesas e um retrato do actual estado do sector, num ensaio que lança as bases para um debate urgente e sério sobre as pescas em Portugal. -
Textos sem Açaime - Crítica do Falso Mundo Liberal Progressista e WokeA visão manicomial do presente baseada na economia como pilar fundamental da sociedade e nos simulacros do progressismo (…) transformou a já degradante sociedade consumista e do espectáculo do homem atomizado numa sociedade do controlo, da vigilância e do pensamento único. Voltamos, passadas décadas sobre o terror dos fenómenos totalitários modernos, a assistir a perseguições, a uma cultura do cancelamento, com pensamentos e opiniões proibidas, julgamentos do passado com as lentes do presente, mortos desenterrados e julgados com o viés activista, assassinatos de carácter, culto da delação, proibição do uso de determinadas palavras, alteração dos significados dos conceitos, controlo total da linguagem e dos comportamentos.