A humanidade está a entrar numa fase inédita da sua evolução. Nunca como agora o seu passado lhe foi tão acessível, e nunca como agora o seu futuro foi tão insondável. Esta dupla mudança de perspetiva, com origem no início do século xxi, resulta ao mesmo tempo das revelações da paleogenética, da descoberta de novos fósseis e da revolução digital, num cenário de degradação do planeta e urbanização massiva.
Conseguirá o Homo Sapiens adaptar-se às consequências fulgurantes do seu sucesso com 40 000 anos de história e à ampliação sem precedentes desse sucesso de há meio século para cá? Quanto mais bem-sucedida é uma espécie, mais a sua sobrevivência depende da forma como se adapta às consequências do seu sucesso.
Ainda não há muito, várias espécies humanas habitavam a Terra, divididas em três grandes impérios: os Neandertais na Europa, os Denisovanos na Ásia e os Sapiens em África. Partilhavam técnicas e genes ? hoje, a diversidade dos povos deve-se em parte aos genes perpetuados por múltiplas hibridações com espécies irmãs tão humanas como os Sapiens. Depois, populações de Sapiens mais recentes (a nossa espécie) partiram de África a pé e de barco à conquista do mundo, chegando à Austrália e às Américas, antes de expulsarem os Neandertais da Europa.
É esta esplêndida aventura que é contada neste livro. Mas poderá a espantosa adaptabilidade dos homens valer-nos num mundo urbanizado, conectado, poluído e com os ecossistemas devastados? Eis a dimensão trágica desta história, porquanto o sucesso inigualável dos Sapiens tornou-o o único responsável pelo seu futuro: o Sapiens está só diante do Sapiens.
Pascal Picq é paleoantropólogo. Depois de uma tese na Universidade de Paris VI e de estudos pós-doutorais na Universidade de Duke (Estados Unidos), foi responsável pela introdução da etologia no campo da antropologia evolucionista. É autor de inúmeros livros, entre os quais se destacam Le monde a-t-il été crée en sept jours? e Premiers hommes. É atualmente professor no Collège de France.
Poderão as ciências humanas actuais ignorar os resultados da investigação sobre a evolução, em especial a humana?
Uma série de descobertas perturbantes sobre a origem da espécie humana e a sua ligação com os grandes macacos obrigou os investigadores a reflectir sobre o que se julgava definido. A ciência actual tem, mais uma vez, de repensar os conceitos, de redesenhar os territórios do pensamento. A viragem do mundo a que hoje assistimos impõe uma melhor compreensão das nossas origens, algo que a filosofia, religiosa ou ateia, não consegue explicar integralmente. Baseado nas suas pesquisas nos domínios da paleoantropologia e da etologia, Pascal Picq evoca algumas etapas decisivas para o conhecimento da história do ser humano, como o congresso de Valhadolid no século XVI ou os processos de Giulio Vanini no século XVII e de John Scopes em 1925. Misturando uma curiosidade insaciável com grande rigor científico, Pascal Picq não recua perante questões incómodas e lança os alicerces de um novo humanismo determinante para o nosso futuro, que preconiza a reconciliação do Homem com a natureza.
A humanidade está a entrar numa fase inédita da sua evolução. Nunca como agora o seu passado lhe foi tão acessível, e nunca como agora o seu futuro foi tão insondável. Esta dupla mudança de perspetiva, com origem no início do século xxi, resulta ao mesmo tempo das revelações da paleogenética, da descoberta de novos fósseis e da revolução digital, num cenário de degradação do planeta e urbanização massiva.
Conseguirá o Homo Sapiens adaptar-se às consequências fulgurantes do seu sucesso com 40 000 anos de história e à ampliação sem precedentes desse sucesso de há meio século para cá? Quanto mais bem-sucedida é uma espécie, mais a sua sobrevivência depende da forma como se adapta às consequências do seu sucesso.
Ainda não há muito, várias espécies humanas habitavam a Terra, divididas em três grandes impérios: os Neandertais na Europa, os Denisovanos na Ásia e os Sapiens em África. Partilhavam técnicas e genes ? hoje, a diversidade dos povos deve-se em parte aos genes perpetuados por múltiplas hibridações com espécies irmãs tão humanas como os Sapiens. Depois, populações de Sapiens mais recentes (a nossa espécie) partiram de África a pé e de barco à conquista do mundo, chegando à Austrália e às Américas, antes de expulsarem os Neandertais da Europa.
É esta esplêndida aventura que é contada neste livro. Mas poderá a espantosa adaptabilidade dos homens valer-nos num mundo urbanizado, conectado, poluído e com os ecossistemas devastados? Eis a dimensão trágica desta história, porquanto o sucesso inigualável dos Sapiens tornou-o o único responsável pelo seu futuro: o Sapiens está só diante do Sapiens.
«O conhecimento das grandes tendências que marcaram a história dos média europeus e a história particular destes mesmos média em cada país europeu (sobretudo daqueles de que somos geográfica e culturalmente mais próximos) é absolutamente indispensável. Só assim poderemos compreender por que é que ainda hoje, quase seis séculos depois da ?descoberta? da prensa tipográfica, a paisagem imprensa europeia é tão contrastada, de uma região para outra do continente. E como é que, ao longo do século XX, a rádio e a televisão, as estruturas dos seus emissores como dos seus conteúdos, evoluíram também de maneira tão plurifacetada.»