Salazar e os Fascismos
O primeiro grande ensaio de Fernando Rosas sobre o fenómeno dos fascismos, sem esquecer o salazarismo.
Pela primeira vez, Fernando Rosas, catedrático em História do Estado Novo e um dos grandes especialistas na História do Portugal Contemporâneo, escreve um ensaio comparativo acerca do Fascismo, fenómeno que nasceu na Europa na década de 30 do século XX.
Neste livro, Rosas explica-nos o surgimento do Fascismo, as circunstâncias e o contexto histórico que permitiram que florescesse, e descreve as várias faces que o movimento assumiu nos diferentes países: Espanha, Itália, Alemanha, mas também casos menos conhecidos, mas nem por isso menos arrepiantes, como o da Hungria e o da Roménia. Além disso, Fernando Rosas não hesita em colocar o Salazarismo na mesma categoria histórica, e explica-nos bem porquê.
Salazar e os Fascismos arrisca ainda uma tese sobre a actualidade:
— Que autoritarismos são estes que têm vindo a conquistar o poder desde 2016?
— De onde surgem e porquê?
Um livro escorado no passado, mas que remete para o futuro político das sociedades ocidentais.
| Editora | Tinta da China |
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| Editora | Tinta da China |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Fernando Rosas |
Fernando Rosas é professor emérito da Universidade Nova de Lisboa e professor catedrático jubilado de História Contemporânea da NOVA FCSH. Foi fundador e presidente do Instituto de História Contemporânea. É autor de uma vasta obra historiográfica que, no tocante a Portugal, se centra sobre a Primeira República, o Estado Novo e a Revolução de 1974/1975. Foi autor e apresentador das séries televisivas História a História e História a História África (RTP2 e RTP África, 2016‑2017). Os seus trabalhos estão publicados em Espanha, França, Itália, Alemanha e Brasil. Entre as suas obras mais recentes editadaspela Tinta‑da‑china, destacam‑se Salazar e o Poder: A Arte de Saber Durar (Prémio Pen Club de Ensaio, 2012); Salazar e os Fascismos (Prémio de História Contemporânea da Fundação Calouste Gulbenkian/Academia Portuguesa de História, 2019); O Século XX Português (coord. de obra colectiva, 2020); A Revolução Portuguesa de 1974‑1975 (coord. de obra colectiva, 2022). Foi deputado à Assembleia da República e candidato à Presidência da República. Integrou a Comissão Instaladora do Museu do Aljube e é membro da Comissão Instaladora de Conteúdos e Acompanhamento Museográfica do Museu Nacional do Forte de Peniche. Recebeu a medalha do Ministério da Ciência em 2017. Em 2016, foi condecorado pelo presidente Jorge Sampaio com a Ordem da Liberdade.
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A Primeira República (1910-1926): como venceu e porque se perdeu«A crise histórica dos sistemas liberais do Ocidente, aquela que vivemos, potenciada pela época neoliberal do capitalismo, parece tender para a emergência de um novo tipo de regimes “pós-democráticos”, autoritários, populistas e xenófobos. (…) Os paralelismos com a primeira grande crise dos sistemas liberais nos anos vinte do século passado e com o seu desfecho trágico na época dos fascismos e da guerra são, pois, incontornáveis, apesar das importantes diferenças de contexto histórico. (…) Permitam-me, por isso, a sugestão de que este livro possa também ser lido sob essa perspetiva» (do Prefácio do autor). Este livro apresenta uma reflexão revista e aprofundada dos fatores que estiveram por detrás do sucesso da Primeira República e dos que contribuíram para a sua derrota em 1926. A crise de legitimidade da governação republicana, a rutura com o movimento operário e o seu refluxo, os efeitos desastrosos da intervenção na Grande Guerra são algumas das principais linhas de análise do historiador Fernando Rosas, num ensaio tão relevante para conhecermos o passado como para evitar repeti-lo. -
História da Primeira RepúblicaEm que cenário é que Portugal transitou da Monarquia para a República? Qual a intervenção e a atitude da população face ao novo regime? Quais as aspirações dos republicanos ao assumirem o poder? Que sucessos e que fracassos obtiveram? Porque caiu a República, abrindo caminho a meio século de ditadura? A amplitude e profundidade de perspectivas é aqui assegurada por uma dinâmica equipa de investigadores do Instituto de História Contemporânea, cuja competência possibilitou, finalmente, a publicação de um volume que cobre todas as vertentes necessárias à compreensão plena do primeiro período republicano português: historiografia política, económica, social, cultural, religiosa. «Propomos, neste volume, vários entendimentos para essa curta mas rica e complexa República de 16 anos que, longe de ser a aurora emancipadora e progressista que os seus apologistas e apoiantes anunciavam, desejavam e por que se bateram, acabou por se transformar na conturbada crise terminal do liberalismo português a que sucederia o longo ciclo de autoritarismo. Como venceu a República em 1910? Que contradições, que dificuldades viveu, como as resolveu, ou não, até à terrível aventura da participação na Grande Guerra? Que projectos delineou, que portas abriu ou tentou abrir nos vários campos em que procurou apostar? E como renasceu do pós-guerra, após o breve mas premonitório intervalo sidonista? Que República ou que repúblicas e anti-repúblicas foram essas que então se realinharam, também em Portugal, para a grande batalha social e política que anunciava na Europa a época dos fascismos? Afinal, porque venceu e porque morreu a Primeira República? E o que ficou dela como património de memória e reflexão para a democracia de hoje?» -
Lisboa RevolucionáriaHistória de todas as revoluções e violentas lutas políticas que se travaram em Portugal ao longo do século XX, tendo como principal cenário a cidade de Lisboa. Do historiador academicamente reconhecido como sumidade da história contemporânea de Portugal e simultaneamente um grande narrador. -
Salazar e o Poder: A Arte de Saber DurarQuais as razões da durabilidade do regime salazarista, a mais longa ditadura da Europa do século xx? A explicação está aqui, no livro que Fernando Rosas sempre quis escrever e que marca o apogeu da sua obra historiográfica. -
História e Memória - Última LiçãoA lição final de Fernando Rosas, um dos maiores historiadores portugueses. Fernando Rosas, responsável pela formação de dezenas de especialistas em História Contemporânea, jubilou-se em Abril de 2016. -
História a História - ÁfricaO livro da grande série da RTP sobre o colonialismo, História a História – África.A partir de uma perspectiva informada por décadas de investigação destes temas, e escrito num tom acessível ao grande público, História a História – África constitui um grande fresco sobre as décadas mais conturbadas do século XX português. Fernando Rosas fez um périplo pelos lugares mais simbólicos das antigas colónias africanas portuguesas, recontextualizando problemas e polémicas antigas: O que resta das «aldeias portuguesas» do antigo colonato do Limpopo, a histórica barragem de Cahora Bassa, em Moçambique, Batepá e as praias são-tomenses onde a repressão colonial andou à solta, o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, a ilha de Soga, nos Bijagós, de onde partiu a «Operação Mar Verde»; sem esquecer os locais em Lisboa e Coimbra onde, nos anos 50 e 60, no coração do poder colonial, a Casa dos Estudantes do Império, se reacendeu a chama da libertação das nações sob domínio colonial português. «O livro que agora vem a público surge no decurso desse debate surdo acerca da alegada excecionalidade lusotropicalista do colonialismo português, os seus tão glosados ‘brandos costumes’. [...] Olhou-se para alguns momentos decisivos da guerra e para os efeitos sociais da débacle final do regime colonial: o início sangrento da guerra colonial em Angola no ano de 1961, a desesperada revolta de parte da população branca da então Lourenço Marques contra os acordos de Lusaka, em 1974, a desastrosa aventura militar spinolista de ataque à Guiné Conacri, a ‘Operação Mar Verde’, em 1970. Para encerrar, a dramática fuga e o retorno a Portugal de 500 a 700 mil colonos brancos de Angola e Moçambique, e o singular caso de sucesso que acabou por ser a sua integração no então jovem Portugal democrático.» -
LISBOA REVOLUCIONÁRIA- Roteiro dos Confrontos Armados no Século XXNa Introdução ao volume «Lisboa Revolucionária - roteiro dos confrontos armados no século XX», Fernando Rosas escreve: «Este livro é sobre a Lisboa revolucionária do primeiro terço do século XX, com um salto para a sua breve revivescência insurreccional de 1974/75. Melhor dizendo, pretende representar fotograficamente os teatros físicos lisboetas dessa espécie de guerra civil intermitente que, tendo a capital do país como principal e decisivo cenário, marcou a crise agónica do constitucionalismo monárquico e do republicanismo que lhe sucedeu, até ao advento da Ditadura Militar e ao difícil parto do Estado Novo. Conjuntura revolucionária muito mais tarde redesperta, quase meio século depois, quando, sempre com Lisboa em fundo, o golpe militar do 25 de Abril de 1974 derrubou o Governo de Marcelo Caetano e o que restava do velho Estado Novo, transformando-se, com o fazê-lo, na Revolução de 1974/5. Assim sendo, procurei em primeiro lugar fixar os principais acontecimentos que marcaram, pelo seu simbolismo, pela sua repercussão política, militar e social, pela sua violência, esse longo período de sucessivos confrontos que atravessaram o fim de um século de liberalismo oligárquico, monárquico e republicano, primeiro, e de quase meio século de Ditadura Militar e de ditadura salazarista, depois.» -
Estado Novo e UniversidadeA Perseguição aos Professores conta a história de todos aqueles que, por motivos políticos, se viram impedidos de aceder à docência universitária, foram afastados dos seus centros de investigação, impossibilitados de progredir nas carreiras académicas ou compulsivamente exonerados das suas funções como investigadores ou professores das universidades portuguesas durante a Ditadura Militar e o Estado Novo. A depuração política do corpo docente universitário ou de quem a ele pretendia aceder, quase sempre fundamentada em informações da polícia política, atingiu um largo espectro de investigadores ou docentes, muitos dos quais representavam, nos seus sectores - na matemática, na medicina, na economia, na física, na agronomia, nas ciências humanas -, o escol do pensamento científico português. A perseguição política desses elementos por parte de um regime que considerava a liberdade de opinião e de expressão, e portanto a liberdade científica, como incompatíveis com a segurança do Estado, acarretaria nefastas e duradouras consequências para o desenvolvimento científico em Portugal. Muitos dos investigadores e docentes perseguidos pelas suas convicções políticas viram-se forçados ao exílio em vários países da Europa e da América Latina, ou nos EUA, onde livremente puderam exercer o seu múnus científico. E aí semearam a marca indelével do seu saber, deixando aos países que os acolheram aquilo que foram impedidos de oferecer ao seu. Não parece possível abordar o problema da depuração política das universidades sem se compreenderem as relações do Estado Novo com o saber científico e académico e, portanto, com as universidades, depositárias tradicionais desse conhecimento e órgãos por excelência da sua reprodução. Tenhamos presente que no projecto político, ideológico e cultural da «política do espírito», delineado no rescaldo do plebiscito constitucional de 1933 com a criação do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), virá a ser atribuído um papel claramente periférico e subalterno ao saber académico, à cultura científica e às universidades de uma forma geral. -
A Questão Colonial no Parlamento - Volume III - 1935-1974A obra, além de uma introdução geral sobre a Política Colonial do Estado Novo e a Assembleia Nacional, está dividida em três capítulos, cada um deles respeitante a uma das diferentes épocas da política colonial do regime e aos debates que, nessa fase e sobre esta questão, ecoaram nas várias legislaturas da Assembleia Nacional. Concretamente: a época “imperial” (1926-1949) que cobre o período entre a I e a IV legislatura (1934-1949); o “ultramar” e a viragem para a África (1949-1961) que se prolonga entre a VI e a VII legislaturas e o período da guerra colonial (1961-1974) que ocorre da VIII a parte da XI legislatura, interrompida pelo movimento militar de 25 de Abril de 1974 que derruba a ditadura e põe fim ao regime. -
Ensaios de AbrilPara as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinalam em 2024: Ensaios de Fernando Rosas que, em tempos de «impolítica», assinalam a incontornável natureza matricial da revolução na democracia portuguesa. «Reúno neste livro alguns textos que fui escrevendo para seminários, obras colectivas, conferências e outros actos públicos a propósito do 25 de Abril, da Revolução Portuguesa de 1974/1975, designadamente para o seu cinquentenário, que se assinala em 2024. É uma forma de me associar à celebração dessa efeméride que mudou o curso da história portuguesa a partir do último quartel do século XX. A anteceder esses ensaios, deixo um texto testemunhal, autobiográfico, que pretende tornar presente, contra um certo tipo de desmemória organizada, o modo como uma jovem geração militante nos anos 60 e 70 do século passado resistiu à ditadura, denunciou o absurdo e a injustiça da guerra colonial e desembocou na tempestade revolucionária abrilista com a alegria e o entusiasmo que lhe conferia a convicção profunda de que estava a ajudar a moldar com as próprias mãos um futuro emancipatório para o povo português e a responder aos desafios de uma revolução mundial que, desde 1968, parecia aproximar‑se da Europa. Dessa esperança sagrada, dos seus sucessos e insucessos, vos falam este meu depoimento e o conjunto de ensaios que lhe sucedem.» — Fernando Rosas Inclui um texto autobiográfico sobre o percurso político do historiador.
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A Revolução e o PRECO discurso oficial sobre o 25 de Abril de 1974 tem apresentado esta data como o momento fundador da democracia em Portugal. No entanto, a democracia apenas se pode considerar verdadeiramente instituída em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da actual Constituição. Até lá o país viveu sob tutela militar, que se caracterizou pela violação constante dos direitos fundamentais dos cidadãos, com prisões sem culpa formada, ausência de «habeas corpus», saneamento de funcionários, sequestro de empresários, e contestação de decisões judiciais. Em 1975, Portugal esteve à beira da guerra civil, o que só viria a ser travado em 25 de Novembro desse ano, uma data que hoje muitos se recusam a comemorar. Nesta obra pretendemos dar a conhecer o que efectivamente se passou nos dois anos que durou o processo revolucionário no nosso país, no intuito de contribuir para um verdadeiro debate sobre um período histórico muito próximo, mas que não é detalhadamente conhecido pelas gerações mais novas. -
As Causas do Atraso Português«Porque é Portugal hoje um país rico a nível mundial, mas pobre no contexto europeu? Quais são as causas e o contexto histórico do nosso atraso? Como chegámos aqui, e o que pode ser feito para melhorarmos a nossa situação? São estas as perguntas a que procuro responder neste livro. Quase todas as análises ao estado do país feitas na praça pública pecam por miopia: como desconhecem a profundidade histórica do atraso, fazem erros sistemáticos e anunciam diagnósticos inúteis, quando não prejudiciais. Quem discursa tem também frequentemente um marcado enviesamento político e não declara os seus conflitos de interesse. […] Na verdade, para refletirmos bem sobre presente e os futuros possíveis, temos de começar por compreender o nosso passado. Para que um futuro melhor seja possível, temos de considerar de forma ponderada os fatores que explicam – e os que não explicam – o atraso do país. Este livro tem esse objetivo.» -
História dos GatosNuma série de cartas dirigidas à incógnita marquesa de B**, F.-A. Paradis e Moncrif (o espirituoso favorito da sociedade parisiense) faz uma defesa apaixonada dos amáveis felinos, munindo-se para isso de uma extrema erudição.Este divertido compêndio de anedotas, retratos, fábulas e mitos em torno dos gatos mostra que o nosso fascínio por estes animais tão dóceis quanto esquivos é uma constante ao longo da história da civilização e que não há, por isso, razão para a desconfiança que sobre eles recaía desde a Idade Média. Ou haverá? -
A Indústria do HolocaustoNesta obra iconoclasta e polémica, Norman G. Finkelstein analisa a exploração da memória do holocausto nazi como arma ideológica, ao serviço de interesses políticos e económicos, pelas elites judaicas norte-americanas. A INDÚSTRIA DO HOLOCAUSTO (2000) traça a génese de uma imunidade que exime o Estado de Israel – um trunfo estratégico dos EUA depois da Guerra dos Seis Dias – de qualquer censura e lhe permite justificar expedientes ofensivos como legítima defesa. Este ensaio essencial sobre a instrumentalização e monopolização de uma tragédia – eclipsando outras vítimas do genocídio nazi – denuncia ainda a perturbadora questão do aproveitamento das compensações financeiras devidas aos sobreviventes. -
Revolução Inacabada - O que Não Mudou com o 25 de AbrilO que não mudou com o 25 de Abril? Apesar de todas as conquistas de cinco décadas de democracia, há características na sociedade portuguesa que se mantêm quase inalteradas. Este livro investiga duas delas: o elitismo na política e o machismo na justiça. O recrutamento para a classe política dirigente praticamente não abrange pessoas não licenciadas e com contacto com a pobreza, e quase não há mobilidade do poder local para o poder nacional. No sistema judicial, a entrada das mulheres na magistratura e a mudança para leis mais progressistas não alteraram um padrão de baixas condenações por crimes sexuais, cometidos sobretudo contra mulheres. Cruzando factos e testemunhos, este é o retrato de um Portugal onde a revolução pela igualdade está ainda inacabada. -
PaxNo seu auge, o Império Romano era o Estado mais rico e formidável que o mundo já tinha visto. Estendendo-se da Escócia à Arábia, geria os destinos de cerca de um quarto da humanidade.Começando no ano em que quatro Césares governaram sucessivamente o Império, e terminando cerca de sete décadas depois, com a morte de Adriano, Pax: Guerra e Paz na Idade de Ouro de Roma revela-nos a história deslumbrante de Roma no apogeu do seu poder.Tom Holland, reconhecido historiador e autor, apresenta um retrato vivo e entusiasmante dessa era de desenvolvimento: a Pax Romana - da destruição de Jerusalém e Pompeia, passando pela construção do Coliseu e da Muralha de Adriano e pelas conquistas de Trajano. E demonstra, ao mesmo tempo, como a paz romana foi fruto de uma violência militar sem precedentes. -
Antes do 25 de Abril: Era ProibidoJá imaginou viver num país onde:tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?as enfermeiras estão proibidas de casar?as saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim?Já nos esquecemos, mas, há 50 anos, feitos agora em Abril de 2024, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam, havia as seguintes multas:1.º – Mão na mão: 2$502.º – Mão naquilo: 15$003.º – Aquilo na mão: 30$004.º – Aquilo naquilo: 50$005.º – Aquilo atrás daquilo: 100$006.º – Parágrafo único – Com a língua naquilo: 150$00 de multa, preso e fotografado. -
Baviera TropicalCom o final da Segunda Guerra Mundial, o médico nazi Josef Mengele, conhecido mundialmente pelas suas cruéis experiências e por enviar milhares de pessoas para câmaras de gás nos campos de concentração em Auschwitz, foi fugitivo durante 34 anos, metade dos quais foram passados no Brasil. Mengele escapou à justiça, aos serviços secretos israelitas e aos caçadores de nazis até à sua morte, em 1979 na Bertioga. Foi no Brasil que Mengele criou a sua Baviera Tropical, um lugar onde podia falar alemão, manter as suas crenças, os seus amigos e uma conexão com a sua terra natal. Tudo isto foi apenas possível com a ajuda de um pequeno círculo de europeus expatriados, dispostos a ajudá-lo até ao fim. Baviera Tropical assenta numa investigação jornalística sobre o período de 18 anos em que o médico nazi se escondeu no Brasil. A partir de documentos com informação inédita do arquivo dos serviços secretos israelitas – a Mossad – e de diversas entrevistas com protagonistas da história, nomeadamente ao comandante da caça a Mengele no Brasil e à sua professora, Bettina Anton reconstitui o percurso de Mengele no Brasil, onde foi capaz de criar uma nova vida no país sob uma nova identidade, até à sua morte, sem ser descoberto. E a grande questão do livro: de que forma um criminoso de tamanha dimensão e os seus colaboradores conseguiram passar impunes?