Sinta-se Livre
Desde a sua impressionante estreia há duas décadas, Zadie Smith consagrou-se não só como uma das escritoras de ficção mais proeminentes da atualidade, mas também como uma brilhante e singular ensaísta. Sinta-Se Livre, volume que reúne textos inéditos e ensaios que já são considerados clássicos, é disso um claro exemplo.
Dividido em cinco partes – «No Mundo», «Entre o Público», «Na Galeria», «Na Estante» e «Sinta-Se Livre» –, esta obra coloca questões que imediatamente reconhecemos: O que são de facto as redes sociais? Como vamos explicar aos nossos netos o fracasso coletivo em lidar com as alterações climáticas? Ao mesmo tempo, leva-nos numa viagem pelo mundo da literatura – visitando a obra de Philip Roth, Ballard, Javier Marías, H. G. Wells e tantos outros –, do cinema, da arte e da música – de Billie Holiday a Jay-Z; e oferece-nos um olhar sobre eventos políticos e culturais recentes, como o Brexit, a era Trump, a complexidade de se ser mestiço (realidade que a autora tão bem conhece), o racismo e o surgimento do movimento Black Lives Matter.
Igualmente à vontade no mundo dos bons livros e da má política, dos rappers de Brooklyn e dos artistas conceptuais, Zadie Smith é irónica, sincera, indignada e incisiva – e sempre uma companhia perfeita. Sinta-se Livre é jornalismo literário no seu melhor.
Tradução de Luísa Feijó.
| Editora | Dom Quixote |
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| Categorias | |
| Editora | Dom Quixote |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Zadie Smith |
Zadie Smith (Londres, 1975) é considerada uma das vozes mais destacadas do panorama literário em língua inglesa.
Dentes Brancos (2000), assinalou uma estreia fulgurante na literatura, tendo sido galardoado com o Guardian First Book Award, o Whitbread First Novel Award e o The Betty Trask Award. Foi, ainda, finalista do Booker Prize.
Seguiram-se O Homem dos Autógrafos (2002), Jewish Quarterly Wingate Literary Prize; Uma Questão de Beleza (2005), muito aclamado e considerado um dos dez melhores romances de 2005, finalista do Man Booker Prize e galardoado com o Orange Prize for Fiction 2006; NW (2012), finalista do National Book Critics Circle Award 2012, considerado um dos livros de destaque desse ano pelo New York Times e o Washington Post; e Swing Time (2016).
Além de ser uma das escritoras de ficção mais proeminentes da atualidade, Zadie Smith é também uma brilhante e singular ensaísta; os seus ensaios encontram-se reunidos no volume Sinta-Se Livre (2018).
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NWEste novo e brilhante romance tragicómico de Zadie Smith segue quatro londrinos - Leah, Natalie, Felix e Nathan - que ao chegarem à vida adulta procuram uma maneira de sair de Caldwell, o bairro social da sua infância. Desde as casas particulares até aos parques públicos, no trabalho e no lazer, a sua Londres é um lugar complexo, tão bonito quanto brutal, onde as ruas principais escondem as vielas mais escusas, e onde tomar os caminhos mais seguros nos pode conduzir a um beco sem saída.Ao descrever a zona urbana moderna - familiar a quem mora numa qualquer cidade - NW, na sua forma tranquilamente devastadora, é um romance de encontros, imprevisível e vital como a própria cidade. -
Swing TimeDuas raparigas mestiças sonham ser dançarinas - mas apenas uma, Tracey, tem talento. A outra tem ideias: sobre ritmo e tempo, sobre corpos negros e música negra, sobre o que constitui uma tribo ou torna uma pessoa verdadeiramente livre. É uma amizade de infância, forte mas complicada, que termina abruptamente aos vinte e poucos anos, para nunca mais ser revisitada, mas também nunca ser completamente esquecida.Tracey chega a dançarina de teatro musical, mas debate-se com a vida adulta, enquanto a amiga vira costas ao velho bairro e percorre o mundo como assistente pessoal de uma cantora famosa, Aimee, observando de perto como vivem as pessoasmais ricas do mundo. Mas quando Aimee adquire grandiosas ambições filantrópicas a história muda-se de Londres para a África Ocidental, aonde os turistas da diáspora acabam por regressar em busca das suas raízes, onde os jovens arriscam a vida na fuga para um futuro diferente, as mulheres dançam exatamente como Tracey - os mesmos requebros, os mesmos meneios - e as origens de uma desigualdade profunda não são uma questão de história longínqua, mas sim uma dança atual, ao som da música do nosso tempo.Vertiginosamente enérgico e profundamente humano, Swing Time é uma história sobre amizade, música e raízes obstinadas, sobre como somos moldados por essas coisas e como podemos sobreviver-lhes. -
NWEste novo e brilhante romance tragicómico de Zadie Smith segue quatro londrinos - Leah, Natalie, Felix e Nathan - que ao chegarem à vida adulta procuram uma maneira de sair de Caldwell, o bairro social da sua infância. Desde as casas particulares até aos parques públicos, no trabalho e no lazer, a sua Londres é um lugar complexo, tão bonito quanto brutal, onde as ruas principais escondem as vielas mais escusas, e onde tomar os caminhos mais seguros nos pode conduzir a um beco sem saída. Ao descrever a zona urbana moderna - familiar a quem mora numa qualquer cidade - NW, na sua forma tranquilamente devastadora, é um romance de encontros, imprevisível e vital como a própria cidade.Ver por dentro: -
Swing TimeDança, rivalidade, música e poder ao ritmo do nosso tempo.Duas raparigas mestiças sonham ser dançarinas ? mas apenas uma, Tracey, tem talento. A outra tem ideias: sobre ritmo e tempo, sobre corpos negros e música negra, sobre o que constitui uma tribo ou torna uma pessoa verdadeiramente livre. É uma amizade de infância, forte mas complicada, que termina abruptamente aos vinte e poucos anos, para nunca mais ser revisitada, mas também nunca ser completamente esquecida.Tracey chega a dançarina de teatro musical, mas debate-se com a vida adulta, enquanto a amiga vira costas ao velho bairro e percorre o mundo como assistente pessoal de uma cantora famosa, Aimee, observando de perto como vivem as pessoas mais ricas do mundo.Mas quando Aimee adquire grandiosas ambições filantrópicas a história muda-se de Londres para a África Ocidental, aonde os turistas da diáspora acabam por regressar em busca das suas raízes, onde os jovens arriscam a vida na fuga para um futuro diferente, as mulheres dançam exatamente como Tracey ? os mesmos requebros, os mesmos meneios ? e as origens de uma desigualdade profunda não são uma questão de história longínqua, mas sim uma dança atual, ao som da música do nosso tempo.Vertiginosamente enérgico e profundamente humano, Swing Time é uma história sobre amizade, música e raízes obstinadas, sobre como somos moldados por essas coisas e como podemos sobreviver-lhes. -
O Homem Dos AutógrafosAlex-Li Tandem vende autógrafos. O seu negócio, uma gota de água numa gigantesca rede mundial de desejos, consiste em procurar nomes escritos sobre papel, coleccioná-los, vendê-los e uma vez por outra falsificá-los - tudo isto para dar às pessoas o que elas desejam: um pedaço de fama. Mas o que deseja Alex? Afinal apenas o regresso do seu pai, o restabelecimento de um certo tipo de imagem divinizada toda-poderosa e benévola, o fim da religião, qualquer coisa para tirar a dor de cabeça, três raparigas diferentes, virtudes infinitas e o autógrafo raro da actriz de cinema dos anos quarenta Kitty Alexander. Zadie Smith nasceu na zona noroeste (NW) de Londres, em 1975. É considerada uma das vozes mais destacadas do panorama literário em língua inglesa, dona de uma brilhante combinação de humor, inteligência e empatia, foi recentemente eleita pela revista Granta como um dos vinte melhores romancistas britânicos com menos de quarenta anos, como já acontecera há uma década, em 2003. Dentes Brancos (2000), o seu primeiro romance, assinalou uma brilhante estreia na literatura, tendo sido galardoado com o Guardian First Book Award, o Whitbread First Novel Award e o The Betty Trask Award. Foi ainda finalista do Prémio Booker. Seguiram-se O Homem dos Autógrafos (2002), Jewish Quarterly Wingate Literary Prize, e Uma Questão de Beleza (2005), romance muito aclamado e considerado um dos dez melhores romances de 2005, finalista do Prémio Man Booker e Prémio Orange de Ficção 2006. -
Dentes BrancosConheçam os Jones, os Iqbal e os Chalfen. Três famílias na etapa final do século XX, todos ingleses em vários graus e com as suas vidas interligadas a todos os níveis possíveis – pessoalmente, politicamente, historicamente, geneticamente. De raças diferentes, de religiões diferentes e de diferentes lados da nunca esquecida barreira colonial, têm uma coisa em comum: um pequeno bairro no Norte de Londres onde todo o tipo de extremismo faz parte do quotidiano e os dilemas das gerações anteriores são obsessivamente remoídos pelo presente.Atravessando todas as desgraças do século, passadas e presentes, a Ocidente e a Oriente – terramotos, nazis, motins, guerra, apocalipse e roubo de terras – Dentes Brancos é um romance inesquecível, a um tempo épico e cómico, sobre a Inglaterra multicultural. -
The FraudThe extraordinary first historical novel from standalone bestseller Zadie Smith. t is 1873. Mrs Eliza Touchet is the Scottish housekeeper - and cousin by marriage - of a once famous novelist, now in decline, William Ainsworth, with whom she has lived for thirty years. Andrew Bogle meanwhile grew up enslaved on the Hope Plantation, Jamaica. When Bogle finds himself in London, star witness in a celebrated case of imposture, he knows his future depends on telling the right story. The 'Tichborne Trial' captivates Mrs Touchet and all of England. Is Sir Roger Tichborne really who he says he is? Or is he a fraud? -
A FraudeBestseller do New York Times • UM DOS MELHORES LIVROS DE 2023 – NPR, New York Times e Publishers Weekly. Estamos em 1873. A Sra. Eliza Touchet, escocesa, é a governanta – e prima por afinidade – de um romancista outrora famoso, entretanto em declínio, William Ainsworth, com quem vive há trinta anos. A Sra. Touchet é uma mulher de múltiplos interesses: literatura, justiça, abolicionismo, classes, as mulheres do primo, esta vida e a próxima. Mas também é cética, e suspeita que o primo não tem talento; que Charles Dickens, escritor de sucesso e amigo do primo, é um trocista e um moralista; e que a Inglaterra é uma terra de fachadas, onde nada é bem aquilo que parece.Entretanto, Andrew Bogle cresceu como escravo na Plantação Hope, na Jamaica. Sabe que cada torrão de açúcar tem um custo humano. Que os ricos enganam os pobres. E que é mais fácil manipular as pessoas do que elas pensam. Por isso, quando dá consigo em Londres, testemunha de relevo num célebre caso de impostura, sabe que o seu futuro depende de contar a história certa.O caso Tichborne – em que um carniceiro de classe baixa na Austrália afirma ser de facto o legítimo herdeiro de um património substancial e de um título – cativa a Sra. Touchet e a Inglaterra inteira. Sir Roger é realmente quem diz ser? Ou é uma fraude? A Sra. Touchet é uma mulher vivida. O Sr. Bogle não é tolo nenhum. Mas, num mundo de hipocrisia e autoilusão, decidir o que é real revela-se uma tarefa complicada...Baseado em acontecimentos históricos – uma disputa legal que dividiu a Inglaterra vitoriana –, A Fraude é um brilhante romance sobre verdade e ficção, fraudulência e autenticidade e o mistério do «outro».
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».