A Chama e as Cinzas
Bertrand
2016
16,60 €
Envio previsto até
Um trabalho que tem como corpo central um conjunto de textos do Professor João Barrento
apresentados, em alemão, nas conferências de Frankfurt e que deram origem à obra
Nelken und Immortellen - Portugiesische Literatur der Gegenwart
[
Cravos e Perpétuas. A literatura portuguesa contemporânea
], publicada pela editora Tranvía, de Berlim, em 1999. A estes junta-se um outro
testemunho feito em português, em 2005, numa intervenção proferida no Brasil. Em todos
eles o autor detém-se sobre a situação da literatura portuguesa no início do século XXI e
do seu lugar no meio literário e social, na escola e na universidade. Naturalmente, todos
os escritos originais foram reformulados, desenvolvidos e completados para poderem
integrar um corpo coerente numa edição que se constitui como síntese, naturalmente aberta
e pessoal, do panorama mais recente da nossa literatura.
| Editora | Bertrand |
|---|---|
| Categorias | |
| Editora | Bertrand |
| Negar Chronopost e Cobrança | Não |
| Autores | João Barrento |
João Barrento
Ensaísta e tradutor, João Barrento publicou diversos livros de ensaio, crítica literária e crónica, e traduziu literatura de língua alemã, do século XVII à actualidade (Goethe, Benjamin, Celan, entre outros). Tem sido distinguido com inúmeros prémios, de que é exemplo o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, 2012.
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O Cardo e a Rosa / Poesia do Barroco Alemão"A VIDA HUMANAA vida éI. FOLHAGEM verde, seca num momento,ARAGEM leve, corrida de vento.II. NEVÃO que no ar se desfaz, PEGÃO em que nunca há paz.III. FLOR que abre para logo morrer,FULGOR que dura o tempo de ver.IV. RELVADO que qualquer pé amassa,VIDRADO que facilmente estilhaça.V. BRUMA que à vista se some,ESPUMA que a maré consome.VI. FENO que é de pouca dura.JOIO de que o vento não cura.VII. COMPRA que ao fim lamentamos.CORRIDA em que nos cansamos.VIII. TORRENTE que voa fugaz.BOLHA que logo se desfazIX. SOMBRA que nos faz morrer.ALFOMBRA para a cova fazer"Georg Philipp Harsdörffe -
A Escala do Meu Mundo [crónicas]Por vezes, antes de escrever, penso que a actualidade que se espera da crónica está inquinada à partida por uma confusão entre o que é de hoje (o que está a acontecer) e o que pode ser actual. Actual pode ser, tanto o que foi de ontem como o que será ainda de amanhã. O meu modo de ver, à primeira vista uma fuga ao contingente, nasce de facto da atenção à pura contingência; e parecendo ignorar os acontecimentos, não fecha os olhos ao que acontece. O que acontece é que o meu olhar prefere muitas vezes deter-se no insignificante que me acontece, e não tanto no que de significante parece estar a acontecer no mundo. Heidegger comentava o conceito de 'acontecimento', a partir da raiz germânica dos elementos que constituem a palavra em alemão, como uma súbita singularidade que se nos oferece ao olhar.Uma das coisas que sempre me acontecem, quando chega Outubro, são as experiências dos fins de tarde, a uma luz que muitas vezes faz parar o mundo. Nada acontece lá fora, tudo começa a bulir cá dentro. E, no entanto, foi lá fora que alguma coisa se passou: o que aconteceu foi simplesmente - a luz. Olho pela janela. A vidraça enquadra apenas: um pedaço de mar em baixo, de um verde carregado, uma faixa púrpura-alaranjada a meio, um céu alto, entre o azul pálido e o quase branco, em cima. -
Walter Benjamin - A Sobrevida das Ideias - ensaios e diário«Nos ensaios que compõem este volume, o leitor – tal como eu próprio, ao escrevê-los – encontra-se sempre com Walter Benjamin em espaços nos quais o pensamento se demora em zonas de passagem, limiares que, espera-se, permitirão vislumbrar alguns núcleos importantes da sua Obra. No movimento de um pensamento como o de Benjamin – que, de facto, é móvel e move, é enigmático e luminoso – é sempre mais significativa a deambulação por essas zonas de abertura do que a passagem da linha de fronteira que delimita problemas, com a pretensão de chegar à sua solução e fixação. Benjamin e o seu método de pensar participam em alto grau da natureza do que é a um tempo oblíquo e transparente, configurando-se num modo de pensamento essencialmente prismático. Prismas poderia também ter sido o título deste livro, se Adorno o não tivesse já dado a um dos seus. Os ensaios que aqui se oferecem à leitura não têm outra ambição que não seja a de projectar alguma luz refractada a partir dos textos de Benjamin, ficando-se pelos limiares do seu pensamento em alguns domínios e temáticas que o marcam e que, entre muitos outros, apelaram para o meu olhar. Eles prolongam- -se, ainda e sempre em múltiplas zonas-limite, no Diário para Walter Benjamin, manuscrito e com colagens, que constitui a segunda parte deste livro, trazendo frequentemente o pensamento de Benjamin até ao nosso próprio tempo, ampliando e complementando algumas da suas reflexões maiores, para descobrir nelas um potencial de actualidade para o qual remete o título do livro – A Sobrevida das Ideias –, que aproveita um termo-chave cunhado por Benjamin (Fortleben = sobrevida). O Diário foi nascendo, primeiro entre 2003 e 2007 (em ligação com os primeiros quatro volumes da edição portuguesa), depois em 2016-17 (a partir de temas e tópicos suscitados pelas Passagens de Paris). Cruzam-se, assim, neste livro, as reflexões mais elaboradas dos ensaios com as mais circunstanciais das entradas do Diário, que se completam e mutuamente iluminam.» extraído da introdução de João Barrento -
Aparas dos Dias - A escrita na ponta do lápisEste é o meu livro de leitura, de leituras, de colheitas, de respostas aos apelos de outros livros e a chamadas que sempre foram chegando, e continuam a chegar.Legere = ler, colher, apanhar…. o que foi caindo dia a dia no papel, ainda na máquina de escrever, no computador, nos cadernos das intervenções públicas… Dessa massa se faz o pão deste livro múltiplo. O seu ritmo é o dos dias: desiguais e acidentados, com altos e baixos, estradas longas e pequenos atalhos e desvios. Breves iluminações e troços de respiração mais ampla. Espelho de interesses, de obsessões, de paixões que os anos só vêm confirmar e consolidar…João Barrento -
Os Infinitos Modos da Palavra - Caminhos e Metamorfoses da Poesia Portuguesa Contemporânea«A linguagem secreta e discreta da poesia tende a dizer (tem de dizer?) o que outros géneros tantas vezes rejeitam. O poema é como um relógio de sol em cujo quadrante se podem ler as mais leves oscilações do tempo e dos tempos, as vibrações anímicas de um sujeito e as zonas de sombra e luz de uma visão da História. Também na poesia portuguesa que aqui se percorre, desde meados do século XX, os modos próprios da expressão pessoal se vão acastelando no nosso horizonte de leitura para configurar um tempo. Um tempo que, no que se refere à sua projecção no poema, tanto pode corresponder a um tempo histórico bem definido como remeter para uma atmosfera epocal mais difusa, ou mesmo apenas para aquele «lusco-fusco da consciência» de que fala o Livro do Desassossego.» [João Barrento]
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O Essencial Sobre José Saramago«Aquilo que neste livro se entende como essencial em José Saramago corresponde à sua específica identidade como escritor, com a singularidade e com as propriedades que o diferenciam, nos seus fundamentos e manifestações. Mas isso não é tudo. No autor de Memorial do Convento afirma-se também uma condição de cidadão e de homem político, pensando o seu tempo e os fenómenos sociais e culturais que o conformam. Para o que aqui importa, isso é igualmente essencial em Saramago, até porque aquela condição de cidadão não é estranha às obras literárias com as quais ela interage, em termos muito expressivos.» in Contracapa -
Confissões de um Jovem EscritorUmberto Eco publicou seu primeiro romance, O Nome da Rosa, em 1980, quando tinha quase 50 anos. Nestas suas Confissões, escritas cerca de trinta anos depois da sua estreia na ficção, o brilhante intelectual italiano percorre a sua longa carreira como ensaísta dedicando especial atenção ao labor criativo que consagrou aos romances que o aclamaram. De forma simultaneamente divertida e séria, com o brilhantismo de sempre, Umberto Eco explora temas como a fronteira entre a ficção e a não-ficção, a ambiguidade que o escritor mantém para que seus leitores se sintam livres para seguir o seu próprio caminho interpre tativo, bem como a capacidade de gerar neles emoções. Composto por quatro conferências integradas no âmbito das palestras Richard Ellmann sobre Literatura Moderna que Eco proferiu na Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, Confissões de um jovem escritor é uma viagem irresistível aos mundos imaginários do autor e ao modo como os transformou em histórias inesquecíveis para todos os leitores. O “jovem escritor” revela-se, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. -
Sobre as MulheresSobre as Mulheres é uma amostra substancial da escrita de Susan Sontag em torno da questão da mulher. Ao longo dos sete ensaios e entrevistas (e de uma troca pública de argumentos), são abordados relevantes temas, como os desafios e a humilhação que as mulheres enfrentam à medida que envelhecem, a relação entre a luta pela libertação das mulheres e a luta de classes, a beleza, o feminismo, o fascismo, o cinema. Ao fim de cinquenta anos – datam dos primeiros anos da década de 1970 –, estes textos não envelheceram nem perderam pertinência. E, no seu conjunto, revelam a curiosidade incansável, a precisão histórica, a solidez política e o repúdio por categorizações fáceis – em suma, a inimitável inteligência de Sontag em pleno exercício.«É um deleite observar a agilidade da mente seccionando através da flacidez do pensamento preguiçoso.» The Washington Post«Uma nova compilação de primeiros textos de Sontag sobre género, sexualidade e feminismo.» Kirkus Reviews -
Para Tão Curtos Amores, Tão Longa VidaNuma época e num país como o nosso, em que se regista um número muito elevado de divórcios, e em que muitos casais preferem «viver juntos» a casar-se, dando origem nas estatísticas a muitas crianças nascidas «fora do casamento», nesta época e neste país a pergunta mais próxima da realidade não é por que duram tão pouco tantos casamentos, mas antes: Por que é que há casamentos que duram até à morte dos cônjuges? Qual é o segredo? Há um segredo nisso? Este novo livro de Daniel Sampaio, que traz o título tão evocativo: Para Tão Curtos Amores, Tão Longa Vida, discute as relações afetivas breves e as prolongadas, a monogamia e a infidelidade, a importância da relação precoce com os pais e as vicissitudes do amor. Combinando dois estilos, o ficcional e o ensaístico, que domina na perfeição, o autor traz perante os nossos olhos, de modo muito transparente e sem preconceitos, tão abundantes nestas matérias, os problemas e dificuldades dos casais no mundo de hoje, as suas vitórias e derrotas na luta permanente para manterem viva a sua união.Um livro para todos nós porque (quase) todos nós, mais tarde ou mais cedo, passamos por isso. -
A Vida na SelvaHá quem nasça para o romance ou para a poesia e se torne conhecido pelo seu trabalho literário; e quem chegue a esse ponto depois de percorrer um longo caminho de vida, atravessando os escolhos e a complexidade de uma profissão, ou de uma passagem pela política, ou de um reconhecimento público que não está ligado à literatura. Foi o caso de Álvaro Laborinho Lúcio, que publicou o seu primeiro e inesperado romance (O Chamador) em 2014.Desde então, em leituras públicas, festivais, conferências e textos com destinos vários, tem feito uma viagem de que guarda memórias, opiniões, interesses, perguntas e respostas, perplexidades e reconhecimentos. Estes textos são o primeiro resumo de uma vida com a literatura – e o testemunho de um homem comprometido com as suas paixões e o diálogo com os outros. O resultado é comovente e tão inesperado como foi a publicação do primeiro romance. -
Almoço de DomingoUm romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo.«O passado tem de provar constantemente que existiu. Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar. Há muita realidade a passear-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa. Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la, é como se não tivesse existido.» «Os motoristas estão à espera, o brado da multidão mistura-se com o rugido dos motores. Antes de entrarmos, o Mário Soares aproxima-se de mim, correu tudo tão bem, e abraça-me com um par estrondosas palmadas no centro das costas. A coluna de carros avança devagar pelas ruas da vila. Tenho a garganta apertada, não consigo falar. Como me orgulha que Campo Maior seja a capital da península durante este momento.»«Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é o melhor romance de José Luís Peixoto.»José Riço Direitinho, Público «O principal risco de Autobiografia era esgotar-se no plano da mera homenagem engenhosa, mas Peixoto evitou essa armadilha, ao construir uma narrativa que se expande em várias direções, acumulando camadas de complexidade.»José Mário Silva, Expresso -
Electra Nº 23A Atenção, tema de que se ocupa o dossier central do número 23 da revista Electra, é um recurso escasso e precioso e por isso objecto de uma guerra de concorrência sem tréguas para conseguir a sua captura. Nunca houve uma tão grande proliferação de informação, de produtos de consumo, de bens culturais, de acontecimentos que reclamam a atenção. Ela é a mercadoria da qual depende o valor de todas as mercadorias, sejam materiais ou imateriais, reais ou simbólicas. A Atenção é, pois, uma questão fundamental do nosso tempo e é um tópico crucial para o compreendermos. Sobre ela destacam-se neste dossier artigos e entrevistas de Yves Citton, Enrico Campo, Mark Wigley, Georg Franck e Claire Bishop. Nesta edição, na secção “Primeira Pessoa”, são publicadas entrevistas à escritora, professora e crítica norte-americana Svetlana Alpers (por Afonso Dias Ramos), cujo trabalho pioneiro redefiniu o campo da história da arte nas últimas décadas, e a Philippe Descola (por António Guerreiro), figura central da Antropologia, que nos fala de temas que vão desde a produção de imagens e das tradições e dos estilos iconográficos à questão da oposição entre natureza e cultura. A secção “Furo” apresenta um conjunto de desenhos e cartas inéditos da pintora Maria Helena Vieira da Silva. Em 1928, tinha vinte anos. Havia saído de Portugal para estudar arte em Paris e, de França, foi a Itália numa viagem de estudo. Durante esse percurso desenhou num caderno esboços rápidos do que via, e ao mesmo tempo, escrevia cartas à mãe para lhe contar as suas impressões e descobertas. Uma selecção destes desenhos e destas cartas, que estabelecem entre si um diálogo íntimo e consonante, é agora revelada. Na Electra 23, é publicada, na secção “Figura”, um retrato do grande poeta grego Konstandinos Kavafis, feito pelo professor e tradutor Nikos Pratsinis, a partir de oito perguntas capitais; é comentada, pelo escritor Christian Salmon, na secção “Passagens”, uma reflexão sobre a história trágica da Europa Central do consagrado romancista e ensaísta checo, Milan Kundera. Ainda neste número, o ensaísta e jornalista Sergio Molino dá-nos um mapa pessoal da cidade de Saragoça, em que a história e a geografia, a literatura e a arte se encontram; o jornalista e colunista brasileiro Marcelo Leite trata das investigações em curso desde os anos 90, com vista ao uso farmacológico e terapêutico dos psicadélicos; a escritora e veterinária María Sanchez constrói um diário que é atravessado por procuras e encontros, casas e viagens, livros e animais, terras e mulheres, amor e amizade; o arquitecto, investigador e curador chileno Francisco Díaz aborda a relação entre solo e terreno, a partir do projecto da Cidade da Cultura de Santiago de Compostela, da autoria de Peter Eisenman; o artista e ensaísta João Sousa Cardoso escreve sobre a obra do escultor Rui Chafes, revisitando três exposições e um livro apresentados durante o ano de 2023; e o dramaturgo Miguel Castro Caldas comenta a palavra “Confortável”.Vários -
Diário SelvagemEste «Diário Selvagem», «até aqui quase integralmente inédito, é um livro mítico, listado e discutido em inúmeras cartas e cronologias do autor, a que só alguns biógrafos e estudiosos foram tendo acesso».
