Tenros Botões
Tenros Botões (1914) é composto por poemas em prosa que são como pequenos quadros cubistas onde o olho percorre cada elemento de maneira a formar uma (ou mais do que uma) narrativa. Organizados em três secções ("Objectos", "Alimentos", "Quartos") os textos assentam na observação instável e a diversos tempos de objectos inanimados, modos de cozinhar e hábitos gastronómicos ou ainda detalhes arquitectónicos indissociáveis da própria deslocação do corpo ou do olhar.
Eis um livro de poesia que ao fim de um século continua a causar escândalo. A razão pela qual isso sucede, como se poderá agora ler em português, prende-se também com a rasura que Gertrude Stein faz das convenções poéticas que todos conhecemos: limando a linguagem até ao osso, a autora mostra ludicamente como a poesia é, antes de mais, música - transferência, transformação e tudo isso junto.
| Editora | não (edições) |
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| Coleção | Traditore |
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| Editora | não (edições) |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Gertrude Stein |
Oriunda de uma próspera família americana de origem judaica alemã, Gertrude Stein nasce em Allegheny, Pensilvânia, a 3 de fevereiro de 1874. Nos primeiros anos, vive com os pais e os quatro irmãos mais velhos em Viena, na Áustria, e em Paris, França. Os Stein regressam aos Estados Unidos em 1879, a tempo de Gertrude começar a frequentar a escola.
Boa aluna, vem a estudar Psicologia e Medicina, mas não conclui nenhum dos cursos. Em 1903, estabelece-se em Paris, no n.º 27 da Rue de Fleurus, onde, além de começar a escrever de forma consistente, desenvolve uma faceta de colecionadora e patrona das letras e artes, em especial dos cubistas. Permanecerá na capital francesa até ao final da vida, fazendo da sua casa um dos mais míticos salões artísticos do século XX. Morre a 27 de julho de 1946, deixando uma obra vasta e profundamente original que inclui títulos como Three Lives (1909), Tender Buttons (1914), The Making of Americans (1925), A Autobiografia de Alice B. Toklas (1933) e Paris França (1940).
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Paris FrançaEm Paris França , Gertrude Stein dá-nos a sua visão da cidade em que escolheu viver durante mais de quarenta anos. Em sugestiva desordem sucedem-se as recordações de infância, opiniões sobre a França e os Franceses, a arte, a gastronomia, a moda e a guerra. -
A Autobiografia de Alice B. ToklasEste livro é de facto a autobiografia de Gertrude Stein, escrito do aparente ponto de vista de Alice Toklas, e está repleto de histórias sobre os escritores e pintores que conheceu nessa época, uma crónica dos agitados anos artísticos e literários parisienses do começo do século XX. O estilo é audacioso, cúmplice e sarcástico. -
A Autobiografia de Alice B. ToklasEm 1932, Gertrude Stein (1874–1946), propôs-se escrever, em apenas seis semanas, uma autobiografia, porventura a mais irreverente alguma vez escrita. O resultado foi este livro, publicado no ano seguinte e hoje considerado pela Modern Library uma das vinte melhores obras de não ficção em língua inglesa. Jogando literal e literariamente com as perceções, Stein, a escritora com fama de vanguardista difícil, assume o ponto de vista e a voz da companheira, a Alice B. Toklas do título, para contar a própria história num registo enganadoramente frívolo, cândido e despojado, numa prosa acessível repleta de revelações caricatas ou indiscretas envolvendo grandes vultos das artes e letras da primeira metade do século xx (de Picasso a Matisse, de Hemingway a Pound). A autora cumpriu assim o objetivo de criar um sucesso editorial. A Autobiografia de Alice B. Toklas, que agora conhece a sua primeira edição em português, é a obra mais célebre — e lida — de Gertrude Stein. -
A História de Todos e de Cada UmTrês textos de Gertrude Stein, reunidos de forma inédita, compõem o livro A história de todos e de cada um: o romance Ida (de 1940, publicado em 1941), os poemas Catorze retratos anónimos (de 1923 e publicado em 1934, na colectânea de primeiros ensaios e retratos literários Portraits and Prayers), o ensaio A gradual feitura de A Feitura dos Americanos (redigido em 1934 para o ciclo de conferências que Stein ministra nos E.U.A. e que viria a ser publicado em Lectures in America, em 1935). Durante a sua vida, que é o mesmo que dizer, durante a sua obra, Stein dedicou tanto tempo à exegese quanto à criação. É também a feitura da escrita de Stein que se procura aqui evocar em três tempos e três géneros: o romance, a conferência/ensaio, a poesia. Importou demonstrar como Stein escreveu o que pensou e pensou o que escreveu. Se a sua escrita é um laboratório, esta exprime-se tanto através do pensamento em torno da prática, como do pensamento enquanto possível extensão da prática, ou seja, em Stein, a teoria só se afasta da prática por mera circunstância ou protocolo. A tudo isto acresce o mote que dá título à presente edição: a ambição de simultaneamente narrar a história de todos e de cada um.
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Tal como És- Versos e Reversos do RyokanAntologia poética do monge budista Ryokan, com tradução a partir do original japonês. -
TisanasReedição das Tisanas de Ana Hatherly, poemas em prosa que ocuparam grande parte da vida da poeta e artista. -
NocturamaOs poemas são a exasperação sonhada As palavras são animais esquivos, imprecisos e noturnos. É desse pressuposto que Nocturama lança mão para descobrir de que sombras se densifica a linguagem: poemas que se desdobram num acordeão impressionante, para nos trazerem de forma bastante escura e às vezes irónica a suprema dúvida do real. -
Primeiros Trabalhos - 1970-19791970-1979 é uma selecção feita pela autora, da sua escrita durante esse mesmo período. Uma parte deste livro são trabalhos nunca publicados, onde constam excertos do seu diário, performances e notas pessoais. A maioria dos textos foram publicados ao longo da década de setenta, em livros que há muito se encontram esgotados, mesmo na língua original.“Éramos tão inocentes e perigosos como crianças a correr por um campo de minas.Alguns não conseguiram. A alguns apareceram-lhes mais campos traiçoeiros. E algunsparece que se saíram bem e viveram para recordar e celebrar os outros.Uma artista enverga o seu trabalho em vez das feridas. Aqui está então um vislumbredas dores da minha geração. Frequentemente bruto, irreverente—mas concretizado,posso assegurar, com um coração destemido.”-Patti SmithPrefácio de Rafaela JacintoTradução de cobramor -
Horácio - Poesia CompletaA obra de Horácio é uma das mais influentes na história da literatura e da cultura ocidentais. Esta é a sua versão definitiva em português.Horácio (65-8 a.C.) é, juntamente com Vergílio, o maior poeta da literatura latina. Pela variedade de vozes poéticas que ouvimos na sua obra, estamos perante um autor com muitos rostos: o Fernando Pessoa romano. Tanto a famosa Arte Poética como as diferentes coletâneas que Horácio compôs veiculam profundidade filosófica, mas também ironia, desprendimento e ambivalência. Seja na sexualidade franca (censurada em muitas edições anteriores) ou no lirismo requintado, este poeta lúcido e complexo deslumbra em todos os registos. A presente tradução anotada de Frederico Lourenço (com texto latino) é a primeira edição completa de Horácio a ser publicada em Portugal desde o século XVII. As anotações do professor da Universidade de Coimbra exploram as nuances, os intertextos e as entrelinhas da poética de Horácio, aduzindo sempre que possível paralelo de autores portugueses (com destaque natural para Luís de Camões e Ricardo Reis). -
Um Inconcebível AcasoNo ano em que se celebra o centenário de Wisława Szymborska, e coincidindo com a data do 23º aniversário da atribuição do prémio Nobel à autora, as Edições do Saguão e a tradutora Teresa Fernandes Swiatkiewicz apresentam uma antologia dos seus poemas autobiográficos. Para esta edição foram escolhidos vinte e seis poemas, divididos em três partes. Entre «o nada virado do avesso» e «o ser virado do avesso», a existência e a inexistência, nesta selecção são apresentados os elementos do que constituiu o trajecto e a oficina poética de Szymborska. Neles sobressai a importância do acaso na vida, o impacto da experiência da segunda grande guerra, e a condição do ofício do poeta do pós-guerra, que já não é um demiurgo e, sim, um operário da palavra que a custo trilha caminho. Nos poemas de Wisława Szymborska esse trajecto encontra sempre um destino realizado de forma desarmante entre contrastes de humor e tristeza, de dúvida e do meter à prova, de inteligência e da ingenuidade de uma criança, configurados num território poético de achados entregues ao leitor como uma notícia, por vezes um postal ilustrado, que nos chega de um lugar que sabemos existir, mas que muito poucos visitam e, menos ainda, nos podem dele dar conta. -
AlfabetoALFABET [Alfabeto], publicado em 1981, é a obra mais conhecida e traduzida de Inger Christensen.Trata-se de um longo poema sobre a fragilidade da natureza perante as ameaças humanas da guerra e da devastação ecológica. De modo a salientar a perfeição e a simplicidade de tudo o que existe, a autora decidiu estruturar a sua obra de acordo com a sequência de números inteiros de Fibonacci, que está na base de muitas das formas do mundo natural (como a geometria da pinha, do olho do girassol ou do interior de certas conchas). Como tal, Alfabeto apresenta catorze secções, desde a letra A à letra N, sendo que o número de versos de cada uma é sempre a soma do número de versos das duas secções anteriores. Ao longo destes capítulos, cada vez mais extensos, Christensen vai assim nomeando todas as coisas que compõem o mundo.Este livro, verdadeiramente genesíaco, é a primeira tradução integral para português de uma obra sua. -
Fronteira-Mátria - [Ou Como Chegamos Até Aqui]Sou fronteiradois lados de lugar qualquerum pé em cada território.O ser fronteiriço énascer&serde todo-lugar/ lugar-nenhum.(…)Todas as coisas primeiras são impossíveis de definir. Fronteira-Mátria é um livro que traz um oceano ao meio. Neste projeto original que une TERRA e MAZE, há que mergulhar fundo para ler além da superfície uma pulsão imensa de talento e instinto.Toda a criação é um exercício de resistência. Aqui se rimam as narrativas individuais, com as suas linguagens, seus manifestos, suas tribos, mas disparando flechas para lá das fronteiras da geografia, do território, das classes e regressando, uma e outra vez, à ancestral humanidade de uma história que é coletiva — a nossa. Veja-se a beleza e a plasticidade da língua portuguesa, a provar como este diálogo transatlântico é também a celebração necessária do que, na diferença, nos une.Todas as coisas surpreendentes são de transitória definição. Há que ler as ondas nas entrelinhas. Talvez o mais audacioso deste livro seja o servir de testemunho para muito mais do que as quatro mãos que o escrevem. Ficamos nós, leitores, sem saber onde terminam eles e começamos nós.Todas as coisas maravilhosas são difíceis de definir. Este é um livro para ouvir, sem sabermos se é poesia, se é música, se é missiva no vento. Se é uma oração antiga, ainda que nascida ainda agora pela voz de dois enormes nomes da cultura hip-hop de Portugal e do Brasil. Mátria carregada de futuro, anterior à escrita e à canção.Minês Castanheira
