Ursula Le Guin: The Last Interview
Ursula K. Le Guin was one of our most imaginative writers, a radical thinker, and a feminist icon. The interviews collected here span 40 years of her pioneering and prolific career.
When she began writing in the 1960s, Ursula K. Le Guin was as much of a literary outsider as one can be: she was a woman writing in a landscape dominated by men, she wrote genre at a time where it was dismissed as non-literary, and she lived out West, far from fashionable east coast literary circles. The interviews collected here—covering everything from her Berkeley childhood to her process of world-building; from her earliest experiments with genre to envisioning the end of capitalism—highlight that unique perspective, which conjured some of the most prescient and lasting books in modern literature.
| Editora | Random House |
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| Editora | Random House |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Ursula K. Le Guin |
Ursula Guin (1929-2018), filha do antropólogo Alfred Kroeber e da escritora Theodora Kroeber. Frequentou a Radclife College e a Universidade de Columbia. Casou, em Paris, com o jovem historiador Charles Le Guin.
A autora tem uma vasta obra publicada, que inclui poesia, contos e romances, entre os quais "The Left Hand Of Darkness", galardoado com o 'Prémio Hugo' e com o 'Prémio Nebula' para melhor romance de ficção científica de 1969, prémio que recebeu novamente em 1974 com o livro "The Dispossesser". Nesse mesmo ano o primeiro livro da tetralogia do Ciclo Terramar, "A Wizard of Earthsea - O Feiticeiro e a Sombra", recebeu o 'Boston Globe Horn Book Award' for Excellence. Os dois livros seguintes do ciclo foram também homenageados com prémios literários: "The Tombs of Atuan - Os Túmulos de Atuan" recebeu o 'Newbery Honor Book Award' de 1970, e em 1973 "The Farthest Shore - A Praia Mais Longínqua" ganhou o 'National Book Award for Children’s Books'. A sua obra inclui ainda títulos como "The Beginning Place", "The Eye of The Heron", "Always Coming Home", "Buffalo Gals", "Dancing At The Edge Of The World" e "Tehanu".
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LavíniaComo leitora da Eneida, de Virgílio, Ursula Le Guin escolheu esta figura silenciosa, a segunda mulher de Eneias, para protagonizar este romance que é a sua homenagem à epopeia que Virgílio. Lavínia passa a narradora deste romance, contando-nos a sua infância e juventude idílicas num mundo pré-helénico e pré-romano, cheio dos ritmos e dos ritos que o sagravam, fala-nos dos homens que a cortejaram até que Eneias chegasse e, como em Tróia por Helena, uma guerra começasse, por ela. Um romance de uma rara qualidade poética que tem tanto de histórico como de mítico. -
A Mão Esquerda das TrevasConsiderada uma obra maior da ficção científica, A Mão Esquerda das Trevas conta a história de um viajante solitário terrestre, enviado em missão para Inverno.O objetivo da missão é permitir que Inverno seja incluído numa civilização galáctica. Os seus dois regimes políticos mais importantes são uma monarquia governada por um rei extravagante e um regime comunal, dirigido por uma burocracia minuciosa e racionalista.Mas o mais estranho para o enviado terrestre é a particular androginia dos habitantes, que apenas numa dada fase assumem uma forma inteiramente feminina ou masculina, podendo ao mesmo tempo ser mães de umas crianças e pais de outras. -
Os DespojadosObra vencedora dos Prémios Hugo, Nebula, World Fantasy Award e National Book Award.A jornada de um homem em busca da reconciliação de dois mundos em Anarres, um planeta conhecido pelas extensas áreas desérticas e habitado por uma comunidade proletária, vive Shevek, um físico brilhante que acaba de fazer uma descoberta científica que vai revolucionar a civilização interplanetária. No entanto, Shevek cedo se apercebe do ódio e desconfiança que isolam o seu povo do resto do universo, em especial, do planeta gémeo, Urras. Em Urras, um planeta de recursos abundantes, impera um sistema capitalista que atrai Shevek, decidido a encontrar mais liberdade e tolerância. Mas a sua inocência começa a desaparecer perante a realidade amarga de estar a ser usado como peão num jogo político letal. Que esperança e idealismo restam a Shevek, aprisionado entre dois mundos incapazes de ultrapassar as diferenças? E ao desafiar ambos os regimes políticos, conseguirá ele abrir caminho para os ventos da mudança? -
Ciclo Terramar - Num Vento Diferente - Vol. 5Unanimemente considerada pelo público e pela crítica como uma das referências máximas na área do fantástico e ficção científica, Ursula Le Guin é uma lenda viva neste género. Multipremiada e consagrada mestre na poderosa ficção que arquitecta, continua a ser hoje autora de autênticos prodígios literários. Este livro completa a história que se iniciou em Tehanu - O Nome da Estrela e faz diversas referências ao livro A Praia Mais Longínqua, pelo que se aconselha os leitores a conhecerem previamente estas duas edições. Alden é um feiticeiro humilde com o poder de consertar coisas. Quando a sua mulher morre, fica inconsolável e descontrolado. Dois meses depois começa a sonhar com a terra dos mortos e que a sua mulher vem até ele, chamando-o para que ele se liberte, atravessando as paredes que dividem o mundo dos vivos e dos mortos. Uma alucinação incessante que persegue Alden na hora de dormir. -
Ciclo Terramar - O Feiticeiro e a Sombra, Vol. 1Numa terra longínqua chamada Terramar vive o maior de todos os arquimagos. O seu nome é Gued, mas há muito tempo atrás, ele era um jovem chamado Gavião, um ser estranho, irrequieto e sedento de poder e sabedoria, que se tornou aprendiz de feiticeiro. Neste livro conta-se a história da sua iniciação no mundo da magia e dos desafios que teve que superar depois de ter profanado antigos segredos e libertado uma negra e pérfida sombra sobre o mundo. Aprendeu a usar as palavras que libertavam poder mágico, domou um dragão de tempos imemoriais e teve que atravessar perigos de morte para manter o equilíbrio de Terramar. No meio de um suspense quase insustentável, de encontros místicos, de amizades inquebrantáveis, de sábios poderosos e de forças tenebrosas do reino das trevas e da morte, Gued não pode vacilar, qualquer fraqueza sua fará perigar o equilíbrio que sustenta o mundo… e a sombra maléfica que ele libertou, gélida e silenciosa, só está à espera desse momento para devastar, com as suas asas negras, o mundo inteiro.O Ciclo de Terramar é uma admirável tetralogia, por muitos comparada a clássicos como «Narnia» de C.S. Lewis ou «O Senhor dos Anéis» de J.R.R. Tolkien. Esta magnífica saga, que se tornou numa obra de referência no vastíssimo percurso literário desta escritora norte-americana, tem início com «O Feiticeiro e a Sombra». O universo de Terramar, simultaneamente tão semelhante e diferente do nosso, é, sem dúvida, uma das maiores criações da literatura fantástica, e o poder misterioso e mágico que emana da narrativa, a sensibilidade que ilumina os momentos de profunda sabedoria, a intensidade das personagens, o estilo elegante e cristalino conquistam-nos de imediato e rapidamente nos arrebata para os meandros dos seus reinos imaginários. -
Ciclo Terramar - Os Túmulos de Atuan, Vol. 2«O Ciclo de Terramar», tantas vezes comparada a clássicos como «O Senhor dos Anéis» de J.R.R. Tolkien, traz à fantasia e à ficção científica uma nova sensibilidade e um número de admiráveis, impressionantes e simpáticas personagens. É uma tetralogia magnífica; uma saga admirável que despoleta com «O Feiticeiro e a Sombra» – livro premiado com o 'Boston Globe Horn Book Award of Excellence' de 1969 – e continua com a publicação de «Os Túmulos de Atuan». O universo destas narrativas envolve-nos, desde o princípio, numa atmosfera mágica e deveras inquietante. Este segundo volume é uma obra onde impera o suspense, os encontros místicos, os horrores inomináveis, mas também o sentido de humor. É neste cenário que os destinos dos heróis, Tenar e Gued, irão entrecuzar-se. Tenar, a grande sacerdotisa, é uma criança que foi despojada da própria identidade e afastada da família para se dedicar às entidades do além: Aqueles-Que-Não-Têm-Nome, as forças misteriosas dos túmulos de Atuan. Gued, o jovem feiticeiro, é o bravo herói que arrisca a vida no labirinto proibido em busca do grande tesouro, o famoso Anel de Erreth-Akbe. Ao mesmo tempo, é também sua missão libertar Tenar daquele local tenebroso. Esta tetralogia é considerada uma das maiores criações da literatura fantástica, quer pela beleza formal quer pela sensibilidade e sabedoria emanadas pelas personagens. «O Ciclo de Terramar» é, sem dúvida, uma das obras mais marcantes do percurso literário de Ursula K. Le Guin. -
Ciclo de Terramar - Tehanu, o Nome da Estrela, Vol. 4A tetralogia «O Ciclo de Terramar» fica agora completa com «Tehanu - O Nome da Estrela», o último livro de Ursula K. Le Guin, uma especialista em literatura fantástica, aclamada internacionalmente. Com esta saga, que já vendeu milhões de cópias no mundo inteiro, Le Guin confirma-se como uma referência na arte de cozinhar a popular receita mágica com os seus incontornáveis ingredientes: arquimagos, dragões, poderes mirabolantes e estranhas personagens. Este Ciclo, tantas vezes comparado a clássicos como «O Senhor dos Anéis», de J.R.R. Tolkien, traz à fantasia e à ficção científica um excelente sopro de qualidade e originalidade, neste género tão apreciado pelos mais novos. -
Ciclo de Terramar - A Praia mais Longínqua, Vol. 3Da fantástica trilogia O Ciclo de Terramar já com dois livros publicados, O Feiticeiro e a Sombra e o Os Túmulos de Atuan, sai agora o terceiro volume A Praia Mais Longínqua. Neste livro, Gued, o jovem feiticeiro, tem a difícil missão de descobrir o que está por trás do terrível acontecimento que está a secar a magia e a retirar poderes à feitiçaria. Para recuperar a magia perdida, Gued viaja até ao reino dos mortos, onde num cenário de suspense e intriga, a acção se desenrola. Esta é mais uma história arrebatadora da consagrada Ursula K. Le Guin. Os mais novos que certamente acompanham esta série não podem perder este volume, já com milhares de exemplares vendidos em todo o mundo. -
Os DespojadosA jornada de um homem em busca da reconciliac?o de dois mundos Em Anarres, um planeta conhecido pelas extensas areas deserticas e habitado por uma comunidade proletaria, vive Shevek, um fisico brilhante que acaba de fazer uma descoberta cientifica que vai revolucionar a civilizac?o interplanetaria. No entanto, Shevek cedo se apercebe do odio e desconfianca que isolam o seu povo do resto do universo, em especial, do planeta gemeo, Urras. Em Urras, um planeta de recursos abundantes, impera um sistema capitalista que atrai Shevek, decidido a encontrar mais liberdade e tolerancia. Mas a sua inocencia comeca a desaparecer perante a realidade amarga de estar a ser usado como pe?o num jogo politico letal. Que esperanca e idealismo restam a Shevek, aprisionado entre dois mundos incapazes de ultrapassar as diferencas? E ao desafiar ambos os regimes politicos, conseguira ele abrir caminho para os ventos da mudanca -
Floresta é o Nome do MundoNesta soberba e premiada obra, a escritora de ficção científica mais apreciada da actualidade conta-nos a história do dócil povo de uma mundo pacífico, e de como esse povo é invadido pelos sanguinários Umenos.E de como resiste, lutando.E de como vence.«Uma fantasia do futuro que poderia tornar-se realidade; uma parábola de uma hábil escritora que se dirige a nós nos dias de hoje.»
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O Príncipe da Democracia - Uma Biografia de Francisco Lucas PiresNenhuma outra figura foi intelectualmente tão relevante para a afirmação da direita liberal em Portugal como Francisco Lucas Pires. Forjado numa família que reunia formação clássica e espírito de liberdade, tornou-se um constitucionalista inovador, um jurista criativo, um político de dimensão intelectual rara à escala nacional e europeia – e, acima de tudo, um cidadão inconformado com o destino de Portugal.Em O Príncipe da Democracia, Nuno Gonçalo Poças reconstitui o percurso e as ideias deste homem invulgar, cujo legado permanece em grande parte por cumprir, e passa em revista os seus sucessos e fracassos. O resultado é um livro que, graças à absoluta contemporaneidade do pensamento do biografado, nos ajuda a compreender as grandes questões que o país e a Europa continuam a enfrentar, mostrando-nos, ao mesmo tempo, uma elegância política difícil de conceber quando olhamos hoje à nossa volta.Mais do que um retrato elucidativo de Lucas Pires, que partiu precocemente aos 53 anos, este é um documento fundamental para responder aos desafios do futuro, numa altura em que o 25 de Abril completa meio século. -
A DesobedienteA dor e o abandono chegaram cedo à vida de Teresinha, a filha mais velha de um dos mais prestigiados médicos da capital e de uma mulher livre e corajosa, descendente dos marqueses de Alorna, que nas ruas e nos melhores salões de Lisboa rivalizava em encanto com Natália Correia. A menina que haveria de ser poetisa vê a morte de perto quando ainda mal sabe andar, sobrevive às depressões da mãe, chegando mesmo a comer uma carta para a proteger. É dura e injustamente castigada e as cicatrizes hão de ficar visíveis toda a vida, de tal modo que a infância e a adolescência de Maria Teresa Horta explicam quase todas as opções que tomou. Sobreviver ao difícil divórcio dos pais, duas figuras incomuns, com as quais estabeleceu relações impressionantes de tão complexas, foi apenas uma etapa.Mas quanto deste sofrimento a leva à descoberta da poesia? E quanto está na origem da voz ativista de uma jovem que há de ser uma d’As Três Marias, as autoras das famosas «Novas Cartas Portuguesas», e protagonistas do último caso de perseguição a escritores em Portugal, que recebeu apoio internacional de mulheres como Simone de Beauvoir e Marguerite Duras? A insubmissa, que se envolve por acaso com o PCP e mantém intensa atividade política no pré e no pós-25 de Abril; a poetisa, a mãe, a mulher que constrói um amor desmedido por Luís de Barros; a grande escritora a quem os prémios e condecorações chegaram já tarde (ainda que, em alguns casos, a tempo de serem recusados), entre outras facetas, é a Maria Teresa Horta que Patrícia Reis, romancista e biógrafa experimentada, soube escrever e dar a conhecer, nesta biografia, com a destreza e a sensibilidade que a distinguem. -
Emílio Rui VilarMemórias do país da ditadura e do alvor da democracia em Portugal. A vida de Emílio Rui Vilar atravessou as principais mudanças da segunda metade do século XX. Contado na primeira pessoa, um percurso fascinante pelo fim do regime de Salazar e Caetano e pela revolução de Abril.Transcrevendo entrevistas realizadas ao longo de vários meses, este livro recolhe o relato na primeira pessoa de uma trajetória que percorreu o início da contestação ao Estado Novo no meio universitário, a Guerra Colonial, a criação da SEDES, o fracasso da “primavera marcelista” e os primeiros anos do novo regime democrático saído do 25 de Abril, onde Emílio Rui Vilar desempenhou funções governativas nos primeiros três Governos Provisórios e no Primeiro Governo Constitucional. No ano em que se celebram cinco décadas de democracia em Portugal, este livro é um importante testemunho sobre dois regimes, sobre o fim de um e o nascimento de outro. -
Oriente PróximoCom a atual guerra em Gaza, este livro, Oriente Próximo ganhou uma premente atualidade. A autora, a maior especialista portuguesa sobre o assunto, aborda o problema não do ponto de vista geral, mas a partir da vida concreta das pessoas judeus, árabes e outras nacionalidades que habitam o território da Palestina. Daí decorre que o livro se torna de leitura fascinante, como quem lê um romance.Nunca se publicou nada em Portugal com tão grande qualidade. -
Savimbi - Um homem no Seu MartírioSavimbi foi alvo de uma longa e destrutiva campanha de propaganda, desinformação e acções encobertas de segurança com o objectivo de o desacreditar e isolar. Se não aceitasse o exílio ou a sujeição, como foi o objectivo falhado dessa campanha, o fim último era matá-lo, como aconteceu: premeditadamente! Para que a sua «morte em combate» não suscitasse empatia, foi como um chefe terrorista da laia de Bin Laden que a sua morte foi apresentada – artifício da propaganda que tirou partido da memória emocional recente dos atentados da Al Qaeda, na América. Julgado com honestidade, Savimbi nunca foi o «bandido» por que o fizeram passar. O manifesto apreço que personalidades de indiscutível clareza moral, como Mandela, tiveram por ele prova-o. O MPLA elegeu-o como adversário temido e quis apagá-lo do seu caminho! Não pelos crimes a que o associaram. O que o MPLA e o seu regime temiam eram as suas qualidades e carisma, a sua representatividade política e o prestígio externo que granjeara. Como outros grandes da História, Savimbi também tinha defeitos e cometia erros. Mas no deve e haver as suas qualidades eram preponderantes." -
Na Cabeça de MontenegroLuís Montenegro, o persistente.O cargo de líder parlamentar, no período da troika, deu-lhe o estatuto de herdeiro do passismo. Mas as relações com Passos Coelho arrefeceram e o legado que agora persegue é outro e mais antigo. Quem o conhece bem diz que Montenegro é um fiel intérprete da velha tradição do PPD, o partido dos baronatos do Norte. Recusou por três vezes ser governante e por duas vezes foi derrotado em autárquicas. Já fez e desfez alianças, esteve politicamente morto e ressuscitou. Depois de algumas falsas partidas chegou à liderança. Mas tudo tem um preço e é o próprio a admitir que se questiona com frequência: será que vale a pena? -
Na Cabeça de VenturaAndré Ventura, o fura-vidas.Esta é a história de uma espécie de Fausto português, que foi trocando aquilo em que acreditava por tudo o que satisfizesse a sua ambição. André Ventura foi um fura-vidas. A persona mediática que criou nasceu na CMTV como comentador de futebol. Na adolescência convertera-se ao catolicismo, a ponto de se tornar um fundamentalista religioso. Depois de ganhar visibilidade televisiva soube pô-la ao serviço da sua ambição de notoriedade. Passou pelo PSD e foi como candidato do PSD que descobriu que havia um mercado eleitoral populista e xenófobo à espera de alguém que viesse representá-lo em voz alta. Assim nasceu o Chega. -
Contra toda a Esperança - MemóriasO livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.