Viagens
Entre a imensa e majestosa solidão do Saara e a tranquilidade doméstica da sua ilha tropical no Ceilão - propriedade extravagante e selvagem que manteve durante alguns anos na costa de Weligama -, Paul Bowles percorreu incessantemente os caminhos do globo terrestre. Uma curiosidade inesgotável por todas as paisagens humanas e a atração por dois tipos antitéticos de paisagem geográfica, o deserto e a floresta tropical, alimentaram um fluxo constante de viagens, em que Bowles alternou a deslocação com a permanência em todos esses lugares que quis conhecer e onde escolheu viver por períodos maiores ou menores. Paul Bowles é um dos grande viajantes eruditos do século XX e o seu legado - musical e literário - sedimenta, em toda a sua originalidade, sofisticação e versatilidade, o património cultural universal. Viagens, livro inédito e o primeiro de uma série que a Quetzal dedica a Paul Bowles, reúne relatos das suas aventurosas deambulações pela Europa, África, América Central e Ásia.
| Editora | Quetzal |
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| Categorias | |
| Editora | Quetzal |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Paul Bowles |
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Memórias de Um Nómada“Na Primavera, regressámos a Fez e ficámos no Belvedere. Eu estava a terminar The Sheltering Sky e a Jane estava imersa na sua novela Camp Cataract. Ao raiar do dia, tomávamos o pequeno-almoço na cama no seu quarto. Depois, eu ia para o meu quarto, deixando a porta aberta para que pudéssemos comunicar, se assim o quiséssemos. Numa dada altura, ela estava em dificuldades com uma ponte que tentava construir sobre um desfiladeiro. “Bupple! O que é um cantilever, ao certo?” ou “Pode-se dizer que as pontes têm contrafortes?” Imerso na escrita dos meus capítulos finais, respondia-lhe o que me ocorresse, sem sair do meu estado voluntário de obsessão. Ela ficava calada durante um bocado, e depois voltava a chamar-me. A torrente do rio, mesmo por baixo das nossas janelas, deixava apenas ouvir os sons mais penetrantes; as comunicações tinham de ser bastante importantes, para que valesse a pena gritar. Após três ou quatro manhãs, apercebi-me de que algo estava errado; ela ainda estava na ponte. Levantei-me e entrei no seu quarto. Falámos sobre o problema durante um bocado, e confessei-me intrigado. “Porque é que tens de construir o diacho da coisa?”, perguntei-lhe. “Porque não dizes apenas que estava ali, e pronto?” Ela abanou a cabeça. “Se não souber como foi construída, não consigo vê-la.”Achei isto incrível. Nunca me ocorrera que tais considerações pudessem estar implicadas no acto de escrever. Talvez pela primeira vez vislumbrasse o que a Jane queria dizer quando afirmava, como muitas vezes o fazia, que escrever era “tão difícil”.” -
A Casa da AranhaVerdadeiro thriller político, com a medina de Fez em pano do fundo e os tempos explosivos do movimento nacionalista marroquino. Embora todos os romances de Paul Bowles espelhem o encontro e o conflito entre civilizações, neste, muito menos subjetivo, a aguda clivagem entre a cultura árabe e a do colonizador francês é profundamente explorada, com grande detalhe e intensidade. A forte tenção política e social que enquadra a intriga - protagonizada por um americano comunista, um rapazinho analfabeto e uma atraente mulher ocidental -, o ambiente de conspiração nacionalista e a infinidade de matizes, que restituem a milenar cidade de Fez à sua complexidade e vida, tornam A Casa da Aranha num marco na obra de Paul Bowles. -
À Beira da ÁguaNeste primeiro (de dois volumes que reúnem a totalidade dos contos de Bowles), a sua itinerância, o seu conhecimento do vasto mundo e das suas múltiplas culturas, e a sua erudição, deram corpo a uma obra literária fascinante. Durante a sua longa vida de viajante e de expatriado, Paul Bowles trabalhou incessantemente quer como compositor, quer como escritor - de ficção, poesia, ensaio, reportagem e na tradução de poetas e ficcionistas árabes - e viu reconhecidas as suas obras (na literatura, por exemplo, O Céu que Nos Protege , romance que ocupou o primeiro lugar da lista de bestsellers em The New York Times, adaptado ao cinema por Bernardo Bertolucci; na música, através na constante investigação e produção, e na colaboração com os maiores nomes do teatro e das artes cénicas em geral). -
O Céu Que Nos ProtegeO Céu que nos Protege é o grande romance de Paul Bowles. Foi escrito em grande parte no deserto, onde a ação se desenrola. Publicado em 1954, nele, como em toda a ficção de Bowles, reflete-se sobre o absurdo do mundo moderno, onde a crueza, a corrupção e a irrupção do desejo surge a par da inocência de quem não compreende nem julga. Kit e Port são um casal que percorre o Sahara: à medida que se adentram no deserto, arriscam-se continuamente e atraiçoam-se até a um ponto de não retorno, até à loucura ou à morte. Aqui, como em outras obras de Bowles, não há culpados; há uma hierarquia de valores, uma explicação do humano. Os escritos de Bowles têm operado uma enorme sedução sobre várias décadas de leitores. Gore Vidal considerou-o um dos expoentes da ficção americana. -
Deixa a Chuva CairNelson Dyar, um jovem americano cansado da monotonia da sua vida de empregado bancário, chega, depois da Segunda Guerra Mundial, à Zona Internacional de Tânger para começar uma nova vida. Wilcox, um vago conhecimento de infância, oferecera-lhe emprego na sua agência de viagens. Transposto para um meio que lhe é totalmente estranho, Dyar vagueia perdido entre os salões dos residentes ocidentais e os bares e bordéis da casbá e entre as duas culturas - a árabe e a ocidental -, sem compreender nenhuma das duas. Paul Bowles retrata as figuras dessa sociedade que tão bem conheceu e inclui mesmo uma caricatura de si próprio. Dyar é, no entanto, uma personagem totalmente inventada. Um zé-ninguém, uma vítima, como ele próprio se descreve, com uma personalidade que se define apenas em termos da situação, alguém que nunca viveu. Retirado do ambiente ordenado em que existira até então, Dyar não consegue interpretar as reações daqueles com quem se cruza: Hadija, a pequena prostituta, a terrível Eunice Goode, Thami, o contrabandista árabe que faz a ponte entre os salões do palácio dos Beidaoui e os bares da casbá, Daisy de Valverde, Wilcox, com os seus negócios escuros, Madame Jouvenon e a espionagem, os berberes e o povo das montanhas, a população dos bairros indígenas e os cambistas judeus. A chuva cai incessante, transformando em rios as ruelas da casbá e marcando as alterações do estado de espírito de Dyar. Se o céu do romance O Céu que Nos Protege era vasto e azul, o céu de Deixa a Chuva Cair, também omnipresente, é opressivo e escuro. A chuva que teima em cair, as nuvens que se acumulam, as ondas do estreito de Gibraltar, o vento que assobia e faz bater a porta da cabana nas montanhas acompanham o percurso de Dyar até ao abismo inevitável.
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Vemo-nos em AgostoTodos os anos, a 16 de agosto, Ana Magdalena Bach apanha o ferry que a leva até à ilha onde a mãe está enterrada, para visitar o seu túmulo. Estas viagens acabam por ser um convite irresistível para se tornar uma pessoa diferente durante uma noite por ano.Ana é casada e feliz há vinte e sete anos e não tem motivos para abandonar a vida que construiu com o marido e os dois filhos. No entanto, sozinha na ilha, Ana Magdalena Bach contempla os homens no bar do hotel, e todos os anos arranja um novo amante. Através das sensuais noites caribenhas repletas de salsa e boleros, homens sedutores e vigaristas, a cada agosto que passa Ana viaja mais longe para o interior do seu desejo e do medo escondido no seu coração.Escrito no estilo inconfundível e fascinante de García Márquez, Vemo-nos em Agosto é um hino à vida, à resistência do prazer apesar da passagem do tempo e ao desejo feminino. Um presente inesperado de um dos melhores escritores que o mundo já conheceu. A tradução é de J. Teixeira de Aguilar. -
Deus na EscuridãoEste livro explora a ideia de que amar é sempre um sentimento que se exerce na escuridão. Uma aposta sem garantia que se pode tornar absoluta. A dúvida está em saber se os irmãos podem amar como as mães que, por sua vez, amam como Deus. -
O ColecionadorNo mais recente e trepidante thriller de Daniel Silva, autor n.º 1 da lista dos mais vendidos do The New York Times, Gabriel Allon embarca na busca de um quadro roubado de Vermeer e descobre uma conspiração que poderia levar o mundo à beira do Armagedão nuclear.Na manhã seguinte à gala anual da Venice Preservation Society, Gabriel Allon, restaurador de quadros e espião lendário, entra no seu bar preferido da ilha de Murano e aí encontra o general Cesare Ferrari, comandante da Brigada de Arte, que aguarda, ansioso, a sua chegada. Os carabinieri tinham feito uma descoberta assombrosa na villa amalfitana de um magnata sul-africano morto em circunstâncias suspeitas: uma câmara acouraçada secreta que continha uma moldura e um esticador vazios cujas dimensões coincidiam com as do quadro desaparecido mais valioso do mundo. O general Ferrari pede a Gabriel para encontrar discretamente a obra-prima antes que o seu rasto se volte a perder. - Esse não é o vosso trabalho?- Encontrar quadros roubados? Teoricamente, sim. Mas o Gabriel é muito melhor a fazê-lo do que nós.O quadro em questão é O concerto de Johannes Vermeer, uma das treze obras roubadas do Museu Isabella Stewart Gardner de Boston, em 1990. Com a ajuda de uma aliada inesperada, uma bela hacker e ladra profissional dinamarquesa, Gabriel não demora a descobrir que o roubo do quadro faz parte de uma tramoia ilegal de milhares de milhões de dólares na qual está implicado um indivíduo cujo nome de código é «o colecionador», um executivo da indústria energética estreitamente vinculado às altas esferas do poder na Rússia. O quadro desaparecido é o eixo de um complô que, caso seja bem-sucedido, poderia submeter o mundo a um conflito de proporções apocalípticas. Para o desmantelar, Gabriel terá de perpetrar um golpe de extrema audácia enquanto milhões de vidas estão presas por um fio. -
O EscritórioDawn Schiff é uma mulher estranha. Pelo menos, é o que toda a gente pensa na Vixed, a empresa de suplementos nutricionais onde trabalha como contabilista. Dawn nunca diz a coisa certa. Não tem amigos. E senta-se todos os dias à secretária, para trabalhar, precisamente às 8h45 da manhã.Talvez seja por isso que, certa manhã, quando Dawn não aparece para trabalhar, a sua colega Natalie Farrell – bonita, popular e a melhor vendedora da empresa há cinco anos consecutivos – se surpreenda. E mais ainda quando o telefone de Dawn toca e alguém do outro lado da linha diz apenas «Socorro».Aquele telefonema alterou tudo… afinal, nada liga tanto duas pessoas como partilhar um segredo. E agora Natalie está irrevogavelmente ligada a Dawn e vê-se envolvida num jogo do gato e do rato. Parece que Dawn não era simplesmente uma pessoa estranha, antissocial e desajeitada, mas estava a ser perseguida por alguém próximo.À medida que o mistério se adensa, Natalie não consegue deixar de se questionar: afinal, quem é a verdadeira vítima? Mas uma coisa é clara: alguém odiava Dawn Schiff. O suficiente para a matar.«NÃO COMECE UM LIVRO DE FREIDA McFADDEN A ALTAS HORAS DA NOITE.NÃO O VAI CONSEGUIR LARGAR!» AMAZON«O ESCRITÓRIO É UM THRILLER TENSO E VICIANTE DA AUTORA MAIS ADORADA DO MOMENTO.» GOODREADS -
Os Meus Dias na Livraria MorisakiEsta é uma história em que a magia dos livros, a paixão pelas coisas simples e belas e a elegância japonesa se unem para nos tocar a alma e o coração.Estamos em Jimbocho, o bairro das livrarias de Tóquio, um paraíso para leitores. Aqui, o tempo não se mede da mesma maneira e a tranquilidade contrasta com o bulício do metro, ali ao lado, e com os desmesurados prédios modernos que traçam linhas retas no céu.Mas há quem não conheça este bairro. Takako, uma rapariga de 25 anos, com uma existência um pouco cinzenta, sabe onde fica, mas raramente vem aqui. Porém, é em Jimbocho que fica a livraria Morisaki, que está na família há três gerações: um espaço pequenino, num antigo prédio de madeira. Estamos assim apresentados ao reino de Satoru, o excêntrico tio de Takako. Satoru é o oposto de Takako, que, desde que o rapaz por quem estava apaixonada lhe disse que iria casar com outra pessoa, não sai de casa.É então que o tio lhe oferece o primeiro andar da Morisaki para morar. Takako, que lê tão pouco, vê-se de repente a viver entre periclitantes pilhas de livros, a ter de falar com clientes que lhe fazem perguntas insólitas. Entre conversas cada vez mais apaixonadas sobre literatura, um encontro num café com um rapaz tão estranho quanto tímido e inesperadas revelações sobre a história de amor de Satoru, aos poucos, Takako descobre uma forma de falar e de estar com os outros que começa nos livros para chegar ao coração. Uma forma de viver mais pura, autêntica e profundamente íntima, que deixa para trás os medos do confronto e da desilusão. -
ManiacMANIAC é uma obra de ficção baseada em factos reais que tem como protagonista John von Neumann, matemático húngaro nacionalizado norte-americano que lançou as bases da computação. Von Neumann esteve ligado ao Projeto Manhattan e foi considerado um dos investigadores mais brilhantes do século XX, capaz de antecipar muitas das perguntas fundamentais do século XXI. MANIAC pode ser lido como um relato dos mitos fundadores da tecnologia moderna, mas escrito com o ritmo de um thriller. Labatut é um escritor para quem “a literatura é um trabalho do espírito e não do cérebro”. Por isso, em MANIAC convergem a irracionalidade do misticismo e a racionalidade própria da ciência -
Uma Noite na Livraria Morisaki - Os meus Dias na Livraria Morisaki 2Sim, devemos regressar onde fomos felizes. E à livraria Morisaki, lugar de histórias únicas, voltamos com Takako, para descobrir um dos romances japoneses mais mágicos do ano.Estamos novamente em Tóquio, mais concretamente em Jimbocho, o bairro das livrarias, onde os leitores encontram o paraíso. Entre elas está a livraria Morisaki, um negócio familiar cuja especialidade é literatura japonesa contemporânea, há anos gerida por Satoru, e mais recentemente com a ajuda da mulher, Momoko. Além do casal, a sobrinha Takako é presença regular na Morisaki, e é ela quem vai tomar conta da livraria quando os tios seguem numa viagem romântica oferecida pela jovem, por ocasião do aniversário de casamento.Como já tinha acontecido, Takako instala-se no primeiro andar da livraria e mergulha, instantaneamente, naquele ambiente mágico, onde os clientes são especiais e as pilhas de livros formam uma espécie de barreira contra as coisas menos boas do mundo. Takako está entusiasmada, como há muito não se sentia, mas… porque está o tio, Satoru, a agir de forma tão estranha? E quem é aquela mulher que continua a ver, repetidamente, no café ao lado da livraria?Regressemos à livraria Morisaki, onde a beleza, a simplicidade e as surpresas estão longe, bem longe de acabar. -
Uma Brancura LuminosaUm homem conduz sem destino. Ao acaso, vira à direita e à esquerda até que chega ao final da estrada na orla da floresta e o seu carro fica atolado. Pouco depois começa a escurecer e a nevar. O homem sai do carro e, em vez de ir à procura de alguém que o ajude, aventura-se insensatamente na floresta escura, debaixo de um céu negro e sem estrelas. Perde-se, quase morre de frio e de cansaço, envolto numa impenetrável escuridão. É então que surge, de repente, uma luz.Uma Brancura Luminosa é a mais recente obra de ficção de Jon Fosse, Prémio Nobel de Literatura de 2023. Uma história breve, estranhamente sublime e bela, sobre a existência, a memória e o divino, escrita numa forma literária única capaz de assombrar e comover.Tradução do norueguês de Liliete Martins.Os elogios da crítica:«Uma introdução perfeita à obra de Jon Fosse.» The Telegraph«Inquietante e lírico, este pequeno livro é uma introdução adequadamente enigmática à obra de Fosse e um bom ponto de partida para se enfrentar os seus romances mais vastos e experimentais.» Financial Times - Livro do Ano 2023«Uma Brancura Luminosa é, muito simplesmente, grande literatura.» Dagbladet