A Arte de Não Acreditar em Nada e Livro dos Três Impostores
«Neste mundo, três indivíduos corromperam os homens: um pastor (Moisés), um curandeiro (Jesus) e um cameleiro (Maomé).»
Antes do advento dos protestantes que afrontaram a Igreja Católica, muito antes que padres e estadistas fossem levados a apagar as suas fogueiras, já as mentes inquietas de ateus e agnósticos fervilhavam na clandestinidade.
É isso que revelam os dois opúsculos blasfemos aqui reunidos, com organização e prefácio de Raoul Vaneigem. De um lado, A Arte de Não Acreditar em Nada, escrito inflamado que levou o seu autor, Geoffroy Vallée, em 1574, aos vinte e quatro anos, a ser enforcado em praça pública e queimado ainda vivo, é um verdadeiro tiro ao alvo à cabeça das religiões – acusando-as de obscurantismo, criadoras de cretinos em série, fiéis fanáticos e ignorantes. Do outro, o Livro dos Três Impostores, de autor anónimo, obra mítica que poderá ter circulado num manuscrito na Idade Média e que aqui se apresenta nas duas versões que chegaram até nós (uma redigida no século XVII, outra no século XVIII), injuria directamente os profetas das três confissões abraâmicas – Moisés, Jesus e Maomé –, recorrendo a invectivas violentas e desmascarando charlatães versados na oratória, ilusionistas místicos com intenções megalómanas.
As duas obras, que em comum têm uma herética vontade de desafiar a opressão, não só contribuem para desmontarmos, hoje, a ideia de uma época anestesiada pela fé e submetida ao cilício, como nos dão prenúncios de que, onde quer que a tirania se manifeste, ela lá encontrará a resistência.
Organização e Prefácio: Raoul Vaneigem
Tradução: Manuel de Freitas
| Editora | Antígona |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Antígona |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | Anónimo, Geoffroy Vallée |
-
Falidos!Se não posso assinar esta carta com o meu nome, facto que motivará a crítica de alguns, é por uma simples razão: perdi-o, como perdi tudo o que fazia parte da minha vida. Exilado no fim do mundo, longe do consumismo das nossas existências que amortizamos em pequenas mensalidades, arruinado pelos bancos, pelos seus organismos, pelos patrões da grande distribuição, pelo canibalismo de um sistema que aguça os nossos apetites para melhor nos devorar, só me restam estas palavras que ninguém poderá destruir. Tinha escolhido remeter-me ao silêncio, carpir as dores dos meus erros passados, aterrado por me ver de repente, nas margens do rio Mekong, numa miséria que nunca havia imaginado. Mas ao ver as crianças morrer, as mulheres agonizar no trabalho, os velhos congratularem-se por terem cumprido quarenta anos, compreendi que o silêncio já não era possível. Por todo o lado o capitalismo anónimo comete infâmias: se não fizermos nada, se nos calarmos, envergonhados nas nossas solidões cúmplices, a Humanidade, subjugada e sobre-endividada, não sobreviverá ao século corrente. No momento em que Portugal, e não só, atravessa uma das maiores crises da sua história, Falidos! vem apontar-nos as causas reais que levaram à grave situação que afecta, em maior ou menor medida, uma boa parte dos países europeus. Não é apenas um documento de indignação é um grito de revolta contra o funcionamento de um sistema económico que conduziu o Homem a um mero ser consumista, cada vez mais consumista, para depois o atar com os grilhões incontroláveis da insolvência, do desespero e da miséria. Escrito por um autor anónimo vítima ele próprio do processo que descreve Falidos! foi saudado pela crítica francesa como um panfleto político elevado à condição de obra de arte. «Este pequeno livro é belo como uma canção triste. ( ) É de tal modo bem escrito e bem construído que é difícil crer que o seu autor não seja um romancista ou um ensaísta experiente, e que portanto não tenham sido inventadas todas as peças da história que nos conta. ( ) Mas, no fundo, que importa? Mesmo que este livro não tivesse nada de testemunho autobiográfico, mesmo que tivesse sido escrito num luxuoso apartamento parisiense e pago a peso de ouro, ele seria sempre maravilhoso. Pois que o autor conseguiu algo raro: fazer de um panfleto político uma espécie de obra de arte.» Le Monde des Livres A presente edição vem enriquecida com um prefácio notável de Frei Bento Domingues, uma das mais influentes figuras da Igreja portuguesa, que enquadra de modo exemplar as situações denunciadas na obra no âmbito do pensamento católico e das preocupações de muitas das encíclicas papais. «Falidos! não se contenta em denunciar as nossas cumplicidades infantis com a pornografia financeira, que nos impele a adquirir e a possuir sempre mais para satisfazer desejos prefabricados e imaginários, através de enganadores créditos bancários. Fruto da indignação, é um protesto que não se esgota na denúncia. Abre um caminho e entrega armas para dar oportunidades à esperança e à vida daqueles que o neo-liberalismo espoliou de tudo.» Do Prefácio Falidos! é por tudo isto um pequeno grande livro que ninguém pode deixar de ler. -
A Nuvem do Não Saber"“Um dos mais belos textos místicos de todos os tempos”: assim classificam alguns historiadores da mística cristã a pequena obra que aqui se publica. “Um dos mais belos tratados espirituais de todo o século XIV”: tal é a definição mais sóbria, mas não menos entusiasta, que para o mesmo texto reserva F. Vandenbroucke, um especialista da história da espiritualidade medieval. Tanto basta para suscitar a curiosidade dos leitores interessados nestas matérias, e que não se assustam por ter sido escrita há quase setecentos anos, por não se poder identificar o autor, ou por apresentar o seu misterioso título A Nuvem do Não-saber."José Mattoso -
O Meu Pipi - Sermões«E hás-de excisar a pele da pichota, disse o Senhor, falando com Abraão, e será ela o símbolo do nosso acordo. Cortar a pichota? Hum. E se selássemos isto com um aperto de mão, à homem?, terá certamente perguntado Abraão, embora o cronista bíblico o não refira. Deus não transigiu. Quando o Senhor do Universo deseja pichota, obtém pichota. Curioso é que poetas de vário tempo e lugar têm levado a cabo paneleiríssimas choradeiras pelo destino de Fausto, mas nenhum lamentou alguma vez a sorte de Abraão. Aquele fez um pacto com o Diabo e perdeu a alma; este negociou com Deus e viu-se despojado de parte da pichota. O Diabo quer a alma; Deus quer a picha. [ ]» -
O Meu Pipi: diárioQuase 15 anos depois, o infame regresso do diário de «O Meu Pipi».Edição de luxúria, com alguns textos inéditos. Com 35 mil exemplares vendidos e depois de se ter transformado num dos maiores fenómenos mediáticos da literatura portuguesa, o Pipi mais famoso do país volta a disponibilizar a sua obra inaugural, há muito esgotada, com todos os seus famosos afodismos e pastiches de escritores, como José Saramago ou António Lobo Antunes. Transitou de blogue para livro, só escreve para maiores de 18, já publicou os seus Sermões (Tinta-da-china, 2011), mas Pipi continua a ser recatado e do lar. A identidade do autor continua a ser um dos segredos mais bem guardados da literatura nacional. Pipi já foi confundido com Miguel Esteves Cardoso, Rui Zink, José Vilhena, Ricardo Araújo Pereira e Pedro Mexia, mas o mistério permanece. -
A Criada MalcriadaSalte o muro, tenha cuidado com o cão, esconda-se atrás do arbusto e, sem fazer barulho, espreite discretamente pela janela da casa mais louca de sempre. Entre o fumo dos cigarros e do pó do espanador, assista em directo ao dia-a-dia, às idas e vindas desta senhora e da sua criada.A responsabilidade é toda sua. O que se lá passa é obra de alucinada ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Ou não -
Fioretti de São Francisco e dos seus FradesAs Fioretti [Florinhas] de São Francisco são uma das obras mais conhecidas da literatura universal, e também muito apreciada pelos leitores. Tal deve-se ao facto de o texto estar escrito numa linguagem muito simples, ser extremamente poético e de um grande humanismo. Em Francisco de Assis, o alter Christus, revela-se também no Homem, naquilo que ele tem de melhor: a ale-gria, a confiança, a bondade, a fraternidade e uma genuína piedade. Jorge Mario Bergoglio, ao escolher o nome de Francisco no seu ministério petrino, veio também propor-nos esses valores para o mundo de hoje. -
A Conquista de Lisboa aos Mouros - Relato de um CruzadoEste documento medieval é a mais completa e antiga narrativa da conquista de Lisboa que chegou ao nosso conhecimento e daí a sua enorme importância para historiadores e leigos que queiram saber como ela teve lugar no longínquo ano de 1147 e que estratégia en-volveu. Escrita em latim, sob a forma de carta, por um cruzado que se integrou no contingente inglês dos homens da 11.ª Cruzada que se dirigiam a Jerusalém e apoiaram D. Afonso Henriques na sua acção bélica, constitui um testemunho de inegável interesse.Mais que outros textos nascidos no mesmo cenário da conquista da cidade, destaca-se este pela descrição alargada que faz das acções desenvolvidas pelo rei português e pelos cruzados, sendo particularmente de acentuar a reconstituição das intervenções oratórias devidas aos negociadores das várias actuações. A esses dois documentos junta-se também o Indículo da Fundação do Mosteiro de S. Vicente de Lisboa que fornece perspectiva complementar relativamente a eles.Edição bilingue, traduzida directamente do latim por A. Aires de Nascimento e enriquecida com anotações.Inclui uma introdução de Maria João V. Branco, docente na Universidade Nova de Lisboa. -
A Nuvem do Não-SaberConcebida como uma carta de orientação dirigida a um jovem contemplativo, A Nuvem do Não-Saber continua a ser um guia estimulante e seguro para quantos se interessam pelos caminhos do espírito.A Nuvem do Não-Saber é um tratado sobre contemplação, escrito por um anónimo inglês, em finais do século XIV. Considerada a obra mais importante da mística inglesa, é enorme o fascínio e a influência que tem exercido até aos nossos dias, tanto pela profundidade de pensamento como pela estética da linguagem.Entre os seus leitores podemos mencionar nomes tão diversos como os de Augustine Baker, J. H. Newman, T. S. Eliot, Thomas Merton e Malcolm Muggeridge. Há até quem admita que São João da Cruz terá conhecido uma tradução latina da obra, tal é a afinidade da sua doutrina com a do místico inglês.«Quanto aos tagarelas carnais, os bajuladores e os detractores de si mesmos ou dos outros, os mexeriqueiros, os linguareiros e os que espalham boatos, e ainda toda a espécie de críticos, nunca eu desejei que vissem este livro. É que nunca tive a intenção de escrever esta obra para indivíduos desse jaez. Por isso, não os quero ver intrometidos nesta matéria — nem a eles, nem a quaisquer outros, letrados ou ignorantes, que não passem de curiosos! E digo isto, porque nem sequer a estes meros curiosos lhes aproveitará o conteúdo do meu livro, ainda que sejam homens excelentes, no plano da vida activa. Entretanto, uma excepção deve abrir-se para aqueles que, apesar de serem activos na forma de vida exterior, são tocados no seu íntimo pelas moções secretas do Espírito de Deus, insondável nos seus juízos.Tais homens não são como os puros contemplativos, mas dispõem-se às vezes, por acção da graça, a ter parte no supremo ápice do acto contemplativo. Ora, se esses lerem esta obra, deverão encontrar nela, pela graça de Deus, grande fonte de consolação.»O tradutor, Lino Moreira, é monge beneditino da Abadia de Glenstal, Irlanda, onde actualmente exerce os cargos de hospedeiro e professor de Latim. Nasceu em 1964, em São Pedro de Rates, Póvoa de Varzim. Licenciou-se em Humanidades, Filosofia e Teologia pela Universidade Católica Portuguesa. O interesse pela Teologia Mística foi uma constante da sua vida, que o levou a traduzir para português A Nuvem do Não-Saber. -
Nome de Código: Águia-RealO thriller político mais explosivo do ano, baseado na maior teoria da conspiração do nosso tempo. Nome de Código: Águia-Real.Missão: Seduzir e casar com um homem rico e politicamente influente. Em outubro de 2016, algumas semanas antes das eleições americanas, a jornalista Grace Elliot descobre um furo que poderá impulsionar a sua carreira. Uma estrela de filmes pornográficos está disposta a falar sobre o seu caso com o homem que alguns esperam, e muitos temem, que se torne o próximo presidente dos Estados Unidos da América. Mas ninguém quer publicar essa notícia, nem mesmo o chefe de Grace, editor do principal tabloide americano. Grace é forçada a abandonar o caso e acaba por ser enviada para a Europa, onde descobre uma história tão bombástica que poderá decidir as eleições: o candidato a presidente dos Estados Unidos foi casado com uma mulher checa, que, tudo indica, era espia do KGB. Que informações e segredos esconderá esta mulher? Tudo o que Grace precisa é de se manter viva o tempo suficiente para o poder descobrir… e revelar ao mundo. «Um empolgante thriller de conspiração sobre o presidente dos Estados Unidos e as suas ligações à Rússia, cujas analogias com factos recentes se revelam bastante assustadoras.» - The Sun -
As Mil e Uma Noites - 1.º VolumeA primeira tradução feita em Portugal a partir dos mais antigos manuscritos árabes existentes. Diferente de tudo o que conhecia. Entre 1704 e 1717, o orientalista francês Antoine Galland publicou em 12 volumes pela primeira vez numa língua europeia «As Mil e Uma Noites». Apesar de Galland ter baseado a primeira parte da sua tradução no manuscrito (quase) completo mais antigo que se conhece (séc. XIV), mudou significativamente o texto, alterando de forma drástica várias histórias, fazendo acrescentos a seu gosto, introduzindo histórias que nunca tinham feito parte das versões manuscritas e depurando todas as partes impudicas.«As Mil e Uma Noites» são um conjunto de histórias populares recolhidas por autor anónimo que teriam sido alegadamente escritas em persa e posteriormente traduzidas para árabe. Dos manuscritos persas, se existiram realmente, nada sobreviveu, mas dos árabes sobrevivem vários documentos possivelmente copiados de uma mesma versão primordial em árabe que se perdeu também ela.Cada documento tem variações e disparidades — cada copista terá acrescentado ou interpretado mal a seu bel prazer — apesar de haver um corpo comum surpreendentemente semelhante entre as várias versões, sobretudo nas mais antigas.Quem redigiu e copiou as suas histórias não seria versado nos cânones das belas-letras da língua árabe, e tudo leva a crer que este livro não agradaria nada aos leitores cultos, sendo muito possivelmente as suas histórias destinadas a serem contadas publicamente perto dos mercados, como ainda hoje acontece, por exemplo, na Praça Jemaa el-Fnaa em Marraquexe, e em saraus domésticos.O seu tom coloquial lembra os contos tradicionais portugueses, mas sem terem sido recolhidos por intelectuais e sem peias: as histórias são fantásticas, eróticas, violentas, apaixonantes e apaixonadas, cheias de lições morais e problemáticas filosóficas, de conselhos para melhor viver e amar. No corriqueiro de histórias para entreter reside a sabedoria milenar de vários povos e de uma antiguidade que nos é, ainda assim, ao mesmo tempo estranha e próxima.Talvez por isso as histórias de «As Mil e Uma Noites» estejam na base de muita da grande literatura universal por nos terem dado o imaginário da literatura fantástica oriental.Hugo Maia, tradutor e sociólogo, estudou língua, história e cultura árabes, preparou a primeira tradução feita em Portugal, a partir dos manuscritos árabes mais antigos, menos embelezada e filtrada pelo imaginário ocidental, mais pura, sobretudo mais fiel. Um marco na história da edição no nosso país e um texto fundamental da literatura universal.O segundo volume está ainda a ser traduzido e sairá em 2018.
-
A Crise da Narração«Qualquer ação transformadora do mundo pressupõe uma narrativa. O storytelling, por seu lado, conhece uma única forma de vida, a consumista.» É a partir das narrativas que se estabelecem laços, se formam comunidades e se transformam sociedades. Mas, hoje, o storytelling tende a converter-se numa ferramenta de promoção de valores consumistas, insinuando-se por todo o lado devido à falta de sentido característica da atual sociedade de informação. Com ela, os valores da narração diluem-se numa corrente de informações que poucas vezes formam conhecimento e confirmam a existência de indivíduos isolados que, como Byung-Chul Han já mostrou em A Sociedade do Cansaço, têm como objetivo principal aumentar o seu rendimento e a autoexploração. E, no entanto, certas formas de narração continuam a permitir-nos partilhar experiências significativas, contribuindo para a transformação da sociedade. -
Inglaterra - Uma ElegiaNeste tributo pungente e pessoal, o filósofo Roger Scruton tece uma elegia à sua pátria, a Inglaterra, que é, ao mesmo tempo, uma esclarecedora e exaltante análise das suas instituições e cultura e uma celebração das suas virtudes.Abrangendo todos os aspectos da herança inglesa e informado por uma visão filosófica única, Inglaterra – Uma Elegia mostra como o seu país possui uma personalidade distinta e como dota os seus nacionais de um ideário moral também ele distinto.Inglaterra – Uma Elegia é uma defesa apaixonada, mas é também um lamento profundamente pessoal pelo perda e desvanecimento dessa Inglaterra da sua infância, da sua complexa relação com o seu pai e uma ampla meditação histórica e filosófica sobre o carácter, a comunidade, a religião, a lei, a sociedade, o governo, a cultura e o campo ingleses. -
Textos Políticos - Antologia«É aos escritos mais evidentemente políticos que é dedicada a escolha que se segue. É uma escolha pessoal – não há maneira menos redundante de dizer o óbvio. A minha intenção é pôr em destaque a dedicação de Gramsci a um projecto revolucionário muito claro: a assunção do poder por qualquer meio adequado para chegar a uma “ditadura do proletariado” que – ai de nós!, como diria Gramsci – terá de ser encarnada inicialmente pelo domínio do Partido e dos seus “melhores”, da sua aristocracia. Gramsci não tem medo das palavras – mas conhece o seu poder. Daí a sua popularidade entre uma extrema-esquerda como a do defunto Podemos, por exemplo, cujo ex-chefe carismático disse, numa entrevista aos Financial Times: “A realidade é definida pelas palavras. De modo que quem é dono das palavras tem o poder de moldar a realidade”. Essa ditadura não é o que nós julgamos ver: quer dizer, dizem-nos, liberdade.» da Introdução. -
As Fronteiras do ConhecimentoEm tempos muito recentes, a humanidade aprendeu muito sobre o universo, o passado e sobre si mesma. E, através dos nossos notáveis sucessos na aquisição de conhecimento, aprendemos o quanto ainda temos para aprender: a ciência que temos, por exemplo, abrange apenas 5% do universo; a pré-história ainda está a ser estudada, com muito por revelar, milhares de locais históricos ainda a serem explorados; e as novas neurociências da mente e do cérebro estão ainda a dará os primeiros passos. O que sabemos e como o sabemos? O que sabemos agora que não sabemos? E o que aprendemos sobre os obstáculos para saber mais? Numa época de batalhas cada vez mais profundas sobre o significado do conhecimento e da verdade, estas questões são mais importantes o que nunca. As Fronteiras do Conhecimento dá resposta a estas questões através de três campos cruciais de investigação: ciência, história e psicologia. Uma história notável da ciência, da vida na Terra e da própria mente humana, este é um tour de force convincente e fascinante, escrito com verve, clareza e uma amplitude deslumbrante de conhecimento. -
A Religião WokeUma onda de loucura e intolerância está a varrer o mundo ocidental. Com origem nas universidades americanas, a religião woke está a varrer tudo à sua passagem: universidades, escolas, empresas, meios de comunicação social e cultura.Esta religião, propagandeia, em nome da luta contra a discriminação, dogmas no mínimo inauditos:A «teoria de género» professa que o sexo e o corpo não existem e que a consciência é que importa.A «teoria crítica da raça» afirma que todos os brancos são racistas, mas que nenhuma pessoa «racializada» o é.A «epistemologia do ponto de vista» defende que todo o conhecimento é «situado» e que não existe ciência objectiva, nem mesmo as ciências exactas.O objectivo dos wokes é «desconstruir» todo o património cultural e científico e pôr-se a postos para a instauração de uma ditadura em nome do «bem» e da «justiça social».É tudo isto e muito mais que Braunstein explica e contextualiza neste A Religião Woke, apoiado por textos, teses, conferências e ensaios, que cita e explica longamente, para denunciar esta nova religião que destrói a liberdade.Um ensaio chocante e salutar. -
O que é a Filosofia?A VERSÃO EM LIVRO DO «CONTAGIANTE» PODCAST DE FILOSOFIA, COM PROTAGONISTAS COMO PLATÃO, ARISTÓTELES, AGOSTINHO, KANT, WITTGENSTEIN E HEIDEGGER. A PARTIR DO CICLO GRAVADO PELO CCB. Não há ninguém que não tenha uma «filosofia», achando-a tão pessoal que passa a ser «a minha filosofia». Há também quem despreze a filosofia e diga que é coisa de «líricos» — as pessoas de acção que acham que a filosofia nada tem que ver com a vida. Há ainda a definição mais romântica: a filosofia é a amizade pelo saber. E para todo este conjunto de opiniões há já teses filosóficas, interpretações, atitudes, mentalidades, modos de ser. Mas então afinal: O que é a filosofia? É essa a pergunta que aqui se faz a alguns protagonistas da sua história, sem pretender fazer história. A filosofia é uma actividade que procura descobrir a verdade sobre «as coisas», «o mundo», os «outros», o «eu». Não se tem uma filosofia. Faz-se filosofia. A filosofia é uma possibilidade. E aqui começa já um problema antigo. Não é a possibilidade menos do que a realidade? Não é o possível só uma ilusão? Mas não é o sonho, como dizia Valéry, que nos distingue dos animais? Aqui fica já uma pista: uma boa pergunta põe-nos na direcção de uma boa resposta, e uma não existe sem a outra, como se verá. «Se, por um lado, a erudição do professor António de Castro Caeiro é esmagadora, o entusiasmo dele pela filosofia e por estes temas em geral é bastante contagiante.» Recomendação de Ricardo Araújo Pereira no Governo Sombra -
Caminhar - Uma FilosofiaExperiência física e simultaneamente mental, para Frédéric Gros, caminhar não é um desporto, mas uma fuga, uma deriva ao acaso, um exercício espiritual. Exaltada e praticada por Thoreau, Rimbaud, Nietzsche e Gandhi, revestiu-se, desde a Antiguidade até aos dias de hoje, de muitas formas: errância melancólica ou marcha de protesto, imersão na natureza ou pura evasão. Do Tibete ao México, de Jerusalém às florestas de Walden, CAMINHAR (2008) inspira-nos a sair de casa e mostra como, pelo mundo inteiro, esta arte aparentemente simples de «pôr um pé à frente do outro» tem muito a oferecer e a revelar sobre o ser humano. -
Sobre a Brevidade da Vida - Edição EspecialAgora numa edição especial em capa dura.Um livro sobre o desperdício da própria existência. Escrito há dois mil anos para ser entendido agora.Com data de escrita normalmente situada no ano 49, Sobre a Brevidade da Vida, do filósofo romano Séneca, versa sobre a natureza do tempo, sobre a forma como é desaproveitado com pensamentos e tarefas que se afastam de princípios éticos de verdadeiro significado.Ainda que anotado no dealbar da era cristã, este tratado reinventa a sua própria atualidade e parece aplicável com clareza aos tempos de hoje, vividos numa pressa informativa, no contacto exagerado, tantas vezes a respeito de nada que importe, proporcionado pelas redes sociais.Sobre a Brevidade da Vida está longe de ser um livro dentro dos conceitos atuais de autoajuda. É, talvez bem pelo contrário, um texto duro, arrojado, incomodativo, como que escrito por um amigo que nos diz o que não queremos ouvir, por o saber necessário.Chegar ao fim do nosso tempo e senti-lo desperdiçado, eis a grande tragédia, segundo Séneca.