Vitória de Inglaterra
Como se atrevem? O grito ecoou pelos corredores do palácio. Vitória de Inglaterra, a rainha que aos 18 anos subiu ao trono para recuperar a dignidade da monarquia britânica, não queria acreditar no que os seus olhos viam. Um mapa com uma grossa barra cor-de-rosa a dividir o continente africano em duas partes, ligando o oceano Atlântico ao Índico. Como era possível que um país aliado como Portugal ameaçasse o seu sonho de dominar o continente negro recheado de promessas de riqueza e glória? O coração de Vitória estava dividido entre os interesses políticos e os laços familiares e de afecto que a ligavam à família real portuguesa. Era amiga de D. Maria II e de D. Fernando. O seu reinado foi tão longo, o maior da história de Inglaterra, que viveu para ver governar D. Pedro V, D. Luís e D. Carlos… Mas os interesses políticos estavam acima dos laços de amizade. Era preciso acabar com o sonho português. O Ultimato de 1890 manchava para sempre a relação entre as duas coroas, para grande tristeza de Vitória que amava Portugal.
Baseado numa intensa pesquisa histórica, Isabel Machado, autora de Isabel I e o seu médico português, traz-nos a vibrante história desta mulher fascinante que fez de Inglaterra o maior império do mundo no século XIX. Casada com Alberto de Saxe- Coburgo-Gotha, vive uma das mais belas histórias de amor, trazendo ao mundo nove filhos. Feita de contradições, a cada página desta biografia romanceada descobrimos uma mulher sensual, de paixões violentas e humores oscilantes, marcada pela alegria, pelo amor do seu povo e pela tragédia.
| Editora | Esfera dos Livros |
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| Editora | Esfera dos Livros |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Isabel Machado |
Nasceu em Lisboa, completou o 12.º ano nos Estados Unidos e é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi jornalista, lecionou Português e Francês no ensino básico e secundário, Português como Língua Estrangeira, e fez trabalhos de tradução e interpretação simultânea. Durante onze anos foi pivô e jornalista da Teledifusão de Macau e, entre 2003 e 2011, foi pivô do Canal Parlamento, na Assembleia da República. Em 2012, publicou o primeiro romance histórico, Isabel I de Inglaterra e o Seu Médico Português, relançado em 2022 pela chancela Manuscrito com o título Isabel I de Inglaterra e o Seu Espião Português. Em 2014, lançou Vitória de Inglaterra, A Rainha Que Amou e Ameaçou Portugal. Seguiu-se Constança - A princesa traída por Pedro e Inês, também relançado pela Manuscrito, em 2022, com o título Constança - Traída por Pedro e Inês. Em 2016, publicou A Rainha Santa, e, em 2021, Infante D. Pedro - O regente visionário que o poder quis calar.
Luísa de Gusmão - A rainha espanhola que lutou pela independência de Portugal é o seu novo romance histórico.
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NovidadeIsabel I de Inglaterra e o Seu Médico PortuguêsQuando o médico português Rodrigo Lopes chega a Londres, logo após a ascensão ao trono da nova rainha de Inglaterra, estava longe de imaginar que o seu destino se cruzaria com o da poderosa Isabel I. Filha de Henrique VIII e da controversa Ana Bolena, a jovem princesa foi obrigada a percorrer um longo e árduo caminho até ao trono de Inglaterra.Com a morte de D. Sebastião em Alcácer Quibir e o trono português a ser ocupado por Espanha, os olhos do mundo voltam-se para Portugal. E quem melhor do que Rodrigo Lopes para levar à rainha e aos seus conselheiros privados informações sobre o reino onde tudo se joga. Entre os dois nasce uma enorme cumplicidade, mas cedo o médico judeu se vê envolvido nas teias do poder, da traição e da ambição, e nem a rainha o conseguirá salvar de um destino trágico.A jornalista Isabel Machado, no seu romance de estreia, leva-nos até à luxuosa corte de Isabel I. A rainha astuta que casou com o seu reino e que muitos garantem que morreu virgem. Sem marido, nem descendência, marcou para sempre a História de Inglaterra ao impor uma Igreja Anglicana moderada e ao conseguir um longo período de paz e prosperidade económica, abrindo o país às artes e ao mundo. Isabel soltou o seu último suspiro aos 69 anos de idade. Melancólica e saudosa de todos os que partiram antes dela. No pensamento, Robert Dudley o homem que amou durante toda a vida -
NovidadeA Rainha SantaEm finais do século XIII, Aragão é um reino poderoso e rival de Castela, o gigante que acaba de se unir a Leão. Isabel, a filha mais velha do rei aragonês, exibe desde cedo uma personalidade rara. É bela, inteligente, devota, caridosa e, por isso, naturalmente cobiçada por várias cortes europeias para uma aliança de casamento. Isabel tem outros sonhos, que não passam por ocupar um trono nem exercer o poder, mas interesses políticos acabam por ditar a sua união com D. Dinis, o brilhante e ambicioso rei de Portugal, no ano de 1282. O jovem soberano português sabe que, para pôr em prática os seus grandes planos de desenvolvimento do reino, deve manter- se afastado das guerras que grassam pela Península Ibérica. Mas nem a paz perdura, nem Isabel se torna uma jovem submissa e alheada dos problemas políticos e sociais. Pelo contrário. Revela-se firme na defesa dos pobres, dos doentes e dos excluídos, em nome dos quais move montanhas, desafia convenções e se entrega aos maiores sacrifícios. E nos conflitos que vão abalar o reinado de D. Dinis, opondo pais e filhos ou lançando a discórdia entre irmãos, mostra-se corajosa e decidida, capaz de desafiar a autoridade do próprio marido e de influenciar o curso dos acontecimentos com a sua sensibilidade, poder de antevisão e amor à paz. Baseado numa pesquisa exaustiva, eis um romance que revela finalmente, em toda a sua plenitude e complexidade, a rainha de Portugal que sempre foi santa na memória do povo mas que era, antes de mais, uma mulher invulgar e à frente do seu tempo. «Na vossa mansidão, Senhora, nunca deixou de haver rebeldia...», D. Dinis, rei de Portugal, sobre Isabel de Aragão -
NovidadeInfante D. PedroD. Pedro, o Infante das sete partidas, quis mudar o rumo de Portugal mas acabou traído e injustiçado.Bastou uma morte para que a desordem e a traição regressassem ao reino de Portugal. Da Ínclita Geração, os ilustres infantes criados por D. João I e D. Filipa de Lencastre, uma linhagem outrora unida, restavam apenas destroços. Com Afonso V, Portugal acaba por transformar-se num local de contenda e de morte. E D. Pedro, príncipe de Avis, o homem que quis mudar o reino, é subitamente traído pelos mais próximos.Segundo filho de D. João e D. Filipa, o infante D. Pedro cresceu a acreditar na mudança e no progresso, na perseverança e na luta por um mundo melhor. Depois de anos a viajar pela Europa, regressa ao reino do pai cheio de ideias, crente de que pode mudar Portugal. Com a morte de D. Duarte, seu irmão, e a menoridade do sobrinho, D. Afonso V, vê-se inesperadamente à frente do reino - mas o ódio daqueles que vêem os seus poderes afrontados pelas reformas do regente vai ditar o seu fim.Neste novo romance surpreendente, Isabel Machado traz-nos a história de um homem viajado, erudito, determinado e de ideias claras. Empenhado em mudar Portugal, enfrentou corajosamente os interesses estabelecidos.Foi traído pelos que lhe eram mais próximos e silenciado pelas conveniências políticas da época. -
NovidadeConstança - Traída por Pedro e InêsQuando chegou a Portugal, em agosto de 1340, Constança vinha disposta a tudo para ser feliz. Repudiada pelo primeiro marido, Afonso XI de Castela, que chegou mesmo a prendê-la num castelo em Toro, Zamora, a jovem castelhana estava cansada de sofrer. Agora, depositava todas as suas esperanças no casamento com o infante D. Pedro, futuro rei de Portugal.No seu séquito de aias, porém, vinha uma jovem galega: Inês de Castro. Constança acabaria duplamente traída: pelo marido, a quem jurou amor eterno, e pela aia, que via como uma irmã. Personagem esquecida da nossa História, Constança Manuel teve uma vida marcada pela dor. No entanto, era também uma mulher inteligente, astuciosa e, levada ao limite, capaz de ponderar o impensável.Isabel Machado traz-nos o outro lado da história de amor mais conhecida da nossa História. Num romance intenso e apaixonante, a autora oferece-nos a perspetiva da vítima do amor de Pedro e Inês, apresentando-nos uma trama de grande densidade psicológica, centrada na complexidade da condição humana: as ambições, as expectativas, os medos e as inseguranças, mas também a necessidade de amor. -
NovidadeIsabel I de Inglaterra e o Seu Espião PortuguêsO percurso de Isabel I é longo e sinuoso. Filha de Henrique VIII e da segunda mulher, Ana Bolena, passa a infância e a adolescência num clima de medo, que acaba por lhe moldar o carácter. A constante tensão em que vive prolonga-se pelo seu reinado, com ameaças frequentes de invasão, rebeliões e planos para o seu homicídio.Rodrigo Lopes, médico português, chega a Londres na época em que Isabel I sobe ao trono, fugindo da perseguição aos cristãos-novos em Portugal. Rapidamente se estabelece na capital inglesa e torna-se médico da rainha, que admira profundamente e com quem acaba por desenvolver uma amizade.Quando o rei português, D. Sebastião, desaparece em Alcácer Quibir, deixando o trono à mercê de Espanha, todas as atenções se centram em Portugal. Os dois reinos têm agora um inimigo comum, Filipe II de Espanha.Rodrigo Lopes torna-se uma peça essencial, trazendo à rainha informações secretas sobre o que se passa no país onde nasceu. Só que o médico deixa-se levar pela ambição e acaba por cair numa teia de conspirações e traições da qual nem a mulher mais poderosa de Inglaterra o conseguirá salvar.Neste romance, baseado numa intensa pesquisa histórica e em acontecimentos reais, Isabel Machado leva-nos até à corte de Isabel I, a mais intrigante e poderosa rainha de Inglaterra. É uma trama recheada de intriga, conspiração e espionagem, em que a traição está ao virar da esquina, mas também de paixão e sedução, com o romance intenso e turbulento de Isabel I com Robert Dudley, o seu eterno favorito, no cerne da ação. -
NovidadeLuísa de Gusmão«A ESPERANÇA TINHA UM NOME DE MULHER, DE UMA MULHER QUE NASCERA ESPANHOLA, QUE, IRONICAMENTE, VIERA PARA O REINO PARA O MANTER SUBJUGADO A MADRID.»Ao unir duas das maiores casas ducais ibéricas através do casamento entre D. Luísa de Gusmão, filha do duque de Medina Sidónia, e D. João, duque de Bragança, Filipe IV de Espanha (III de Portugal) tem um objectivo bem definido: garantir a lealdade do duque português a Madrid.No entanto, com o descontentamento crescente a grassar um pouco por todo o reino, é no duque de Bragança que recaem as esperanças de um Portugal independente. Ao encorajar o marido a opor-se ao domínio filipino e a assumir o trono, Luísa acaba por tornar-se um dos motores da restauração da independência portuguesa.Mulher forte e com uma determinação que não se conhecia ao marido, Luísa é uma poderosa influência durante todo o seu reinado. Com a morte do rei e o desequilíbrio do jovem monarca D. Afonso VI, além da permanente ameaça militar de Espanha, é sobre ela que pesa a responsabilidade de manter a independência de Portugal.Neste novo romance, Isabel Machado traz-nos a história de uma mulher forte, corajosa e determinada, cuja influência foi decisiva na restauração da independência de Portugal. Regida pela fé, com uma ligação inabalável ao marido e aos filhos, vai tornar-se também uma das grandes figuras políticas da Restauração.
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NovidadeO Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
NovidadeConfissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
NovidadeSobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
NovidadePara Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
NovidadeA Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
NovidadeAlmoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
NovidadeElectra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
NovidadeDiário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».