Sons e Memórias em Terras de Luz - Antologia poética
Cada língua tem a sua métrica, o seu ritmo, a sua música. Assim também a língua portuguesa que, ao longo dos séculos, tem feito nascer maravilhosas obras poéticas que se acolhem a este concerto dos sons e das palavras que nos chega trazido pelos nossos maiores e que nos faz ser quem fomos, quem somos e quem viremos a ser.
Nós, os que falamos e escrevemos em português e beijamos cada palavra, cada verso, cada poema, nós que não caímos na tentação de usar vocábulos, construções ou métricas alheias, nós queremos dar continuidade a essa longa e orgulhosa linhagem dos magníficos alfaiates da língua que nos antecederam.
Com este livro, Glória Marreiros traz-nos uma vida em sonetos ou, melhor, uma vida pontuada pela música da língua na arte cuidada dos seus sonetos.
Essa luz que marca presença constante nos versos da autora vem do Sul e traz permanentemente consigo o embalo do mar, a presença do vento, a dança das gaivotas. Traz consigo o baile da ternura, dos afectos e das saudades. Memória dos passos em que a vida nos leva através de dores e cansaços, pela pedra da rua, pela areia da praia, sorrisos e sonhos que nunca se esquecem.
É assim que a autora nos oferece uma memória que não se deixa apagar e que, em cada verso, revive e roda e nos faz acender as nossas pequenas e grandes lembranças. E é para isso que a poesia existe, para nos dar a nós poetas, a nós leitores, um sentido mais doce à nossa vida.
Jose Fanha
Do Prefácio
| Editora | Âncora Editora |
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| Categorias | |
| Editora | Âncora Editora |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Glória Maria Marreiros |
GLÓRIA MARREIROS nasceu em Monchique, onde viveu a infância e parte da juventude. Foi lá que começou a conviver com a poesia, através do seu pai, Inácio Marreiros, que se distinguiu na quadra popular.
Há algumas décadas foi viver para Portimão, cidade onde reside e onde deu asas à arte poética.
Autora de letras para canções, muitas delas premiadas, tem sido jurada em vários Concursos Literários e Jogos Florais.
Tem prefaciado diversos livros e proferido várias palestras sobre o soneto clássico, área que domina e defende.
Obteve mais de mil prémios em Concursos Literários e Jogos Florais, na modalidade de poesia, conto, crónica e ensaio. Entre eles, o Prémio Literário Paul Harris-2006, com a edição de um livro. Deixou de concorrer, aos mesmos Concursos, há quinze anos, por vontade própria. Os seus poemas e outros trabalhos foram declamados em quase todo o país e, alguns, no estrangeiro.
Tem dezoito livros publicados: Colecção Cadernos Santa Maria, pelo engenheiro, sociólogo e poeta Tito Olívio. Os seus sonetos estão incluídos em várias dezenas de Antologias, em Portugal e no estrangeiro.
Em 2013, 2014 e 2015 foi patrona do Prémio Literário Glória Marreiros instituído pela AJEA - Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira
